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um olhar sobre o trabalho das detentas no presídio feminino de
Pedrinhas
WOMEN, PRISON AND WORK ACTIVITY:
a look at the work of inmates in the Pedrinhas women's prison
Resumo
Abstract
The proposed research arises from the need to give visibility to issues related to the female
gender, and in this case, aims to conduct a study on the initiatives related to
professionalization activities and work of women inmates in the Female Prison Unit of
Maranhão. In this sense, aspects of the discourse on being female and the history of women's
imprisonment are approached, starting from the general context to the local one. The legal
landmarks of prison work are presented, both nationally and in the state of Maranhão. Two
innovative projects developed in UPFEM are also pointed out, the "Digitalize Now!" Project
and the Cuxá Social Cooperative. The methodology was developed through a bibliographic
and documental review. Finally, it is observed that, despite the historical delay of the state in
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Graduanda em Direito da Universidade CEUMA. E-mail: allessandralilian@gmail.com
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Professor Especialista em Direito Penal e Direito Processual Penal da Universidade CEUMA.
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developing a public policy directed to women in prison, the innovative initiatives presented
here are viable alternatives for the process of re-socialization and protection of human dignity
of the prison population.
Keywords: Female incarceration; Resocialization; Professionalization; Human Dignity.
1- INTRODUÇÃO
Dar visibilidade a temas inerentes ao feminino é, antes de tudo, uma necessidade para
que a sociedade possa atingir a almejada equidade de gênero e superar a ainda existente visão
da mulher como cidadã de segunda classe. Nas palavras de Saffioti (2013): “Conquanto seja
o fator sexo um critério menos conveniente do que o fator raça para a conservação do domínio
das camadas privilegiadas, constitui sempre um elemento pelo menos potencialmente
discriminador e, portanto, estratificatório.”
Com o intuito de discutir tal estratificação, convém voltar o olhar também para o
sistema prisional, buscando conhecer a realidade da mulher encarcerada, suas condições
enquanto encontra-se sob a tutela do Estado e o que lhe é ofertado como preparação para a
reinserção na sociedade. Nesse sentido, a previsão constitucional do artigo 5º, XLVIII,
assegura que a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza
do delito, a idade e o sexo do apenado, ou seja, os presídios femininos encontram pleno
amparo na Constituição Federal.
Na pesquisa em tela, tem-se como objetivo realizar um estudo sobre as iniciativas
relacionadas às atividades de profissionalização e de trabalho das mulheres detentas na
Unidade Prisional Feminina do Maranhão. Para tanto, faz-se necessário inicialmente
apresentar uma análise dos discursos legitimadores da prisão feminina e um breve retrospecto
da história do aprisionamento feminino no Brasil, marcado em quase todo o período pelo
manto da invisibilidade social, a fim de traçar-se uma comparativo com os dados atuais e a
apontar-se as possibilidades de aprimoramento futuro da atividade laborativa prisional. Em
seguida, busca-se discutir ações voltadas à profissionalização e ao trabalho das mulheres
encarceradas no Maranhão e quais os possíveis impactos dessas ações sobre a vida dessas
mulheres durante e após o cárcere, buscando ainda responder como essas iniciativas podem
atingir um número maior de detentas e melhores resultados. Questionando-se de outra forma:
o que o Estado oferece a estas mulheres enquanto elas estão em sua posse? E como as prepara
para voltar à sociedade?
3
pobres, por sua alimentação, eram consideradas “mais venenosas que as demais”.
Configura-se nesse discurso, não mais a demonização da mulher como no discurso teológico,
mas sua inferiorização do ponto de vista físico e sua transformação em instrumento do
castigo, através da transmissão de doenças.
Conforme nos aponta ANGOTTI, essa ótica de inferioridade e degeneração feminina
repete-se nos estudos de Lombroso e Ferrero, em especial na obra La Donna Delinquente, la
Prostituta e la Donna Normale, de 1893, onde buscam demonstrar que o menor índice de
criminalidade feminina deve-se ao fato de serem biologicamente menos evoluídas, o que
levaria ao sedentarismo feminino, e em consequência uma menor capacidade de evolução
criminal. Dessa forma, continua legitimado o discurso do afastamento, da clausura doméstica
ou conventual, agora por motivos médicos, legitimando até mesmo tratamentos análogos à
tortura, disfarçados sob um manto de pretensa cura dos males femininos.
