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POLÍTICAS
DE ATENÇÃO
À SAÚDE
NO SISTEMA
PRISIONAL
UNIDADE 4
Inclusão social
e práticas
humanizadas
com a participação
da família e equipe
multidisciplinar
da saúde
prisional
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AULA 1 - Saúde e mobilização
por práticas humanizadas
A Política Nacional de Humanização (PNH) foi criada pelo Ministério da
Saúde em 2003 sendo, portanto, uma política do SUS, também conheci-
da como HumanizaSUS.
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E no sistema prisional, como humanizar?
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O acolhimento deve acontecer nos momentos iniciais da presença do
custodiado no sistema prisional. Estar com profissionais que possam
oferecer uma escuta qualificada pode ser o primeiro incentivo para
gerar uma transformação.
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Ambiência como dispositivo da humanização
Leitura complementar
1. Presídios femininos de Rondônia ganham espaço humanizado
para mães e filhos
http://www.rondonia.ro.gov.br/presidios-femininos-em-ron-
donia-ganham-espaco-humanizado-para-maes-e-filhos/
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Ao concluir a leitura das matérias anteriores, esperamos que você possa
refletir, juntamente com sua equipe, a possibilidade de construir um novo
modelo de assistência à saúde à PPL com relacionamentos interpessoais
de qualidade, enxergando-o como um ser humano completo que necessi-
ta de acolhimento para alcançar uma recuperação satisfatória.
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AULA 2 - A importância
do assistente social na equipe
de saúde do sistema prisional
Caro profissional da EABp, iniciaremos esta aula relembrando a trajetó-
ria histórica em torno dos meios de punição àqueles que transgridem
os tratados definidos pela sociedade, em que inúmeras falhas nas ten-
tativas de se estabelecer um sistema eficaz no tocante à ressocialização
ou reintegração desses indivíduos se fez presente. Para romper esse
paradigma histórico, o assistente social se posiciona com fidelidade pela
busca da garantia aos direitos não interrompidos pela privação de liber-
dade. Vamos aos estudos?
O assistente social deve ser habilitado para atuar na mediação das rela-
ções impostas na realidade local. Por um lado, busca defender e preservar
os direitos sociais dos custodiados através da promoção do bom relacio-
namento dentro do estabelecimento penal; por outro, precisa ter domínio
de sua instrumentalidade para lidar com a equipe multiprofissional para
que seja possível promover a troca de informações sobre as PPL e, assim,
preservar o direito à saúde de todos (FERREIRA; OLIVEIRA, 2016).
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A LEP, em seu art. 22, relata que a assistência social tem o intuito de prote-
ger o custodiado e ajudá-lo no sentido de inseri-lo no meio social. No art. 23,
aborda sobre as atribuições das atividades profissionais do assistente social.
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Para saber mais sobre o código de ética profissional do profissional do
serviço social, acesse o link a seguir.
Leitura complementar
Não podemos negar que estar compondo a equipe de saúde prisional faz
o assistente social enfrentar inúmeros preconceitos, por vezes inconscien-
te, sendo visto dentro do ambiente de trabalho como “aquela pessoa boa-
zinha” ou “profissional paga pelo estado para ter dó do preso”. Como você,
profissional da assistência social, tem se posicionado para romper com o
conservadorismo para efetivar a justiça social?
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AULA 3 - Serviço de psicologia
na assistência ao custodiado
Prezado cursista, nesta aula, vamos conhecer o papel do profissional da
psicologia no ambiente prisional. Estes profissionais, aos poucos, estão
intervindo além das questões individuais chegando a desenvolver ações
mais amplas que dizem respeito às políticas públicas nas mais variadas
áreas, sempre pautadas pela garantia dos Direitos Humanos.
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Figura 7 - Atuação do psicologo na equipe de saúde prisional.
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Figura 8 - Arte e cultura podem ser aliadas na promoção da saúde em
ambientes de privação de liberdade.
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Leitura complementar
• Atuação em rede.
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Segundo Código de Ética Profissional do Psicólogo (Conselho Federal de
Psicologia - CFP, 2005), as práticas do profissional da psicologia devem
estar comprometidas com a defesa intransigente dos direitos humanos,
baseando nosso trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dig-
nidade, da igualdade e da integridade do ser humano. Cabe aos psicólogos
contribuir para a promoção da saúde e da qualidade de vida das pessoas
e das coletividades em todos os espaços de trabalho, inclusive nas prisões.
A psicologia, parte integrante da CTC, no que diz respeito aos atos antis-
sociais necessita investigar todos os fenômenos ligados ao comporta-
mento do indivíduo que transgride a lei, para que possa elaborar planos
de intervenção contribuindo para que o processo de reabilitação fique
mais fácil de ser atingido e trabalhos preventivos possam ser realizados
de forma mais positiva (SERAFIM, 2003).
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Leitura complementar
Para complementar seu estudo, sugerimos a leitura da prática
profissional dos psicólogos no sistema prisional, elaborado
pelo Conselho Federal de Psicologia.
http://crpsp.org.br/interjustica/pdfs/outros/a-pratica-profis-
sional-dos-as-psicologos-as-no-sistema-prisional.pdf
Caro cursista, encerramos nossa aula após uma breve abordagem sobre a
atuação do psicólogo no contexto prisional e sobre os desafios que o abran-
gente cenário de atuação do profissional de psicologia traz para a profissão.
