1. O documento descreve a natureza jurídica dos direitos de família no Brasil. Apresenta que os direitos de família regulam as relações dentro de um grupo familiar e são de natureza funcional, imperativa e pessoal.
2. Também explica que os estados civis como solteiro, casado e divorciado são estáveis e registrados no registro civil.
3. Detalha os efeitos pessoais do casamento, incluindo igualdade de direitos e deveres dos cônjuges, plena comunhão de vida e decisão com
1. O documento descreve a natureza jurídica dos direitos de família no Brasil. Apresenta que os direitos de família regulam as relações dentro de um grupo familiar e são de natureza funcional, imperativa e pessoal.
2. Também explica que os estados civis como solteiro, casado e divorciado são estáveis e registrados no registro civil.
3. Detalha os efeitos pessoais do casamento, incluindo igualdade de direitos e deveres dos cônjuges, plena comunhão de vida e decisão com
1. O documento descreve a natureza jurídica dos direitos de família no Brasil. Apresenta que os direitos de família regulam as relações dentro de um grupo familiar e são de natureza funcional, imperativa e pessoal.
2. Também explica que os estados civis como solteiro, casado e divorciado são estáveis e registrados no registro civil.
3. Detalha os efeitos pessoais do casamento, incluindo igualdade de direitos e deveres dos cônjuges, plena comunhão de vida e decisão com
1. Natureza de Grupo e Interiormente: o DF define as relações jurídicas
familiares que se desenvolvem dentro de um determinado grupo, grupo familiar (composto por membros ligados entre si por diversos vínculos familiares, como sendo o parentesco (por laços de sangue ou adopção, afinidade, a tutela, a união de facto e o casamento); Interiormente – porque circula de membro para membro em reciprocidade ou seja o dto do marido em relação a mulher, corresponde os direitos da mulher em relação ao marido e o mesmo ocorre nas demais relações entre pais e filhos e entre parentes etc. 2. Natureza Funcional: os DF são na sua maior parte verdadeiros poderes funcionais porque devem ser exercidos de acordo com a função que a lei lhes assinala. O fim em vista do qual o dto é exercido tem que ser aquele que é permitido por lei. 3. Natureza Imperativa e Indisponibilidade: porque os institutos do DF, são regulados por normas interrogáveis de natureza imperativa. As normas relativas ao casamento, divorcio, filiação etc, não podem ser derrogadas ou substituídas por outras estabelecidas por acordo entre as partes. 4. Natureza Pessoal: é um dto eminentemente pessoal, derivada como consequência o facto de serem direitos indisponíveis que não podem ser cedidos ou transmitidos a outrem por vontade das partes. Os dtos são intransmissíveis quer inter vivos ou mortes causa, porque extinguem-se com a morte do titular. Excepcionalmente a lei permite a transmissão de alguns dtos por morte a certos herdeiros. São ainda dtos irrenunciáveis, porquanto não consentir que os titulares a eles renunciem. 5. Estabilidade: registo civil e tipicidade: as relações de família são por natureza de carácter duradouro delas resultando situações jurídicas estáveis e permanentes a que se chama estados. O estado civil é uma situação jurídica complexa e duradoura e é formado por um conjunto de direitos, deveres, faculdades etc, relativos a uma determinada pessoa enquanto membro da comunidade familiar. Os estados são: solteiro, casado, divorciado ou viúvo. Em relação a família temos o estado de filho quanto ao parentesco e à afinidade, temos o estado de parente, o estado de afim. Estes dtos pela importância social que têm na vida de cada cidadão e da sociedade em geral, estão sujeitos a um regime especial que se denomina o registo civil. Este registo, torna publico os factos pertinentes à identificação de cada cidadão e bem assim ao seu estado familiar. 