O pan-africanismo surgiu como resposta à opressão dos negros e africanos, defendendo a união dos povos negros. Pensadores como Crummell, Blyden e Du Bois desenvolveram essa ideologia, enquanto Garvey fundou a UNIA para promover a consciência negra. Os congressos pan-africanos entre 1919-1945 reivindicaram os direitos dos negros e a libertação da África do colonialismo.
O pan-africanismo surgiu como resposta à opressão dos negros e africanos, defendendo a união dos povos negros. Pensadores como Crummell, Blyden e Du Bois desenvolveram essa ideologia, enquanto Garvey fundou a UNIA para promover a consciência negra. Os congressos pan-africanos entre 1919-1945 reivindicaram os direitos dos negros e a libertação da África do colonialismo.
O pan-africanismo surgiu como resposta à opressão dos negros e africanos, defendendo a união dos povos negros. Pensadores como Crummell, Blyden e Du Bois desenvolveram essa ideologia, enquanto Garvey fundou a UNIA para promover a consciência negra. Os congressos pan-africanos entre 1919-1945 reivindicaram os direitos dos negros e a libertação da África do colonialismo.
O que é pan-africanismo? • Significado :Pan-africanismo vem do grego, pan (toda) e africanismo (referindo-se a elementos africanos).
• Conceito: É um conceito politico-ideológico centrado na
noção de raça, que serve aqui como uma forma de unificar uma determinada raça que possui especifícidades em relação as outras, que no caso é a raça negra. Nesse contexto, o pan- africanismo surgiu como uma respostas dos negros e africanos a opressão, violência que esse grupo sofria
• O termo Pan-africanismo foi cunhado pela primeira vez por
Sylvester Willians, advogado negro de Trinidad, por ocasião de uma conferência de intelectuais negros realizada em Londres, em 1900. Desenvolvimento das ideias • A difusão e o desenvolvimento das ideias pan-africanas se deram através do intercambio que vários africanos de origem abastada e negros fizeram em universidades norte-americanas e inglesas a partir do século XIX e que se estruturou no século XX • Esses homens começaram a desenvolver teorias que se contrapunham as teorias racistas e coloniais dos europeus e americanos brancos. • A partir disso, eles criavam conferencias, origanizaçoes e associações para desenvolver e discutir ideias acerca do imperialismo, das questões de raça, etc. Uma dessas associações foi a organização africana. • O uso da categoria raça aqui busca um ethos comum, que possa vir a incorporar todos os africanos e descentes desses nas outras regiões do planeta. Problemas ao pan-africanismo • Divididos em dois: reduzido aos membros de elite com escolaridade formal, adquirida, principalmente em metrópoles, como Chicago, Virginia, Carolina do norte e Londres. • As ideias do pan-africanismo na África foi a sua redução a algumas localidades inglesas dentro do continente africano. Principais pensadores do pan- africanismo Alexander Crummell(1819-1898) onde na sua obra a “língua inglesa na liberia”, ele vai legitimar a ideia de raça, partindo do pressuposto de que os membros de cada raça possuem uma população intacta e homogênea de uma única ascendencia e linhagem sanguínea. Ele pensava a África como sendo parte de um único povo, o povo negro, que ele lhe conferia uma unidade natural. Sendo esse, a ideia fundamental do pan- africanismo. Crummell também acreditava que ele era um representante do continente africano , porque como negro, ele se considerava com porta-voz dos negros e da África, devendo assim, “agir dentro dela e arquitetar o seu futuro”. Crummell acreditava que a união do povo negro devesse acontecer para “ um grande e nobre trabalho planejado pelo providencia divina”. Conforme, sua visão as raças eram dispostas das mesmas condições cognitivas ou moral, sendo diferentes apenas tarefas espirituais atribuídas por Deus. Edward Wilmot Blyden (1832-1912) Outro clérigo, Edward Vilmot Blyden, acreditava que deveria existir a união dos negros, pois a raça africana possui uma história própria e atributos inerentes, que faziam com que eles tivessem um “personalidade africana’’ Blyden, diferenciava a expansão do cristianismo para a África e a expansão do Islã para a África. Para Blyden o