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NEUROPSICOLOGIA DAS

DEMÊNCIAS

Por: Paula Schimidt Brum


Pós-Doutoranda pela Unifesp, Doutora pelo Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da
USP, mestre pelo Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, Graduada em Gerontologia
pela USP
Profissão

Trabalham com reabilitação?

CONHECENDO
VOCÊS... Trabalham com idosos?

Intenções futuras
CONCEITOS

-Envelhecimento x Velhice

-Cognição – processo de aquisição do conhecimento

Cognição

Saudável ou CN ** TNL* ou CCL TNM* ou Demência

Devem ser estimulados: dificuldade, duração, formato


*DSM5
**pesquisas em 2017 (Kinsella et al., 2016)

-Declínio Cognitivo Subjetivo (a partir de 2016)


Pontuam adequadamente
para sua idade e
escolaridade
Atividades mais complexas
IDOSOS
SAUDÁVEIS

Público-alvo em países
desenvolvidos
COMPROMETIMENTO COGNITIVO
LEVE - TNL
DEMÊNCIAS (TNM)

Doença neurodegenerativa que causa


declínio progressivo no funcionamento da
pessoa.

Doença de Alzheimer
Demência Vascular
Demência Fronto-temporal
Demência com Corpos de Lewy,...
FATORES QUE INFLUENCIAM A
COGNIÇÃO

Idade
Escolaridade
Reserva Cognitiva
Humor
Sono
Medicações
Eventos traumáticos Wu et al., 2020

Droga, álcool, COVID


FATORES QUE INFLUENCIAM A COGNIÇÃO
Wu et al., 2020
RESERVA COGNITIVA
OUTROS FATORES

Ansiedade e Depressão
Sono
Uso de medicação
Eventos traumáticos
DM, HAS
Drogas, álcool
Relatório da Comissão da Lancet

• Há 12 fatores de risco potencialmente


modificáveis
• Cerca de 40% de casos de demência no
mundo são passíveis de prevenção

A prevenção da demência é um
processo desenvolvido ao longo da
vida!
No início da vida Na “meia idade” Na velhice
Escolarização Perda auditiva Tabagismo
TCE Depressão
Hipertensão Isolamento social
Uso excessivo de álcool Sedentarismo
Obesidade Diabetes
Poluição do ar
TER DEMENCIA NO BRASIL E NO
MUNDO:
CONCEITO DE ESTIGMA

A conceituação de estigma de Link e Phelan “O estigma existe quando elementos de


rotulagem, estereotipagem, separação, perda de status e discriminação co-ocorrem em
uma situação de poder que permite que esses processos se desdobrem”

Rótulo associado a um estereótipo negativo é anexado a uma característica


individual (por exemplo, demência). Pessoas com tal característica são vistas como
separadas e com status inferior ao de outros, discriminação e perda de status social,
saúde / resultados sociais desiguais.

O poder deve ser exercido, de modo que os grupos externos sejam mantidos ‘para
baixo’ ou dominados / explorados; são mantidos ‘dentro’, a fim de manter as
normas sociais; e são mantidos "afastados", por meio de evasão.
ESTIGMAS

- Fotos
- Como a informação é passada para o familiar e o paciente?
- O que acontece com o idoso diagnosticado?
- Quais tratamentos são oferecidos?
- Como atendemos as necessidades das famílias? Que necessidades são
essas?
ESTIGMA
• Problemas na detecção da demência
• “É coisa da idade” e “Não tem nada que eu possa fazer”
• Diagnóstico não é dado de forma clara e informativa
• Cuidado intuitivo e com caráter de desesperança
• Consultas não dizem o que deve ser feito – “vamos acompanhar”
• Falta de empatia com a pessoa que vive com demência e cuidadores
• Não levam as queixas a sério
• Enviam de um profissional para o outro: não vêem a pessoa como um todo
• Longas esperas...
• Sedação química, restrição motora
• Linguagem: qual é a mensagem que você propaga? “Patiente”, “Demenciado”,
“Demente”, “Institucionalizado”
https://www.dementiavoices.org.uk/wp-content/uploads/2015/03/DEEP-Guide-Language.pdf
https://ggaging.com/details/555/en-US/a-linguagem-academica-e-o-estigma-na-longevidade
EXPERIÊNCIA COM O ESTIGMA

