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HISTORIA GLOBAL E SUAS RAMIFICAÇÕES.

Luiz Carlos Noleto Chaves*


[Economista, Professor de História em Estudos Africanos e Mestrando em História pela Universidade Federal do
Maranhão. ]

RESUMO: O presente artigo pretende apresentar o debate em torno do conceito de


pesquisadores atlanticistas, ou seja, os profissionais das ciências humanas
(Historiadores, literatos, sociólogos e economistas) interessados em ter o mundo
Atlântico como objeto de estudo. Eles existem na América do Sul, do Norte, do Caribe,
da África e da Europa Ocidental. Descrever o nascimento, as polemicas e as
ramificações metodológicas da chamada história global que é um contraponto a história
nacional. Vai destacar duas dessas ramificações da história global: história comparada e
conectada. Também vai demonstrar porque a história conectada é a que melhor vai
responder ou contribui para a pesquisa e exposição de uma pesquisa em marcha que
buscar esclarecer se as organizações do Movimento Negro no Maranhão tiveram acesso
a intelectuais africanos e diaspóricos na construção de suas organizações.
Palavras-chave: Negritude, Pan-africanismo, Socialismo, História Global.
ABSTRACT: This article intends to present the debate around the concept of Atlanticist
researchers, that is, professionals in the human sciences (Historians, literati,
sociologists and economists) interested in having the Atlantic world as an object of
study. They exist in South America, North America, the Caribbean, Africa and Western
Europe. Describe the birth, polemics and methodological ramifications of the so-called
global history that is a counterpoint to national history. It will highlight two of these
branches of global history: comparative and connected history. It will also demonstrate
why connected history is the one that will best answer or contribute to the research
and exposition of an ongoing research that seeks to clarify whether the Black
Movement organizations in Maranhão had access to African and diasporic intellectuals
in the construction of their organizations.
Keywords: Negritude, Pan-Africanism, Socialism, Global History.

INTRODUÇÃO
O Curso de graduação em Licenciatura em Estudos Africanos da Universidade
Federal do Maranhão permite aos seus discentes encontrarem autores e intelectuais
negros do Continente Africanos e diaspóricos que produzem grandes obras e, através
delas, ajuda-nos e descobrir que existe um pensamento africano para além do europeu e
de seus campos acadêmicos gravitacionais fora do chamado “velho mundo”. Na
primeira parte deste artigo será apresentado os objetivos gerais e específicos de um
projeto de Mestrado de discente oriundo dessa graduação citada que pretende contribuir
intelectualmente com a difusão do pensamento africano.
O tema da história global já não é mais novidade na historiografia brasileira e
mundial. Tem autor que classifica os praticantes desta metodologia de atlanticistas.
Estes, são cientistas sociais da área de humanas interessados em estudar as sociedades
que pertencem às américas, mas em sua grande maioria são historiadores. Na segunda
parte deste artigo isso será aprofundado.

Em seguida será demostrado, de forma resumida, o nascimento, o objetivo e as


crítica que recebem os criadores da metodologia historiográfica conhecida como
História Global, assim como suas várias ramificações, como história comparada e
conectada.

Feito isso, o artigo vai apresentar na ótica de vários intelectuais a ideia de


história comparada e conectada e suas experiências e, antes das considerações finais,
pretende-se explicar por que a história conectada será a melhor metodologia a ser
utilizada para encontrar conexões atlânticas entre as ideias que sustentaram ou ainda
sustentam o panafricanismo, a negritude e o socialismo com as organizações do
Movimento Negro no Maranhão.

O Que Pretendo Pesquisar?

Antes de entrar no debate dos historiadores atlanticistas, que produzem trabalhos


intelectuais tendo como referência a metodologia historiográfica chamada História
Global, vou apresentar a ideia geral sobre o projeto de Mestrado em andamento no
programa de pós-graduação do curso de história da Universidade Federal do Maranhão
(UFMA) de autoria de Luiz Noleto. Para além desse destaque especial numa parte do
artigo, vou realizar comentários sobre o projeto quando da apresentação do debate no
contorno da história conectada.
Durante o período da graduação em Licenciatura em Estudos Africanos pela
Universidade Federal do Maranhão (UFMA) me deparei com obras de autores africanos
de todas as áreas dos quais eu nunca havia tomado conhecimento no curso de Ciências
Econômicas, nem tampouco através de outras leituras diversas ao longo de mais de
vinte anos de militância política. Meu desconhecimento tratava-se de uma ignorância
abissal sobre a inexistência de intelectuais do Continente Africano e da diáspora do
mesmo continente, haja vista que José Rivair Macedo já mencionava em uma obra
organizada pelo, intitulada “O pensamento Africano do Século XX”, que:
ao longo dos séculos XIX-XX, durante os períodos da colonização europeia,
descolonização e reorganização das sociedades africanas, os intelectuais
nascidos na África apropriaram-se de um vasto conjunto de referenciais
teóricos, conceituais e metodológicos, empregando-os para expressar a
posição de seus
coetâneos em relação ao mundo. Paralelamente aos saberes orais, tradicionais,
e à experiência vivida que orientavam as formas de organização sociocultural
dos povos anteriores ao período de predomínio europeu, ganhou corpo um
novo tipo de saberes, eruditos, fundada em pressupostos acadêmicos,
científicos, e que deu sustentação ao que se tem denominado de pensamento
africano. (MACEDO, 2016, p.11)

Ao concluir a graduação em Estudos Africanos minha ignorância foi desfeita.