Por fim, têm-se o discurso jurídico, essencial para o propósito ora traçado. Nessa
esfera, implica observar-se a retórica de André Tiraqueau, jurista francês do século XVI, cuja
visão sobre as mulheres as apontava como menos providas de razão, faladeiras, lascivas, entre
outros epítetos não menos desabonadores, e cujas sentenças impediam mulheres de ensinar,
pregar, amamentar ou ter relação sexual estando menstruadas, assinar contratos, fazer doações
ou elaborar testamentos sem a anuência do cônjuge. (MENDES, 2017) Entendimento
semelhante nota-se em Boutillier, no século XV, que é enfático ao proibir às mulheres o
exercício da advocacia e do julgamento, justificando tal proibição com o argumento de que
mulheres seriam impetuosas, além de desprovidas da constância e discrição necessárias às
funções.
Outrossim, atribui ao gênero feminino a obrigação de abnegar-se aos cuidados
domésticos e aos deveres de coabitação, sendo a residência familiar um novo espaço de
confinamento feminino, e o marido, ao qual ela devia obediência, de certa maneira assumia o
papel de carcereiro. Da mesma forma, o testemunho da mulher em juízo só passou a ser
acreditado em processos inquisitoriais em relação à acusação de crimes de feitiçaria, embora
comparativamente se considerasse que o testemunho de um homem seria equivalente ao de
duas mulheres. Sobre esse fato, é salutar ressaltar a divergência de Beccaria, (2017) na obra
Dos Delitos e das Penas, ao firmar que é por motivos frívolos que não se admite o
testemunho de uma mulher, por sua franqueza, bem como de condenados ou infames, visto
que uma pessoa pode dizer a verdade quando não tem interesse de mentir, noutras palavras,
nada impede a mulher de falar a verdade, salvo resguardar seus próprios interesses.
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Voltando à obra de Foucalt, nota-se que ele pouco discute sobre as peculiaridades do
aprisionamento feminino, mas há um curto e simbólico trecho onde o autor comenta da
inutilidade do trabalho na prisão, utilizado para o estabelecimento de uma relação de poder, de
uma forma econômica vazia, de um esquema da submissão individual e de seu ajustamento a
um aparelho de produção, descrevendo para tanto o ambiente de uma oficina de mulheres:
Num púlpito, acima do qual há um crucifixo, está sentada uma freira; diante dela, e
alinhadas em duas fileiras, as prisioneiras efetuam a tarefa que lhes é imposta, e
como domina quase exclusivamente o trabalho de agulha, resulta que o mais
rigoroso silêncio é constantemente mantido... Parece que nessas salas tudo respira a
penitência e a expiação. ( FOUCALT, 1987,p. 272)
Sob influência das teorias de Cesare Beccaria, trata-se de substituir as penas cruéis por outras
de cunho educativo e laboral. Tal código foi revisto apenas em 1890, já na vigência da
República, tendo como principais mudanças a exclusão da condenação às galés e a fixação
das penas máximas em 30 anos. Neste Código, os crimes imputados como femininos são o
adultério, o aborto e o uso do sobrenome do marido após a condenação em ação de divórcio.
Reforça-se neste aspecto o pensamento já apresentado sobre a presunção da mulher como um
ser desprovido de racionalidade e tomado de lascívia.
Já no início do século XX, uma das contribuições ao debate foi a criação do
Patronato das Presas, em 1921, gerenciada pelas Irmãs da Congregação de Nossa Senhora do
Bom Pastor d´Angers e por mulheres da elite carioca, que visava amparar e regenerar
mulheres privadas de liberdade. As ideias do Patronato, a despeito do viés religioso, ainda
poderiam ser consideradas vanguardistas, visto que, propunham um presídio feminino
praticamente autossustentável, onde: “o governo teria pouquíssimo gasto com o
estabelecimento prisional feminino, uma vez que este seria antes um local de receitas que de
despesas, pois caberia às próprias internas a produção de alimentos, roupas e daquilo que
precisassem para a sua subsistência.” (ANGOTTI, 2018, p. 20). Entretanto, tal avanço não se
concretizou, e só em 1937 ocorreu pela primeira vez a adaptação de um espaço para acolher
um presídio feminino, no Rio Grande do Sul, seguido de outro em São Paulo e mais um, este
construído especificamente para o fim ao qual se destinou, em 1942, no então Distrito
Federal, mais especificamente em Bangu, administrado pelas supracitadas Irmãs da
Congregação de Nossa Senhora do Bom Pastor d´Angers.
