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GRUPO

Aplicação do Direito Penal no Sistema Prisional

Aluno: Wagner

Orientador:

BELO HORIZONTE
2021

RESUMO
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A presente pesquisa buscou analisar o sistema prisional brasileiro, contrapondo a


punição com a recuperação do detento, entendendo a realidade que o cerca
atualmente. Foi destacado que o sistema prisional brasileiro apresenta diversos
fatores que o torna ineficaz na ressocialização. Gradativamente a pena privativa de
liberdade foi sendo inserida como forma de condenação, mas de maneira precária e
sem direitos garantidos aos condenados. Se hoje os mesmos possuem direitos
garantidos pela instituição legal, na prática o mesmo não é observado. São
necessárias medidas para trabalhar essa problemática, como a intervenção penal,
somente em casos mais graves, alternativas para delitos menores, além de uma
maior humanização do sistema prisional garantindo aos detentos os seus direitos e
uma possível ressocialização. A metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica e a
experiência profissional. Concluindo que o trabalho se mostrou fundamental para
analisar o sistema prisional e entender o papel dos agentes envolvidos nesse
contexto.

Palavras – chave: Ressocialização. Sistema Prisional. Penas. Detentos.


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ABSTRACT

The present research sought to analyze the Brazilian prison system, opposing
punishment with the detainee 's recovery, understanding the reality that surrounds
him currently. It was emphasized that the Brazilian prison system has several factors
that make it ineffective in the resocialization. Gradually the penalty of deprivation of
freedom was inserted as a form of condemnation, but in a precarious way and
without guaranteed rights to the condemned. If today they have rights guaranteed by
the legal institution, in practice the same is not observed. Measures are needed to
deal with such problems, such as criminal intervention only in more serious cases,
alternatives to minor offenses, and a greater humanization of the prison system by
guaranteeing detainees their rights. The methodology adopted was bibliographic
research and professional experience. Concluding that the work proved to
fundamental to analyze the prision system and understand the role of the agentes
involved in this contexto.

Keywords: Resocialization. Prison system. Feathers. Detainees.


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1. INTRODUÇÃO

Um sistema prisional ineficiente acarreta no descrédito de prevenir e reabilitar


um indivíduo condenado à liberdade restringida. A sociedade brasileira torna-se,
assim, perplexa frente ao paradoxo que é o sistema carcerário brasileiro, onde há
um avanço acentuado da violência, um desejo pelo recrudescimento da pena e,
ainda assim, a superpopulação prisional, e ineficaz ou inexistentes programas para
recuperação do condenado.
Na atualidade, noticiários e meios de vivência apontam para um sistema
prisional precário, marcado pelo abandono, falta de investimento e descaso do poder
público, dentre outros fatores que colaboram para uma precariedade do sistema
prisional, agravando uma realidade já preocupante. Se, antes a prisão era um
instrumento substitutivo da pena de morte e torturas constantes, hoje ainda não
efetivou o fim correcional da pena, se tornando uma escola de aperfeiçoamento do
crime, oferecendo um ambiente degradante e pernicioso, o que impossibilita a
ressocialização do detento.
A violação dos direitos dos indivíduos com pena privativa de liberdade é
constante, contando com total inobservância das garantias legais na execução
dessas penas. Quando um indivíduo recebe uma condenação, ele passa ser
tutelado do Estado, mas acaba perdendo não somente o direito à liberdade, mas
também outros direitos fundamentais que não foram atingidos pela sentença, como
ser alojado em um local sem infraestrutura adequada, acarretando na perda da sua
personalidade e dignidade, falta de atendimento médico, de lazer, de alimentação
equilibrada e, assim, são inseridas em um processo que não oferece condições para
prepará-lo quando chegar o momento do seu retorno à sociedade.
Torna-se importante analisar os riscos ao privar um indivíduo de liberdade
sem lhe oferecer um correto tratamento, buscando sua reeducação e reinserção
social, visando proporcionar uma filosofia de vida diferente da que possuía quando
cometeu determinado crime. É ineficaz privar a liberdade e o convívio social de um
indivíduo dito como criminoso e posteriormente reinseri-lo na sociedade com o
mesmo pensamento.
O presente trabalho baseia-se na necessidade de entender o funcionamento
do sistema carcerário brasileiro, bem como suas características, seus problemas e
também suas especificidades. Constituindo um problema que afeta toda sociedade,
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é fundamental propor estratégias para sua melhoria, bem como entender as


principais problemáticas que o cercam e as razões que o levaram a atuar de forma
ineficaz.
Além disso, para o estudante do curso de Direito, a pesquisa é pertinente
para complementar sua formação, sendo possível unir o que foi aprendido durante a
graduação com o material pesquisado e entendendo o seu papel profissional dentro
dessa temática.
Possui como objetivo analisar o sistema prisional brasileiro, contrapondo a
punição com a recuperação do detento.
Para isso, contará com a pesquisa bibliográfica como método, onde após a
escolha do tema, foram coletados livros, artigos e materiais disponíveis na internet
em sites científicos como Scielo e Google Acadêmico que abordam o assunto aqui
trabalhado. Esse material foi analisado minuciosamente, sendo escolhidos os que se
encaixavam nos objetivos propostos, iniciando assim, a execução do trabalho.
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2. METODOLOGIA

