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MÓDULO

POLÍTICAS
DE ATENÇÃO
À SAÚDE
NO SISTEMA
PRISIONAL

UNIDADE 4
Inclusão social
e práticas
humanizadas
com a participação
da família e equipe
multidisciplinar
da saúde
prisional

Renata Terumi Shiguematsu Yassuda


UNIDADE 4
Inclusão social e práticas humanizadas
com a participação da família e equipe
multidisciplinar da saúde prisional
Seja muito bem-vindo, caro cursista! Nesta unidade, apresentaremos a
Política Nacional de Humanização (PNH) que tem por princípios a inclu-
são das diferenças e a humanização das práticas de atenção à saúde.
Trataremos também sobre os profissionais do serviço social e psicologia
que se empenham em assegurar os direitos dos privados de liberdade
viabilizando a defesa dos direitos humanos através de práticas huma-
nizadas. Esperamos que o estudo desta unidade possa contribuir no
aprimoramento do modo de cuidar e gerir ações de saúde à população
privada de liberdade.

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AULA 1 - Saúde e mobilização
por práticas humanizadas
A Política Nacional de Humanização (PNH) foi criada pelo Ministério da
Saúde em 2003 sendo, portanto, uma política do SUS, também conheci-
da como HumanizaSUS.

A PNH busca colocar em prática os princípios do SUS no cotidiano dos


serviços de saúde estimulando a comunicação entre gestores, trabalha-
dores e usuários para construir processos coletivos de enfrentamento
de relações de poder, trabalho e afeto que muitas vezes produzem atitu-
des e práticas desumanizadoras que inibem a autonomia e a correspon-
sabilidade dos profissionais de saúde em seu trabalho e dos usuários no
cuidado em si (BRASIL, 2013).

Figura 1 - Política Nacional de Humanização

Imagem extraída de: https://redehumanizasus.net/94816-politica-nacional-de-humani-


zacao-acolhimento/. Acesso em 06 de nov 2021.

O que significa humanizar?

Humanizar é a inclusão das diferenças nos processos de gestão e de


cuidado através de mudanças construídas de forma coletiva e compar-
tilhada. Incluir para estimular a produção de novos modos de cuidar e
novas formas de organizar o trabalho (BRASIL, 2013).

Profissional da saúde da EABp, é importante que você, no dia a dia do


seu trabalho, reinvente seus processos de assistência e sejam agentes
ativos das mudanças no serviço de saúde.

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E no sistema prisional, como humanizar?

Figura 2 - Humanização no sistema prisional

Imagem extraída de: https://anatomiadapalavra.com/2018/06/19/o-que-e-humanizacao-


-e-qual-o-papel-do-psicologo-nesse-processo/

No sistema prisional é importante atrelar a PNH à PNAISP, considerando


que a situação de saúde das pessoas privadas de liberdade requer mais
atenção. É neste ambiente que os desafios se multiplicam considerando
as condições, muitas vezes degradantes e desumanas.

Uma das dificuldades enfrentadas é a implantação do acolhimento no


momento em que o custodiado ingressa no ambiente prisional. Vale aqui
lembrar que o acolhimento é entendido como uma diretriz para a humani-
zação em saúde, com intenção de transformar práticas e sujeitos (BRASIL,
2013). Vamos estudar mais sobre o acolhimento nas unidades prisionais?

Acolhimento no Sistema Prisional

No sistema prisional, acolher com dignidade, respeito e qualidade na


atenção à saúde das pessoas privadas de liberdade é um processo que
está sendo implantado lentamente.

O acolhimento é o contato que o privado de liberdade tem com a equipe de


saúde e, para tanto, necessita de um grupo preparado em promover essa
aproximação. A EABp que acolhe o custodiado entra em contato com a histó-
ria de vida e com as redes de relações, atreladas a hábitos, fragilidades sociais,
violências, relações conflituosas, e claro, inúmeros problemas de saúde.