Encontrei vários intelectuais africanos como Kwame Nkrumah, Amílcar Cabral,
Léopold Sédar Senghor e diaspóricos como Alexander Crummell, Aimé Fernand David
Césaire, William Edward Burghardt Dubois, Frantz Omar Fanon, Malcolm Ivan
Meredith Nurse (George Padmore), Booker T. Washington, Edward Wilmot Blyden,
Marcus Garvey, Malcon X, dos brasileiros Abdias Nascimento e Ironides Rodrigues e
agora, depois de iniciado o Mestrado me encontrei ( com mais profundidade que na
graduação) com Cheikh Anta Diop e Joseph Ki-Zerbo. Pela letra de tais autores e
protagonistas de ações em defesa das causas antirraciais, da libertação nacional dos
países do continente africano e da afirmação da identidade negra, verifiquei que eles
tiveram contato com as ideias socialistas dos teóricos europeus Karl Marx e Friedrich
Engels.

Desfeita a minha ignorância sobre os autores africanos e diaspóricos comecei a


pensar na possibilidade de pesquisar sobre as conexões do movimento panafricanista, da
negritude e do socialismo com as organizações do Movimento Negro no Maranhão
(MNM), pela via dos intelectuais africanos, diaspóricos e europeus.

Tais intelectuais, em seus escritos, não só transformaram espaços locais como


produziram modificações em outros locais do planeta. Suas ideias cruzaram fronteiras e
foram fundamentais na construção de outros indivíduos e grupos para além dos seus
locais de origem. As ideias do panafricanismo, da negritude e do socialismo circularam
na Europa, no continente africano e chegaram ao Brasil e foram responsáveis pela
criação de vários movimentos e ações importantes em nosso país, seria importante
averiguar como e se chegaram ao Maranhão.

Então, de forma resumida, o projeto de pesquisa apresentado e que será


desenvolvido no curso do mestrado em andamento tem como objetivo geral encontrar a
existência ou não das ideias do Pan-africanismo, do Marxismo e da Negritude na
formação intelectual do Movimento Negro do Maranhão (MNM) entre os anos de 1979
e 1990.
Existem também objetivos que serão suportes importantes para o objetivo geral.
Vamos buscar compreender o Pan-africanismo, o Marxismo e a Negritude, no contexto
das lutas negras do século XX; entender a formação do Movimento Negro Maranhense,
a partir dos anos 1970; discutir os impactos das ideias políticas e ideológicas do Pan-
africanismo, Marxismo e Negritude sobre o movimento negro maranhense entre os anos
1970 e 1990 e por último, apresentar uma leitura que nos leve a compreender o encontro
entre o marxismo e as lutas de emancipação na África.

Para este fim vou me valer de uma vasta bibliografia de obras dos autores antes
mencionados, além de uma pesquisa empírica sobre a origem de algumas organizações
do Maranhão citadas no intervalo descrito, bem como de seus dirigentes, indagando-os
sobre o conhecimento das obras e autores delineados anteriormente. Concluída todas
essas fases descritas vou construir a dissertação sobre os resultados obtidos e quem sabe
me tornar um historiador atlanticistas tal qual define Armitag (2022). É sobre esse tema
que falarei no próximo capítulo.

Historiador Atlântico
A história atlântica faz parte do espectro da História Global. David Armitag um
historiador britânico, escreveu um artigo, intitulado “Três conceitos de história
atlântica”. O britânico (ARMITAG, 2002, p. 206) usa a expressão atlanticistas para
definir todos e todas pesquisadores das ciências humanas (literatura, sociologia e
economia) interessados em ter o mundo Atlântico como objeto de estudo. Eles existem
na América do Sul, do Norte, do Caribe, da África e da Europa ocidental. Ele enfatiza,
que entre esse rol de pesquisadores os historiadores são os mais interessados no tema.
Essa expressão no período da graduação em Estudos Africanos na Universidade Federal
do Maranhão (UFMA) não havia ficado muito claro para mim e nem dei a importância
necessária.

