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Tarefas do estudante:
Tarefas do docente:
Objectivos da aula
O Plano analítico prevê que o tema a ser fundamentado seja: Introdução ao estudo da
Neuropsicologia, para tal, leiam atentamente o texto de apoio em anexo.
➔ COTEÚDOS
hemisfério direito é responsável pela identificação dos aspectos gerais, tais como o género e a faixa
etária, e o hemisfério esquerdo reconhece de quem é o dono da cara. Deste modo, a partir da
As tentativas de examinar processos mentais complexos como uma função de áreas cerebrais locais
começaram em um passado bem distante (Luria, 1981).
2. Objecto de Estudo
3. Objectivos da Neuropsicologia
Os objectivos considerados de acordo com Bartolomé, Fernández e Ajamil é a descrição cientifica das
manifestações da patologia das actividades nervosas superiores, conhecimento de fisiopatologia das
alterações observadas, diagnóstico clínico, neuropsicológico e topográfica cerebral subjacente a um
transtorno comportamental, estudo da influência da experiência na aprendizagem sobre a essência
neuro-funcional, estudo das representações internas dos fenómenos mentais, terapia racional e
fisiopatológica assim como a reabilitação e por fim, a realização de programas de investigação (Luria,
1981).
Mesmo na Idade Média, filósofos e naturalistas consideraram que “faculdades” mentais poderiam estar
localizadas nos “três ventrículos cerebrais”, e no começo do século dezanove o conhecido anatomista
Gall, que foi o primeiro a descrever a diferença entre as substâncias cinzenta e branca do cérebro,
afirmou com confiança que “faculdades” hu manas estão sediadas em áreas cerebrais particulares e
estritamente localizadas. Se essas áreas forem especialmente bem desenvolvidas, isto levará à
formação de proeminências nas partes correspondentes do crânio, e a observação de tais
proeminências pode, consequentemente, ser utilizada para determinar diferenças individuais nas
faculdades humanas. Os mapas “frenológicos” de Gall eram, entretanto, tentativas de projetar sobre o
cérebro, sem muita base factual, a “psicologia das faculdades” em voga naquele tempo, e, em função
disso, eles foram rapidamente esquecidos. Tais tentativas foram seguidas por outras que procuravam
distinguir zonas funcionais do córtex cerebral com base em observações positivas de alterações do
comportamento humano que ocorriam após lesões cerebrais locais (Luria, 1981).
4. Surgimento da Neuropsicologia
Foi a partir da segunda metade do século XX, que a Neuropsicologia se afirmou efectivamente como
área da ciência e área de estudo, e embora a linguagem tenha sido a ideia mais estudada, houve outros
termos importantes que também se têm destacado como, a memória, atenção, perceção visual e
perceção auditiva (Pinheiro, 2005).
A data de nascimento da investigação científica dos distúrbios dos processos mentais pode ser
acertadamente tomada como 1861, quando o jovem anatomista francês Paul Broca teve a oportunidade
de descrever o cérebro de um paciente que, por muitos anos, tinha estado internado na Salpêtrière com
um distúrbio acentuado de fala motora (expressiva), e mostrou que o terço posterior do giro frontal
inferior estava destruído no cérebro desse paciente. Vários anos mais tarde, como resultado de
observações adicionais, Broca pôde obter informação mais precisa e mostrar que a fala motora está
associada a uma' região localizada do cérebro, a saber, o terço posterior do giro frontal inferior
esquerdo. Assim, Broca postulou que o terço posterior do giro frontal inferior esquerdo é o “centro para
as imagens motoras das palavras” e que uma lesão dessa região leva a um tipo característico de' perda
da fala expressiva, que ele originalmente denominou “afemia” e posteriormente “afasia”, que é o termo
usado ainda hoje (Luria, 1981).
Nos dias de hoje a Neuropsicologia integra áreas das ciências humanas e áreas vinculadas à Biologia,
possibilitando uma melhor análise de mudanças cerebrais e ainda de alterações ocorridas nos
processos psicológicos.
5. Áreas da Neuropsicologia
No que concerne à Neuropsicologia clínica esta tem como base a aplicação de conhecimentos
provenientes de investigações clínicas e experimentais a problemas específicos, oriundos da conexão
entre comportamento e cérebro (Ramos & Hamdan, 2016).
Esta área assenta numa “actividade no âmbito da intervenção psicológica que tem o seu fundamento
científico na Neuropsicologia Humana”, isto é, a primeira resulta da aplicação prática da segunda uma
vez que o comportamento humano (Junqué & Barroso, 2001) pode ser afectado, por vezes, pelo
diagnóstico e tratamento de distúrbios do sistema nervoso.