6. Efeitos Pessoais do Casamento a) Igualdade de Direitos e Deveres: do casamento os cônjuges adquirem estatuto jurídico de casados. As relações conjugais são baseadas em dtos e deveres recíprocos. O vínculo matrimonial é por natureza estável e duradouro: através do casamento, marido e mulher criam uma nova família, á qual devem dar o melhor de si mesmos. O princípio de igualdade dos cônjuges na celebração do casamento durante a sua vigência e quando da sua dissolução constitui a linha mestra em que assenta toda estrutura das relações pessoais dos cônjuges. As relações conjugais são pois baseadas em direitos e deveres recíprocos de tal forma que cada direito corresponde a assunção de um dever. Artº 2º nº2 da C.F. b) Plena comunhão de vida: envolvem relações de carácter físico, afectivo e intelectual entre marido e mulher. Advêm ainda efeitos pessoais director como sendo o relacionamento físico que abrange a convivência sexual comum. A recusa injustificada às relações sexuais por parte de um dos cônjuges ou a impotência para a sua consumação constituem factos que podem ser considerados como violação dos deveres conjugais ou causa de nulidade do casamento. A comunhão de vida constitui a finalidade legal do casamento, tem como substrato o facto material de os cônjuges viverem em coabitação, isto é terem uma residência comum, da qual implicará a comunhão de cama, mesa e habitação. c) Decisão Comum: daqui decorre que os cônjuges decidem em comum os assuntos fundamentais da família. Artº48º. Também no exercício da autoridade paternal sobre os filhos menores o pai e mãe são titulares de direitos e deveres iguais não se sobrepondo a vontade de um a do outro. Artº127º. Ao tomar as suas decisões comuns deverão obter o consenso entre si, não predominando a vontade ou o capricho de um deles. Eles têm o dever de agir de acordo com o interesse da própria família tendo em vista o benefício desta e não o seu próprio interesse pessoal. Ao tomarem as deliberações comuns da vida da família, cada um dos cônjuges deve respeitar a personalidade do outro no interesse dos filhos do casal agindo numa base de mútua transigência. 7. Poderes e Deveres matrimoniais a) Poder-Dever de respeito: Ele envolve o dever de prestar ao (e o direito de exigir do) outro consorte o respeito pela personalidade moral e física, abstendo-se de qualquer conduta ofensiva ou atentatória da integridade física ou moral do outro cônjuge. Cada um dos cônjuges deve ter em conta que o outro é uma pessoa humana dotada de personalidade e de dignidade próprias. A violação do dever de respeito em relação ao outro cônjuge pode consistir em diversas condutas, tais como as agressões físicas, as ofensas morais, as humilhações, o uso directo de expressão ofensivas, a difamação perante terceiros, a falsa atribuição ao outro cônjuge de condutas desonestas ou ainda a propagação não justificada perante terceiros de aspectos íntimos da vida do casal. b) Poder – Dever de Fidelidade: Em virtude do casamento, os cônjuges obrigam-se à convivência sexual comum, ficando simultaneamente inibidos de manter relações sexuais com terceira pessoa. O dever de fidelidade envolve, pois, a obrigação de vida sexual exclusiva entre os cônjuges. No conceito estrito do dever de fidelidade está a obrigação do cônjuge de não manter relações carnais fora do casamento, o que consubstancia o conceito de adultério. Há, porém, quem entenda que a infidelidade pode traduzir-se numa mera relação amorosa como terceira pessoa ou numa conduta de que possa resultar presunção de adultério, fazendo a distinção entre a infidelidade material, que é o adultério consumado, e a infidelidade moral, que pode consistir numa relação amorosa de simples namoro. Esta última conduta poderá integrar-se com mais rigor na violação do dever de respeito, acima mencionado. Há quem entenda como infidelidade as relação de natureza homossexual de um cônjuge com terceiro do mesmo sexo. A relação matrimonial é, na essência, uma relação de confiança. Nenhum dos cônjuges pode coercivamente obrigar o outro ao dever de fidelidade, sendo-lhe, porém, permitido reagir em relação ao outro se houver quebra desse dever, pois tal pode constituir uma causa de divórcio. c) Poder-Dever de Coabitação – como já vimos, o dever de coabitação consiste na convivência material de marido e mulher em comunhão de cama, mesa e habitação, segundo o modelo social de convivência conjugal. A coabitação pressupõe, pois, a residência familiar comum, um tecto sob o qual os cônjuges devem manter o seu relacionamento recíproco. O local onde coabitam os cônjuges, ou seja, a residência familiar, é, pela sua importância para a estrutura familiar, especialmente protegida