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NOTA:

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI


FACIME/CCS - CURSO: PSICOLOGIA
DISCIPLINA: Neurociências

PROFESSOR: Eleonardo P. Rodrigues


ALUNO(A): ALEXANDRE VOLTA ANRADE NASCIMENTO JÚNIOR DATA: 23/12/21

Verificação de Aprendizagem - 1.a Unidade - 3o. Bloco


INSTRUÇÕES GERAIS

1. Esta atividade contém questões dissertativas contemplando os conteúdos da unidade I


da disciplina de Neurociências.
2. Para responder as questões dissertativas atente para: responder em word, pdf ou
escrita do texto com caneta tinta azul ou preta. Enviar arquivo (word/pdf/JPG) para o e-
mail: eleonardopereira@ccs.uespi.br até as 16 horas.
OBS: O valor total desta atividade é de 10 pontos.

1. Em grande proporção, o progresso em todos os campos da ciência depende


do desenvolvimento de novas tecnologias e metodologias. Qual
desenvolvimento tecnológico e metodológico que mais avançou no campo da
neurociência cognitiva que tem ajudado a psicologia a se tornar uma ciência
da mente com base científica? (1,5 pts).

A neurociência cognitiva encontra na revolução tecnológica da segunda metade


do Século XX um avanço enorme, especialmente pela criação e
desenvolvimento de exames de imagem, que permitiram examinar o cérebro
ainda em funcionamento nos seres humanos vivos. Em relação à psicologia,
temos um primeiro momento focado em análise do que era possível de
observação visual, como o comportamento, e elaboração de algumas teorias
sobre o funcionamento do cérebro (no sentido mais amplo, de tronco
encefálico, sistema nervoso e mente). O surgimento e aperfeiçoamento do
imageamento cerebral possibilitou a elaboração de técnicas de testagem para
refutamento ou confirmação de algumas hipóteses, com obediência ao rigor
científico. Através de tecnologias, como ressonâncias magnéticas, pode-se
observar a atividade mental em níveis normais e anormais, a fim de observar
algumas bases biológicas relacionadas ao comportamento, transtornos mentais
e implicações psicológicas em geral. Disso resultou, por exemplo, técnicas de
diálogo entre psicologia e demais ciências ligadas à mente (neurologia,
psiquiatria), e abordagens psicológicas como a neuropsicologia e terapia
cognitivo comportamental.

2. Como evoluíram as nossas ideias sobre o cérebro? Que pesquisador


conseguiu mapear o cérebro na primeira metade do século XX e a partir de
qual problema neurológico conseguiu mostrar a importância do estudo da
mente? (1,5 pts).

Inicialmente, as ideias sobre o cérebro (em sentido amplo, como mente, órgão
e sistema) partem, especialmente, de estudiosos do Séc XIX conhecidos como
“frenologistas”, dentre eles Gall, que indicaram a existência de diferentes
funções cerebrais, de processos mais básicos aos mais elaborados, e que
indicavam que a maior utilização de uma função específica (por exemplo,
motora) levava ao maior crescimento da área cerebral correspondente.
Interessante exemplo dessa escola aparece no filme “O enigma de Kaspar
Hauser”, onde a autópsia do cérebro do excêntrico protagonista revela uma
área mais avantajada. Após estudos que refutavam ou corroboravam essa visão
localizacionista, temos a descoberta de Paul Broca acerca de um paciente
lesionado na região do lobo frontal esquerdo que podia entender linguagem,
mas não conseguia falar. No fim do séc XIX, cientistas como Cajal e Golgi
reconheceram, por técnicas de coloração cerebral, a existência de neurônios,
mas divergindo sobre sua natureza – se autônoma ou dependente
(posteriormente, descobriu-se ser autônoma).
Na primeira metade do século XX, Wilder Penfield estudou pacientes com
epilepsia e, através de cirurgias com pacientes acordados, como vimos em aula,
estimulava o córtex para mapear as funções cerebrais, possibilitando evolução
nos estudos sobre a mente através do cérebro.

