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Histórico e bases teóricas da

Neuropsicologia
Danilo Assis Pereira, Ph.D.
Psicólogo (UnB)
Mestre em Processos Psicológicos (UnB)
Doutor em Neurociências (UnB)
Bem vindos ao IBNeuro!
Nossos cursos são pós-graduações Lato Sensu certificados no e-MEC (cadastro nacional de
curso de especialização) em parceria com a Faculdade Santa Fé. Com seu diploma em mãos,
basta levá-lo ao CRP (Conselho Regional de Psicologia) de sua região que você receberá o título
de Especialista em Neuropsicologia Clínica em sua carteira profissional.
Equipe IBNeuro

Marcia Yunes Anna Portugal Gilberto Nunes Marta Alves Pâmela Sousa
Diretora e Coordenadora Coordenadora RJ Supervisor e Pesquisador Administração e Financeiro Recepção e vendas
Colaboradores
Neuropsicologia Clínica

É uma área de especialidade dentro da Psicologia Clínica, dedicada a


compreender as relações entre o cérebro e o comportamento, particularmente
porque essas relações podem ser aplicadas ao diagnóstico de distúrbios cerebrais,
avaliação do funcionamento cognitivo e comportamental e ao delineamento de um
tratamento eficaz.

A experiência necessária para esta área baseia-se na maneira como o


comportamento e as habilidades estão relacionados às estruturas e sistemas
cerebrais.
Pra que serve?

Avaliações neuropsicológicas (AN) são solicitadas


especificamente para ajudar a entender como as diferentes
áreas e sistemas do cérebro estão funcionando.

A AN geralmente é recomendada quando há sintomas ou


queixas envolvendo memória ou outras funções cognitivas.

Isso pode ser sinalizado por uma mudança na concentração,


organização (funções executivas), raciocínio, memória,
linguagem, percepção, coordenação ou personalidade. A
mudança pode ser devida a uma série de causas médicas,
neurológicas, psicológicas ou genéticas.
Pra quem serve?
A Neuropsicologia Clínica atende pessoas em todas faixas
etárias e período de desenvolvimento, sempre que houver
preocupações sobre o funcionamento do cérebro.

Isso pode variar de preocupações com o desenvolvimento


de bebês, desafios escolares na infância, adolescência e
início da idade adulta, desafios profissionais e sociais na
vida adulta e preocupações com o declínio da função na
velhice.

Algumas das condições com as quais os neuropsicólogos


lidam rotineiramente incluem distúrbios do desenvolvimento
como autismo, distúrbios de aprendizagem e atenção,
traumatismo e lesão cerebral, epilepsia, Parkinson, derrame
e acidentes vasculares, infecções e demências.
Procedimentos

A avaliação neuropsicológica consiste na coleta de informações


históricas relevantes (anamnese), um exame neuropsicológico (com
uso de testes), análise e integração de dados e descobertas e
feedback para a fonte de encaminhamento.

A história é obtida por meio da revisão de registros médicos e outros,


e por meio de entrevista com o paciente. Com a permissão do
paciente, familiares ou outras pessoas podem ser entrevistadas e
solicitadas a compartilhar suas percepções e perspectivas sobre
aspectos importantes da história e dos sintomas.
Procedimentos
O exame normalmente consiste na aplicação de testes padronizados
com perguntas orais, papel e lápis, computadores, manipulação de
materiais como blocos e quebra-cabeças, entre outros procedimentos.

Dependendo do escopo e da intenção da avaliação, o teste pode se


concentrar em uma ampla gama de funções cognitivas, incluindo
atenção, memória, linguagem, habilidades acadêmicas, raciocínio e
resolução de problemas, habilidade visuoespacial e habilidades
sensório-motoras.

O neuropsicólogo também pode administrar testes e questionários


sobre aspectos psicológicos do humor, estilo emocional,
comportamento e personalidade.
Perguntas…
Você já avaliou um paciente?
Considera que fez AN?