por lei. Os cônjuges tem o dever de viver juntos, diz o artº44º do C.F. O Poder-Dever de coabitação aparece, no seu aspecto externo, representado pelo facto de os cônjuges viverem numa residência, o que leva a presumir que dentro dela os cônjuges mantenham o demais relacionamento normal próprio da vida matrimonial. Como vimos, os cônjuges podem suspender transitoriamente a obrigação da vida em comum por razões de diversa índole (razões de saúde, de formação profissional, o interesse dos filhos etc), sem que como tal pensem pôr fim ao seu relacionamento conjugal. Ele produz desde logo efeitos em relação ao exercício da autoridade paternal sobre os filhos menores do casal. O direito- dever de coabitação dos cônjuges na residência comum do casal é o suporte do direito ao arrendamento, no caso de dissolução do casamento, e do direito de cada um dos cônjuges a manter-se no domicilio conjugal independentemente da vontade do outro cônjuge, durante a permanência do vínculo conjugal. d) – Poder-Dever de Cooperação – O Poder-Dever de cooperação vem mencionado no artº45º do C.F e impõe a cada um dos cônjuges a obrigação de cooperar e de participar em todos os actos da vida familiar, prestando-se reciprocamente entre-ajuda, quer nos actos da vida doméstica quer na criação e educação dos filhos. Este artº45º diz especificamente que os cônjuges devem participar de forma solidária na vida familiar e comparticipar nos trabalhos domésticos. Tal repartição de tarefas dentro da vida do lar vai permitir à mulher, quando tal não pretenda, não arcar com a totalidade da sobrecarga de prestação de serviços que a manutenção do agregado familiar requer. O princípio da cooperação procura assim uma distribuição equitativa e harmónica de todos os actos que integram a vida em comum do casal, assumindo cada um dos cônjuges as tarefas que estejam em consonância as suas próprias capacidades, nu espírito de altruísmo e de afecto recíproco. e) Poder-Dever de Assistência – O dever de assistência pode traduzir-se em dois aspectos complementares: o de assistência material e o de assistência moral. O dever de assistência no sentido material implica que cada cônjuge tem o dever de prestar ao outro ajuda económica, quando ele carecer, e ainda o dever de ambos participarem nas despesas que resultem da vida comum (encargos normais da vida familiar). O dever de assistência no sentido material obriga em princípio os cônjuges a contribuir com valores pecuniários para a manutenção da família. No caso de um dos cônjuges não auferir salários ou rendimento próprio, essa prestação pode ser consubstanciada na prestação de serviços ou na produção de bens. O dever de assistência material mantém-se mesmo no caso de haver separação de facto e pode até persistir para além da dissolução do vínculo matrimonial. O ex-conjuge pode ter direito a prestação de alimentos por parte do outro. O artº 46º do C.P dispõe que os cônjuges devem contribuir conjuntamente para os encargos da vida familiar, de harmonia com as suas possibilidades, devendo entender-se como encargos da vida familiar os que abrangem o sustento, vestuário, habitação e todos os necessários a vida normal da família. Mas podem também abarcar os encargos de natureza excepcional, como os decorrentes de necessidades de tratamento médico, de um óbito, etc. NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO AO DIVÓRCIO O direito ao divórcio caracteriza-se em primeiro lugar por se tratar de uma simples faculdade legal. Como faculdade que é, a lei deixa ao titular do direito ao divórcio a decisão de querer ou não usar desse direito, e por esta razão se pode concluir que ninguém é obrigado a exercê-lo. As faculdades reflectem um interesse do titular, não têm um objecto específico e têm diante de si sujeitos meramente passivos como obrigações sem direitos. Mesmo que se verifiquem num determinado casal factos que podem constituir fundamento legal para declarar o divórcio, não se torna obrigatória que ele se venha a operar. O direito ao divórcio caracteriza-se ainda por ser um direito potestativo, o que implica que ele pode ser exercido independentemente da vontade do outro cônjuge. O cônjuge titular do direito ao divórcio, se quiser obtê-lo, deve expressar essa vontade na competente acção judicial. Obtida a