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O acolhimento deve acontecer nos momentos iniciais da presença do
custodiado no sistema prisional. Estar com profissionais que possam
oferecer uma escuta qualificada pode ser o primeiro incentivo para
gerar uma transformação.

Escuta qualificada tem por objetivo reconhecer a queixa do


privado de liberdade, problematizá-la e buscar soluções con-
juntamente, estimulando o protagonismo do custodiado.
Simplificando, a escuta qualificada traduz a necessidade de
saúde em uma oferta de serviço.

Figura 3 - Escuta qualificada

A partir da escuta qualificada, pode-se criar um vínculo entre equipe de


saúde e o indivíduo em privação de liberdade, facilitando o enfrenta-
mento de problemas relacionados à sua saúde. Assista ao vídeo a seguir
para saber mais.

O que é escuta qualificada no acolhimento?

Muito bem, agora você já tem conhecimento de que a escuta qualificada


em um serviço dá voz ativa aos usuários e permite aos profissionais de
saúde ofertar serviços a partir do que lhe foi repassado.

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Ambiência como dispositivo da humanização

Ambiência refere-se ao tratamento dado ao espaço físico entendido ao


espaço social, de relações interpessoais que deve proporcionar atenção
acolhedora e humana. Essa compreensão de ambiência como diretriz da
PNH é norteada por três eixos principais (BRASIL,2010):

3. O espaço que visa à confortabilidade.

Este espaço visa favorecer a privacidade e individualidade dos usuários


do serviço e trabalhadores que usam o espaço.

4. Ferramenta facilitadora do processo de trabalho.

Este ambiente visa à funcionalidade, possibilidade de flexibilidade,


garantia de biossegurança relativa à infecção hospitalar, prevenção de
acidentes biológicos e arranjos que favoreçam o processo de trabalho.

5. Ambiência como espaço de encontros entre os sujeitos

É um dispositivo de transformação, com espaços de encontros coletivos


(oficinas, rodas) para discussão e decisão sobre as intervenções dos ser-
viços e assistência à saúde.

No sistema prisional, é possível um ambiente humanizado?

Sim, é possível. Gerar humanização, sem deixar de lado a finalidade


punitiva da pena, objetiva evitar reincidência no crime e proporcionar
condições para que o condenado se recupere e consiga a reintegração
social. Embora poucos, apresentamos alguns exemplos inspiradores de
encarceramento com vistas a contribuir com uma relação humanizada
com os custodiados. Leia as reportagens a seguir, e surpreenda-se!

Leitura complementar
1. Presídios femininos de Rondônia ganham espaço humanizado
para mães e filhos
http://www.rondonia.ro.gov.br/presidios-femininos-em-ron-
donia-ganham-espaco-humanizado-para-maes-e-filhos/

2. Referência no país, presídio alagoano completa 22 meses com


0% de reincidência criminal
http://agenciaalagoas.al.gov.br/noticia/item/27922-referen-
cia-no-pais-presidio-alagoano-completa-22-meses-com-0-de-
-reincidencia-criminal

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Ao concluir a leitura das matérias anteriores, esperamos que você possa
refletir, juntamente com sua equipe, a possibilidade de construir um novo
modelo de assistência à saúde à PPL com relacionamentos interpessoais
de qualidade, enxergando-o como um ser humano completo que necessi-
ta de acolhimento para alcançar uma recuperação satisfatória.

Na próxima aula, iremos tratar da representatividade do assistente social


e do psicólogo junto à equipe de saúde prisional em busca da quebra um
paradigma histórico, no qual punir é sinônimo de desrespeito aos direi-
tos do ser humano. Até lá!

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AULA 2 - A importância
do assistente social na equipe
de saúde do sistema prisional
Caro profissional da EABp, iniciaremos esta aula relembrando a trajetó-
ria histórica em torno dos meios de punição àqueles que transgridem
os tratados definidos pela sociedade, em que inúmeras falhas nas ten-
tativas de se estabelecer um sistema eficaz no tocante à ressocialização
ou reintegração desses indivíduos se fez presente. Para romper esse
paradigma histórico, o assistente social se posiciona com fidelidade pela
busca da garantia aos direitos não interrompidos pela privação de liber-
dade. Vamos aos estudos?