Qual a diferença entre Avaliação


Psicológica (AP) e AN?
Neurociências Cognitivas
Breve histórico
Localizacionistas
Grande parte do século XIX foi marcado pela discussão entre
duas visões divergentes a respeito de se partes isoladas ou o
cérebro como um todo eram responsáveis pelas funções
mentais: a controvérsia entre localizacionistas e holistas.

Localizacionistas: localizar funções mentais no cérebro;


médico Franz Gall, que postulou que diferentes habilidades e
traços de caráter estavam associados a diferentes estruturas
cerebrais e que o desenvolvimento dessas diferentes estruturas
causava proeminências cranianas.

Portanto, a identificação dessas proeminências no crânio estaria


associada e possibilitaria identificar indivíduos com maior
propensão a crimes e agressividade, por exemplo. Sua
(pseudo)ciência ficou conhecida como frenologia (Hamdan et
al., 2011; Kristensen, Almeida, & Gomes, 2001).
Cena “Frenologia" de Django Livre (Quentin Tarantino)
Paul Broca (1824–1880)

Paul Broca publicou, em 1861, os resultados de sua autópsia em um paciente que havia sido apelidado de Tan
(seu nome era Leborgne) - talvez o caso neurológico mais famoso da história. Tan desenvolvera afasia: ele
conseguia entender a linguagem, mas “tan” era a única palavra que ele conseguia pronunciar.

Broca descobriu que Tan tinha uma lesão sifilítica no lobo frontal inferior do hemisfério esquerdo. Esta região
agora é chamada de área de Broca. O impacto dessa descoberta foi enorme. Aqui estava um aspecto
específico da linguagem que foi prejudicado por uma lesão específica. Broca teve uma série destes pacientes.
Pc
B
A

As conexões entre os centros da fala, do artigo de Carl Wernicke de 1876 sobre


Karl Wernicke (18–18) afasia. A) centro sensorial da fala de Wernicke; B) área de Broca; Pc) Área de
Wernicke envolvida na compreensão e significado da linguagem.
Amostragem das 52 áreas distintas descritas por
Brodmann com base na estrutura e arranjo celular.
Divisões corticais do lobo frontal.

(a) O lobo frontal contém áreas motoras e de


associação de ordem superior. O córtex pré-
frontal está envolvido em funções executivas,
memória, tomada de decisão e outros
processos.

(b) Seção sagital média do cérebro, mostrando as


regiões pré-frontais mediais, que incluem o
córtex cingulado anterior (ACC). Também
visível é a área motora suplementar.
Áreas funcionais em relação ao mapa de Brodmann. As
áreas de associação unimodal processam um tipo de
informação. As áreas de associação multimodal integram mais
de um tipo de informação. Estruturas límbicas centrais, como
amígdala, não são mostradas. (a) Visão lateral do hemisfério
esquerdo. (b) Visão sagital mediana do hemisfério direito.
Rede cortical. Sete
redes principais foram
identificadas a partir de
500 participantes. Os
nomes funcionais
dessas redes
(legenda), não se
destinam a
corresponder
exatamente às funções
que indicam.