Temos certeza de que você e sua equipe conseguirão criar uma forma de
proporcionar à PPL a possibilidade de olhar a vida em liberdade, auxiliando
na descontinuidade dos círculos viciosos que promovem a exclusão.
Grande abraço!
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AULA 4 - Policial penal e a
família das pessoas privadas de
liberdade: atores fundamentais
à saúde no cárcere
Prezado cursista, vamos relembrar um pouco da história da saúde pri-
sional antes de iniciarmos a aula propriamente dita: a questão da aten-
ção à saúde da população prisional foi tratada, ao longo dos anos, de
uma forma reducionista, cujo atendimento era um assunto de interesse
e responsabilidade das políticas de segurança pública, e não de saúde.
Esta realidade vem mudando gradativamente por meio de esforços das
equipes multidisciplinares da saúde, criando procedimentos que visam
qualidade no atendimento prestado à população penitenciária.
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Apesar da mudança da nomenclatura, o perfil desta classe profissional
permanece inalterado, ou seja, continua realizando um importante ser-
viço público de alto risco por salvaguardar a sociedade civil através do
tratamento penal, da vigilância e custódia da pessoa presa no sistema
prisional. Para cumprir com tal responsabilidade, devem ter atitudes cri-
teriosas, corroborando com mudanças no trato do homem custodiado,
realizando-as com base na legalidade e ética (DEPEN, 2006).
Leitura complementar
Separamos para você, o Manual dos Agentes Penitenciários,
elaborado pelo DEPEN com objetivo de subsidiá-lo no conhe-
cimento da função desta classe profissional.
http://www.depen.pr.gov.br/arquivos/File/manual_agente_pen.pdf
Reportagem
Sutileza e polivalência das mulheres contribuem para a
humanização e eficiência do sistema penitenciário
https://www.agepen.ms.gov.br/sutileza-e-polivalencia-das-mu-
lheres-contribuem-para-a-humanizacao-e-eficiencia-do-siste-
ma-penitenciario-de-ms/
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configura como instrumento para o conhecimento e minimização das
questões problemáticas, construindo soluções conjuntas que possam
ser assumidas pelo grupo (DIUANA et. al., 2008).
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Papel da família na manutenção da saúde
das pessoas privadas de liberdade
A assistência à população encarcerada encontra inúmeros entraves, prin-
cipalmente no âmbito da saúde, considerando que o elemento comple-
mentar, reconhecido como família, não está inserido no dia a dia do con-
texto prisional. Vamos relembrar, caro cursista, que a PPL está lotada em
um ambiente insalubre, hostil, com fatores estressantes, doenças infecto-
contagiosas, má alimentação, entre outros, incorrendo no aumento das
iniquidades e enfermidades.
É com base nesse projeto de assistência jurídica que a família está alocada
como alicerce fundamental para que o custodiado consiga manter-se na
linha e possa voltar ao convívio familiar e social. Nas atitudes de apoio
e incentivo, os parentes dos encarcerados conseguem motivá-los a cum-
prir de forma correta todo processo de recuperação no tempo previsto. Já
quando a família estigmatiza o indivíduo encarcerado, lhe faltando com a
assistência e os cuidados necessários, faz com que o prisioneiro vivencie
uma mistura de sensações como culpa, desprezo, revolta, o deixando des-
motivado e sem razão para continuar existindo (NEGREIROS NETO, 2012).
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Direito à visita ao custodiado
A LEP (BRASIL, 1984), no seu artigo 41, arrola como um dos direitos do
preso a visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias
determinados, com vista a mitigar o natural distanciamento do núcleo
familiar imposto pelo cumprimento da pena, medida também benéfica
para sua ressocialização.
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Visita Íntima
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Leitura complementar
Muito bem, caro cursista, frente à temática exposta, você pôde compre-
ender a importância das famílias no fundamento dos cuidados à saú-
de (principalmente mental) dos privados de liberdade. Esperamos que
os conteúdos apresentados possam proporcionar a você conhecimen-
tos para servir de apoio em seu trabalho. Ao encerrarmos este módulo,
desejamos a você e sua equipe que sejam sempre sujeitos motivados a
aprender, a executar ações de saúde com vistas nas diretrizes do SUS e
na atenção à população privada de liberdade.
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Referências
AZEVEDO, R. O.; SILVA. M. M.; BARROS, D. M. V. O papel do agente
penitenciário no processo de humanização no presídio feminino do
Distrito Federal – Colméia. Revista Projeção, Direito e Sociedade, [S. l.],
v. 3, n. 1, p. 252-266, 2012. Edição Especial.
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CAVALCANTI, C. E. V. O direito de visita íntima nos presídios como
corolário do princípio da dignidade da pessoa humana. [S. l.]: Jus.
com.br, 2017. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/60654/o-direi-
to-de-visita-intima-nos-presidios-como-corolario-do-principio-da-digni-
dade-da-pessoa-humana. Acesso em: 04 jul. 2021.
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SERAFIM, A. P. Aspectos etiológicos do comportamento criminoso:
parâmetros biológicos, psicológicos e sociais. In: RIGONATTI, Sérgio Paulo
(coord.); SERAFIM, Antônio de Pádua; BARROS, Edgard Luiz (org.). Temas
em psiquiatria forense e psicologia jurídica. São Paulo: Vetor, 2003.
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