Os conceitos utilizados foram do tipo de pesquisa de natureza aplicada,


elaborada em atividade empírica, o trabalho teve sua origem nas condições das
prisões brasileiras e sua ascendência.Objetivando gerar conhecimento para sua
aplicação, sendo a forma de abordagem qualitativa, viabilizando um panorama mais
adequado da compreensão do problema, usando de forma descritiva para expor o
ambiente tratado e buscar uma nova ótica sobre ela, com procedimentos de
pesquisas bibliográficas que compreendeu o levantamento de várias obras e
legislações pertinentes sobre o tema. Foram realizadas pesquisas em acervos
particulares e públicos nas obras de cunho social e jurídico além de buscas em
páginas confiáveis da plataforma da internet, a experiência profissional de alguns
anos no âmbito do sistema carcerário proporcionou uma análise mais realista da
atual situação, contribuindo assim para um melhor desenvolvimento do tema
proposto, com uma metodologia objetiva que atende as formas de pesquisa
propostas para a conclusão desse trabalho.
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3. A EVOLUÇÃO DO SISTEMA PRISIONAL

O Direito Penal, de acordo com Benetti (1996), até o século XVIII, foi marcado
por penas desumanas, mas não utilizando a privação de liberdade como penalidade,
mas como custodia, garantindo que o acusado não pudesse fugir e para que
houvesse tempo para a produção de provas por meio de tortura. Com isso, o
acusado aguardava o julgamento privado de liberdade e posteriormente, a pena,
sendo o encarceramento um meio, mas não o fim da punição.
Nascimento (2003) aponta que, durante a Idade Média, castelos, fortalezas,
conventos e mosteiros eram tidos como prisões, onde criminosos eram aprisionados
para cumprir pena privativa de liberdade, a qual foi autorizada pela Igreja, buscando
que os criminosos pudessem meditar, arrependendo-se do crime praticado e
reconciliando-se com Deus. A prisão não era vista como pena, mas um
encarceramento do indivíduo em cavernas subterrâneas, túmulos, fossas, torres e
calabouços, sendo caracterizada como uma pena pior do que a execução, pois o
prisioneiro encontrava-se em total abandono. A pena aplicada não era reconhecida
como caráter preventivo e com finalidade de ressocialização do detento, mas
apenas como prisão para puni-lo, embora de forma não eficaz.
De acordo com Oliveira (1996):

As penas mais graves foram as primeiras a serem atenuadas para depois


desaparecerem. À medida que tais penas se retiram do campo da
punibilidade, formas novas invadem os espaços livres. A pena privativa de
liberdade durante muito tempo guardou um caráter misto e indeciso. Muitas
vezes, era aplicada acessoriamente, até se desembaraçar, pouco a pouco,
e atingir sua forma definitiva. De prisão preventiva, passou posteriormente
para prisão, na forma de pena privativa de liberdade. Só no século XVIII é
que foi reconhecida como pena definitiva em substituição à pena de morte.
(OLIVEIRA, 1996 p. 45).

Segundo Benetti (1996), no século XVIII a pena privativa de liberdade passou


a ser considerada uma forma de punição no Direito Penal, mas o banimento das
penas desumanas ocorreu de forma gradativa. Assim, a prisão passou a exercer um
papel de punição, vista como uma forma de humanização das penas. Essa mudança
de punição ocorreu juntamente com as mudanças políticas, com a queda do antigo
regime e a ascensão da burguesia. A punição cruel deixa de ser um espetáculo
público, pois incentivava a violência. Passando a punir a alma ao invés de punir o
corpo, dá-se fim às punições imprevisíveis e ineficientes do soberano sobre o
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condenado, ou seja, o poder de julgar e punir passam a ser distribuído de forma