Assistente social como integrante da equipe


de saúde prisional
O profissional de serviço social atua no enfrentamento das expressões
das questões sociais, assegurando ao custodiado a equidade e justiça
social, construindo práticas humanas ao tratamento das PPL, viabilizan-
do a concretização da defesa dos direitos humanos.

O assistente social deve ser habilitado para atuar na mediação das rela-
ções impostas na realidade local. Por um lado, busca defender e preservar
os direitos sociais dos custodiados através da promoção do bom relacio-
namento dentro do estabelecimento penal; por outro, precisa ter domínio
de sua instrumentalidade para lidar com a equipe multiprofissional para
que seja possível promover a troca de informações sobre as PPL e, assim,
preservar o direito à saúde de todos (FERREIRA; OLIVEIRA, 2016).

Figura 6 - O papel do assistente social na equipe de saúde prisional.

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A LEP, em seu art. 22, relata que a assistência social tem o intuito de prote-
ger o custodiado e ajudá-lo no sentido de inseri-lo no meio social. No art. 23,
aborda sobre as atribuições das atividades profissionais do assistente social.

No tocante às atribuições do assistente social que compõe a


equipe de saúde prisional, este deve saber a respeito dos resul-
tados de exames e diagnósticos das PPL, descrever por escrito
ao diretor do presídio a respeito das dificuldades e os problemas
que os custodiados enfrentam, observar o resultado no que
tange às permissões de saídas para tratamento da saúde, bem
como a finalização deste período; disponibilizar documentos,
ajudar e orientar a família do custodiado (BRASIL, 1984).

É fundamental que o profissional da assistência social no exercício da


sua profissão no sistema prisional tenha conhecimento:

• Das relações institucionais das unidades prisionais.

• Das relações sociais e o cotidiano dos custodiados, policiais penais e familiares


das PPL.

• Das políticas de saúde e procedimentos da unidade prisional.

• Dos fluxos de atenção em saúde dos municípios e a rede socioassistencial.

Nesse mesmo sentido, Matos (2013) ainda direciona a atuação do assisten-


te social a identificar aspectos sociais, culturais, econômicos que incidem no
processo saúde-doença das PPL do território e conceber estratégias para o
enfrentamento dessas situações que são oriundas da questão social.

Para auxiliá-lo na compreensão sobre o tema abordado, sugerimos que


assista ao vídeo a seguir.

Como é o trabalho do assistente social no sistema penitenciário?

Torna-se necessário ao serviço social compreender o sistema penitenciário


brasileiro, pois o assistente social que compõe o trabalho da equipe multi-
profissional de saúde prisional é marcado por práticas interdisciplinares e
deve lançar mão de uma concepção ampliada de saúde e estabelecer um
processo de trabalho conjuntamente com a EABp.

Assim como preconiza o Código de Ética Profissional no que se refere às rela-


ções dos assistentes sociais com outros profissionais, o profissional inserido
nas equipes de saúde no contexto do sistema prisional deve “incentivar, sem-
pre que possível, a prática profissional interdisciplinar” (BRASIL, 2012, p. 33).

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Para saber mais sobre o código de ética profissional do profissional do
serviço social, acesse o link a seguir.

Código de ética do/a assistente social.


http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf

Na atuação intraprisional do assistente social, conhecer o Código de


Ética Profissional é imprescindível para propor ações interdisciplinares
tendo como norte a liberdade como valor ético central, ampliação e con-
solidação da cidadania e defesa dos direitos humanos (BRASIL, 2012).

A seguir, sugerimos a você, profissional do serviço social, atuante no siste-


ma prisional, uma entrevista realizada pelo CFESS abordando ações do ser-
viço social no sistema prisional no enfrentamento à pandemia da covid-19.