Na rede “default”,
BOLD é
especialmente
proeminente em
repouso e diminui
quando o participante
está envolvido em
uma tarefa.
Alexander Luria, em 1963, em seus estudos com combatentes russos, foi o primeiro a oferecer uma das maiores
bagagens no campo da neuropsicologia clínica e experimental, com a elaboração de todo um modelo teórico sobre a
organização cerebral e sua reabilitação.
A bateria de testes que ficou conhecido com Luria-Nebraska é um teste padronizado baseado nas
teorias de Luria sobre a atividade neuropsicológica por Golden, Hammeke e Purish 1980.
Henry Gustav Molaison (26/02/1926 - 02/12/2008), anteriormente conhecido como H.M., foi um paciente americano com
déficit de memória que teve seu hipocampo, giro hipocampal, e amígdala retiradas cirurgicamente numa tentativa de curar
sua epilepsia. Ele foi amplamente estudado desde o fim de 1957 até a sua morte. Seu caso tem um papel muito importante
no desenvolvimento de teorias que explicam o link entre o funcionamento do cérebro e a memória, e no desenvolvimento
da neuropsicologia cognitiva, um ramo da psicologia que foca no entendimento de como a estrutura e função do cérebro
estão relacionados com processos psicológicos específicos.
Vídeo da série Dark Matters: Twisted but true, do canal Science
A Dra. Brenda Milner é uma neuropsicóloga canadense que contribuiu extensivamente para a literatura de pesquisa em vários
tópicos no campo da neuropsicologia clínica, às vezes referida como "a fundadora da neuropsicologia". Milner é professora do
Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade McGill e professora de Psicologia do Instituto Neurológico de
Montreal. Atualmente, ela possui mais de 20 títulos honorários e continua a trabalhar aos 90 anos. Seu trabalho atual explora a
interação entre os hemisférios esquerdo e direito do cérebro. Dra. Milner passou a maior parte de sua carreira explorando a
memória. Seu trabalho com o paciente H.M. validou que a memória está realmente enraizada em diferentes partes do cérebro.
Neuropsicologia brasileira
Histórico e atualidades
Sociedade Brasileira de Neuropsicologia
A medida em Neuropsicologia
O que é Tempo de Reação

É uma medida da função sensorial e neuromotora que engloba o


reconhecimento e processamento do estímulo seguido pelo início de uma
resposta neuromotora. O tempo de reação pode ser testado com níveis variados
de dificuldade na fase sensorial ou na fase de resposta neuromotora. O teste
Simple Reaction Time (SRT) é a forma mais elementar de medição do tempo de
reação, que analisa o processamento de sinal de um único estímulo com uma
resposta física definida, como pressionar um botão.
Diagrama ilustrando as relações hipotéticas entre idade, velocidade de
processamento, memória de trabalho e cognição fluida (aspectos
processuais da cognição).
Diagrama ilustrando as relações entre as variáveis (path analysis),
considerando a velocidade de processamento motora e perceptual
como mediadoras do processo decisório.
Stroop (baixa escolaridade)
60
54
48
Tempo (em segundos)

42
36
30
24
18
12
6
0
20 30 40 50 60 70 80
Faixa Etária
Teste do Desenho do Relógio
Sem olhar para um relógio, pegue um papel e lápis (ou caneta) e desenhe
um relógio, colocando nele todos os números com os ponteiros marcando
dez horas e vinte e cinco minutos.
Teste de modalidades símbolo-dígito (esquerda), também conhecido como Códigos, originalmente desenvolvido por
Whipple (Whipple, 1910) e Pyle (Pyle, 1913) no início do século XX. Versão da tarefa dígito-símbolo (direita) desenvolvida
pelas Forças Armadas norte americanas no início do século XX.
Versão modificada (não original) do Teste de Modalidades Símbolo-Dígito escrito
(Symbol Digit Modalities Test – SDMT) que compõe a bateria Brief International Cognitive
Assessment for Multiple Sclerosis – BICAMS (Langdon, 2011).
Diagrama demonstrando que a variabilidade do escore de um teste é causada
por um traço latente (habilidade) do indivíduo que, por sua vez, pode ser
influenciado por outras variáveis, como idade, escolaridade e sexo.
Medindo o défice
Hipóteses diagnósticas
A avaliação neuropsicológica se concentra em documentar e descrever os défices, bem como
as funções preservadas e as competências comportamentais dos pacientes.