• Primeiro estudo sobre as experiências, atitudes e crenças de pessoas que vivem


com demência e cuidadores em relação à demência no Brasil.
• Um problema típico de envelhecimento: ↓ conhecimento e consciência e
despersonalização
• Falta de suporte e treinamento controle e obediência desejo de proteger, ter
o paciente sob controle, compreender e validar suas experiências, ao invés de
causar qualquer dano
• Consequências subestimando as capacidades da pessoa com demência,
restringindo a independência e abuso e violação de direitos humanos
• Medo de ser visto como não confiável
• Isolamento social, abandono e culpa
(Oliveira et al., 2021)
PESQUISA GLOBAL SOBRE ESTIGMA
E DEMÊNCIA 2019
PESQUISA GLOBAL SOBRE ESTIGMA
E DEMÊNCIA 2019

• 70.000 respostas: 32 idiomas (66% não inglês)


• 155 países / territórios: n = 1.321 pessoas com demência;
n = 18.377 cuidadores; n = 14.124 profissionais de saúde;
n = 26.913 público em geral
• ~ 26% de respostas de países localizados nas Américas
OPINIÕES DE PESSOAS QUE VIVEM
COM DEMÊNCIA NO BRASIL

Sobre: Amizades e relacionamentos íntimos

“As pessoas não querem


manter bate-papos que “Em geral as pessoas não
muitas vezes são tem muita paciência“
repetitivos“

“As vezes ouco minha familia


“É difícil para as pessoas
sussurrando coisas que não tenho
tratá-lo como antes”
permissão para ouvir“
OPINIÕES DE PESSOAS QUE VIVEM
COM DEMÊNCIA NO BRASIL

Sendo tratado injustamente

“Subvalorizando minha
“Imposição de criança“
realidade“
OPINIÕES DE PESSOAS QUE VIVEM
COM DEMÊNCIA NO BRASIL

Direitos e responsabilidades

“Não consigo mais


“(Eu) não tenho mais
resolver nada, nem tenho
“[Eles] tiraram acesso a cartões de
o direito de lidar com
meu carro” crédito e tomada de
dinheiro ou escolher
decisões”
qualquer coisa”
OPINIÕES DE PESSOAS QUE VIVEM
COM DEMÊNCIA NO BRASIL

Não ser capaz de fazer o que posso fazer (maior número de comentários)

“Minha esposa
responde algumas “Para sair “Profissionais (de saude) sugeriram
perguntas em meu sozinho” que eu deixasse (meu) emprego”
nome”

“Para cozinhar, para


dormir sozinho”
OPINIÕES DE PESSOAS QUE VIVEM
COM DEMÊNCIA NO BRASIL
Vida social limitada

“Os convites “As pessoas e familiares


“Os amigos diminuiram, que frequentemente me
desapareceram” desapareceram visitavam estão
” distantes”

“Para viajar para o


exterior (eles) acham
que eu vou causar
problemas, ficar
confuso”
OPINIÕES DE PESSOAS QUE VIVEM
COM DEMÊNCIA NO BRASIL

Não sendo
considerado “As pessoas geralmente não prestam
“As pessoas ouvem, mas
atenção na gente, (elas têm
não levam a sério”
preconceito)”

“Eles não ouvem conselhos “Minhas opiniões não são


que eu quero dar a eles ” consideradas minhas”
OPINIÕES DE PESSOAS QUE VIVEM
COM DEMÊNCIA NO BRASIL

Abuso verbal / piadas


“As netas dizem “Comentam não
e dano físico carinhosamente : (você) diretamente. Só entre
”vai esquecer”” eles”

“Pensando que minhas


opiniões eram de uma
pessoa ignorante”
COMO
AMENIZAR?