Dito isso, vejo a necessidade de me apropriar com mais qualidade sobre a


chamada história atlântica e, quem sabe, no futuro torna-me um atlanticista. O meu
objeto de estudo, penso, tem a ver com a história global na sua variante “história
conectada”. Então início este artigo com uma apresentação (ainda que resumida) sobre
essa metodologia historiográfica que se desdobram em várias, mas que neste artigo vou
abordar apenas duas das três Variedades de História Global tomadas de empréstimo de
Bénédicte Zimmerman
e Michael Werner, a “história cruzada” e, sobretudo, a “história conectada”, a
(WERNER apud SANTOS, 2017, p.07)

Retornando a Armitag (2002, p. 207), ele nos chama atenção para pensarmos de
que atlântico falamos. Esse termo se refere literalmente a uma porção de água que chega
a quase toda a américa descoberta por Colombo? O autor diz que sim. Para ele, “o
Atlântico parece ser uma das poucas categorias históricas que possui uma geografia
interna”. Tem diferenças com a historiografia que existe sobre os Estados Nacionais e
também tem uma cronologia clara: “se inicia com a primeira travessia de Colombo em
1492 [...] e termina, convencionalmente, com a era das revoluções no final do século
XVIII e início do século XIX”. Ele prossegue dizendo que o termo atlântico se
diferencia sobre o marco temporal da modernidade:

Existe, portanto, um pedigree diferenciado que identifica a história atlântica à


“primeira” modernidade, anterior ao início da industrialização, da democracia
de massa, do Estado-nação e de todas as clássicas definições de uma
modernidade plena, uma condição cujas origens tanto Adam Smith quanto Karl
Marx associaram às viagens europeias de descobertas e, especialmente, ao ano
de 1492 (Smith, 1976 [1776], p. 448; Marx e Engels, 1998, p. 35).
(ARMITAG,
2002, p. 207)

Segundo Armitag (2002), o termo atlântico foi uma invenção europeia. Esse
“oceano” não estava dado na consciência europeia e nem dos moradores originários das
“Américas”. Ele faz uma crítica contundente a um “amplo grupo de historiadores e
outros acadêmicos”, que parecem ter feito de “seu atlanticismo um fetiche”. E vai mais
além, levanta uma questão:

Podem os historiadores ter esperanças de serem capazes de dizer qualquer coisa


substancial sobre uma história que, em sua forma mais expansiva, conecta
quatro continentes ao longo de cinco séculos? E, deste modo, não é a história
atlântica um modo mais aceitável de estudar a história dos impérios marítimos
espanhol, português, britânico holandês? Resumindo, o que torna a história
atlântica um novo método para entender problemas genuínos, e não
simplesmente uma licença para a superficialidade ou uma apologia do
imperialismo? (ARMITAG, 2002, p. 207)

Percebe-se que, na sua crítica aos chamados atlanticistas apologistas do


imperialismo, ele se refere aos reprodutores do pensamento eurocêntrico. Não é
proposito deste artigo e a fundo nos questionamentos apontado por Armitag. Do autor
nos interessa (para o momento) o conceito do que seriam historiadores atlanticistas, pois
meu objeto de trabalho busca verificar a relação das ideias do panafricanismo, da
negritude e do socialismo que imagino aportaram no Maranhão e que tiveram contato
com os criadores de entidades do MNM em um marco temporal especifico (1979 a
1990). O interesse fica
maior quando encontro um argumento forte que Armitag utiliza para corroborar sua
acusação aos atlanticistas que são apologistas do imperialismo:
A história do comércio de escravos e da escravidão, e a história da África e dos
africanos, e, de forma mais geral, das raças tiveram pouco ou nenhum papel
nessa corrente da história atlântica. Esta versão da “civilização ocidental” era a
história do Atlântico Norte, e não do Atlântico Sul, a história anglo-americana
mais do que latino-americana, e a das conexões entre a América e a Europa
mais do que daquelas entre as Américas e a África. Tratava-se de uma história
racialmente, ou etnicamente, homogênea. A revolução em São Domingos – a
maior e mais bem sucedida revolta de escravos no hemisfério ocidental, e
evento culminante no ciclo de revoluções que havia sacudido o mundo
atlântico desde 1776 – não foi um evento pertencente a essa versão da história
atlântica e, portanto, não apareceu na obra de Palmer, Age of the Democratic
Revolution. Tampouco aqueles que escreviam a história do Atlântico negro
foram reconhecidos como participantes de um empreendimento historiográfico
comum. (ARMITAG, 2002, p. 208)

