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Classe: 12a, Turma: B

Disciplina: Filosofia

Tema: Filosofia política em África

Classif:
(______)

Discentes: Docente:
André Faustino Chichava;
Dzimba
Elton João Langa;
Ernesto Albino Massingue;
Geisel de Jesus Augusto.
Manhiça, Junho de 2023
Índice
Introdução........................................................................................................................................3
Filosofia política em África.............................................................................................................4
Nacionalismo...................................................................................................................................4
Origem do nacionalismo..................................................................................................................5
Estado e nação.................................................................................................................................6
Pan-africanismo...............................................................................................................................7
Negritude.........................................................................................................................................8
Renascença Africana.......................................................................................................................9
A Integração política........................................................................................................................9
Conclusão......................................................................................................................................12
Referências bibliográficas.............................................................................................................13
Introdução
O presente trabalho de pesquisa, debruça-se sobre Nacionalismo Africano, concretamente no que
concerne a origem e a sua evolução.
Falar do nacionalismo africano é falar de um despertar nacional, tentativa sofrida de
ressurgimento de uma personalidade há séculos negada, tentativa de opor-se ao poder opressor
dos estrangeiros forçosamente estabelecido no continente. Dai que se torna importante sublinhar
que o nacionalismo é só justificável quando um povo se encontra oprimido. Ele concentra então
numa aspiração bruta as diversa forças sócias, igualmente humilhadas e que vive na esperança.
Mas, uma vez libertado esse povo, já o nacionalismo não pode fornecer respostas serias ao
problemas reais. Não passa de excitações estéreis e de contradições indefinidas.
O objectivo principal deste trabalho, é procurar transmitir o essencial daquilo que foi o
nacionalismo e a união dos povos Africanos.
Para efectivação deste trabalho nós recorremos a Internet.

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Filosofia política em África

A Filosofia política africana esta estreitamente ligada ao pan-africanismo. O pan-africanismo,


além de lutar pelo reconhecimento dos negros no mundo, traçou, principalmente com Du Bois,
linhas pala uma Filosofia política africana.

Por Filosofia africana entende-se o conjunto de pensamentos relativos emancipação e ao


reconhecimento do homem negro, quer dentro do seu continente, quer fora dele. A Filosofia
política africana contém o pensamento de vários autores e tem como objectivo a libertação física
e psíquica do jugo colonial do continente africano.

  Nkrumah defendia a independência imediata dos Estados africanos, enquanto Senghor


acreditava que uma independência gradual dos Estados seria o ideal.
A ideologia adoptada pelos Estados africanos foi o socialismo, talvez pela influência do
“consciencismo” de Nkrumah e de outras conjunturas políticas. Nesta ideologia, hipertrofia-se o
espírito comunitário africano, o que levou Nkrumah a postular o socialismo, como prova o
seguinte excerto: o vulto tradicional da África implica uma atitude em Relação ao homem que
nas suas manifestações sociais não pode deixar de ser classificada como socialista.
O consciencismo constituiu uma autêntica defesa do materialismo, pois alguns africanos
achavam-no incompatível com a espiritualidade africana. Nkrumah defendia que o ateísmo não
era condição indispensável da adesão ao marxismo, ou pelo menos ao materialismo. Por outro
lado, pretendia mostrar que o conteúdo essencial do socialismo, o igualitarismo, era conforme às
tradições socioculturais africanas. O consciencismo pretendia assegurar o desenvolvimento de
cada indivíduo.

Nacionalismo

É o sentimento de pertencer a uma determinada nação, ou seja, é o indivíduo que valoriza todos
os símbolos nacionais e se sente responsável por defender a integridade do estado a qual está
inserido.

O nacionalismo pode ser considerado uma ideologia contida em várias outras, pois existem
vários tipos de nacionalismo.
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Os indivíduos nacionalistas tendem a preservar o território a qual se encontra e não aceitam nada
que possa corromper a integridade do estado já estabelecido, ou seja, eles não se importam com a
cultura da sociedade, mas sim, há uma relação de amor com o estado e a preservação do mesmo.

O historiador Eric Hobsbawn (1917-2012) entendia o nacionalismo como um sentimento comum


entre as pessoas pela busca de uma nação democrática e assim mobilizadas a transformações
políticas.  

