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1. Introdução

O presente trabalho propõe-se a explorar e analisar os fundamentos e desdobramentos do Pan-


africanismo, Renascimentos Negro e Africano, e a filosofia cultural da Negritude, destacando sua
relevância histórica, impacto sociopolítico e legado cultural.

1.1. Objectivos:
Objectivo geral

 Compreender como emergiram os movimentos Pan-Africanismo e Negritude.

1.2. Objectivos Específicos


 Investigar as raízes históricas e os contextos que levaram ao surgimento do Pan-
africanismo, dos Renascimentos Negro e Africano, e da filosofia da Negritude;
 Examinar o impacto desses movimentos na luta contra o colonialismo, na promoção da
unidade africana e na reafirmação da identidade e culturas africanas;
 Avaliar as limitações, críticas e desafios enfrentados por esses movimentos, considerando
as complexidades das sociedades africanas e afro descendentes.

2. Metodologia do trabalho

A metodologia deste estudo envolve uma pesquisa bibliográfica extensa e análise crítica de fontes
primárias e secundárias relacionadas ao Pan-africanismo, Renascimentos Negro e Africano, e à
filosofia da Negritude. Recorreu-se a obras académicas, artigos, discursos históricos e
documentos originais de figuras-chave desses movimentos.

2.1. Análise Crítica


Embora o trabalho seja abrangente ao explorar os Pan-africanismo, Renascimentos Negro e
Africano, e a Negritude, ele poderia se beneficiar de uma análise mais profunda das contradições
e complexidades inerentes a esses movimentos. Por exemplo, uma abordagem crítica poderia
explorar como o Pan-africanismo enfrentou desafios na prática da unificação política de nações
africanas com interesses divergentes. Além disso, uma discussão mais ampla sobre as tensões.

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3. Pan-africanismo

O pan-africanismo surge como manifestação da solidariedade entre os africanos e os povos de


descendência africana. O seu objectivo principal era a unidade política dos Estados africanos.

A sua perspectiva englobava a federação dos países regionais autónomos e o seu enquadramento
num conjunto de Estados Unidos de África. Dito de outra forma, o pan-africanismo lançou as
bases da filosofia política africana, como vimos na unidade 2, no capítulo sobre a filosofia
política africana.

A primeira conferência pan-africana teve lugar em Londres, em 1900. O seu objectivo era
procurar uma forma de protecção contra os agressores imperialistas brancos e contra a política
colonial que até então submetia os negros. Entendia-se que, por esta via, o africano conquistaria o
direito sua própria terra, sua personalidade. Tratava-se, portanto, de uma luta pelo direito de
todos os africanos serem tratados como homens, dai o conceito de pan-africanismo.

3.1. Renascimento Negro (Black Renaissance) e Renascimento Africano (African


Renaissance)
Foi dentro do espírito emergente de revolta contra o colonialismo que surgiu o Black
Renaissance, cujo fundador foi Du Bois.

Esta corrente do pensamento teve repercussões sociais, que consistiam em incutir no homem
negro a ideia de ser igual aos brancos. Este movimento difundia ideologias contra a
discriminação do povo negro. Defendia que os negros não podiam continuar a assistir
passivamente sua própria discriminação e que deviam reagir perante os tratamentos desumanos.
Du Bois afirmava: que os brancos saibam que por cada porrada que o branco der a um negro, nós
lhes vamos dar duas; por um negro morto, nos vamos matar dois brancos.»

 Para Nkrumah, o homem africano é um ser espiritual, dotado de dignidade, integridade e valor
intrínseco.

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3.1.1. Filosofia cultural (Negritude)
 A negritude insere-se no espírito pan-africanista da união e solidariedade entre os africanos, com
a simples diferença de se revestir de um carácter cultural e literário. Tal como o pan-
africanismo, a negritude nasceu fora do continente africano, como resultado dos esforços
emancipatórios da comunidade negra radicada em França. Os mentores deste projecto eram
membros de profissões liberais, estudantes, eclesiásticos, intelectuais e políticos.

A negritude pretendia a união de todos os negros. Césaire, depois Senghor e, mais tarde, a
revista Présence Atricaine e os congressos de escritores e artistas negros, que aquela organizou
cm 1956 e 1959, dão expressão à ideia da unidade africana sob a forma cultural, O
evolucionismo, classificando as sociedades segundo o seu grau de desenvolvimento técnico,
confirmou a visão etnocêntrica da elite ocidental e facilitou o colonialismo.

O funcionalismo, por sua vez, sugerindo a irredutibilidade das culturas a um denominador


comum, abria as portas ao princípio do relativismo cultural evocado pela etnologia americana.

Os maiores impulsionadores da negritude – Césaire (antilhano), Senghor (senegalês) e Damas


(guianês) – resumiram o projecto em três conceitos:

 Identidade  – consiste em o negro assumir plenamente a sua condição;


 Fidelidade  – atitude que traduz a ligação do homem negro terra-mãe;
 Solidariedade  – sentimento que liga secretamente todos os irmãos negros.

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4. Conclusão

Em conclusão, o pan-africanismo, o Renascimento Negro e a Negritude representam movimentos


e filosofias que emergiram em resposta à opressão, discriminação e exploração enfrentadas pelos
africanos e pessoas de ascendência africana ao longo da história. Esses movimentos
compartilham uma aspiração comum de unidade, igualdade e dignidade para os negros, cada um
com seu próprio foco e abordagem.

O pan-africanismo, originado no início do século XX, buscou a unidade política dos Estados
africanos como meio de resistir ao imperialismo e à colonização. Essa filosofia político-social
lançou as bases para a formação dos Estados Unidos da África, buscando a emancipação e a
autodeterminação dos africanos.

O Renascimento Negro, liderado por figuras como Du Bois, promoveu a igualdade e combateu a
discriminação racial nos Estados Unidos. Este movimento defendia que os negros não deveriam
mais tolerar passivamente a injustiça e deveriam reagir a tratamentos desumanos. Representou
um impulso para os direitos civis e a afirmação da identidade negra.

A Negritude, por sua vez, teve sua origem na comunidade negra radicada na França e concentrou-
se na dimensão cultural e literária da negritude. Os proponentes da Negritude, como Césaire e
Senghor, buscaram a unidade dos negros através da celebração de sua identidade cultural,
fidelidade à terra-mãe e solidariedade entre irmãos negros.

Esses movimentos, cada um à sua maneira, desempenharam papéis cruciais na luta contra a
opressão e na promoção da auto-estima, dignidade e igualdade para os negros em todo o mundo.
Eles continuam a inspirar e a influenciar as lutas por justiça social e igualdade nos dias de hoje,
reafirmando a importância da solidariedade e da busca por um mundo mais justo e inclusivo para
todas as pessoas, independentemente de sua origem étnica.

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5. Bibliografia

GEQUE, Eduardo; BIRIATE, Manuel. Filosofia 12ª Classe – Pré-universitário. 1ª Edição.


Longman Moçamique, Maputo, 2010

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