Em alguns pacientes, a perda ou défice são bastante sutis, se tornando aparentes apenas
durante tarefas complexas. Embora os efeitos dos danos cerebrais raramente estejam
confinados à uma única dimensão comportamental ou sistema funcional, a avaliação do défice
psicológico se foca no prejuízo cognitivo por várias razões:

1) algum nível de prejuízo cognitivo acompanha a maioria das disfunções cerebrais e é uma
característica significativa para o diagnóstico de muitos quadros neurológicos;

2) os psicólogos são mais aptos a medirem a atividade cognitiva do que qualquer outro tipo de
comportamento, exceto talvez as reações psicofísicas simples e respostas sensório-motoras.
Quando solicitado a denominar o objeto apresentado, o paciente não
conseguiu formular a resposta correta, “fechadura de segredo”, mas
continuou a insistir que o objeto era um telefone (antigo, onde se girava
um disco). Os componentes semelhantes de uma fechadura e de um
telefone - os números e os discos - indicam que alguma informação está
sendo processada. Além disso, as mãos do paciente fazem a mímica das
ações que seriam necessárias para abrir uma fechadura de segredo.
Comparação padronizada para medidas dos défices

O conceito de défice comportamental pressupõe algum funcionamento ideal, normal que é


comparado com o desempenho do paciente que pode ser medido.

Esta comparação padronizada pode ser normativa (derivada de uma população apropriada) ou
individual (derivada da história do paciente ou características presentes), dependendo do
paciente, do comportamento avaliado ou do objetivo da avaliação.

A avaliação neuropsicológica usa tanto os padrões normativos como o individual para


comparação e medidas dos défices.

No entanto, os examinadores precisam estar cientes dos vieses de julgamento quando estimam
as habilidades pre-mórbidas.
Para diagnosticar um distúrbio agnóstico, é essencial excluir os défices de
memória.

(a) A paciente com agnosia é capaz de reconhecer chaves somente pela


visão, mas ao segurá-las imediatamente as reconhece.

(c) O paciente com um distúrbio de memória é incapaz de reconhecer as


chaves, mesmo quando as segura.
Exame de um paciente se recuperando de um acidente vascular cerebral cortical. (a) O clínico segura um pente de bolso e
pergunta ao paciente o que ele vê. O paciente relata ter visto o pente. (b) O clínico então levanta uma colher e o paciente relata
ter visto a colher também. (c) Mas quando o clínico levanta a colher e o pente ao mesmo tempo, o paciente diz que pode ver
apenas um objeto de cada vez. O paciente tem síndrome de Bálint.
A síndrome de Bálint é uma tríade incomum e incompletamente compreendida de deficiências neuropsicológicas graves:
incapacidade de perceber o campo visual como um todo (simultanagnosia), dificuldade de fixar os olhos (apraxia oculomotora) e
incapacidade de mover a mão para um objeto específico usando a visão (ataxia óptica). Foi nomeado em 1909 pelo
neurologista e psiquiatra austro-húngaro Rezső Bálint que o identificou pela primeira vez.
Teste de negligência e extinção visual. Para um paciente com lesão no hemisfério direito de um acidente vascular cerebral,
um clínico apresentou um estímulo visual (dedos levantados) primeiro no hemisfério esquerdo (a) e depois no hemicampo
direito (b). O paciente detectou e respondeu corretamente (apontando) aos estímulos se eles fossem apresentados um de
cada vez, demonstrando uma capacidade de ver cada estímulo e, portanto, uma falta de défices importantes no campo visual.
Quando os estímulos foram apresentados simultaneamente nos campos visuais esquerdo e direito (c), entretanto, foi
observada extinção: O paciente relatou ter visto apenas o estímulo no campo visual direito.
Regiões corticais envolvidas no controle atencional.
Fontes e áreas de atenção. Modelo de sistemas de controle Representação da atividade cortical observada durante o
executivo, mostrando como o processamento do córtex visual é controle atencional. Em azul estão as regiões da rede de
afetado pelo controle direcionado a uma rede de áreas atenção dorsal, que inclui o sulco intraparietal (IPS), lóbulo
cerebrais. parietal superior (SPL), precuneus (PC), campo ocular frontal
(FEF) e campo ocular suplementar (SEF).
Padrões de comparação normativa

O padrão de comparação normativa pode ser uma pontuação média ou mediana.

Para muitas funções cognitivas, variáveis de idade e educação podem afetar o desempenho do
teste.