Mas o nacionalismo em sua conjuntura influenciou acções extremistas como o regime nazista, o
fascismo na Itália e no Japão, fato esse que levaram muitas pessoas a repudiarem o nacionalismo.

Como sabemos o nacionalismo são as pessoas que amam o seu povo e a sua terra, sabe a sua
moradia? Então, essa moradia possui muros e um portão, e você com certeza não deixa qualquer
pessoa entrar em sua residência e fazer o que bem entender, não é?   Isso é ser nacionalista. É
defender a sua propriedade, o seu território.

Origem do nacionalismo
O nacionalismo pode ser visto como uma ideologia que teve suas primeiras nuances de
surgimento no século XIX, nesse período os Estados-Nações na Europa estavam se afirmando
como nação. A população francesa da época começou a rejeitar o estado absolutista buscando
um governo democrático inteirado a participação popular.

Napoleão após ter conquistado boa parte do território da Europa, propôs a ideia de proteger e ao
mesmo tempo fortalecer o seu espaço e a partir disso começou a ressaltar características próprias
daquele lugar a fim de proteger contra o ataque de outros invasores.

A ideia foi se consolidando e espalhando pelo continente europeu até que chegou a países ainda
não consolidados como estados-nação da Albânia, Bulgária, Itália, Alemanha, dentre outros
países.

Com esse contexto o nacionalismo começa a ganhar força e espaço formando uma espécie de
identidade nacional de uma nação.

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O nacionalismo pode ser concebido de duas formas: A maneira ideológica e acção política, a
ideologia estão ligadas a uma identidade nacional abarcada nos laços culturais e étnicos,
princípios esses de origem em comum, na ideologia nacionalista considera-se a formação de
nação como um Estado independente.

Já no campo político, o nacionalismo é mal visto, pois a soberania é umas das principais
determinações para resolver assuntos internos e até mesmo internacionais, nesse campo a
autodeterminação está muito presente.

Estado e nação

Primeiramente é importante entender o que é estado e nação para assim haver uma melhor
compreensão da temática:
 Estado: O estado é uma entidade soberana de teor administrativo a qual contem o território e
de acordo com o estado podem conter diferentes nações, é uma estrutura própria e politicamente
organizada.
 A nação reúne indivíduos que possuem tradições parecidas estabelecidas por grupos étnicos,
culturais, linguísticos e religiosos.

Portanto, não são todas as nações que possuem estados soberanos, mas todo estado possue
consequentemente uma nação, diferenciando apenas nesse aspecto.

Vejamos um exemplo claro:


“Vamos imaginar uma tribo de índios, a tribo representa uma determinada nação de origem
indígena, essa tribo de acordo com toda história, mantêm a sua cultura, linguagem, vestimentas,
mas não tem a soberania de decidir sobre assuntos externos, papel esse que fica apenas em
função do Estado Brasileiro a qual é considerado nesse aspecto soberano, acima das decisões.
Outro exemplo pode ser visto em etnias curdos, o povo dessa etnia não possuem um território
para constituir um país independente, ou seja,  não possuem um Estado intermediador.
No século XIX os países como Alemanha e Itália ainda não eram considerados consolidados, a
consolidação só ocorreu por influência do nacionalismo e seus valores, a qual busca identidade
nacional e a principalmente a formação de uma nação.
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Pan-africanismo

O pan-africanismo é um movimento de carácter social, filosófico e político, que busca defender


os direitos do povo africano através da construção de um único Estado soberano.

"Pan-africanismo é o nome dado a uma ideologia que acredita que a união dos povos de todos os
países do continente africano na luta contra o preconceito racial e os problemas sociais é uma
alternativa para tentar resolvê-los.

A partir dessa ideologia foi criada a Organização de Unidade Africana (1963), que tem sido
divulgado e apoiado, maioritariamente, por afrodescendentes que vivem fora da África.