Outrossim, nos anos de 1923 e 1924, estudo realizado pelo Ministério da Justiça
apresentava dados sobre a população carcerária de vários estados, sendo esta pesquisa
conduzida pelo penitenciarista José Gabriel de Lemos Britto. Das informações que se extraem
dessa pesquisa acerca das condições das mulheres encarceradas à época, sabe-se que na Casa
de Detenção do Rio de Janeiro existiam 3 celas do fundo, todas de mau aspecto, mantidas sob
a guarda de duas carcereiras femininas.
Sobre o estado do Maranhão, foco da presente abordagem, são apontados no estudo
realizado entre 1923 e 1924 um total de três mulheres e 143 homens presos. (LEMOS
BRITTO apud ANGOTTI, 2018, p. 18.) Um percentual feminino insignificante diante da
totalidade da população carcerária da época, fator que novamente evoca a invisibilidade
destas mulheres apenadas. Lemos Britto tornou-se um dos maiores nomes no estudo do
sistema penitenciário nacional, tendo em 1941, à época Ministro da Justiça e Negócios
Interiores, divulgado relatório onde se apontava um total de 340 mulheres presas em todo o
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país. Excetuaram-se do relatório os estados do Mato Grosso e Maranhão, pois não enviaram
os dados solicitados à época. Angotti relata que em palestra proferida em 1943, Lemos Britto
apresenta percentual de 6% de mulheres do total da população carcerária brasileira.
Nessa senda, cumpre destacar que o artigo 766 do Código de Processo Penal de 1941,
determinava que a internação das mulheres deveria ser feita em estabelecimento próprio ou
em seção especial. Entende-se como seção especial um pavilhão ou setor específico para
mulheres, entretanto não havia ainda um regramento específico sobre as especificidades do
mesmo. Ademais, 80 anos depois da positivação deste dispositivo, lamenta-se que o mesmo
ainda não seja plenamente cumprido em todo o território nacional, o que resulta em diversos
casos de violações de direitos das mulheres encarceradas3. No mesmo sentido, a lei 7209/84
altera o Código Penal que passa a vigorar com a determinação, em seu Art. 37, de que as
mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos
inerentes a sua condição pessoal. 4
Apresentado este contexto, traça-se doravante uma síntese do histórico das prisões no
estado do Maranhão. Os dados históricos iniciais são extraídos do documento Histórico dos
Presídios do Maranhão, apresentados pelo SINDSPEN- Sindicato dos Servidores do Sistema
Penitenciário do Estado do Maranhão, entretanto frisa-se aqui a insuficiência de dados e
referências consolidadas sobre o histórico das prisões maranhenses.
Têm-se, numa narrativa linear, ainda no século XIX a construção do Presídio São
João, no bairro dos Remédios, região central de São Luís, onde eram oferecidas aos apenados
oficinas de alfaiate e sapateiro. Posteriormente, em 1948, o então governador Sebastião
Archer autorizou a transferência desta prisão estadual para o município de Alcântara, onde
gerou-se uma insatisfação da população local, motivando nova transferência, visto que o
complexo penitenciário prejudicava a vocação turística já demonstrada pela cidade. Um
marco no gerenciamento do sistema prisional se dá em dezembro de 1965, quando é
inaugurada pelo governador Newton de Barros Bello a Penitenciária Agrícola de Pedrinhas,
em bairro de mesmo nome, destinada a receber até 120 detentos de todo o estado. Entretanto,
3
-Caso emblemático deu-se com a jovem Lidiany, em 2007, ocasião em que a juíza do caso, ao agir com
inércia, mesmo após expressa solicitação da autoridade policial, levou a menor, à época dos fatos com 15 anos
de idade, a permanecer 24 dias numa cela com cerca de 30 homens, período no qual foi submetida a diversas
violações, físicas, sexuais e psicológicas, na cidade de Abaetetuba/PA. Os desdobramentos administrativos
disciplinares se arrastaram até 2019.