Leitura complementar

CFESS entrevista -Coronavírus: e quem trabalha


no sistema prisional?
http://www.cfess.org.br/visualizar/noticia/cod/1691

Não podemos negar que estar compondo a equipe de saúde prisional faz
o assistente social enfrentar inúmeros preconceitos, por vezes inconscien-
te, sendo visto dentro do ambiente de trabalho como “aquela pessoa boa-
zinha” ou “profissional paga pelo estado para ter dó do preso”. Como você,
profissional da assistência social, tem se posicionado para romper com o
conservadorismo para efetivar a justiça social?

Com esta reflexão encerramos nossa aula sobre a atuação do assistente


social na equipe de saúde prisional, exercício profissional permeado por
desafios e perspectiva de trabalho voltada ao campo da saúde, o qual
deve ser acompanhado pela abertura de uma nova lógica de atuação
profissional, no âmbito prisional, constituindo um campo a ser avaliado,
desvendado, problematizado e discutido.

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AULA 3 - Serviço de psicologia
na assistência ao custodiado
Prezado cursista, nesta aula, vamos conhecer o papel do profissional da
psicologia no ambiente prisional. Estes profissionais, aos poucos, estão
intervindo além das questões individuais chegando a desenvolver ações
mais amplas que dizem respeito às políticas públicas nas mais variadas
áreas, sempre pautadas pela garantia dos Direitos Humanos.

No sistema prisional, a atuação do psicólogo é bastante abrangente, pois


além de participar das Comissões Técnicas de Classificação (CTC), o psi-
cólogo pode trabalhar junto aos sujeitos que cumprem pena privativa de
liberdade, seus familiares e profissionais que atuam dentro da institui-
ção, ou seja, pode contribuir para a intersetorialidade entre os campos
da execução penal e do direito à saúde.

Trabalho do psicólogo na equipe de saúde


prisional
Ainda que a questão da saúde prisional seja prejudicada pelo superen-
carceramento e pelas péssimas condições ambientais, os profissionais da
psicologia que compõem a equipe de saúde prisional podem exercer um
relevante papel para redução de danos dos efeitos do encarceramento,
através de práticas comprometidas com a garantia dos direitos humanos
(NASCIMENTO; BANDEIRA, 2018). Neste contexto, o psicólogo precisa con-
duzir suas ações com objetivo de reduzir o sofrimento daqueles que estão
mais vulneráveis à violência institucional e auxiliar no promoção da saúde
das PPL no sistema prisional.

Mesmo diante das limitações decorrentes da precariedade das instalações


prisionais, o profissional da psicologia abre linhas de possibilidade em dire-
ção à garantia de direitos à saúde e bem-estar. Observe a figura a seguir.

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Figura 7 - Atuação do psicologo na equipe de saúde prisional.

Práticas grupais organizadas pelo psicólogo

O Conselho Federal de Psicologia (2009) pontua que, em relação à aten-


ção grupal, é utilizada pelos psicólogos com múltiplos objetivos: aten-
dimento em grupo, psicoterapia de grupo, grupo operativo, oficinas
terapêuticas, grupos de conscientização, grupos de reflexão, reuniões
grupais para assistir a filmes educativos, palestras, preparação para a
saída da instituição até grupos terapêuticos com objetivo específico de
trabalhar a dependência química.

Considera-se que a arte e a cultura também possam constituir impor-


tantes aliados na difícil tarefa de promover saúde mental nos ambientes
de privação de liberdade. O recurso à arte pode potencializar afetos e
estimular a criatividade, mesmo na dura realidade prisional.

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Figura 8 - Arte e cultura podem ser aliadas na promoção da saúde em
ambientes de privação de liberdade.

Ao desenvolver essas atividades, o psicólogo ajuda a PPL a perceber seu


papel como cidadão na sociedade, fazendo com que surja uma possibi-
lidade de mudança em sua vida para que seja reinserido no meio social
visto que, provavelmente, nunca tiveram oportunidade de fazer valer
seu papel como cidadão.