- Informação
- Contato com a
sociedade
Comunicação constante

O PÇ Õ ES D E
T R ATA MEN TO:
C O VID E D EMEN C IA Telemedicina e outras terapias
(exame neurológico
prejudicado, mas eficiente
para consulta de seguimento)
DEMÊNCIAS (TNM)

Doença neurodegenerativa que causa


declínio progressivo no funcionamento
da pessoa.

Doença de Alzheimer
Demência Vascular
Demência Fronto-temporal
Demência com Corpos de Lewy,...
DOENÇA DE ALZHEIMER
DOENÇA DE ALZHEIMER

• Inicio insidioso e deterioração progressiva


• Prejuízo da memória é o evento clínico de maior magnitude.
• Diagnóstico definitivo: post-mortem 94.
• Para a confirmação da patologia da DA in vivo, é necessária a
presença das patologias amiloide e tau. A patologia amiloide
pode ser confirmada através de dosagem no LCR ou captação
no PET-amiloide. A patologia tau pode ser confirmada através
de dosagem da fosfo-tau no LCR ou captação no PET-tau.
TIPOS DE DA

Familiar ou esporádico
• Mais comum? 5% familiar
• Acomete pessoas com menos de 60 anos em sua maioria?
• Tem evolução mais rápida?
• Outras duvidas?
• A DA familiar acomete todos na família?
• Genes associados a DA: ApoE (E4), PPA, PS1 e PS2.
Tipos de demência
Por corpos de Lewy
Doença de Alzheimer

Demência Vascular
Demência Frontotemporal

Image Copyright: Dementia Friendly


Wyoming 2019
DEMÊNCIA VASCULAR

- Associada a doenças silenciosas e cardíacas não controladas


- Mais comum em pessoas com mais de 60 anos
- Declínio em escada
- AVC hemorrágico ou isquêmico
- Consequência depende da área que foi afetada

Demência mista
DEMÊNCIA FRONTO-TEMPORAL

- Afeta pessoas na faixa dos 40 anos, principalmente


- Manifestação inicial = distúrbio de comportamento
- Dificuldade para focar a atenção e controle inibitório
- Dificuldade para identificar emoções
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY

- Inicio região occipital


- Acumulo de proteínas, conhecidas como corpos de Lewy
- Dificuldade em relação ao sono
- Dificuldade visuo-construcional
- Alucinações
Progressão da
Demência
Demência é progressiva. Isso significa

que os sintomas, incluindo a perda de

memória, pioram com o tempo.


DEMÊNCIA SENIL
Importância da saúde física no manejo
da demência
• Acompanhamento de diabetes,
hipertensão arterial e
hipercolesterolemia
• Manejo da dor
• Atividades físicas
Importância de corrigir prejuízos
sensoriais na demência
• Dificuldades auditivas, cognição e
interação
• Perda de acuidade visual
Inibidores de
Tratamento acetilcolinesterase
farmacológico - Donepezila
- Rivastigmina

Sintomas Antagonistas de
Cognição comportamentiais NMDA
e psicológicos - Memantina
Tratamentos farmacológicos para os
sintomas comportamentais e
psicológicos devem ser utilizados como
abordagem de segunda opção
Mitos sobre demência
Demência não é geralmente causada ou relacionada a:

• Pouco ou muito uso do cérebro • Outras infecções

• Idade avançada (não é uma processo • Alumínio ou outros metais

normal do envelhecimento) • Bruxaria ou espíritos

• Doenças mentais • Punição divina

• Doenças sexualmente transmissíveis • Doença genética (nem sempre é

hereditária)
ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA - AVDS
CAPACIDADE FUNCIONAL

• Habilidade do indivíduo em realizar atividades instrumentais do seu cotidiano; garantindo sua


autonomia

• Autonomia refere-se à capacidade de gerir a própria vida e de tomar


decisões. Independência refere-se à capacidade de realizar atividades cotidianas sem auxílio. Ex.
idoso que perdeu parte dos movimentos de uma perna pode ser autônoma, mas não totalmente
independente.