mais correta, havendo proporcionalidade entre crime e punição.
Porém, de acordo com o autor acima citado, as novas prisões que surgiam
não possuíam princípios de normas penitenciárias, onde promiscuidade e falta de
higiene, insalubridade e falta de infraestrutura eram componentes do sistema
punitivo. Não havia também nenhuma preocupação com as medidas de
ressocialização.
De acordo com Dias (1995), no final do século XVIII e início do século XIX
surgiu na Filadélfia, Estados Unidos, os primeiros presídios que seguiam o sistema
celular, ou sistema Filadélfia, constituindo de reclusão total, onde o preso ficava
isolado do mundo externo e dos demais condenados e a cela, além de repouso,
também servia para trabalho e prática de exercícios físicos.
Dias (1995) aponta que em 1820, outro sistema surgiu nos Estados Unidos,
denominado Sistema Auburn ou Sistema de Nova Iorque, caracterizado por reclusão
e isolamento absoluto, mas apenas durante o período noturno. Durante o dia,
refeições e trabalho se davam de forma coletiva, mas com a regra do silêncio, sem
comunicação ou troca de olhares e vigilância absoluta.
Em Norfolk, colônia inglesa que, segundo Leal (2001), surgiu um novo
sistema prisional, combinando os outros dois sistemas e criando a progressão da
pena. Inicialmente o detento era submetido ao isolamento total, seguido do
isolamento apenas noturno aonde ia adquirindo e acumulando vales que
posteriormente iria servir para inseri-lo em um sistema de condicional. Após cumprir
o prazo de sua pena, seguindo essas regras, obteria a liberdade definitiva.
Leal (2001) explica que esse sistema foi levado para a Inglaterra e sofreu
aperfeiçoamento na Irlanda, onde o detento trabalhava em um ambiente aberto, sem
as restrições do regime fechado. Vários outros sistemas foram surgindo, como o
sistema Montesino na Espanha, que contava com trabalho remunerado e buscava
um meio regenerador da pena. Na Suíça foi criado um estabelecimento penitenciário
na qual os presos ficavam na zona rural, trabalhando ao ar livre, eram remunerados
e contava como uma menor vigilância.
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3.1. O sistema carcerário no Brasil

Até 1830 no Brasil, segundo Oliveira (1996), não existia um Código Penal
próprio, já que o país ainda era uma colônia portuguesa, submetendo-se às
Ordenações Filipinas, que apontava para crimes e penas que deveriam ser
aplicados através do seu Livro V. Previam-se morte, penas corporais, confisco de
bens, multa e humilhação pública, mas não cerceamento ou privação de liberdade.
Porém, em 1824, a Nova Constituição iniciou uma reforma no sistema punitivo
brasileiro. As penas de açoite, tortura, ferro quente e outras penas cruéis foram
abolidas, determinando que as cadeias devessem ser seguras, limpas, arejadas e
com separação de réus, conforme a natureza de seus crimes. A abolição das penas
cruéis não foi plena, pois escravos ainda estavam sujeitos a elas.
Oliveira (1996) aponta ainda que, em 1830, o Código Criminal do Império
introduziu no Brasil a pena de prisão em duas formas, a prisão simples e a prisão
com trabalho. Esse Código Criminal atentava que a pena de prisão deveria ter papel
predominante no rol das penas, mas que se mantivessem as penas de morte, não
escolhendo nenhum sistema penitenciário específico, deixando livre o regulamento a
ser seguido pelos governos provinciais.
Para Miotto (1992), no ano de 1850 e 1852 as Casas de Correção do Rio de
Janeiro e de São Paulo, respectivamente, foram inauguradas, gerando um debate
quanto aos sistemas penitenciários estrangeiros, com uma preocupação em gerar
um ambiente favorável para o cumprimento das penas previstas no Código de 1890,
sendo escolhido o Sistema de Auburn para ambas as instituições carcerárias,
contendo oficinas de trabalho, pátios e celas individuais.
Porém, Miotto (1992) explica que já se percebia escassez de
estabelecimentos próprios para o cumprimento das penas previstas no Código de
1830 desde a sua promulgação. Com o novo Código de 1890, a maioria dos crimes
previa pena de prisão celular, envolvendo trabalhos dentro da prisão, mas não
existiam estabelecimentos adequados e um número de vagas bem menor do que o
de detentos.
Verificava-se, segundo Leal (2001), a necessidade de instituições adequadas
para o cumprimento das penas desde o Código Penal de 1890, mas apenas em
1905 foi aprovada uma lei para substituição da antiga penitenciária e a construção
de uma nova, a Penitenciária do Estado, capaz de comportar 1.200 detentos,
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dispondo de oficinas de trabalho, celas de tamanho adequado, boa ventilação e