Na sequência dessa citação ele (ARMITAG, 2002, p. 208) faz elogios a três
intelectuais negros que fazem parte do meu objeto de pesquisa no Mestrado: Du Bois,
James e Williams. Esses autores abordaram de fato temas atlânticos como “as dinâmicas
do tráfico de escravos e da abolição, a relação entre escravismo e industrialismo, a
própria revolução haitiana”. Fizeram isso “durante mais de 60 anos antes que a história
atlântica fosse” uma reprodução (não necessariamente com essas palavras) do
pensamento da OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte. Ele complementa
que os três citados autores nos “fornece uma genealogia mais longa, mais multiétnica e
mais genuinamente internacional do que a esposada pela maioria dos proponentes do
Atlântico branco que, como muitos outros genealogistas, ignoraram esses ancestrais
inconvenientes ou incompatíveis”.
No entanto, Armitag (2002, p. 208), reconhece que existe uma historiografia
que se afasta daquela que faz apologia ao imperialismo. Trata-se da história atlântica
mais multicolorida. Esta mutação atinge até o chamado Atlântico branco que tornou-se
“um campo de estudo autoconsciente mais do que um modelo definidor para todas as
outras histórias atlânticas” , temos também o chamado “Atlântico negro” que se
unificou ao “Atlântico verde da dispersão política e demográfica irlandesa” e por
último, ele completa seu caleidoscópio historiográfico/atlântico, com o chamado
Atlântico vermelho que é “escrito a partir do marxismo, que descreve a formação de
uma classe trabalhadora multinacional, multiétnica e multicultural no mundo atlântico
inglês, formando uma “hidra de muitas cabeças” aos olhos de seus senhores”.
Esta posição atlanticistas de Armitag penso que dialoga como meu projeto de
mestrado em construção, pois nele pretende-se apresentar o pensamento africano, pela
via de autores originários do continente africano e diaspóricos que pensaram e
produziram conhecimentos e engendraram dois movimentos importantes para o
Movimento Negro Mundial em enlace com as ideias marxistas: o panafricanismo e a
negritude. Dito isso, passamos a descrever a origem, o conceito de História Global e
suas duas importantes vertentes (entre outras) desta metodologia historiográfica: história
comparada e história conectada.

Sobre História Global e suas Ramificações


De imediato bebo na fonte do Professor e Doutor em História ocupante da
cadeira de História Moderna na Universidade Livre de Berlim, Sebastian Conrad que é
autor de uma obra, intitulada “O que é história global?”, que foi resenhado por Antônio
Chiavelli Neto, para melhor compreender o conceito de história global. Numa primeira
abordagem e genérica fica entendido que a História Global nasce como uma
contraposição ao modelo historiográfico de história universal do século XX que é
centrada num modelo de orientação eurocêntrica de cunho nacionalista. (CONRAD
apud CHIAVELLI, 2021, p. 301)
A História Global é entendida como objeto de estudo e um procedimento
metodológico que pretende romper com o conceito de História Nacional. Tal conceito
coloca “em primeiro plano o “nacionalismo metodológico”, no qual o Estado-nação era
considerado a unidade de análise central e o progresso dos europeus eram a força motriz
de uma história do mundo, o que acabava por obscurecer as experiências de outras
sociedades”. No entanto, a história global vai além disso. Ela busca “ser vista de uma
forma mais ampla e inclusiva, considerando sujeitos, grupos sociais, sociedades,
artefatos, ideias, instituições etc. por meio de circulações e intercâmbios”. (CONRAD
apud CHIAVELLI, 2021, p. 302)
Verifica-se que o conceito de História Global não significa uma história sobre
tudo, mas “sobre conexões, interações transfronteiriças, dimensões fluidas e flexíveis
das transformações históricas dentro de um determinado recorte”. Não implica dizer
também que seja “uma metodologia que possa ser usada de forma irrestrita. Sua
utilização encontra mais sentido quando aplicada a determinados períodos, lugares e
processos; é necessário ter a percepção do grau e da qualidade das conexões do objeto”.
(CONRAD apud CHIAVELLI, 2021, p. 302)
Apesar da história global ser uma ferramenta muito boa para a história
intelectual, se não for bem utilizada ela pode ser uma péssima ferramenta para
historiadores. Uma
delas está na “delimitação temporal e espacial dos objetos”. Devem ser evitados “a
superficialidade dos temas para não ocorrer ideologização”, a modéstia na elaboração
dos objetivos deve ser também vista como um dos diversos antídotos para o bom uso do
tempo e espaço histórico. Um segundo erro consiste em exagerar “as relações e
analogias como fatores explicativos. O antídoto recomendado: não negligenciar as
comparações em suas complexidades de diferenças e semelhanças”. Por último, não
devemos perder de vista “que o espaço de produção influencia a produção histórica”.
Desta feita, temos quer ficar atentos ao “contexto regional, cultural e intelectual. Nesse
caso, o indispensável antídoto é ter interpretações históricas de distintos contextos
regionais e culturais competindo entre si para ampliar e desnaturalizar algumas
questões. (SANTOS JUNIOR, 2017, p.13)

Essas orientações são fundamentais na construção do projeto em construção


sobre as conexões dos intelectuais do Continente Africano e Europeu com a América do
Sul, pelas vias das ideias de vários autores dos continentes citados, com a formação das
organizações do MNM. Na proposta original do projeto identifico uma gama muito
grande de autores e intelectuais e suas respectivas obras a serem analisados. Penso que é
preciso diminuir esse leque de obras e intelectuais a serem analisados para não criar
dificuldades na produção textual da dissertação.