• Ramos (2002): capacidade funcional é um paradigma à saúde do idoso, em que a saúde passa a
ser resultante da interação entre saúde física, mental, independência na vida diária, integração
social, suporte familiar e independência econômica
da Trindade, A. P. N. T., Barboza, M. A., de Oliveira, F. B., & Borges, A. P. O. (2017).
4 pontos ou mais
comprometimento
funcional
ESTUDOS DE TREINO E
FUNCIONALIDADE
O QUE COMPÕE
A COGNIÇÃO?
HABILIDADES COGNITIVAS

• Compõem a cognição

• Cada habilidade é importante

• Deve interagir com as demais

• Ora trabalha sozinha ora em conjunto

• Nunca são estáticas


HABILIDADES COGNITIVAS
DEFAULT MODE NETWORK

• Rede neural em modo básico/padrão


• Circuito de regiões cerebrais ativas durante o descanso
• Muda quando a pessoa se engaja em uma atividade que
exige foco no ambiente externo (rede de saliência)
• Pensar em fatos passados, elaborar o futuro, criar
expectativas próprias e para os outros
• Córtex parietal e córtex pré-frontal
• Diminuição da rede: esquizofrenia, hiperatividade, e autismo
FW Sun, MR Stepanovic, J Andreano, 2016
POR QUE O ENVELHECIMENTO
AFETA A COGNIÇÃO?

• Atenção, controle inibitório, velocidade de


processamento

• Memória semântica

• Memória operacional
Como amenizar essa perda?
COMO AMENIZAR ESSA PERDA
PROGRESSIVA?

Estimulação cognitiva
• Atividades com grau de dificuldade diferente

• Mais simples para o mais complexo

• Hierarquização das funções (atenção, memória)

• DILEMA: uso das funções remanescentes


EMBASAMENTO TEÓRICO

NEUROPLASTICIDADE
ou
RESERVA COGNITIVA
PLASTICIDADE
CEREBRAL
CONSIDERAÇÕES ANTES DO
TREINO

- Integridade sensorial do participante


- Medicações
- História de vida e hábitos do participante e
da família
- Considerar e realizar avaliações
- Atividades realizadas dentro e fora de casa
- Como o participante entende a relação
memória – velhice

Sessões de treino: formato, duração ,


condição cognitiva do participante
Para diagnóstico de demência (por escolaridade):
Analfabetos: ≤ 8
1-4 anos: ≤ 15
5-8 anos: ≤ 16
9-11 anos: ≤ 19
≥ 12 anos: ≤ 21
Para diagnóstico de Comprometimento Cognitivo sem Demência (por
escolaridade):
Analfabetos: ≤ 11
1-4 anos: ≤ 17
5-8 anos: ≤ 19
9-11 anos: ≤ 19
≥ 12 anos: ≤ 21
Por escolaridade:
Analfabetos: ≤ 19
1-4 anos: ≤ 24
5-8 anos: ≤ 26
9-11 anos: ≤ 27
≥ 12 anos: ≤ 28
ESTIMULAÇÃO COGNITIVA

- Estimulação e Reabilitação (cognição, emoção e comportamento)

- Treino cognitivo e treino de memória

- Treino: manutenção do desempenho,


amenizar a progressão da doença
autonomia e independência (Fink et al., 2018; Hong et al., 2020; Wang et al., 2020)

- Aumentar a qualidade de vida! (Yassuda et al., 2006, Vanova et al., 2018)


Estimulação cognitiva
• Atividades com grau de dificuldade diferente

• Mais simples para o mais complexo

• Hierarquização das funções (atenção, memória)

• DILEMA: uso das funções remanescentes


O QUE MUDA NA EC COM O PERFIL
COGNITIVO DO PARTICIPANTE?

• O grau de dificuldade das tarefas

• O ensino das estratégias

• A abordagem utilizada (podemos estimular o que está ruim?)


COMO ESTIMULAR?