3. Em qual ordem estão os sinais que chegam e são processados por um


neurônio? Coloque os números 1, 2, 3 ou 4 na frente de cada uma das
seguintes partes de um neurônio:
2 - soma
4 - botões neurais
1 - dentritos
3 - axônio. (1,0 pt).

4. O que é e o que estuda a psicologia cognitiva? Cite um experimento que


consolidou a psicologia cognitiva com base no texto Métodos em
Neurociência Cognitiva. (1,5pts).
A Psicologia cognitiva é um ramo epistemológico da psicologia que destaca as
funções/processos mentais, como a inteligência, a linguagem, o pensamento, a
memória, e sua influência no comportamento humano. Para a psicologia
cognitiva, o ser humano processa de informações, codifica os estímulos
sensoriais do ambiente, e reorganiza as representações, produzindo uma
resposta adequada. A psicologia cognitiva trabalha atualmente com uma visão
integrada da mente e do cérebro, que reconhece as transformações mentais e
investiga como o ser humano lida com as representações.
Um experimento que consolidou a psicologia cognitiva foi o de Michael Posner,
nos anos 1980, que consistiu em apresentar vogais e consoantes a indivíduos,
que apertariam determinados botões para categorizá-las. Posner descobriu os
seres humanos têm múltiplas representações mentais dos fenômenos, mesmo
dos mais simples, e algumas, como por exemplo, as de identidade física, são
processadas mais rapidamente pelo cérebro que outras, como a atividade
fonética e a representação por categorias.

5. Por que a neurociência cognitiva é considerada um campo de atuação de


interface? Quais são as disciplinas que a compõe e qual seu objeto de estudo?
(1pt).

A neurociência cognitiva tem destaque a partir dos anos 1980/1990 e está


voltada para os mecanismos neurais (mecanismos envolvendo cérebro, nervos
e células nervosas) subjacentes ao pensamento, aprendizagem e memória. Visa
estudar processos mentais complexos. Depende, portanto, de estudos nas
áreas de pesquisa biomédica, psicológica, psiquiátrica, de neuroanatomia,
neuroendocrinologia, neuradiológica e neurológica, além de estudos na área de
tecnologia da informação e filosofia da mente, e por isso é considerada um
campo de atuação de interface.

6. É possível realizar um estudo sobre como a mente trabalha sem se estudar o


encéfalo? Justifique. Quais partes compõe o encéfalo? (1,5pts).

Depende. Conforme estudos de algumas bases epistemológicas, como áreas da


filosofia e da psicanálise, seria possível estudar a mente sem o estudo do
cérebro. Já para outras áreas, como a psicologia cognitiva e a neurociência
cognitiva, não há possibilidade de estudar a mente sem o estudo do encéfalo.
Para essas ciências e áreas afins, as partes que compõem o encéfalo - o
cerebelo, tronco encefálico, cérebro e o diencéfalo - estão todas interligadas e
desempenham funções que estão relacionadas de forma intrínseca aos
processos psicológicos básicos e complexos.

7. Com suas palavras de forma coerente – argumento científico - explique e


justifique a importância e contribuição do estudo das neurociências e/ou
neurociência cognitiva para a psicologia do início do século XXI? (2pts).

Pelos estudos apresentados em aulas e em leituras assíncronas, entendo que


os estudos da neurociência permitiram à psicologia abraçar o rigor científico e
inserir-se na revolução tecnológica, de forma integrada a outras ciências afins,
uma vez que a neurociência tem como objeto pesquisar a integração daquilo
que se estuda anatomicamente e daquilo que compõe o que conhecemos
como mente. Obviamente, as raízes epistemológicas mais tradicionais da
psicologia têm grande relevância para a formação acadêmica e profissional do
psicólogo, mas vemos cada vez mais as técnicas e os métodos das
neurociências dialogarem com essas correntes tradicionais, confirmando,
refutando ou questionando algumas práticas e relações. Não vislumbro um fim
de áreas mais metafísicas relacionadas à psicologia, mas, certamente, há uma
grande contribuição das neurociências em geral e da neurociência cognitiva
para a evolução da prática psicológica.

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