confirmação judicial de que os fundamentos invocados existem, é proferida a sentença judicial que declara, com base neles, a dissolução do casamento por divórcio. O outro cônjuge, contrariamente a um entendimento erróneo muito difundido, não tem que conceder ou não conceder o divórcio, mas sim suportar os efeitos jurídicos que vão advir do exercício do direito ao divórcio pelo outro cônjuge. É um direito de natureza irrenunciável, não podendo os cônjuges fazer antecipadamente qualquer declaração de renúncia ao direito ao divórcio, seja essa renúncia feita de forma genérica, seja por forma específica, renunciando previamente ao direito ao divórcio, por este ou aquele fundamento legal. As acções de divórcio, como as demais acções de estado, porque se repercutem no estado civil das pessoas, não podem ser objecto de confissão ou transacção judicial , mas tão somente de desistência – artº299º, nºs 1 e2 do C.P.C. Também no nosso direito a acção de divórcio não pode ser exercida por meio de mandato outorgado a terceiro, e só no caso de interdição ela pode ser exercida pelo representante legal do interdito, nos termos aliás previstos para os poderes de accionar contidos no artº238º, alínea c) do C.F. CAUSAS DE EXTINÇÃO DO DIREITO AO DIVÓRCIO A – Instigação A instigação verifica-se quando a conduta faltosa do cônjuge deriva do comportamento deliberado do outro. Deste modo, muito embora se verifiquem factos que podiam constituir causas legais de divórcio por infracção de deveres conjugais, sucede que eles decorreram de instigação ou provocação por parte do outro. Estamos perante causas de justificação, ou causas de exclusão da ilicitude, pelo que o comportamento do cônjuge deixa de se ilícito, em razão do comportamento que, em relação a essa falta, teve o outro cônjuge. O artº100º do CF, exclui o direito a obtenção do divórcio por parte do cônjuge que tiver instigado o outro a praticar o facto invocado como fundamento do pedido, ou que tenha criado intencionalmente condições propícias a sua verificação. B – O Perdão e Reconciliação O perdão é um acto jurídico unilateral, que se insere no âmbito da vontade do titular do direito ao divórcio. O cônjuge pode livremente considerar que prefere esquecer a ofensa e manter a vida conjugal com o outro cônjuge. O perdão pode ser concedido sob condição de o cônjuge culpado não reincidir. O cônjuge que concede o perdão deve exigir garantia e segurança de que o outro não volta a prevaricar. Além do perdão, existe ainda a reconciliação dos cônjuges como causa extintiva do direito ao divórcio. A reconciliação é já um acordo da vontade de ambos os cônjuges e consiste simultaneamente na verificação de dois elementos: o elemento moral e o elemento material. O primeiro elemento traduz-se na concordância dos cônjuges em esquecer a ofensa ou ofensas recíprocas, reconhecendo as próprias culpas quando as houver de ambos. O segundo elemento, o material, consubstancia-se no facto de a vida em comum dos cônjuges ser retomada em toda a sua plenitude. Tanto o perdão como a reconciliação excluem o direito ao divórcio, mas só revelam quanto a factos anteriores, traduzindo-se numa renúncia tácita de requerer o divórcio perante uma situação concreta. Não tem relevância quanto a factos supervenientes ou quanto a factos cujo conhecimento seja posterior ao perdão ou conciliação. O perdão e a reconciliação, como actos jurídicos, estão sujeitos a ser anulados no caso de se apurar que a sua concessão ou produção se verificaram em virtude de erro, dolo ou coação. O cônjuge que na acção de divórcio invoca factos que integrem o perdão por parte do outro ou a reconciliação dos cônjuges terá sobre si o encargo do ónus da prova desses factos, de acordo com a regra geral do artº342º, nº2 do C.C já citado. C – A Caducidade do Direito ao Divórcio O exercício do direito ao divórcio está ainda sujeito a caducidade se não for exercido no prazo legal. Hoje, o artº102º do CF, mantém o prazo de dois anos para o exercício do direito ao divórcio. EFEITOS DA DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO 1 – Efeitos da dissolução do casamento por morte O estado de viuvez inicia-se com a morte do outro cônjuge, verificada directamente pela data constante do assento de óbito ou indirectamente pela data presumível