Dentre as propostas da ideologia está a estruturação social do continente por meio de um


remanejamento étnico na África, unindo grupos separados e separando grupos rivais, por
exemplo, tendo em vista que isso aconteceu durante a divisão continental imposta pelos
colonizadores europeus. Além do resgate de práticas religiosas, como culto aos ancestrais e
incentivo ao uso de línguas nativas, anteriormente proibidos pelos colonizadores.
Na realidade, o pan-africanismo é um movimento de carácter social, filosófico e político, que
visa promover a defesa dos direitos do povo africano, constituindo um único Estado soberano
para africanos que vivem ou não na África.
Os principais idealizadores da teoria pan-africanista foram Edward Burghardt Du Bois e Marcus
Musiah Garvey.
No ano de 2002 instituiu-se de maneira oficial a União Africana em substituição à Organização
da Unidade Africana. No ano seguinte, a união tomou iniciativas agressivas em relação a
possíveis soluções para as crises da região, além de incentivar a integração entre os países.

O objectivo da União Africana é implantar um continente livre para a circulação de pessoas, um


Parlamento continental, um tribunal pan-africano e um Banco Central, para que no futuro possa
circular uma moeda única, intenções pautadas nos moldes da União Europeia.
O fortalecimento da África no século XXI requer um enorme esforço, tendo em vista que o
continente é assolado pela pobreza, miséria, guerras, doenças, corrupção. Portanto, erguer esse
continente é um grande desafio e, por isso, o agrupamento dos países pode trazer resultados
positivos."
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Negritude
 (Négritude em africa) foi originalmente uma corrente literária que agregou escritores negros de
países que foram colonizados pela França. Os objectivos da negritude eram a valorização
da cultura negra em países africanos ou com populações afro-descendentes expressivas que
foram vítimas da opressão colonialista. Mais tarde o termo foi apropriado pelos movimentos
negros para sinalizar valores ligados à sua etnia, cultura, história, conscientização e
empoderamento

O ano de 1933, com a publicação do jornal L'étudiant noir, tem sido em geral considerado o do
nascimento oficial do movimento. Seus editores foram Aimé Césaire (Martinica), Léon-Gontran
Damas (Guiana Francesa) e Léopold Sédar Senghor (Senegal), então estudantes em Paris. Além
de criticarem a arrogância do Ocidente e de proporem soluções socialistas para o problema dos
povos explorados, esses jovens escritores formulavam uma nova visão do mundo para os negros.

A Negritude atraiu ampla atenção internacional após a Segunda Guerra Mundial, com o
aparecimento de Présence africaine (1947), jornal que promovia os conceitos da Negritude, e
com a publicação da Anthologie de la Nouvelle Poésie Nègre et Malgache de Langue Française
(1948), editada por Senghor. Depois da emancipação da maior parte das antigas colónias
africanas no início da década de 1960, a Negritude decresceu como movimento organizado.
Esteve sob a mira de acirradas críticas da geração seguinte de escritores africanos de fala inglesa
e francesa, que denunciaram o movimento e seus postulados como racistas e irrelevantes quanto

Aos problemas da África pós-colonial. Mais recentemente, escritores e teóricos (como René
Depestre e Edouard Glissant) têm criticado especificamente o carácter essencialista da Negritude
(ou seja, a concepção de que há uma essência distinta a definir o negro e a distingui-lo do
branco), propondo outras alternativas mais rentáveis para o entendimento das sociedades e
culturas das populações afro-descendentes das Antilhas.

Renascença Africana 

É um conceito de que o povo e as nações da África devem superar os actuais desafios com que se
defronta o continente, promovendo uma renovação cultural, científica e económica.

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A noção de Renascença Africana foi inicialmente formulada pelo antropólogo e
historiador senegalês Cheikh Anta Diop em uma série de ensaios elaborados a partir de 1946 e
posteriormente reunidos no livro Towards the African Renaissance: Essays in Culture and
Development, 1946-1960. Mais tarde, o conceito foi popularizado pelo sucessor de Nelson
Mandela na presidência da África do Sul, Thabo Mbeki (1999 - 2008), que anunciou o início da
Renascença Africana quando era ainda vice-presidente.

Na África do Sul, a expressão "Renascença Africana" foi utilizada pela primeira vez em 1994,
após a primeira eleição democrático pós-Apartheid. O conceito, ainda em formação, tomou
forma em Maio de 1996.

Em Abril de 1997, Mbeki articulou os elementos constitutivos da Renascença Africana: coesão


social,  democracia, reconstrução económica e crescimento e a inserção da África, de forma
significativa, no cenário geopolítico mundial.