cristianismo era imposto pelos missionários, que alienava os costumes dos africanos, opressor e destruidor da cultura africana. Ao contrário do Islã, que convertia por persuasão e era levado por pequenos comerciantes que ajudavam a desenvolver a personalidade dos africanos e fazia com que alguns elementos grosseiros dos africanos fossem eliminados. Blyden também lutou para que os negros retornassem e recolonizassem a Libéria, que seria o Estado independente construído por negros. William Edward Burghardt (1868-1963) Talvez, o grande interprete do pan- africanismo tenha sido Du Bois, que lançou as bases intelectuais e praticas do movimento. Para Du Bois raça resulta de articulações entre noções biológicas e sócio-história, com predominância da ultima (biológica) Du Bois acreditava que cada grupo tinha um papel a desempenhar na sociedade e que as raças branca e negra tinha um papel complementar, e não como superior e inferior. Du Bois foi um dos fundadores da National Association for the Advancement of Colored People (NAACP) em 1909. Du Bois ganhou proeminência nacional como líder do Movimento do Niagara, um grupo de ativistas afro-americanos que lutavam por direitos iguais para os negros Marcus Garvey (1887- 1940) Marcus Garvey também foi outro teórico do pan- africanismo. É considerado um dos maiores ativistas da história do movimento nacionalista negro. É lembrado por alguns como o principal idealista do movimento de “volta para a África”. Na realidade ele criou um movimento de profunda inspiração para que os negros tivessem a “redenção” da África, e para que as potências coloniais europeias desocupassem a África. Cria a UNIA ( associação universal para o aprimoramento do negro), que incluía desde escolas para o seu técnico até ensino para construir frotas de navios para o comercio entre os negros. Entre os objetivos da UNIA estavam: – a promoção da consciência e unidade na raça negra, da dignidade e do amor; – o desenvolvimento da África, livrando-a do domínio colonial e transformando-a numa potência; – protestar contra o preconceito e a perda dos valores africanos; – estabelecer instituições de ensino para negros, onde se ensinasse a cultura africana; Os congressos foram criados para discutir as relações entre diferença e igualdade, no sentido amplo do termo, e lutar pelas liberdades, da individual a relativa a construção da soberania nacional, realizaram-se na primeira metade do século XX os cinco primeiros congressos pan- africanos. I Congresso pan-africanista • O primeiro organizado por Du Bois, em 1919, onde ele e mais 57 delegados negros dos territórios africanos dominados pela França e Inglaterra, das Antilhas e dos EUA. Nesse congresso foram reivindicadas direitos a “proteção dos indígenas da África” : o direito a terra, o trabalho livre e o fim de castigos corporais. II Congresso pan-africanista • O segundo congresso pan-africanista foi realizado em 1921 em três seçoes, Paris, Londres e Bruxelas, onde contou com a participação de 130 delegados africanos, antilhanos e afro-americanos. Nesse congresso foi reivindicado o desenvolvimentos da África em benefícios dos africanos, a criação do Instituto de Estudos do Problema Negro e o reconhecimento dos direitos dos negros no âmbito mundial. III e IV Congressos pan-africanista • No terceiro congresso ocorreu 1922, partilhado em duas sessões, uma em Londres e outra em Lisboa; e o quarto, 1927, em Nova York. Ambos foram marcados pela “libertação dos povos” , que continha uma proclamação, onde a posse da África era um direito dos negros e por fim, a igualdade entre brancos e negros V Congresso pan-africanista • O quinto congresso pan-africanista ocorreu em 1945, em Manchester, onde teve a participação de estudantes, sindicalistas e políticos que pregavam a libertação imediata do continente africano como tema central desse congresso. • Nesse congresso, George Padmore, propôs a adoção de um manifesto que se opunha a discriminação racial, condenava o apartheid e propunha que os negros se unissem contra o colonialismo. Além disso, no quinto congresso pan-africanista, o capitalismo europeu nos territórios africanos foi duramente condenados por todos os delegados negros presentes.