iluminação. Depois de várias adequações estruturais, foi inaugurada em 1920,
mesmo não estando completamente construída.
De acordo com Pereira (2016), em 1940, durante o governo de Getúlio
Vargas, foi publicada a consolidação das Leis Penais e Leis Modificadoras,
formando o Código Penal Brasileiro. As penas foram, então, divididas em principais
e acessórias, levando-se em conta a gravidade do delito, compreendendo reclusão,
detenção, multa, perda da função pública, interdições de direitos e publicação da
sentença. A reclusão é a mais rigorosa, sendo executada de acordo com o sistema
progressivo. O modelo penal de 1940 sofreu modificações nos anos de 1969, 1977,
1981 e 1984, sendo adequados à ideologia vigente da época.
Ainda segundo o autor acima citado, as adequações realizadas surgiram pela
necessidade de uma mentalidade mais humana, criando medidas penais para
crimes de pequena relevância e respeitando a dignidade do homem. Porém, a
insegurança surgida pelo aumento da violência urbana e criminalidade não
encontrou resposta na nova lei, possibilitando ao juiz somente a aplicação de penas
mais elevadas, para os crimes praticados com violência, o que pode dificultar a
repressão penal como forma de defesa social.
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4. O SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO NA ATUALIDADE

O sistema prisional brasileiro apresenta diversos fatores que o torna ineficaz


na recuperação do detento. De acordo com Arruda (2016), a demora na concessão
de benefícios garantidos aos condenados é um dos fatores que colaboram para a
fragilidade do sistema prisional. O abandono do detento após a sua condenação é
significativa, tanto por parte do Estado quanto por parte dos demais operadores do
Direito. Geralmente, os defensores consideram o trabalho concluído na defesa até a
sentença, ignorando os incidentes da execução e os direitos que o detento possui
após o encarceramento.Conforme Assis:

Ocorrem na prática a constante violação de direitos e a total inobservância


das garantias legais previstas na execução das penas privativas de
liberdade. A partir do momento em que o preso passa à tutela do Estado,
ele não perde apenas o seu direito de liberdade, mas também todos os
outros direitos fundamentais que não foram atingidos pela sentença,
passando a ter um tratamento execrável e a sofrer os mais variados tipos de
castigos, que acarretam a degradação de sua personalidade e a perda de
sua dignidade, num processo que não oferece quaisquer condições de
preparar o seu retorno útil à sociedade. (ASSIS, 2007 p. 75).

Outro problema apontado por Arruda (2016) é a corrupção, onde agentes


públicos recebem vantagens indevidas por parte dos presos para que estes tenham
acesso a algum tipo de privilégio. Isto acontece por parte da população carcerária
privilegiada com vantagens pessoais e porque relações apresentadas nas prisões
são norteadas pelo envolvimento do dinheiro do tráfico de drogas e crimes afins.
Arruda (2016) explica que a falta de ocupação é um problema significativo no
sistema prisional brasileiro, já que a ociosidade faz com que os presídios acabem se
transformando em base de comando para os detentos, já que eles acabam se
inserindo no crime dentro e fora da prisão. Assim, o Estado gasta dinheiro público,
mas não consegue reabilitar o condenado, ocasionando a falta de segurança na
sociedade e impedindo que o recluso retorne ao meio social de forma adequada.
A situação da saúde pública nos presídios é outro agravante apontado por
Arruda (2016), já que na maioria das vezes o detento precisa sair da unidade
prisional para receber tratamento médico adequado. Os ambulatórios que consegue
sobreviver à má administração não possuem condições adequadas para prestar
assistência médica. Com isso, os presídios se tornam um meio de transmissão de
doenças e desenvolvimento de formas resistentes de bactérias. Porém as doenças
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não são restritas aos muros dos presídios, pois muitas delas são levadas para a
sociedade pelos servidores penitenciários, bem como pelos parentes dos presos e
com as visitas íntimas, propagando diversas moléstias. Segue o mesmo autor,
afirmando que:

Os presos adquirem as mais variadas doenças no interior das prisões. As


mais comuns são as doenças do aparelho respiratório, como a tuberculose
e a pneumonia. Além dessas doenças, há um grande número de presos
portadores de distúrbios mentais, de câncer, hanseníase e com deficiências
físicas. Quanto à saúde dentária, o tratamento odontológico na prisão
resume-se à extração de dentes. Não há tratamento médico-hospitalar
dentro da maioria das prisões. Para serem removidos aos hospitais, os
presos dependem de escolta do Grupo de Escolta Prisional ou da Policia
Militar, a qual na maioria das vezes é demorada, pois depende de
disponibilidade. (ASSIS, 2007 p. 75).