COMO FUNCIONAM AS SESSÕES DE


TREINO?
PARTICIPAÇÃO DOS
FAMILIARES

• Independência e autonomia

• Suporte motivacional e afetivo

• Troca de informações e adaptação da rotina


ESTRUTURA DO TREINO

• Orientação temporal e espacial


• Conteúdo educacional
• Atenção visual ou auditiva
• Memória
• Outras habilidades cognitivas

Universidade da Flórida – Barbara Wilson e Mônica


Yassuda
Calendário, agenda, celular, jornal

Devemos escrever as informações e


deixar disponíveis para o paciente?
ORIENTAÇÃO
TEMPORAL E
ESPACIAL Encontrar e viver feriados e festas
comemorativas

Orientação ESPACIAL
CONTEÚDO EDUCACIONAL

• Discutir a doença
• Respeitar o momento e a opinião do paciente
• Manter conversa com a família e equipe que trabalha com esse
paciente

FORMA DE EVITAR O ESTIGMA E ESTERIÓTIPO NEGATIVO!


RECURSOS EXTERNOS

• Muito importantes para essa população!!

• Devem ser usados?

• Como utilizar?
AT EN Ç Ã O VISU A L
E A U D IT IVA

• Explicar cada exercício e


o porquê
ATIVIDADE DE ATENÇÃO VISUAL E
AUDITIVA

• Nunca subjugar o idoso


• Tarefas mais simples para as mais complexas
• Tentar dificultar quando possível
ATENÇÃO AUDITIVA

• Musica
• Falar números e letras na mesma sequencia
• Textos
EXERCÍCIO ATENCIONAL

• Repetir sentenças

• Escutar uma poesia ou história: João Felipe saiu de sua casa em São
Paulo ontem, pela manha, porque deveria ir a sua aula de piano. A
professora Jessica ligou perto da hora da aula para Marta (esposa de
João) para avisar que seu marido não apareceu no encontro. A
preocupação logo acabou porque João chegou em casa todo molhado
explicando que devido a chuva o trânsito estava parado e o ônibus não
conseguiu seguir para que ele pudesse chegar a aula.
Dentre os números: quais estão
faltando, quais estão entre 0 e 20

Encontre dentre as figuras a


única igual a opção original
EXERCÍCIO
ATENCIONAL Descreva o que tem nessa sala

De que cor é?
TESTANDO

• Do que falava a estória? (avisando ou não o paciente)

• Como se chama o personagem principal e sua namorada?

• O personagem ia para o concerto de piano quando?

• Alguém estava preocupado?

• COMO FACILITAR A TAREFA?


MEMORIA

• Estratégias de memorização – tudo depende de


quando esse paciente chegou para você.

• Aprendizagem sem erro, imagem mental,


associação,...
MEMORIA

• Foco deixa de ser ensinar estratégias


• Memória de curto prazo
• Volta-se para informações relevantes que são
repetidas com frequência
• Repetição: o que fazer?
MEMÓRIA OPERACIONAL

- Sofre impacto importante na velhice

- Pode se manter ou melhorar com o treino


LINGUAGEM

• O que tem nesta sala

• STOP

• Falar frutas,...

• Forca

Organização, planejamento
OUTRAS HABILIDADES COGNITIVAS

• Idoso se sente bem nesse momento da sessão


• Ao longo da evolução da doença será um foco
importante
AGORA É SUA VEZ...

• Você consegue criar uma tarefa usando os recursos


que usa com seus pacientes e adaptando para uma
pessoa com DA?

• Objetivo: criar uma sessão com tarefa de atenção,


memória e ao menos uma outra habilidade cognitiva,
diferente das apresentadas aqui
CASO:

• Mulher, 68 anos, medica neurologista, 3 filhos, divorciada


• Tem colesterol alto
• Percebe a dificuldade de memória e sabe do diagnóstico
• Diagnóstico: doença de Alzheimer fase leve\moderada
Não
pressuponham...perguntem!

O que propor? Será que ela tem suporte


social?
VOCÊ PRECISA:

• Saber da rotina e das dificuldades dificuldades visuais e auditivas

• Será que ele processou bem a informação? Como ajudá-lo com isso?

• Mostrar para aquele paciente que a reabilitação pode ajudá-lo a ter um


desempenho ainda melhor no seu cotidiano

Agora é a sua vez...que tipo de atividades proporia?