4
- Sobre este aspecto, é impactante a leitura do livro reportagem Presos que menstruam, onde a autora, Nana
Queiróz, com base em uma pesquisa realizada durante 5 anos, traça um perfil das mulheres presas no Brasil,
apontando o descaso e a omissão do Estado com as necessidades das presidiárias. O livro foi lançado em 2015,
entretanto é uma referência ainda atual sobre o tema.
9
5
-Notícia veiculada na imprensa local sobre a fundação do CRISMA:
https://imirante.com/sao-luis/noticias/2006/12/11/presidio-feminino-e-inaugurado-nesta-segunda-feira.shtml.
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ressarcimento das despesas do Estado com sua manutenção. Ao que porventura sobrar neste
criativo exercício da contabilidade, determina a LEP :
Art. 29.[...]
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para
constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao
condenado quando posto em liberdade. (Grifou-se)
Assim, aproxima-se o Estado do papel que lhe é determinado como garantidor dos direitos e
da dignidade humana das pessoas privadas de liberdade. Nesse sentido, também é imperioso
ressaltar a adoção da Política Nacional de Trabalho no âmbito do Sistema Prisional, em
cooperação com os estados, e voltada à ampliação e qualificação da oferta de vagas de
trabalho, ao empreendedorismo e à formação profissional das pessoas presas e egressas do
sistema prisional, regulamentada na forma do decreto nº 9.450, de 24 de julho de 2018.
Sobre o trabalho da mulher em privação de liberdade, é vital elencar-se a
implementação da Portaria Interministerial nº 210, de 16 de janeiro de 2014, que instituiu a
Política Nacional de Atenção às Mulheres em Situação de Privação de Liberdade e Egressas
do Sistema Prisional- PNAMPE. Entre as metas designadas no referido dispositivo,
destacam-se aqui duas: a primeira. expressa no inciso IV do artigo 2º da Portaria
Interministerial: “humanização das condições do cumprimento da pena, garantindo o direito à
saúde, educação, alimentação, trabalho, segurança, proteção à maternidade e à infância, lazer,
esportes, assistência jurídica, atendimento psicossocial e demais direitos humanos;”(BRASIL,
2014) Tal objetivo, embora claramente ambicioso, se traduz no caso concreto no amparo a
diversas iniciativas, a princípio isoladas, que visam retirar do campo da invisibilidade o ser
feminino encarcerado, oportunizando um processo de resgate da autoestima, uma
possibilidade de qualificação profissional e o exercício de direitos que porventura já lhe eram
negados desde antes do aprisionamento. Em paralelo a esta diretriz, ressalta-se também o
inciso X: “fomento ao desenvolvimento de ações que visem à assistência às pré-egressas e
egressas do sistema prisional, por meio da divulgação, orientação ao acesso às políticas
públicas de proteção social, trabalho e renda” ( BRASIL, 2014) Esta determinação abre um
leque de possibilidades de parceria entre os sistemas prisionais estaduais e entidades voltadas
para a reintegração social de mulheres presas, num recorte de gênero, e não mais como parte
do grupo geral e invisibilizante intitulado população carcerária.
Em terras maranhenses, no contexto da Lei de Execuções Penais, surge a Lei
estadual nº 9.116 de 11/01/2010, que instituiu a a Política Estadual de Inserção de Egressos do
Sistema Prisional no Mercado De Trabalho. O referido programa foi intitulado “Começar de
Novo” e beneficiava os egressos em livramento condicional, em suspensão condicional de
pena-sursis e os que já houvessem cumprido integralmente a pena. Às empresas interessadas
em participar da política estadual de reinserção, eram atribuídos percentuais de contratações
na proporção de: para empresas com até 200 empregados, 2% de egressos; de 201 a 500,
empregados, 3% de egressos; de 501 a 1.000 empregados, 4% de egressos; de 1.001 em
diante 5% de egressos. O descumprimento destes percentuais acarretaria multa à empresa. A
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lei determina ainda termo de cooperação técnica com a União, Estado, Municípios,
entidades representativas da sociedade civil, entidades de formação profissional vinculadas ao
sistema sindical e organismos internacionais, objetivando a capacitação e inserção
profissional dos egressos.