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Leitura complementar

A resolução 09/2021 do Conselho Federal de Psicologia regu-


lamenta a atuação do psicólogo no sistema prisional. Acesse
o link a seguir para complementar seu estudo sobre o tema.
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2010/07/resolu-
cao2010_009.pdf

Esperamos que a leitura tenha esclarecido que a atuação do psicólogo


no sistema prisional deverá priorizar os direitos humanos das PPL, visan-
do à construção da cidadania por meio de práticas psicológicas para a
sua reinserção na vida social.

Atividades desenvolvidas conjuntamente com a EABp

Estas atividades são baseadas na implantação de ações de prevenção de


saúde dentro do sistema prisional, atuando em conjunto com a equipe
multidisciplinar da saúde.

• Promoção da saúde com usuários de droga.

• Ações de prevenção de IST/Aids.

• Atuação em rede.

• Atuação com os familiares.

• Atuação com os policiais penais.

É importante reconhecer que o ambiente prisional é bastante conturba-


do, de modo que para o exercício das atividades do policial penal e dos
demais profissionais ser efetivado de forma saudável, é necessário que
o psicólogo atue também direcionado aos profissionais da instituição.

A prática dos profissionais da psicologia também deve reconhecer


a necessidade de intervenções que contemplem os funcionários
do sistema prisional, em especial, os policiais penais. É relevante
considerar o diálogo com estes profissionais, considerando o
elevado nível de estresse e situações de esgotamento (Burnout)
em uma grande parte destes trabalhadores, principalmente
quando estes se veem expostos e sem os recursos necessários
para exercer seu trabalho (BEZERRA; ASSIS; CONSTANTINO, 2016).

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Segundo Código de Ética Profissional do Psicólogo (Conselho Federal de
Psicologia - CFP, 2005), as práticas do profissional da psicologia devem
estar comprometidas com a defesa intransigente dos direitos humanos,
baseando nosso trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dig-
nidade, da igualdade e da integridade do ser humano. Cabe aos psicólogos
contribuir para a promoção da saúde e da qualidade de vida das pessoas
e das coletividades em todos os espaços de trabalho, inclusive nas prisões.

Para facilitar o seu estudo, acesse na biblioteca do módulo o Código de


Ética Profissional do Psicólogo.

Trabalho do psicólogo na Comissão Técnica de


Classificação (CTC)
A CTC exerce papel de destaque na política criminal brasileira ao traçar
objetivos de reintegração do condenado à sociedade por meio da indi-
vidualização da pena e designação do tratamento penal correto a cada
custodiado (BRASIL, 1984). As CTC devem existir em cada estabelecimen-
to penal e como membro, o psicólogo deve prestar atenção nas práticas
realizadas dentro desse ambiente, opinando nas pautas debatidas sem-
pre de acordo como Código de Ética Profissional incentivando debates
sobre saúde, educação e programas de reintegração social (SILVA, 2007).

Para saber mais sobre CTC no sistema prisional, assista ao


vídeo sugerido a seguir.
https://www.youtube.com/watch?v=nFaH0X-bfmo

A psicologia, parte integrante da CTC, no que diz respeito aos atos antis-
sociais necessita investigar todos os fenômenos ligados ao comporta-
mento do indivíduo que transgride a lei, para que possa elaborar planos
de intervenção contribuindo para que o processo de reabilitação fique
mais fácil de ser atingido e trabalhos preventivos possam ser realizados
de forma mais positiva (SERAFIM, 2003).

Desejamos que o material ofertado nesta aula tenha servido de subsídio


teórico sobre a CTC e garanta sua participação no processo de construção
da cidadania e reinserção social. Boa sorte!

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Leitura complementar
Para complementar seu estudo, sugerimos a leitura da prática
profissional dos psicólogos no sistema prisional, elaborado
pelo Conselho Federal de Psicologia.
http://crpsp.org.br/interjustica/pdfs/outros/a-pratica-profis-
sional-dos-as-psicologos-as-no-sistema-prisional.pdf

Caro cursista, encerramos nossa aula após uma breve abordagem sobre a
atuação do psicólogo no contexto prisional e sobre os desafios que o abran-
gente cenário de atuação do profissional de psicologia traz para a profissão.
Temos certeza de que você e sua equipe conseguirão criar uma forma de
proporcionar à PPL a possibilidade de olhar a vida em liberdade, auxiliando
na descontinuidade dos círculos viciosos que promovem a exclusão.