OPÇÃO SEGURA DE ATIVIDADES:

• Orientação temporal e espacial


• Conteúdo educacional Sim eu sempre uso essa
sequencia para pessoas que se
• Tarefa de atenção queixam de memória!!!

• Tarefa de memória
• Treino de outras habilidades cognitivas

Mulher, 68 anos, medica neurologista, 3 filhos, divorciada


VOCÊ FARIA ALGO
Tem colesterol alto
DIFERENTE?
Debate... Percebe a dificuldade de memória e sabe do diagnóstico
Diagnóstico: doença de Alzheimer fase moderada
AH O CONTEÚDO EDUCACIONAL...

• Inicio da intervenção investindo valorizando a informação

• Orientação temporal e espacial – uso de recursos externos


TERAPIA DE REMINISCÊNCIA

• Leva em consideração a linha do tempo, a organização da memória

• Deve levar em consideração a vida da pessoa

• Com fotografias, objetos pessoais, vídeos, música

Carvalho, P. D. P., Magalhães, C. M. C., & Pedroso, J. D. S. (2016).


TERAPIA DE REMINISCÊNCIA

• Bastante utilizada em pacientes com demência. Esta terapia, permite uma continuidade
entre o passado e o presente, permite reviver experiências agradáveis do passado,
conquistas e eventos felizes

• Deve focar momentos positivos, ajudando a pessoa a valorizar os ganhos e a minimizar


as perdas

• Benefícios: melhoria da memória, do ajustamento emocional e da qualidade de vida


Gil, I. M. D. A., Costa, P. J. D. S., Bobrowicz-Campos, E. M., Cardoso, D. F. B., Almeida, M. D. L. F. D., &
Apóstolo, J. L. A. (2017).
TERAPIA DE ORIENTAÇÃO PARA A REALIDADE

• Técnica terapêutica utilizada para restabelecer o contato com o seu meio


envolvente (com a realidade)
• A orientação deve ser trabalhada de forma sutil nas tarefas do dia-a-dia
• “Estou tão cheia depois deste almoço!” (trabalhar a noção da hora do dia), “Hoje
está um dia tão bonito, nem parece que estamos no inverno!” (trabalhar a noção
da estação do ano)
• Calendários/quadros de orientação devem ser colocados em vários cômodos

Bottino, C. M., Carvalho, I. A., Alvarez, A. M. M. A., Avila, R., Zukauskas, P. R., Bustamante, S. E., ... & Camargo, C. H.
(2002).
TERAPIA DE ORIENTAÇÃO PARA A REALIDADE

• Com essa técnica é possível discutir temas atuais através da leitura de


noticias de jornais. Simplificar a noticia e conversar sobre ela
• A orientação para a realidade não é aplicada de forma isolada mas é
frequentemente introduzida em sessões de intervenção não
farmacológica.
• “Onde está a minha mãe?” Neste caso, será mais adequado validar o
sentimento que está por detrás desta pergunta – possivelmente a pessoa
está a perguntar pela mãe porque tem saudades dela. “Como era sua
mãe…O que é que mais gostava nela?”

Camara, V. D., Gomes, S. D. S., Ramos, F., Moura, S., Duarte, R., Costa, S. A., ... & Braga Da
Silva, A. (2009).
O PODER DO TREINO

• Diferentes estudos mostram sua eficácia a curto prazo

• Muitos estudos com metodologias diferentes

• Treino em MO

• Muitos estudos brasileiros


OUTRAS TÉCNICAS

• Arteterapia

• Musicoterapia

• Resultados promissores
TÉCNICAS COMPORTAMENTAIS

• É utilizada para designar um grupo de abordagens orientadas para a modificação do


comportamento.

• Queixas comuns:
Repetição
Pôr do sol
Mudança de comportamento
Apatia
https://www.comportese.com/2016/03/terapias-comportamentais
Paula Brum
dra.paulabrum@gmail.com
www.paulabrum.com.br
Insta: dra_paulabrum

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