Com todos os problemas apresentados, Assis (2007) esclarece que acaba


ocorrendo uma dupla penalização do condenado, visto a pena de prisão
propriamente dita e o péssimo estado das penitenciárias onde o detento permanece.
Com isso, a manutenção do preso em péssimo estado de infraestrutura, faz com que
a pena perca seu caráter de ressocialização e o detento não seja atendido aos fins
sociais a que tem direito.
De acordo com Barbato (2007), as garantias legais previstas durante a
execução da pena, bem como os direitos humanos do preso, estão previstos em
diversos estatutos. Em nível mundial, há várias convenções, como a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, a Declaração Americana de Direitos e Deveres do
Homem e a resolução da ONU que prevê as Regras Mínimas para o Tratamento do
Preso.
Em nível nacional, Barbato (2007) aponta a Carta Magna, que reserva 32
incisos no art. 5° tratando das garantias fundamentais do cidadão e a proteção das
garantias do homem condenado a pena privativa de liberdade. Existe também a Lei
de Execução Penal, com os incisos de I a XV do art. 41, dispondo sobre os direitos
infraconstitucionais garantidos ao sentenciado no decorrer da execução penal. No
campo legislativo, o estatuto executivo-penal é visto como um dos mais avançados e
democráticos existentes, baseando-se na ideia de que a execução da pena privativa
de liberdade deve ter por base o princípio da humanidade, e qualquer modalidade de
punição desnecessária, cruel ou degradante será de natureza desumana e contrária
do princípio da legalidade.
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Mesmo com todos esses dispositivos legais, Foucault (2004) esclarece que o
aparato oferecido pelo Estado para prevenir e punir delitos se mostra ineficaz,
apontando para a necessidade de encontrar e solucionar pontos de deficiência para
se alcançar os objetivos propostos pelos estabelecimentos penitenciários. Um
sistema prisional debilitado eleva a violência, diminuindo a possibilidade de
recuperação do preso, gerando medo e insegurança para a sociedade. Além disso,
o aumento da criminalidade gera maiores gastos com segurança e saúde pública,
necessitando de maior policiamento. Assim, o dinheiro público que poderia ser
utilizado em prol da população, passa a ser utilizado para remediar os efeitos da má
administração prisional.
No Brasil, segundo Prudente (2009), a taxa de reincidência criminal é
bastante elevada, visto que não há reeducação buscando aprimoramento humano e
profissional e, quando o detento retorna ao convívio social, geralmente se envereda
novamente para o crime, constituindo um ciclo, já que quanto mais indivíduos se
prendem, mais presos em potencial se estão formando, mas com o diferencial de
que a prisão os aprimora para o crime.
Prudente (2009) aponta que, apesar de ser uma exigência para a
ressocialização, as atividades laborais e os cursos profissionalizantes estão longe de
ser uma realidade. No país, existe um esforço para aplicar e conscientizar sobre a
importância e necessidade de penas alternativas, mas, ainda assim, continuam
sendo uma exceção. Os crimes de menor gravidade, inclusive contra o patrimônio,
são punidos com prisão, havendo grande mistura entre os detentos.
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5. O SISTEMA PRISIONAL EM OUTROS PAÍSES

Ao analisar o sistema prisional brasileiro, torna-se pertinente contrapô-lo com


o de outros países. Delmas (2004) expõe que, nos Estados Unidos, uma política
rígida é adotada dentro das penitenciárias, principalmente no que diz respeito ao
comportamento dos detentos, com grandes investimentos na construção de casas
de detenção buscando atender a uma crescente demanda. Já dentro dos presídios
existe um forte rigor imposto pelos agentes penitenciários e utilização de mão-de-
obra que se assemelha a uma espécie de escravidão. Na Rússia o sistema prisional
é bastante parecido e ambos os países não apresentam programas eficientes
buscando a ressocialização dos detentos.
Delmas (2004) explica que no Japão, o sistema carcerário é visto como um
dos mais assustadores, utilizando de atos de crueldade. Assim como nos dois
países já citados, o Japão busca a reintegração social, mas trabalha para levar o
detento ao arrependimento por seus crimes. O condenado perde a sua honra e
dentro do encarceramento deve seguir uma série de normas sobre o que é ou não
permitido fazer, com uma série de normas rígidas e diversas proibições, como nunca
olhar um policial nos olhos, jamais conversar, não fumar e não possuir nenhum
tempo ocioso. Além disso, casos de insubordinação são tratados de forma dura,
como ter os braços e mãos atados e realizar as tarefas dessa forma. Já na China, as
normas não são tão rígidas e mesmo com o alto índice populacional, o país
apresenta um menor número de detentos comparado ao dos Estados Unidos e
Brasil.
Nos países europeus desenvolvidos, Delmas (2004) aponta que o sistema
carcerário se apresenta de forma bem mais eficaz. Ao ingressar nos presídios, o
condenado é informado imediatamente sobre seus direitos e deveres, sendo
realizadas consultas médicas que buscam detectar problemas físicos e mentais e,
caso o detento apresente algum problema dessa ordem, recebe tratamento
imediatamente. As celas são individuais e os presos são separados de acordo com a
idade, crime cometido e estado de saúde. Além disso, há políticas e programas de
ressocialização, punindo casos de discriminação a ex-detentos. As atividades de
recreação são organizadas por uma equipe de profissionais, buscando a máxima
eficiência das mesmas, oferecendo ao detento ensino que considera o seu
temperamento e cursos profissionalizantes.
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O Ministério da Justiça Holandês, de acordo com Gomes (2016), divulgou no