Os percentuais supracitados foram alterados com a adoção da Lei Ordinária 10.182/
2014, que dispõe sobre a obrigatoriedade da reserva das vagas para admissão de detentos e
egressos do sistema penitenciário nas contratações de obras e serviços pelo Estado do
Maranhão. O Programa Começar de Novo passa então a vigorar nestes termos:
Art. 3º Nas licitações promovidas por órgãos e entidades da Administração Pública
Direta e Indireta do Estado do Maranhão para contratação de prestação de serviços
que prevejam o fornecimento de mão de obra, constará obrigatoriamente cláusula
que assegure reserva de vagas para detentos e egressos do sistema penitenciário, na
seguinte proporção:
I - 5% (cinco por cento) das vagas, quando da contratação de vinte ou mais
trabalhadores;
II - uma vaga, quando da contratação de seis a dezenove trabalhadores.
(MARANHÃO, 2014) (Grifou-se)
Com a implementação desta lei, e dos novos percentuais nela determinados, ocorre
um aumento significativo na inserção de pessoas privadas de liberdade ou egressas do sistema
penitenciário no mercado de trabalho, correndo no mesmo sentido do crescimento
apresentado nacionalmente, conforme se observa nos dados apresentados pela Nota técnica nº
79 do DEPEN_ departamento Penitenciário Nacional, que trata da evolução dos índices de
pessoas envolvidas em atividades laborais nos sistemas prisionais estaduais, entre os anos de
2015 e 2019. Os números nacionais apontam um crescimento de 48,67%, passando de 96.998
em 2015 para 144.211 em 2019.
Entretanto, outro fator preponderante para o aumento nos índices de crescimento da
atividade laboral prisional no Maranhão foi a mudança nas normas e procedimentos para o
trabalho dos presos inseridos no Programa Começar de Novo, que passam a ser estabelecidas
pelo Decreto nº 31.462, de 30 de dezembro de 2015, que determina em seu artigo 9º a
obrigatoriedade do trabalho ao preso condenado, excetuando-se, de acordo com o artigo 27 da
mesma lei, os maiores de 70 anos, os que sofram de enfermidade incapacitante para o
trabalho e a mulher antes e após o parto. Determina ainda em seu artigo 10º que a resistência
ao trabalho ou a falta voluntária em sua execução constituem infração disciplinar cuja punição
será anotada no prontuário do preso. Note-se aqui a dicotomia entre direito e dever, numa
evidente manifestação do poder e da posse do Estado sobre o corpo, a força de trabalho e a
vontade do preso condenado, este que se torna não mais o detentor de um direito ao labor,
como elemento garantidor de dignidade humana, mas passa a ser o devedor de uma
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6
- Todo camburão tem um pouco de navio negreiro- música e letra de Marcelo Yuca/ O Rappa, 1994.
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- Números não oficiais, embora apresentados no site do TJMA. Observa-se no cotejo com o número
apresentado no ano seguinte uma incongruência dos dados.
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8
- A COOSTAFE encontra-se em plena atividade, conforme se observa em suas redes sociais, a exemplo de
https://www.instagram.com/coostafe/?hl=pt-br
9
- Sobre o Instituto Innovare, pode-se saber mais em https://www.premioinnovare.com.br/.
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- Fundação filantrópica criada por brasileiros residentes no exterior. https://www.brazilfoundation.org/pt-br/
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- Anteriormente, além da já citada cooperativa em Ananindeua/PA, foram instaladas duas outras em
Tremembé/SP.
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- Vídeo disponível em https://youtu.be/oM9gdDt0304
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- O Instituto Humanitas 360 apresenta vídeo sobre a Cooperativa cuxá em
https://www.youtube.com/watch?v=GbGYVe2MnmE
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5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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