Dando prosseguimento a apresentação do debate sobre a história Global, vamos


discorrer sobre suas ramificações. Das fontes pesquisadas verifica-se que são
apresentadas até doze ramificações da história global: História comparada, História
relacional, nova história internacional, história transnacional, história Oceânica,
sociologia histórica, análise civilizacional, abordagem sistema mundo, História global,
História da globalização, História mundial e Big história. (SANTOS JUNIOR, 2017,
p.08).
Já Olstein (2015, p. 58) defende que bastam “4Cs para se pensar a história de
forma global. Seria preciso: conectar, comparar, conceituar e contextualizar. Esses 4Cs
seriam as estratégias primárias que norteariam todas as 12 divisões historiográficas
existentes. (SANTOS JUNIOR, 2017, p. 10). Tais divisões ou tendências, segundo João
Júlio levou a uma disputa por campo acadêmico dificultando a compreensão das
diversas correntes:

Cada uma dessas “novas tendências” surgiu defendendo seu território, seus
conceitos e metodologias próprios. Concordamos com José d’Assunção Barros
(2014a, p. 104, e 2014b, p. 288), quando aponta que essa pluralidade desvela
uma disputa por campo acadêmico. Entretanto, a nosso ver, essa disputa
dificultou a compreensão dessas correntes historiográficas como disposições
mais gerais, ou desdobramentos, de dois pressupostos essenciais e típicos ao
ofício do historiador no século XXI. Pode-se dizer que há um escopo comum
entre essas tendências, que podem ser resumidas em duas características
principais, nomeadamente: os esforços no sentido de evitar o nacionalismo
metodológico e também de escapar ao eurocentrismo/ocidentalismo. (SANTOS
JUNIOR, 2017, p.05).

Para este trabalho em curso, já afirmado anteriormente, vou apregoar apenas a


história comparada e conectada.

Comparar e Conectar experiências históricas

Os chamados historiadores atlanticistas, que pensam a história global, tem a


árdua tarefa de encontrar experiências do chamado “velho mundo”, a Europa, com o
“novo mundo”, as Américas Atlânticas, que possam ser comparadas ou conectadas e
permita a construção de trabalhos historiográficos.

Os defensores da história comparada partem do pressuposto que a análise


histórica só acontece com algum tipo de comparação. É um método adequado de se
realizar estudo de casos “em que conexões e trocas são mínimas quando situações
independentes são examinadas ao longo do tempo”. No entanto, este método tem
limites, como o de tender a “homogeneizar os casos, de suavizar, até mesmo de ignorar
as diferenças internas e a criação e reprodução das particularidades nacionais. Assim, a
inserção da história global estabelece que os processos de comparações partissem de um
princípio de contexto de fundo”. (CONRAD apud CHIAVELLI, 2021, p. 304)

Na historiografia sobre história comparada é apresentado Marc Bloch, o


renomado historiador francês, que se destacou por ser um dos fundadores da Escola dos
Annales, como um dos primeiros a usar essa expressão “ainda nos anos 1930. Ele, pelas
suas obras, influenciou “diversas gerações de historiadores que buscaram na
comparação uma estratégia de pesquisa para salientar as semelhanças e diferenças entre
objetos, processos e espaços”. (SANTOS JUNIOR, 2017, p.03)

Vários historiadores criticam o uso dessa metodologia comparativa como


ferramenta para a história intelectual. Segundo Gruzinski:
a história comparada é limitada para explica realidades culturais distintas -
Para limitar o etnocentrismo e ampliar os nossos horizontes, a história
comparada pareceu uma alternativa possível. Mas as perspectivas que propõe
podem ser enganosas. A seleção dos objetos que têm de ser comparados, dos
quadros e dos critérios, as perguntas, as mesmas grilles de interpretação
continuam sendo tributárias de filosofias ou de teorias da história que muitas
vezes já contêm as respostas às questões do pesquisador. No pior dos casos, a
história comparada pode aparecer como uma ressurgência insidiosa do
etnocentrismo (GRUZINSKI, 2003, p. 322)
Gruzinski não é o único que está nesta lista de críticos das limitações da história
comparada. Sanjay Subrahmanyam, em sua aula inaugural proferida no Collège de
France, tece críticas a Fernand Braudel, um dos idealizadores da história comprada,
pois ele e outros “ao esquadrinharem histórias de impérios e redes de mercadores na
Idade Moderna, investigando as inter-relações entre diferentes regiões, teriam
concebido narrativas bastante eurocêntricas”. Ele refere-se a obra de Braudel em que
tem como objeto de análise o mediterrâneo no qual o espaço histórico está no “norte do
mar, região a partir da qual eram pensadas as dinâmicas e relações com os demais
agentes históricos. Assim, “os pontos de vista dos otomanos, dos mongóis da Índia e
dos Chineses foram, no entanto, igualmente negligenciados em um certo estilo de
‘história mundial. Não é à toa a crítica destes dois autores (Gruzinski e Sanjay), pois
eles vão ser responsáveis pelo desenvolvimento de mais uma variante da história global,
a chamada história conectada que trataremos a seguir. (SUBRAHMANYAM apud
OLIVEIRA, 2021. 767).