A medida do comportamento infantil pode ser afetada pela idade, escolaridade e sexo (Binet &
Simon, 1908).
Conversão psicometria ou Classificação dos níveis de habilidade

Curva normal
Percentil Escore z Escore T Amostra total Classificação
teórica

98 2,00 70 2,2 0,3 Muito superior

92 a 97 1,34 a 1,99 64 a 69 6,7 6,5 Superior

Média
76 a 91 0,68 a 1,33 58 a 63 16,1 22,0
superior

25 a 75 0,67 a -0,67 43 a 57 50,0 43,8 Média

9 a 24 -0,68 a -1,33 37 a 42 16,1 15,2 Média inferior

2a8 -1,34 a -1,99 30 a 36 6,7 9,3 Limítrofe

<2 ≤ -2,00 < 30 2,2 3,0 Deficitário


Normas adaptadas ou
atualizadas

Normas do teste (estudantes,


população geral, etc) Dados dos
candidatos

P(H|E) = P(H|E)*P(H)/P(E)
Padrões de comparação normativa

Na avaliação neuropsicológica, as normas populacionais são mais úteis em avaliar as funções


cognitivas básicas que se desenvolvem através da infância.

Elas podem ser distintas das habilidades mentais complexas ou habilidades acadêmicas
quando examinadas como funções relativamente puras. Muitos testes de percepção, memória e
atenção, e aqueles que envolvam habilidades motoras, entram nesta categoria (Dodrill, 1999;
Willian, 1997).

Tipicamente, desempenhos destas capacidades não são normalmente distribuídas.


Tecnologia IBNeuro

IBNeuro Normas
https://ibneuro.shinyapps.io/normas/

Estatísticas Caso-Controle
https://sapsi.shinyapps.io/bayesNeuro/

Mudança Clínica vs. Erro de Medida


https://sapsi.shinyapps.io/reliableChange/

Baterias Psiquiátricas
https://sapsi.shinyapps.io/neuroBat/
Razões para uma AN
1. Diagnóstico b) Avaliação pós intervenção ou seguimento (follow-
up)
a) Identificar a presença de uma condição
neurológica 3. Planejamento para intervenção

b) Discriminar entre diagnóstico neurológico e 4. Planejamento para alta


comportamental
5. Determinar a extensão do prejuízo ou perda
c) Discriminar entre diagnóstico neurológico e
psiquiátrico 6. Avaliação de competência

d) Identificar possíveis correlatos neuroanatômicos 7. Questões jurídicas e forenses


de sinais e sintomas
8. Questões educacionais
2. Avaliação descritiva da cognição debilitada e
preservada 9. Pesquisas científicas

a) Linha de base ou avaliação pré intervenção


Questionamento clínico
• Este paciente tem um distúrbio amnéstico qual é a gravidade desta
ou é demência? Está deprimido ou alguma demência/deficiência/comprometimento?
combinação dessas condições?
• Se tiver
• Independentemente do diagnóstico, este demência/deficiência/comprometimento,
paciente tem habilidades cognitivas que outros problemas cognitivos existem
prejudicadas? além dos problemas de memória?

• Se houver deficiência cognitiva, qual é a


etiologia provável: AVC prévio, CCL,
doença de Alzheimer, demência vascular,
distúrbio psiquiátrico ou outro?

• Se tiver
demência/deficiência/comprometimento,
Questionamento clínico
• Mesmo se comprometido organicamente, • Este paciente ainda é competente?
existe um componente funcional para
quaisquer dificuldades cognitivas identificadas • Que recomendações podem ser oferecidas
(por exemplo, deprimido e ansioso por causa para ajudá-lo a gerenciar ou lidar com seus
da compreensão de suas dificuldades)? problemas cognitivos?

• Se estiver com deficiência cognitiva, qual é a • Qual é o prognóstico?


interação entre sua personalidade /
características psicológicas e seu • Que recomendações de tratamento ou
funcionamento cognitivo prejudicado? planejamento de vida podem ser oferecidas?