Grande abraço!

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AULA 4 - Policial penal e a
família das pessoas privadas de
liberdade: atores fundamentais
à saúde no cárcere
Prezado cursista, vamos relembrar um pouco da história da saúde pri-
sional antes de iniciarmos a aula propriamente dita: a questão da aten-
ção à saúde da população prisional foi tratada, ao longo dos anos, de
uma forma reducionista, cujo atendimento era um assunto de interesse
e responsabilidade das políticas de segurança pública, e não de saúde.
Esta realidade vem mudando gradativamente por meio de esforços das
equipes multidisciplinares da saúde, criando procedimentos que visam
qualidade no atendimento prestado à população penitenciária.

Neste sentido, abordaremos sobre o papel do policial penal e da família


na condição de saúde do privado de liberdade. Aproveite a aula!

Policial penal e saúde prisional

Figura 9 - Policial penal tem um papel muito importante na condição de saúde


do privado de liberdade.

Em dezembro de 2019, através da promulgação da Emenda Constitucio-


nal nº 104/2019, os agentes penitenciários se tornaram polícia penal e
passaram a integrar a Segurança Pública. Atualmente, então, ocupam o
cargo de policial penal nas instituições prisionais.

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Apesar da mudança da nomenclatura, o perfil desta classe profissional
permanece inalterado, ou seja, continua realizando um importante ser-
viço público de alto risco por salvaguardar a sociedade civil através do
tratamento penal, da vigilância e custódia da pessoa presa no sistema
prisional. Para cumprir com tal responsabilidade, devem ter atitudes cri-
teriosas, corroborando com mudanças no trato do homem custodiado,
realizando-as com base na legalidade e ética (DEPEN, 2006).

Leitura complementar
Separamos para você, o Manual dos Agentes Penitenciários,
elaborado pelo DEPEN com objetivo de subsidiá-lo no conhe-
cimento da função desta classe profissional.
http://www.depen.pr.gov.br/arquivos/File/manual_agente_pen.pdf

Ao concluir a leitura complementar, é evidente o papel do policial penal


na promoção da ressocialização dos presos e garantir a integridade físi-
ca e moral dos custodiados (CF, 1988). Entretanto, infelizmente, o tra-
balho desses profissionais ainda é bastante criticado pelos familiares
dos que cumprem pena privativa de liberdade, declarando o tratamento
desumano e cruel a que estão expostos e da inexistência do respeito aos
direitos essenciais garantidos por Lei (AZEVEDO; SILVA; BARROS, 2012).

Prezado cursista, apresentamos para você uma reportagem que mostra


como policiais penais contribuem para humanização no sistema peni-
tenciário de Mato Grosso do Sul.

Reportagem
Sutileza e polivalência das mulheres contribuem para a
humanização e eficiência do sistema penitenciário
https://www.agepen.ms.gov.br/sutileza-e-polivalencia-das-mu-
lheres-contribuem-para-a-humanizacao-e-eficiencia-do-siste-
ma-penitenciario-de-ms/

A partir da matéria apresentada, faz-se necessária a desconstrução da


ideia de que as PPL são “fontes do mal”, e iniciar um processo de cons-
trução que implica nas questões relacionadas com a maior participação
dos policiais penais nas questões de saúde intraprisional, além de frisar
a necessidade de uma maior interação com os demais profissionais do
sistema, em especial, àqueles ligados à saúde e educação (DIUANA et al.,
2008). Esse diálogo com os diversos atores que convivem no cárcere se

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configura como instrumento para o conhecimento e minimização das
questões problemáticas, construindo soluções conjuntas que possam
ser assumidas pelo grupo (DIUANA et. al., 2008).