História Conectada e o Movimento Negro no Maranhão.

Existe um projeto de pesquisa em andamento no Programa de Pós-Graduação de


História/CCH na Universidade Federal do Maranhão apresentado por Luiz Noleto
(2022) já apresentado no início deste artigo. Nele, percebe-se que Luiz Noleto busca
conexões atlânticas entre as ideias que sustentaram ou ainda sustentam o
panafricanismo, a negritude e o socialismo com as organizações do MNM. Ou seja, ele
pretende atuar como um eletricista que faz ligações entre os polos da Tensão Elétrica
(positiva e negativa ou fase e neutro) gerada por qualquer das fontes originárias desta
tensão (hidráulica, eólica ou fotovoltaicas). Essa comparação de eletricista com
historiador é aventada por Gruzinski:

Parece-me que a tarefa do historiador pode ser a de exumar as ligações


históricas ou, antes, para ser mais exato, a de explorar as connected histories se
adotamos a expressão proposta pelo historiador do império português, Sanjay
Subrahmanyam. O que implica que as histórias só podem ser múltiplas – em
vez de falar de uma História única e unificada com “h” maiúsculo. Essa
perspectiva permite também a observação de que estas histórias estão ligadas e
que se comunicam entre elas. Diante de realidades que convêm estudar sob
diversos aspectos, o historiador tem de converter-se numa espécie de
eletricista encarregado de restabelecer as conexões internacionais e
intercontinentais que as historiografias nacionais e as histórias culturais
desligaram ou esconderam, entaipando as suas respectivas fronteiras. As que
dividem Portugal da Espanha, por exemplo, ou as que separam a América
espanhola da portuguesa são típicas deste bloqueio. Várias gerações de
historiadores escavaram entre estes países fossos tão profundos que atualmente
custa muito entender a história comum a estes dois países, impérios e
subcontinentes. (GRUZINSKI, 2003, p. 323)
Veja, que na buscar pelas conexões históricas do panafricanismo, da negritude e
do socialismo com o MNM Luiz Noleto (2022) busca religar trocas culturais entre
nações. No entanto, é importante verificar que antes mesmo do resultado da pesquisa
proposta, já estão implícitas conexões históricas anteriores. A primeira dessas conexões
reside no próprio panafricanismo.
Marcio Paim (2014) nos diz que o movimento panafricanista será um dos mais
importantes políticos do Movimento Negro Mundial. Embora ele tenha atingido grande
parte do planeta (África, América e Europa) na sua constituição original nem continha a
denominação de panafricanista e nem tem origem por atores ou autores africanos, sua
origem ocorre nos países de língua inglesa e por negros que já faziam parte da diáspora
africana. Sua perspectiva ideológica estava restrita ao binômio: libertação e integração.
(PAIM, 2014, p.88)

Tal binômio (libertação e integração) que serve de estratégia do Movimento Pan-


africanista não existe desde a sua origem. Sua principal tarefa era se opor ao tráfico
escravista nas Américas, Ásia e Europa. Para além disso, buscava à igualdade das
populações africanas fora do continente africano. Tinha um caráter de solidariedade era
“restrita às populações de ascendência africana das Antilhas Britânicas e dos Estados
Unidos”. Isso fica claro na linguagem utilizada na primeira reunião que que debateu as
primeiras estratégias. Nela a expressão “Pan-Africanismo” não existia. Foi identificada
como a “Conferência dos povos de cor”. O termo Pan-Africanismo só se fará presente
no ano de 1900. Na voz de William Bugart Du Bois “a reunião de Londres foi
importante porque “Colocou pela primeira vez em moda a palavra “panafricanismo”.
Como se comprova, na letra de Marcio Paim no panafricanismo existe conexões
históricas entre intelectuais negros africanos e diaspóricos. (PAIM 2014, p. 88-89).