ano de 2012 o fechamento de oito penitenciárias e demitiu mais de 1200
funcionários devido à queda do número de detentos, fato que já vinha se
apresentando nos anos anteriores, deixando inúmeras celas desocupadas,
apresentando assim uma outra política prisional eficiente, nos Estados Unidos e
Brasil apresentam números altos de encarceramento, liderando os países que mais
prendem no mundo. No ano em que a Holanda fechou seus presídios, os Estados
Unidos possuíam 716 indivíduos que cumpriam penas dentro do sistema carcerário
a cada 100.000 habitantes.
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6. ALTERNATIVAS AO ATUAL SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO

Diante da problemática do sistema prisional brasileiro, Silva (2000) defende


que a intervenção penal somente deve acontecer frente a extrema e rigorosa
necessidade, reservando a pena de prisão para criminosos perigosos que
cometeram crimes graves e gravíssimos, visto que nos outros casos as penas
alternativas cumprem o papel de forma satisfatória. Assim, esta proposta é baseada
no direito penal em exercer a intervenção mínima, frente ao direito tradicional penal
que se baseia na intimidade por meio de pesadas e severas penas, existindo outros
meios legais para a execução, além das penitenciárias.
A ressocialização deve ser encarada como necessidade, buscando ao
máximo o seu papel transformador. Silva (2000) explica que a participação da
sociedade na reintegração do preso ao convívio social é um fator essencial para a
sua ressocialização. Os obstáculos enfrentados pelos detentos após adquirirem a
liberdade são muitos, principalmente quando, diante da violência, a sociedade
adquire preconceitos, adotando uma postura nada humanista em relação aos que
acabaram de sair das prisões e procuram não mais se envolver em atividades
criminosas.
A principal dificuldade enfrentada por esses indivíduos, segundo Silva (2000)
é ingressar no mercado de trabalho, pois além da marca de ex-presidiário, a maioria
não possui ensino fundamental completo ou experiência profissional, sendo
praticamente impossível serem admitidos em algum emprego. Esse conjunto de
fatores dificulta a reinserção do detento ao convívio social auxiliando de forma direta
o aumento da reincidência no Brasil, que sofre com altos índices de criminalidade.
O trabalho prisional é outro fator a ser considerado na ressocialização. De
acordo com Kuehne (2013), ele evita os efeitos do ócio, contribuindo para a
formação da personalidade do indivíduo, permitindo ao detento dispor de algum
dinheiro para ajudar na sobrevivência de sua família e de suas necessidades,
oferecendo uma maior oportunidade de viver dignamente após adquirir a liberdade.
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Segue Kuehne, afirmando que:

O trabalho apresenta um instrumento de relevante importância para o


objetivo maior da Lei de Execução Penal, que é devolver a Sociedade uma
pessoa em condições de ser útil. É lamentável constatar um campo
eminentemente pragmático, haja vista que as unidades da federação não
têm aproveitado o potencial da mão de obra que os cárceres disponibilizam.
(KUEHNE, 2013 p. 32).

