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A construção do conceito de violência na modernidade reflete uma

transformação significativa ao longo da história, onde suas


interpretações contemporâneas se afastam consideravelmente de suas
definições originais. Este processo de evolução conceitual é observado
em diversos campos, desde a dicotomia entre "violentia" e "potestas"
até as discussões contemporâneas sobre sua natureza e papel na
sociedade. Neste contexto, a Psicologia Jurídica emerge como um
campo interdisciplinar fundamental, buscando compreender as
nuances do comportamento humano dentro do contexto jurídico,
enquanto os Direitos Humanos atuam como um guia ético na
promoção da dignidade humana e justiça social. Este texto explora a
interseção entre a Psicologia Jurídica, os Direitos Humanos e a
construção do conceito de violência na sociedade moderna.

Podemos ver a evolução do conceito de "violência" ao longo da


história, destacando como sua compreensão contemporânea difere
significativamente de seu sentido original. Antes do século XX,
"violência" abarcava significados mais neutros, relacionados tanto à
força quanto ao poder. No entanto, a modernidade trouxe uma
redefinição do termo, associando-o a uma gama mais ampla de
contextos e abordagens, como apontado por Walter Benjamin. Existem
as dificuldades conceituais envolvidas na definição de violência,
destacando sua natureza performática e normativa, que muitas vezes
desafia explicações puramente descritivas. A violência é
frequentemente associada a agressões físicas ou morais, mas sua
compreensão sociológica vai além disso, envolvendo determinantes
sociais de conflitos e opressão. Isso levanta questões sobre a
equivalência entre conflito e violência.

A atuação da Psicologia Jurídica é essencial na compreensão do


comportamento humano dentro do sistema jurídico, destacando-se em
áreas como Direito da Família, da Criança e do Adolescente, Civil,
Penal e do Trabalho. Essa interação entre Psicologia e Direito visa não
apenas compreender, mas também promover uma justiça mais ética e
comprometida com os direitos humanos. Enquanto isso, os Direitos
Humanos surgem como um conjunto de conquistas resultantes de lutas
coletivas, visando garantir a igualdade e dignidade de todos os seres
humanos. A promoção dos Direitos Humanos, juntamente com a
prática da Psicologia Jurídica, converge para a construção de uma
sociedade mais justa e compassiva.

O conceito de família sob novas perspectivas sociais, não obstante, o


conceito de família sempre esteve presente no âmbito social deste os
primórdios, contudo no decorrer dos anos houve diferentes tipos de
conceituação para o termo família. Outrora, no período paleolítico,
família tinha como finalidade/ característica, de proteção, pois nesta
era o serviço braçal e questão de segurança era provido pelos
membros da família, já em um período medieval, o conceito de família
era tido como relações de negócios, casavam-se para manter-se em
uma relação sociopolítica, já no período moderno a família é
constituída por um vínculo afetivo, diante disso, há também um amparo
na constituição brasileira de 1988.

Como instituição social, a família é definida pelas funções sociais que


se espera que ela cumpra: reproduzir e socializar os jovens, regular o
comportamento social, agir como grande centro de trabalho produtivo,
proteger os filhos e proporcionar apoio emocional aos adultos, servindo
como origem de status atribuído, como etnicidade e raça. Embora a
forma das instituições familiares varie muito de uma sociedade ou
período histórico a outros, as funções básicas da família parecem ser
razoavelmente constantes e quase universais.

É importante salientar que o Psicólogo Jurídico trabalha no protótipo da


interdisciplinaridade, que admite a complexidade e também as diversas
dimensões, tanto de forma objetiva, quanto de forma subjetiva em
relação ao aparato do âmbito judicial. Essa contribuição busca
consolidar as representações e práticas sociais, ou também, promover
uma nova compreensão do agir humano. Toda essa demanda de um
Psicólogo Juridíco tem como brado, a efetividade dos profissionais,
uma atuação mais ética e mais compromisssada com o respeito, a
proteção e a promoção dos direitos humano, consolidando em parte a
justiça social, sem a qual a dignidade da pessoa não se realiza por
completo. Diante de uma alta demanda de laudos, pareceres e
relatórios dentro da Psicologia Jurídica, é importante destacar que o
Psicólogo, ao concluir o processo de avaliação, pode e deve
recomendar soluções para os conflitos apresentados, porém, não se
deve determinar os procedimentos jurídicos que deverão ser tomados.

O estudo sobre o sistema prisional carcerário consiste em analisar e


estudar o cenário atual do cárcere prisional do nosso país de maneira
que possa identificar as inúmeras falhas do Estado no processo de
ressocialização dos prisioneiros.

Quando o Estado condena alguém por um crime, a ideia é que essa


pessoa, após cumprir sua sentença, possa se reintegrar à sociedade.
Entretanto, o sistema prisional enfrenta diversos desafios, como
superlotação, condições precárias nas prisões, falta de capacitação
dos funcionários responsáveis pela reabilitação e as próprias
dificuldades sociais dos detentos. Tudo isso contribui para o fracasso
na reintegração dos indivíduos. Na prática, a reabilitação proposta pelo
Estado muitas vezes não acontece, pois o principal foco do sistema
prisional não é a reeducação, mas sim a punição e a restrição da
liberdade. Em resumo, ao longo dos anos, o sistema penal tem se
concentrado mais em privar a liberdade do que em efetivamente
transformar os detentos.
O objetivo do cumprimento das penas privativas de liberdade é garantir
que os condenados possam reintegrar-se à sociedade sem representar
riscos, o que confirma o papel do Estado em fornecer um tratamento
penitenciário adequado.

Torna-se crucial estabelecer penas que sejam adequadas a uma


sociedade em constante evolução, melhorando-as e substituindo-as
sempre que necessário, para evitar que reformas adicionais aumentem
a descrença na pena de prisão como a única forma de exercer controle
social. Desde o surgimento das prisões, tem sido evidente a falência do
sistema carcerário em relação às medidas necessárias de punição e
prevenção. Cada vez mais, há uma indicação para restringir a privação
de liberdade a penas de longo prazo e para condenados que
representem um perigo real e tenham pouca probabilidade de
reabilitação.

A partir disto, o Estado apresenta diversas falhas no sistema prisional


que atrapalham o processo de ressocialização dos encarcerados.
Como por exemplo a superlotação, condições precárias na cela e
também a falta de programas de ressocialização eficazes e
adequadas. Desta maneira, o principal objetivo do sistema carcerário
nacional encontra-se anulado por alguns dos elementos que foram
citados acima, trazendo o fracasso de sua finalidade, que é garantir os
direitos humanos dos detentos para que possam viver em sociedade
novamente.

A interação entre Psicologia Jurídica e Direitos Humanos destaca a


importância da compreensão do comportamento humano dentro do contexto
jurídico, em prol da promoção da justiça e dignidade humana. Ao reconhecer
a complexidade das questões legais e psicológicas, podemos avançar na
construção de sistemas jurídicos mais éticos e sensíveis às necessidades
individuais e sociais. Portanto, é fundamental continuar explorando essa
interseção entre Psicologia, Direitos Humanos e sistema jurídico, visando
promover uma sociedade mais justa, equitativa e inclusiva para todos.

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