Segundo a PNAISP (BRASIL, 2014), entre as responsabilidades da União,


por meio do Ministério da Justiça, está o incentivo à inclusão dos agentes
penitenciários nos programas de capacitação/sensibilização em saúde
para a população privada de liberdade. Os serviços de saúde no sistema
prisional devem ultrapassar o viés curativo e favorecer a prevenção e
a promoção da saúde e este empenho será facilitado com o apoio dos
policiais penais, considerando serem eles os que mais têm contato com
aqueles que cumprem penas.

É necessário reconhecer a importância da participação do agente penal


das ações de saúde prisional, pois são esses profissionais que conduzem
os custodiados até o setor de saúde, são eles os responsáveis pela escolta
extramuros e ainda, são os policiais penais que garantem a comunicação
de referência e contra referência na saúde (observe a figura a seguir).

Atitudes como estas desenvolvem de maneira intensa o senso de humanida-


de nos policiais penais, contribuindo para que o princípio da dignidade huma-
na seja efetivado dentro do ambiente prisional (BARROS; MARIN, 2020).

Figura 10 - Atuação do policial penal no sistema de saúde prisional.

Torna-se imprescindível que a EABp insira o policial penal nas capacita-


ções em saúde, com o objetivo de permitir que esses profissionais aju-
dem a minimizar os problemas de saúde no sistema prisional. Este novo
modelo de atuação dos policiais penais exige que eles tenham uma visão
integral do indivíduo privado de liberdade, incluindo suas condições
sociais antes do encarceramento. Devem ser capazes de atuar com cria-
tividade e senso crítico mediante uma prática humanizada e resolutiva
que envolva ações de promoção e prevenção da saúde. Também serão
capazes de, juntamente com a EABp, planejar, organizar, desenvolver e
avaliar ações desenvolvidas junto à população prisional, articulando os
diversos outros setores na instituição penal.

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Papel da família na manutenção da saúde
das pessoas privadas de liberdade
A assistência à população encarcerada encontra inúmeros entraves, prin-
cipalmente no âmbito da saúde, considerando que o elemento comple-
mentar, reconhecido como família, não está inserido no dia a dia do con-
texto prisional. Vamos relembrar, caro cursista, que a PPL está lotada em
um ambiente insalubre, hostil, com fatores estressantes, doenças infecto-
contagiosas, má alimentação, entre outros, incorrendo no aumento das
iniquidades e enfermidades.

Segundo Nuñez (2008), a família é um lugar de acolhimento e de pro-


teção, local em que as pessoas aprendem a ser bons cidadãos desde a
infância e são cuidados ao longo de toda a vida. Em seu seio pode ter
lugar tanto o melhor como o pior dos sentimentos humanos.

A família desempenha um papel importante na provisão de cuidado


informal para seus membros e está no centro das funções do cuidado
(SERAPIONE, 2005) e, notoriamente, as famílias dos custodiados continu-
am exercendo importante papel no tocante ao suporte afetivo e material
mesmo após o encarceramento de seus entes. A partir desta colocação,
conclui-se que a família permanece exercendo a função de promotor da
saúde no sistema prisional.

A Defensoria Pública da Bahia implantou o Núcleo de Assistência


Jurídica aos Presos e seus Familiares com objetivo de escla-
recer sobre os principais direitos dos presos e prestar apoio
psicossocial às suas famílias:
https://www.defensoria.ba.def.br/portal/arquivos/downloads/
CARTILHA_FAMILIARES.pdf

É com base nesse projeto de assistência jurídica que a família está alocada
como alicerce fundamental para que o custodiado consiga manter-se na
linha e possa voltar ao convívio familiar e social. Nas atitudes de apoio
e incentivo, os parentes dos encarcerados conseguem motivá-los a cum-
prir de forma correta todo processo de recuperação no tempo previsto. Já
quando a família estigmatiza o indivíduo encarcerado, lhe faltando com a
assistência e os cuidados necessários, faz com que o prisioneiro vivencie
uma mistura de sensações como culpa, desprezo, revolta, o deixando des-
motivado e sem razão para continuar existindo (NEGREIROS NETO, 2012).