A Integração política
É um processo avançado, no qual as economias dos países cooperantes se integram
completamente num mercado único, surge a necessidade de políticas comuns de política social
(educação, saúde, subsídios de desemprego e pensões) e instituições políticas comuns. Isso é
integração política e sua culminação ocorre quando os países cooperantes estão tão integrados
que compartilham as mesmas políticas externas e fundem seus exércitos. Com efeito, eles
formam um novo país.
Várias organizações regionais menores com associações não sobrepostas

É um processo em que os países vizinhos firmam um acordo para aprimorar a cooperação por
meio de instituições e regras comuns. Os objectivos do acordo podem variar de económicos a
políticos e ambientais, embora normalmente tenha assumido a forma de uma iniciativa de
economia política em que os interesses comerciais são o foco para alcançar objectivos
sociopolíticos e de segurança mais amplos, conforme definidos pelos governos nacionais. A
integração regional tem sido organizada por meio de estruturas institucionais supranacionais ou
por meio de tomadas de decisão intergovernamentais, ou uma combinação de ambos.

Esforços anteriores de integração regional muitas vezes se concentraram na remoção de barreiras


ao livre comércio na região, aumentando a livre circulação de pessoas, mão-de-obra, bens e
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capital através das fronteiras nacionais, reduzindo a possibilidade de conflito armado regional
(por exemplo, por meio de Confiança e Segurança - Construindo Medidas), e adoptando posturas
regionais coesas em questões políticas, como meio ambiente, mudanças climáticas e migração.

A integração económica é o processo pelo qual diferentes países concordam em remover as


barreiras comerciais entre eles. As barreiras comerciais podem ser tarifas (impostos impostos
sobre as importações de um país), cotas (um limite para a quantidade de um produto que pode ser
importado) e restrições de fronteira. Por exemplo, Canadá, México e Estados Unidos formaram o
Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), que reduz as barreiras comerciais
entre os três países.

O mercado único é o ponto médio da escala de integração entre a integração política e a


integração económica. É o ponto em que as economias dos estados cooperantes se tornam tão
integradas que todas as barreiras aos movimentos de trabalho, bens e capital são removidas.
Nesta fase, os estados integrantes estabelecem uma tarifa externa comum sobre bens de outros
países – isso é chamado de união aduaneira. Um passo adicional no processo de integração
económica pode ser a adopção de uma moeda comum, com a política monetária regulada por um
único banco central

União Africana  (UA) é a organização internacional consistindo de 55 países que promove a


integração entre os países do continente africano nos mais diferentes aspectos. A UA foi
anunciada na Declaração de Sirte em Sirte, Líbia, a 9 de Setembro de 1999. O Bloco foi fundado
a 26 de Maio de 2001 em Adis Abeba, Etiópia, e lançado a 9 de Julho de 2002
em Durban, África do Sul e sucessora da Organização da Unidade Africana, criada em 1963, é
baseada no modelo da União Europeia (mas actualmente com actuação mais próxima a
da Comunidade das Nações), ajuda na promoção da democracia, direitos
humanos e desenvolvimento económico na África, especialmente no aumento dos investimentos
estrangeiros por meio do programa Nova Parceria para o Desenvolvimento da África. Seu
primeiro presidente foi o sul-africano Thabo Mbeki.

O secretariado da UA, a Comissão da União Africana, tem base em Adis Abeba. A maior cidade
na UA é em Lagos, Nigéria, enquanto a maior aglomeração urbana é no Cairo, Egipto. A União
Africana tem mais de 1.3 mil milhões de pessoas e uma área de cerca de 29 milhões km 2 e inclui

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monumentos mundiais famosos, como o Saara e o Nilo.  As principais línguas de trabalho são
Árabe, Inglês, Francês, Português, Espanhol, e suaíli. Dentro da União Africana, existem
organismos oficiais, como o Conselho de Paz e Segurança e o Parlamento Pan-Africano.

Conclusão
No presente trabalho concluímos que O nacionalismo africano significou a tomada de
consciência ou desejo de desenvolver a força, a liberdade ou a prosperidade de África por partes
de indivíduos ou grupos de indivíduos em relação a estrutura sócio económica dos
países africanos.
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Referências bibliográficas
 SUMBANE, Salvador Agostinho. H11 - História 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores,
Maputo, 2017.

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