da sua verificação declarada pelo tribunal. A partir desse momento cessam em relação ao cônjuge supersiste os direitos e deveres que decorriam do casamento. No entanto, o viúvo conserva na sua titularidade vínculos pessoais próprios do casamento anteriormente contraído. a) Direito ao nome – artº 1675º NULIDADE DO CASAMENTO Graus de invalidade a) Inexistência do casamento – todo aquele a que faltar qualquer dos pressupostos da existência do mesmo, nomeadamente: pessoas do mesmo sexo, pessoas que não tenham poderes funcionais para tal (casamento farsa) e falta da vontade de um ou ambas as partes AUTORIDADE PATERNAL E SEU EXERCÍCIO É o direito atribuído ao pai e a mãe e é de natureza pessoal, irrenunciável e intransmissível. Excepcionalmente, a autoridade paternal é renunciável – é o que acontece no caso da constituição do vínculo de adopção. Em natureza funcional, pois é atribuída ao pai e mãe, não no seu próprio interesse, mas no interesse do filho e da sociedade. (art. 130º) O exercício pelos pais, no seu próprio interesse, da autoridade paternal, prejudicando o interesse do filho, constitui abuso de direito e deve obrigar os órgãos de educação e de assistência, da Procuradoria da Republica e dos Tribunais, em defesa do menor. O Tribunal pode intervir para alterar as decisões que os pais tenham tomado relativamente à vida do filho e que sejam lesivas do interesse do menor e da sociedade em geral.(art. 140º/2). Ela é exercida durante a menoridade do filho (art. 134º/1). CONTEUDO DA AUTORIDADE PATERNAL Tem como conteúdo um conjunto de poderes, de deveres e de prerrogativas que incidem sobre a própria pessoal física e moral do filho e sobre o seu património. Convista a prossecução dos fins para cuja realização se atribui a autoridade paternal, a lei prevê o dever de obediência dos filhos em relação a seus pais (artº 137º, 2º/2 e 6º), art. 12º Convenção das Nações Unidas Sobre o direito das Crianças. CONTEUDO DE NATUREZA PESSOAL Vem expresso no art. 135º no qual incumbe aos pais a guarda, vigilância e o sustento dos filhos menores e a prestação de cuidados com a saúde e educação. a) PODER DEVER DE GUARDA Os pais devem manter os filhos em convivência directa consigo, protegendo- os na sua integridade física e moral e integrando-os no seu agregado familiar em vivência comum. O direito a guarda consubstancia-se na obrigação e no direito do filho a viver com os pais na residência destes. (art. 136º). Por via do poder dever de guarda, os pais são investidos no direito de fixar o domicílio do filho menor. (art. 85º CC). A retirada dos filhos menores da residência dos pais sem seu consentimento constitui ilícito penal tipificado nas formas de subtracção de menores, constrangimento a abandonar a casa de residência, ocultação, troca ou descaminho art. 343º e 344º CP). Aqui os pais podem pedir intervenção da polícia para a entrega do filho. A lei não permite o afastamento dos filhos menores da residência familiar, seja por meio de expulsão ou qualquer outro meio de expulsão. Os pais podem delegar os seus poderes em terceira pessoa, colocando o filho em colégio, em casa de parente, ou instituição social, desde que seja idónea a entidade a quem o menor é entregue. Aqui dá-se a continuação do exercício do poder paternal de guarda através de um intermediário que é um acto de natureza temporária. b) PODER DEVER DE VIGILANCIA Os pais devem velar pela integridade física e moral dos filhos, afastando-os dos perigos que possam atingir na sua própria pessoa ou na sua formação moral. No aspecto moral, devem velar sobre as relações do filho, impedindo que ele conviva e acompanhe pessoas moralmente mal formadas que possam incutir-lhe vícios ou comportamentos censuráveis. Tem o direito de fiscalizar as relações dos filhos. O dever de vigilância resulta para os pais a obrigação de impedirem que o filho pratique actos lesivos dos direitos de outrem, sendo no geral responsáveis pelos actos cometidos pelo filho (art. 419º CC). A lei atribui a culpa in vigilando aos pais ou a quem os substitui o dever de reparar os danos causados por conduta de natureza dolosa ou meramente culposa dos filhos menores. c)PODER DEVER DE PRESTAÇÃO DE SUSTENTO E CUIDADOS DE SAUDE É um dever primordial dos pais em relação aos filhos (art. 135º e 249º/1). A