• Se estiver demente / com deficiência, quais • Que tipo de educação precisa ser dada à
são as implicações dos resultados da família dele e que recomendações podem ser
avaliação para a vida cotidiana: capacidade de feitas a eles?
trabalhar, gerenciar finanças pessoais, viver de
forma independente e assim por diante?
Anamnese
1. Apresentação de problemas ou queixas (início dos sintomas e curso).

2. Informações demográficas básicas (idade, escolaridade, gênero, destreza manual).

3. Histórico do desenvolvimento: a) anomalias congênitas; b) história da gravidez e parto,


incluindo complicações e problemas; c) transtornos de desenvolvimento (TDA com ou sem
hiperatividade); d) problemas de aprendizagem; e) doenças infantis com febre alta crônica.

4. Histórico educacional e desempenho profissional: a) reprovações, b) notas médias obtidas,


c) educação especial, d) dificuldades de aprendizagem, e) ajuste emocional e social.

• Fatores que podem afetar o desempenho acadêmico: antecedentes culturais, interesse dos pais na educação e
níveis educacionais dos pais, interesse na educação vs. esportes vs. relacionamentos, uso de drogas ou álcool.
Anamnese
5. História vocacional.

6. Desempenho e estabilidade no emprego / razões para rescisão.

7. História psiquiátrica e sintomas / problemas atuais: a) sintomas e diagnósticos passados e


presentes; b) tratamento anterior e atual (medicação) c) histórico de abuso de substâncias e
uso atual.

8. Histórico médico: a) ferimentos na cabeça; b) perda de consciência; c) convulsões; d)


acidentes vasculares cerebrais; e) processos infecciosos (AIDS, encefalite, meningite); f)
problemas cardiovasculares; g) problemas pulmonares (incluindo infecções como da Covid-
19); h) neuropatias periféricas; i) outros problemas sensoriais ou motores; j) câncer.

9. Medicação atual.
Anamnese
10.Estado geral da saúde passada e atual.

11.Funcionamento de atividades diárias (AVD, AIVD).

12.Como é um dia normal.

13.Hobbies e interesses (atividades recreativas).

14.História legal e problemas atuais, processos judiciais pendentes ou antecipados.

15.Situação de vida atual (fatores que podem sugerir possibilidade de ganho secundário ou fingimento).

16.História familiar: a) realização acadêmica e profissional; b) médico / neurológico; c) doença de Alzheimer;


d) doença de Huntington; e) doença de Parkinson; f) doença vascular (cardíaca e cerebral); g)
“Senilidade”; h) câncer / tumores.

17.Psiquiátrico: a) depressão; b) transtornos de ansiedade; c) condições psicóticas; d) abuso de substâncias.


Anamnese online
Anamnese para cuidadores ou familiares
https://pt.surveymonkey.com/r/anamnese_acompanhante

SAS - Escala de Apatia de Starkstein (versão cuidador)


https://pt.surveymonkey.com/r/sas_apatia

ASRS-18 (TDAH em adultos)


https://pt.surveymonkey.com/r/asrs18

EDG (Escala de Depressão Geriátrica)


https://pt.surveymonkey.com/r/edg15_br

Escala de Qualidade de Vida da OMS (versão idosos)


https://pt.surveymonkey.com/r/whoqol_old

PCL-5 (Escala de Transtorno do Estresse Pós-Traumático)


https://pt.surveymonkey.com/r/pcl5_br
TeleNeuropsicologia

https://www.cambridgecognition.com/cantab/
TeleNeuropsicologia

https://iopc.online/teleneuropsychology

https://academic.oup.com/acn/article/35/6/647/5871445

https://e-psi.cfp.org.br/resolucao-cfp-no-11-2018/
Intervenção neuropsicológica
Estimulação vs. Reabilitação
Victor de Aveyron (cerca de 1788 e 1828) foi uma criança selvagem que foi encontrado na França em 1798,
sendo adotado então pelo educador francês Jean Marc Gaspard Itard. O cineasta francês François
Truffaut rodou o filme O Garoto Selvagem (1969) baseando-se nos relatos de Jean Itard.
Estágio supervisionado
A prática da clínica em Neuropsicologia

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