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Pan-africanismo

O que é pan-africanismo?
• Significado :Pan-africanismo vem do grego, pan (toda) e
africanismo (referindo-se a elementos africanos).

• Conceito: É um conceito politico-ideológico centrado na


noção de raça, que serve aqui como uma forma de
unificar uma determinada raça que possui
especifícidades em relação as outras, que no caso é a
raça negra. Nesse contexto, o pan- africanismo surgiu
como uma respostas dos negros e africanos a
opressão, violência que esse grupo sofria

• O termo Pan-africanismo foi cunhado pela primeira vez por


Sylvester Willians, advogado negro de Trinidad, por ocasião de
uma conferência de intelectuais negros realizada em Londres,
em 1900.
Desenvolvimento das ideias
• A difusão e o desenvolvimento das ideias pan-africanas se deram
através do intercambio que vários africanos de origem abastada e
negros fizeram em universidades norte-americanas e inglesas a
partir do século XIX e que se estruturou no século XX
• Esses homens começaram a desenvolver teorias que se
contrapunham as teorias racistas e coloniais dos europeus e
americanos brancos.
• A partir disso, eles criavam conferencias, origanizaçoes e
associações para desenvolver e discutir ideias acerca do
imperialismo, das questões de raça, etc. Uma dessas associações foi
a organização africana.
• O uso da categoria raça aqui busca um ethos comum, que possa vir
a incorporar todos os africanos e descentes desses nas outras
regiões do planeta.
Problemas ao pan-africanismo
• Divididos em dois: reduzido aos membros de
elite com escolaridade formal, adquirida,
principalmente em metrópoles, como Chicago,
Virginia, Carolina do norte e Londres.
• As ideias do pan-africanismo na África foi a
sua redução a algumas localidades inglesas
dentro do continente africano.
Principais pensadores do pan-
africanismo
Alexander
Crummell(1819-1898)
onde na sua obra a “língua inglesa na liberia”, ele vai
legitimar a ideia de raça, partindo do pressuposto de
que os membros de cada raça possuem uma
população intacta e homogênea de uma única
ascendencia e linhagem sanguínea.
Ele pensava a África como sendo parte de um único
povo, o povo negro, que ele lhe conferia uma unidade
natural. Sendo esse, a ideia fundamental do pan-
africanismo.
Crummell também acreditava que ele era um
representante do continente africano , porque como
negro, ele se considerava com porta-voz dos negros e
da África, devendo assim, “agir dentro dela e arquitetar
o seu futuro”.
Crummell acreditava que a união do povo negro
devesse acontecer para “ um grande e nobre trabalho
planejado pelo providencia divina”. Conforme, sua
visão as raças eram dispostas das mesmas condições
cognitivas ou moral, sendo diferentes apenas tarefas
espirituais atribuídas por Deus.
Edward Wilmot Blyden
(1832-1912)
Outro clérigo, Edward Vilmot Blyden, acreditava
que deveria existir a união dos negros, pois a raça
africana possui uma história própria e atributos
inerentes, que faziam com que eles tivessem um
“personalidade africana’’
Blyden, diferenciava a expansão do cristianismo
para a África e a expansão do Islã para a África.
Para Blyden o cristianismo era imposto pelos
missionários, que alienava os costumes dos
africanos, opressor e destruidor da cultura
africana. Ao contrário do Islã, que convertia por
persuasão e era levado por pequenos
comerciantes que ajudavam a desenvolver a
personalidade dos africanos e fazia com que
alguns elementos grosseiros dos africanos fossem
eliminados.
Blyden também lutou para que os negros
retornassem e recolonizassem a Libéria, que seria
o Estado independente construído por negros.
William Edward Burghardt
(1868-1963)
Talvez, o grande interprete do pan-
africanismo tenha sido Du Bois, que lançou as
bases intelectuais e praticas do movimento.
Para Du Bois raça resulta de articulações
entre noções biológicas e sócio-história, com
predominância da ultima (biológica)
Du Bois acreditava que cada grupo tinha um
papel a desempenhar na sociedade e que as
raças branca e negra tinha um papel
complementar, e não como superior e
inferior.
Du Bois foi um dos fundadores da National
Association for the Advancement of Colored
People (NAACP) em 1909.
Du Bois ganhou proeminência nacional como
líder do Movimento do Niagara, um grupo de
ativistas afro-americanos que lutavam por
direitos iguais para os negros
Marcus Garvey (1887-
1940)
Marcus Garvey também foi outro teórico do pan-
africanismo. É considerado um dos maiores
ativistas da história do movimento nacionalista
negro. É lembrado por alguns como o principal
idealista do movimento de “volta para a África”.
Na realidade ele criou um movimento de
profunda inspiração para que os negros
tivessem a “redenção” da África, e para que as
potências coloniais europeias desocupassem a
África. Cria a UNIA ( associação universal para o
aprimoramento do negro), que incluía desde
escolas para o seu técnico até ensino para
construir frotas de navios para o comercio entre
os negros.
Entre os objetivos da UNIA estavam:
– a promoção da consciência e unidade na raça
negra, da dignidade e do amor;
– o desenvolvimento da África, livrando-a do
domínio colonial e transformando-a numa
potência;
– protestar contra o preconceito e a perda dos
valores africanos;
– estabelecer instituições de ensino para negros,
onde se ensinasse a cultura africana;
Os congressos foram criados para
discutir as relações entre
diferença e igualdade, no sentido
amplo do termo, e lutar pelas
liberdades, da individual a relativa
a construção da soberania
nacional, realizaram-se na
primeira metade do século XX os
cinco primeiros congressos pan-
africanos.
I Congresso pan-africanista
• O primeiro organizado por Du Bois, em 1919,
onde ele e mais 57 delegados negros dos
territórios africanos dominados pela França e
Inglaterra, das Antilhas e dos EUA. Nesse
congresso foram reivindicadas direitos a
“proteção dos indígenas da África” : o direito
a terra, o trabalho livre e o fim de castigos
corporais.
II Congresso pan-africanista
• O segundo congresso pan-africanista foi
realizado em 1921 em três seçoes, Paris,
Londres e Bruxelas, onde contou com a
participação de 130 delegados africanos,
antilhanos e afro-americanos. Nesse
congresso foi reivindicado o desenvolvimentos
da África em benefícios dos africanos, a
criação do Instituto de Estudos do Problema
Negro e o reconhecimento dos direitos dos
negros no âmbito mundial.
III e IV Congressos pan-africanista
• No terceiro congresso ocorreu 1922,
partilhado em duas sessões, uma em Londres
e outra em Lisboa; e o quarto, 1927, em Nova
York. Ambos foram marcados pela “libertação
dos povos” , que continha uma proclamação,
onde a posse da África era um direito dos
negros e por fim, a igualdade entre brancos e
negros
V Congresso pan-africanista
• O quinto congresso pan-africanista ocorreu em 1945,
em Manchester, onde teve a participação de
estudantes, sindicalistas e políticos que pregavam a
libertação imediata do continente africano como tema
central desse congresso.
• Nesse congresso, George Padmore, propôs a adoção de
um manifesto que se opunha a discriminação racial,
condenava o apartheid e propunha que os negros se
unissem contra o colonialismo. Além disso, no quinto
congresso pan-africanista, o capitalismo europeu nos
territórios africanos foi duramente condenados por
todos os delegados negros presentes.

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