A educação nas prisões, de acordo com Kuehne (2013), tem como principal
finalidade qualificar o indivíduo para que o mesmo busque um futuro melhor ao
cumprir sua pena, pois o estudo é um requisito fundamental para entrar no mercado
de trabalho e a maioria dos detentos não possui ao menos o ensino fundamental
completo. Assim, a educação prisional, além de incentivar o detento a buscar novos
rumos, também é uma forma de diminuir os dias de pena a qual foi condenado.
Com o surgimento de novas normas penais, segundo Prudente (2009), fez
com que o Direito Penal passasse a tutelar os bens jurídicos pertencentes a outros
ramos do Direito, fazendo com que o princípio da intervenção mínima perca os seus
objetivos. Esse princípio observa que o legislador deixe de incriminar qualquer
conduta que não possua importância significativa para o Direito Penal e ao intérprete
incumbe a função de analisar se determinada situação pode ou não ser resolvida
com a atuação de outros ramos da ciência jurídica.
Com isso, Prudente (2009) afirma a necessidade de uma reforma no Direito
Penal, buscando o princípio da mínima intervenção, para que a pena privativa de
liberdade seja utilizada somente em casos onde não exista outra solução para a
proteção do bem jurídico, diminuindo o número de prisões desnecessárias e,
consequentemente, o aumento da população carcerária.
O desenvolvimento de políticas públicas, para Greco (2011) é um fator
importante para que o Estado possa oferecer uma execução de pena que busque
atender os objetivos da ressocialização do indivíduo. A escassez dessas políticas
constitui um problema que reflete fora e dentro das prisões, cuja solução deve
envolver as esferas estatais, criminais e penitenciárias.
Segundo Greco (2011), algumas medidas devem ser usadas pela política
pública criminal, como a ampliação das possibilidades da substituição da pena
privativa de liberdade pelas restritivas de direito ou multa; evitar prisões cautelares,
devendo ser impostas somente quando preencherem os requisitos necessários
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presentes na lei e não couberem medidas cautelares menos drásticas que o cárcere.
Para isso, é necessário o fomento do Poder Público para atender as necessidades
estruturais dos presídios, como local para que os detentos possam praticar
atividades físicas, estudar, trabalhar, fazer suas refeições e contar com uma cela
que atenda as características previstas na Lei de Execução Penal.
Buscando alternativas para amenizar a problemática que cerca o sistema
prisional brasileiro, a APAC (Associação de Proteção e Assistência aos
Condenados) surge, segundo Ottoboni (2001), como uma entidade civil e sem fins
lucrativos que visa recuperar e reintegrar os condenados ao mesmo tempo em que
protege a sociedade e atua como auxiliar do Poder Judiciário e Executivo.
Ottoboni (2001) explica que a APAC possui uma disciplina rígida como
filosofia, além do respeito, ordem, trabalho e envolvimento da família do condenado.
A entidade possui personalidade jurídica própria e atuar nos presídios buscando
trabalhar com a valorização humana usando de forte influência religiosa cristã, o que
faz com que se torne alvo de várias críticas. Porém, o objetivo principal é buscar a
humanização das prisões, sem que a finalidade punitiva seja abandonada e, assim,
evitar a reincidência no crime e proporcionar condições para que o detento se
recupere e se reintegre à sociedade.
As APAC’sforam criadas, segundo Ottoboni (2001), inicialmente no município
de São José dos Campos, no Estado de São Paulo, implantadas posteriormente, em
1986, no município de Itaúna, Minas Gerais. A FBAC (Federação Brasileira de
Assistência aos Condenados) é responsável por orientar, fiscalizar e assessorar a
aplicação do método da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados,
buscando manter a unidade e uniformidade de seus projetos. A entidade foi
reconhecida pela ONU (Organização das Nações Unidas), surgindo a PFI
(PrisonFellowshipInternational), órgão consultivo para assuntos penitenciários,
responsável por divulgar e expandir o método APAC (Associação de Proteção e
Assistência aos Condenados) em outros países.
De acordo com a Cartilha APAC(2004), cada detento possui um custo
correspondente a quatro salários mínimos por mês, já na APACo custo é de um
salário e meio. O índice nacional de ex-detentos que voltam a praticar crimes é de
85%, enquanto que na APAC é menos de 9%. Com isso, a APACse mostra
inovadora, abrangendo várias propostas, como tratar o detento pelo nome,
valorizando-o como pessoa; optar por penas individuais; buscar a participação da
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comunidade como voluntária; oferecer três regimes penais, sendo fechado,


semiaberto e aberto, com instalações independentes; não possuir policiais e agentes
penitenciários; não utilizar armas; usar a religião para auxiliar na recuperação;
oferecer assistência médica, psicológica e jurídica; cursos supletivos e
profissionalizantes.
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7. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A análise da evolução do sistema carcerário foi realizada de forma


bibliográfica através de autores como Benetti (1996), Nascimento (2003) e Oliveira
(1996). Buscar entender como esse sistema chegou onde hoje estáfoi fundamental
para análises também dos problemas que ele apresenta atualmente. No início, as
penas privativas de liberdade não existiam como pena de fato, mas como
encarceramento até a condenação propriamente dita, composta por penas de morte,
torturas e humilhação pública.
Gradativamente a pena privativa de liberdade foi sendo inserida como forma
de condenação, mas de maneira precária e sem direitos garantidos aos
condenados. Se hoje os mesmos possuem direitos garantidos pela instituição legal,
na prática o mesmo não é observado, visto que autores como Arruda (2016), Assis
(2007) e Prudente (2009) apontam para a total falta de infraestrutura dos presídios
brasileiros.
Superlotação, ambientes insalubres, sem ventilação, falta de unidade de
saúde prisional e não observância dos direitos dos condenados são problemas
recorrentes nos presídios brasileiros. Não são verificados cursos profissionalizantes,
apoio estrutural e programas para a ressocialização do condenado dentro das
prisões, sendo as mesmas apenas um “depósito humano” ou mesmo uma “escola
do crime”, que não busca apoiar o condenado após o cumprimento da pena.
Sem um eficaz método para que o condenado volte ao convívio social, as
chances de um futuro melhor ficam distantes, o que favorece que ele retorne ao
crime, colaborado ainda pelo preconceito da sociedade que, vivendo à margem da
violência e criminalidade, demonstra em sua maioria receio por aqueles que já
cumpriram penas, caracterizando assim um forte preconceito e aumentando cada
vez mais a barreira da ressocialização.
Essa precariedade do sistema carcerário não obedece às normas do Código
Penal Brasileiro, que desde 1940 vem sofrendo modificações para adequá-las
melhor à realidade da época.
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A ineficiência do sistema prisional não é exclusividade do Brasil. Análises de