A segunda conexão histórica está contida no movimento da negritude. O


movimento da negritude que nasceu fora da África e teve como base linguística o inglês
e o francês. Inicia nos Estados Unidos, passa pelas Antilhas e vai chegar até à França,
onde será sistematizado. Após esse longo percurso vai atingir toda a “África negra e as
Américas (inclusive o Brasil), tendo sua mensagem, assim, alcançado todos e todos
negros da diáspora”. (DOMINGUES, 2005, p. 2)
Foi no período entre guerras que um grupo de estudantes negros oriundos dos
países colonizados (Antilhas e África) iniciou um processo de mobilização cultural na
busca de positivar a identidade negra. Tais estudantes no contato com as universidades
europeias, em particular as de Paris e Londres, verificaram que “a civilização ocidental
não era um modelo universal e absoluto tal como era ensinado na colônia”. A partir daí
foram despertados para uma nova consciência racial e, por extensão, a luta em favor do
resgate da identidade cultural do povo negro. Isso foi materializado na revista intitulada
Légitime Défense, publicada em junho de 1932 por estudantes negros. (DOMINGUES,
2005, p. 27)
O periódico pode ser considerado como um manifesto inicial do movimento
Negritude na Europa. “A revista denunciava a opressão racial e a política de dominação
cultural colonialista. O alvo do ataque também era “o mundo capitalista, cristão e
burguês”. Verifica-se, pelas palavras de Domingues (2005), que o movimento
Negritude, ao criticar o colonialismo e aqueles a quem ele estava a serviço, o modo
burguês e cristão de produção, já estava dando sinais de que ia avançar além da questão
racial e cultural. Tal extensão ideológica fica mais claro, segundo o autor, anos depois:
Dois anos depois, em 1934, os estudantes negros em Paris lançam a revistaL
´étudiant Noir (o Estudante Negro). Léon Damas proclamava: "não somos mais
estudantes martinicanos, senegaleses ou malgaches, somos cada um de nós e
todos nós, um estudante negro". Daí o título da revista. Contrapondo-se a
política assimilacionista das potências europeias retomaram a bandeira a favor
da liberdade criadora do negro e condenaram o modelo cultural ocidental.
Como instrumentos ideológicos de libertação, advogavam o comunismo, o
surrealismo e a volta às raízes africanas. (DOMINGUES, 2005, p. 28).

O aparecimento das ideias comunista é uma quebra de paradigma e também uma


conexão com o pensamento europeu, pois se considerarmos o sentido original da
palavra negritude, percebe-se que ela veio a ser cunhada pela primeira em 1939, com o
objetivo claro de positivar o termo negro. Neste primeiro momento as ideias e discursos
marxistas não estavam presentes.
O termo negritude é um ato individual de se assumir enquanto negro e “ser
consciente de uma identidade, história e cultura específica”, em três aspectos:
identidade, fidelidade e solidariedade. Ser negro significava para o movimento
[...] ter “orgulho da condição racial, expressando-se, por exemplo, na atitude de
proferir com altivez: sou negro! A fidelidade é a relação de vínculo indelével
com a terra-mãe, com a herança ancestral africana. A solidariedade é o
sentimento que une, involuntariamente, todos os "irmãos de cor" do mundo”.
Aqui mais uma vez se comprova que não existe nem uma dose do discurso
socialista. Quando essa corrente do Alemão Karl Marx começa a ter influência
e que contribui enormemente para sua consolidação, ao mesmo tempo vai
provocar rupturas. (DOMINGUES, 2005, p. 30).

Já vimos aqui que vão ocorrer conexão histórica das ideias socialistas europeias
com o movimento da negritude. Isso vai advir também entre o socialismo e o
panafricanismo e comprova a terceira conexão. Ao concluir a graduação em Estudos
Africanos encontrei vários intelectuais africanos como Kwame Nkrumah, Amílcar
Cabral, Léopold Sédar Senghor e diaspóricos como William Edward Burghardt Dubois,
Frantz Omar Fanon, Malcolm Ivan Meredith Nurse (George Padmore), verifiquei que
eles tiveram contato (conexão) com as ideias socialistas dos teóricos europeus Karl
Marx e Friedrich Engels.

Tais intelectuais, em seus escritos, não só transformaram espaços locais como


produziram modificações em outros locais do planeta. Suas ideias ao cruzarem
fronteiras foram fundamentais na construção de outros indivíduos e grupos para além
dos seus locais de origem. As conexões internas e externas do pan-africanismo, da
negritude e do socialismo circularam na Europa, no continente africano e chegaram ao
Brasil e foram responsáveis pela criação de vários movimentos e ações importantes em
nosso país e ao Maranhão. Neste particular meu projeto de pesquisa está mais próximo
da história conectada.

Prosseguindo nos esclarecimentos sobre a conexão histórica vamos voltar a


Gruzinski. Ela informa que o fato da conexão histórica estar próxima da microhistória
não deve, ela, se afastar do todo. Ele faz alerta em um artigo, intitulado, “O historiador,
o macaco e a centaura: a “história cultural” no novo milênio”. Diz ele:

Cabe acrescentar que o interesse pela microhistória, ou pela microetnohistória,


também influenciou o olhar do historiador e que alguns pesquisadores
acabavam “esquecendo” o contexto geral ao focalizarem o particular. Há
estudos de este afresco que só consideram o local indígena, ignorando as
referências a outros espaços muito mais distantes, como os do Renascimento
europeu e da pintura maneirista italiana. A presença da centaura Ocyrhoe nos
obriga a deixar a cidade de Puebla, a sair da Nova Espanha e do continente
americano para cruzar o Atlântico e chegar até a Italia dos grotescos. Ozomatli
e Ocyrhoe nos lembram que estas três abordagens, nacional, culturalista e
microhistórica podem contribuir para descontextualizar os objetos de estudo
dos lugares aos quais pertencem. (GRUZINSKI, 2003, p. 324)