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Direito à visita ao custodiado

Figura 11 - A LEP assegura o direito à visita ao custodiado.

A LEP (BRASIL, 1984), no seu artigo 41, arrola como um dos direitos do
preso a visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias
determinados, com vista a mitigar o natural distanciamento do núcleo
familiar imposto pelo cumprimento da pena, medida também benéfica
para sua ressocialização.

Para saber mais sobre os direitos do preso descritos no Art. 41


da Lei de Execuções Penais, consulte o link a seguir:
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11699703/
artigo-41-da-lei-n-7210-de-11-de-julho-de-1984

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Visita Íntima

Define-se visita íntima como direito dos


privados de liberdade ao encontro com
cônjuge ou companheiro, apoiados ao
princípio constitucional da dignidade da
pessoa humana que não deve ser suprimi-
do. É importante esclarecer que a utiliza-
ção desse direito é importante como for-
ma de auxiliar no processo de reinserção
do preso ao convívio social, assim como
para a manutenção da higidez psíquica do
custodiado (CAVALCANTI, 2017).

O direito à visita íntima foi regulamentado


após publicação da LEP (Lei de Execução
Penal), em 1984, estendendo-o às mulhe-
res, homossexuais e menores infratores.
Antes, as visitas aconteciam de maneira
informal, e encontros afetivos com uma
Figura 10 - A visita íntima também
privacidade extremamente questionável.
está assegurada pela LEP;

Em grande parte dos presídios, as visitas íntimas ocorrem nas próprias


celas, individualizadas por lençóis ou cobertores e a organização das
rotinas são feitas pelos próprios detentos que coabitam o ambiente.

A legislação relativa à regulamentação do direito à visita íntima é de res-


ponsabilidade do gestor do sistema penitenciário estadual, vinculado à
secretaria de segurança pública. As regras basicamente incluem:

- A visita íntima só é permitida após o registro do cônjuge ou companhei-


ra cujo vínculo afetivo seja comprovado, através de certidão de casa-
mento, união estável registrada em cartório, reconhecida em processo
judicial ou mesmo através de simples declaração de união estável com
assinatura reconhecida em cartório.

- Menores de 18 (dezoito) anos deverão ser casadas legalmente com o


custodiado, caso seja emancipada, com comprovação de união estável
ou ainda, seja comprovada a convivência entre o detento e a menor,
através de certidão de nascimento de filho em comum.

- Para a aprovação da visita íntima, é necessária a apresentação de ates-


tado de saúde, por meio de exames laboratoriais e a submissão de exa-
mes periódicos, a critério das respectivas unidades prisionais.

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Leitura complementar

Inicialmente, é importante deixar claro que cada UF possui


regramento específico no que é pertinente à visitação, mas para
que você, cursista, possa se inteirar sobre a regulamentação
da visita íntima no interior de penitenciárias federais, acesse
o link disponibilizado a seguir:
Portaria nº 718 de 28 de agosto de 2017
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/
Kujrw0TZC2Mb/content/id/19266268/do1-2017-08-30-porta-
ria-n-718-de-28-de-agosto-de-2017-19266157

Muito bem, caro cursista, frente à temática exposta, você pôde compre-
ender a importância das famílias no fundamento dos cuidados à saú-
de (principalmente mental) dos privados de liberdade. Esperamos que
os conteúdos apresentados possam proporcionar a você conhecimen-
tos para servir de apoio em seu trabalho. Ao encerrarmos este módulo,
desejamos a você e sua equipe que sejam sempre sujeitos motivados a
aprender, a executar ações de saúde com vistas nas diretrizes do SUS e
na atenção à população privada de liberdade.

Agora o convidamos a responder algumas questões referente ao conteúdo


abordado nesta unidade.

ATIVIDADE AVALIATIVA UNIDADE 4

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Referências
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