autores como Delmas (2004) e Gomes (2016) apontaram que países como Estados
Unidos e Japão também não buscam trabalhar a ressocialização dos detentos, com
instituições prisionais rígidas que oferecem poucos direitos aos prisioneiros, sem
uma real humanização da pena.
Porém, países como a Holanda se mostram eficientes ao apresentar
programas de ressocialização, colaborando para a diminuição dos crimes, escassez
de detentos e até mesmo o fechamento de presídios por falta de condenados. Isso
aponta para a necessidade desses programas, que buscam evitar que o ex-
condenado volte a cometer atos criminosos e retorne para a instituição prisional.
A análise das alternativas ao atual sistema prisional brasileiro foi proposta por
autores como Silva (2000), Kuehne (2013) e Greco (2011) apontando principalmente
para a importância de métodos que busquem a ressocialização do detento. É
defendida a intervenção penal somente em casos mais graves, buscando penas
alternativas para delitos menores, além de uma maior humanização do sistema
prisional, oferecendo celas adequadas, infraestrutura eficaz para oferta de cursos
profissionalizantes, unidade de saúde prisional que realmente atenda aos detentos e
programas públicos que colaborem para a reinserção do indivíduo à comunidade.
Dentro desse contexto, a APAC surge como uma boa alternativa, visto que
busca principalmente recuperar e reintegrar condenados, contando com o apoio da
sociedade em geral, agindo com respeito, proporcionando redução de custos e
satisfazendo as necessidades básicas às quais o detento tem direito.
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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao término do presente trabalho foi possível concluir que a pesquisa


bibliográfica foi utilizada satisfatoriamente para alcançar os objetivos propostos. A
análise do sistema prisional brasileiro ocorreu de forma a entender seus problemas e
ineficiências, como a superlotação, a falta de estrutura para garantir as
necessidades básicas e o descumprimento dos direitos dos detentos.
A punição não acompanha a recuperação. Ao punir com a pena privativa de
liberdade, o detento precisa ter garantidos os seus direitos, ao passo que a
instituição carcerária necessita oferecer programas e métodos para que o mesmo
seja recuperado e, ao cumprir sua pena, possa voltar ao convívio social com
menores riscos de retornar à vida do crime.
Para isso, os presídios devem ir de forma contrária ao que se apresenta hoje,
oferecendo trabalhos, cursos profissionalizantes, unidade de saúde prisional
satisfatória para assim, ao ser libertado, o ex-detento possa encontrar emprego.
Além disso, o egresso do sistema prisional não pode ser estigmatizado como eterno
criminoso, pois o preconceito social impede ainda mais sua recuperação.
Surgindo para substituir penas cruéis e desumanas, a pena privativa de
liberdade não se apresentou na prática uma forma mais humanizada e, mesmo nos
dias atuais, pode-se considerá-la cruel, visto que presídios servem apenas para
encarcerar, oferecendo pouca ou nenhuma atenção ao condenado.
Assim, percebe-se uma necessidade de mudanças, de reformas ao sistema
prisional atual, como o modelo APAC, onde os detentos possam contar com seus
direitos e que programas busquem a sua ressocialização, pois dessa forma, poderá
retornar à sociedade com maiores garantias e menos chances de retorno à
criminalidade.
Com isso, o trabalho se mostrou fundamental para analisar o sistema prisional
e entender o papel dos agentes envolvidos nesse sistema. Para o futuro bacharel
em direitotorna-se um tema essencial para o seu aperfeiçoamento profissional, para
a sua atuação frente aos direitos e deveres do detento e sobre o entendimento da
realidade dos presídios atualmente. Assim, deixa-se margem para que novas
pesquisas sejam realizadas sobre o tema aqui trabalhado.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARRUDA, S. Sistema carcerário brasileiro: a ineficiência, as mazelas e o descaso


presentes nos presídios superlotados e esquecidos pelo poder público. Revista
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Tese. Faculdade de Serviço Social. Universidade de São Paulo. São Paulo, 2000.

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