obrigação de alimentos é uma forma do dever de assistência material e nela se incluem a prestação de alimentos, vestuário, habitação e educação. Esta é uma obrigação de natureza solitária dos pais, porque pode ser exercida na sua totalidade a qualquer um dos pais. A prestação de cuidados de saúde envolve tudo quanto diga respeito ao desenvolvimento físico e psíquico do menor, protegendo- o de doenças através de vacinações e outros meios de sanidade e da devida autorização para tratamentos ou intervenções cirúrgicas a que o menor seja submetido. c) PODER DEVER DE EDUCAÇÃO O fim essencial e primordial da autoridade paternal, é a formação do filho (art. 130º). Este poder está em consonância com as capacidades e recursos dos pais (art. 130º/2). Os pais podem orientar o menor a escolher as suas opções escolares e profissionais. CONTEUDO DE NATUREZA PATRIMONIAL a)ADMINISTRAÇÃO ORDINARIA DOS BENS DOS FILHOS Abrange em regra os poderes de administração legal dos bens dos filhos (art. 138º). No exercício deste direito os pais têm o dever de diligenciar, como impõe o art. 144º/1. Essa administração está dirigida para a conservação e frutificação normal dos bens do menor, aproveitando os frutos e rendimentos que os mesmos produzem, sem alterar a sua estrutura e substancia. Esses actos devem ter como objectivo a gestão e conservação do património, são pois actos de administração ordinária. O direito de administração dos bens envolve o direito ao usufruto legal dos bens dos filhos (art. 143º). b) BENS EXCLUIDOS DA ADMINISTRAÇÃO DOS PAIS A administração legal dos bens dos filhos pode porem em certos casos não pertencer aos pais. É o que verifica conforme o previsto no art. 142º quando se trate: - Bens excluídos da administração dos pais por imposição expressa de terceiro ou do Tribunal (bens doados ou deixados a titulo sucessório ao menor); - Do produto do trabalho dos filhos (a lei prevê que seja o próprio menor a usufruir do fruto do seu trabalho).
a) ACTOS DE ADMINISTRAÇÃO EXTRAORDINARIA
A administração legal dos bens dos filhos é, porem, de natureza restrita, pois é exercida dentro dos limites da administração ordinária, destinada a conservação dos bens e a sua frutificação normal. Os actos que extravasem este limite só podem ser praticados coma autorização do Tribunal. (Art. 141º) EFEITOS DA ANULAÇÃO DO CASAMENTO Em relação ao cônjuge ou cônjuges de boa fé: * Se ambos estavam de boa fé o casamento produz efeitos até ao trânsito em julgado da sentença que declara a sua anulação, ou seja ex-tunc – art. 71º/1. * O mesmo ocorre quando um só dos cônjuges estava de boa fé, pode ele arrogar- se a produção dos benefícios do casamento perante o pseudo ex-conjuge e perante terceiros – art. 71º/2 Aqui pode ser invocada a figura do casamento putativo. * os pseudo-conjuges passam ao estado civil anterior (solteiro,viuvo ou divorciado); - Cessa o direito ao uso do nome e cessa igualmente o vinculo de afinidade; - Mantém-se o direito à nacionalidade angolana adquirida pelo casamento (art. 12º/3 Lei Nacionalidade); Efeitos patrimoniais: - mantém-se as doações entre cônjuges feitas por terceiros; Efeitos sucessórios: - se durante a vigência do casamento anulado, o cônjuge tiver sido chamado à sucessão do outro cônjuge, o efeito sucessório mantém-se. - Se a sucessão tiver sido proferida a sentença de anulação, o direito sucessório desaparece. - Procede-se a liquidação do património; - Se o cônjuge tiver sido emancipado pelo casamento, a emancipação permanece. Em relação ao cônjuge de má fé: Não pode ser invocada a figura do casamento putativo, por isto em relação ao cônjuge de má fé não produz qualquer efeitos. Não adquirem qualquer beneficio. - perde-se direito à nacionalidade que tenha sido adquirida; - Perde-se o uso do nome; - Perde-se o direito a alimentos; - Perde-se o direito à emancipação Efeitos patrimoniais: - desaparece retroactivamente o regime económico que tiver vigorado e opera-se a liquidação do património como se de uma sociedade se tratasse; - Perdem o direito às doações que tenham beneficiado em razão do casamento; - Deve restituir tudo quanto tenha beneficiado em função do casamento no que respeita ao direito sucessório. Em relação aos filhos: Não prejudica de qualquer forma os filhos. Art.71º/3 CF e 163º