Luria, em 1979, vem acrescentar que o método patológico-experimental tem como objectivo estudar
sujeitos ditos normativos, uma vez que estes proporcionam visão reducionista à conduta humana e aos
processos psíquicos através das diversas áreas cerebrais existentes (Romanelli et al., 2005)
Este método inclui duas técnicas, sendo elas a análise sindrómica e a dupla dissociação de funções. A
primeira é a descrição de diversos sintomas que podem manifestar-se e influenciar determinadas áreas
do encéfalo (Romanelli et al., 2005), ou seja, uma lesão ou várias lesões podem ocorrer pela presença
de um ou mais sintomas, assim como, os sintomas podem ser originários de uma lesão especifica.
Este método tem por objetivo controlar as variáveis que estão diretamente relacionadas com o
funcionamento cerebral, sendo que deste modo utiliza a técnica de análise de lesões e técnicas de
inativação cerebral transitória (Junqué & Barroso, 2001). Portanto assemelha-se ao método patológico-
experimental, visto que ao fim ao cabo o que se pretende é ficar a saber se a lesão que foi manipulada
pelo experimentador provocou algum efeito na função biológica da pessoa (Junqué & Barroso, 2001).
Este método tem duas técnicas nomeadamente Tomografia computadorizada e Ressonância magnética.
A primeira consiste na utilização de um aparelho com fonte raio-X, sendo que de um lado se realiza um
movimento circular à volta da cabeça do sujeito, emitindo assim feixes de raios-X em forma de leque e a
segunda, estão incluídas três etapas: o alinhamento, excitação e a detecção de radiofrequência e a
sensibilidade a movimentos de líquidos.
Este faz uso de técnicas que possam controlar as variáveis que afectam indirectamente o funcionamento
cerebral, sendo elas as de divisão sensorial e as de interferência (Junqué & Barroso, 2001). As técnicas
de divisão sensorial partem da “separação existente nas vias sensoriais e manipulam a informação,
mediante a instrumentação adequada, para que se chegue ao cérebro de forma distinta em cada
hemisfério” (Junqué & Barroso, 2001). Esta técnica dá uso da estratégia de campos visuais separados,
isto é, existe um certo número de estímulos que são apresentados por um aparelho, o taquistocópio, e
esses estímulos são expostos a cada hemisfério à vez.
Através de ensaios sobre esta temática conseguiu-se perceber que o hemisfério direito é responsável
por estímulos mais verbais (letras, dígitos, palavras, entre outras) enquanto que o hemisfério esquerdo
replica maioritariamente a estímulos não-verbais (cor, movimento, localização, brilho, entre outros)
(Junqué & Barroso, 2001).
6.3. Método funcional
Este método está responsável por registar as alterações que ocorrem ao nível da actividade cerebral em
que ao mesmo tempo o comportamento é manipulado por algumas variáveis. Nos métodos funcionais
pode-se destacar duas técnicas: a do registo eletromagnético (eletroencefalografia – EEG) e a do registo
metabólico (ressonância magnética funcional - RMf) (Junqué & Barroso, 2001).
Questionário:
As respostas do questionário serão avaliadas e devem ser enviadas para o e-mail do Centro de Ensino a
Distância até no máximo 23:59 minutos do dia 24/08/2023. Os trabalhos que forem enviados depois da
hora estabelecida não serão avaliados. De salientar que o trabalho é de carácter individual e as dúvidas
relacionadas com a matéria em estudo, deverão ser colocadas e esclarecidas pelos docentes nos canais
estabelecidos pela instituição.
Bibliografia:
1. Fuentes, Malloy-Diniz, Camargo & Cosenza (orgs.). 2014. Neuropsicologia: Teoria e Pratica.
Porto Alegre: Artmed.
2. Junqué, C. & Barroso, J. 2001. Neuropsicologia. Madrid: Editorial Sínteses, S.A.
3. Luria, A. R. 1973. Fundamentos da Neuropsicologia. Universidade de São Paulo
4. Maia, L. Correia, C. & Leite, R. 2009. Avaliação e intervenção neuropsicologia. SL. Ed. LIDEL
5. Manning, L. 2012. A neuropsicologia clínica: uma abordagem cognitiva. Trad. Antonio Viegas. 2ª
Ed. Lisboa. Instituto Piaget.
6. Pinheiro, M. 2005. Aspectos históricos da Neuropsicologia: subsídios para a formação de
educadores. In Educar, nr. 25. Pag. 175-196. UFPR.
7. Ramos, A.& Hamdan, A. 2016. O crescimento da avaliação neuropsicologica no Brasil: uma
revisão sistémica.
8. Rodríguez, M., A., V. (2005). Definición y breve história de la Neuropsicología, 2-19.