Este alerta de Gruzinski é importante, pois ao ver a formação das organizações


do MNM não posso limitar a lupa histórica em seus feitos, mas as cargas culturais de
outros povos que influenciaram essa constituição, ou, como nos diz Sanjay, é preciso
enxergar essas conexões de forma aberta, pois, caso contrário vamos está fazendo “uma
comparação totalmente mecânica”. (SUBRAHMANYAM, 2014, p. 196).
Do que foi dito até aqui entendo que a História Global, na sua ramificação
história conectada, será a mais apropriada metodologia para a pesquisa em construção
no Mestrado de História que pretendo desenvolver. Será um exercício intelectual
importante para a historiografia intelectual e maranhense, na medida que irá conectar
ideias de três continentes: africano, europeu e americano.
Considerações Finais

Nos últimos tempos formou-se um leque muito grande de cientistas sociais da


área de humanas interessados em estudar as sociedades que pertencem às américas. Eles
estão em várias partes do globo: na América do Sul, do Norte, do Caribe, da África e da
Europa ocidental. Conrad os classifica como atlanticistas e que em sua grande maioria,
por ficarem presos a posições eurocêntricas devem ser classificados como apologistas
do imperialismo. No entanto, ele admite que vários intelectuais negros africanos
autóctones e diaspóricos estão fora deste rol.

Os atlanticistas em sua grande maioria são praticantes da metodologia


historiográfica conhecida como História Global. Essa metodologia que também é uma
forma de abordagem nasce como contraponto a metodologia historiográfica da história
universal do século XX que é centrada num modelo de orientação eurocêntrica de cunho
nacionalista. Essa nova forma de apresentar a história intelectual tem várias
ramificações, como história comparada, conectada, história transnacional etc.

Neste trabalho tenta-se apresentar, pela visão de vários intelectuais, o conceito


de história comparada e conectada. A história comparada tem seu pontapé nos anos
1930 pela letra de Marc Bloch, o renomado historiador francês, que se destacou por ser
um dos fundadores da Escola dos Annales. Mesmo sendo o percursor desta importante
variante metodológica da história global, existem alguns historiadores, entre esses,
Gruzinski e Sanjay, que advogam a tese da história comparada como reprodutora da
história nacional. Esses dois citados autores são expoentes da história conectada.

Para eles é preciso praticar a microhistória sem perder o todo e mostrar que para
além da história nacional existe troca de saberes dos dois lados do atlântico. O que
implica pra Gruzinski (20030 “que as histórias só podem ser múltiplas”, ao invés de
“uma História única e unificada com “h” maiúsculo”. Ele conclui que o “historiador tem
de converter- se numa espécie de eletricista encarregado de restabelecer as conexões
internacionais e intercontinentais”. É, no papel de eletricista historiador, que Luiz
Noleto está desenvolvendo um projeto de pesquisa no mestrado de história da UFMA
que pretende encontrar se houve conexões atlânticas entre as ideias do panafricanismo,
da negritude e do socialismo com as organizações do Movimento Negro do Maranhão.
REFERÊNCIAS

CHIAVELLI NETO, Antônio – Resenha da obra de Sebastian CONRAD What is


Global History. Princeton: Princeton University Press, 2016. Edição brasileira utilizada
neste trabalho: CONRAD, Sebastian. O que é história global? Tradução de Teresa
Furtado e Bernardo Cruz. Lisboa: Edições 70, 2019.
DOMINGUES, Petrônio. Movimento da Negritude: uma breve reconstrução histórica.
Mediações. Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 10, n.1, p. 25-40, jan.-jun. 2005.
Disponível em: http://www.revistas.usp.br/africa/article/view/74041/77683. Acesso
em13 de abril de 2020.

GRUZINSKI, SERGE - O historiador, o macaco e a centaura: a “história cultural”


no novo milênio. Ano 2003
NOLETO, Luiz Carlos Chaves - Movimento Negro do Maranhão (MNM): Pan-
Africanismo, Negritude, Marxismo e Formação Intelectual (1979-1990) – Ano 2022
PAIM, Márcio. Pan-africanismo: tendências políticas, Nkrumah e a crítica do livro Na
Casa de Meu Pai. Sankofa. Revista de História da África e de Estudos da Diáspora
Africana. Ano VII, Nº XIII, Julho/2014. Disponível em:
http://www.revistas.usp.br/sankofa/article/view/88952/91815. Acesso em 10 abril de
2020.

RIVAIR MACEDO, JOSÉ (org.) - O Pensamento Africano No Século XX, 2016.


SANTOS JÚNIOR, João Júlio Gomes dos e Monique - História global: um
empreendimento intelectual em curso Sochaczewski, 2017.
SUBRAHMANYAM, Sanjay - Impérios em Concorrência Histórias Conectadas nos
Séculos XVI e XVII – ano 2012
XAVIER, Ângela Barreto, Ricardo Roque, Nuno Gonçalo Monteiro, Isabel Corrêa da
Silva, Michel Cahen, Miguel Dantas da Cruz, Nuno Domingos e Ana Rita Amaral -
Impérios, historiografia, ciências sociais: uma entrevista com Sanjay
Subrahmanyam – ano 2014.

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