WISC-III: Escala de inteligência de Wechsler para crianças -
Terceira Edição
WISC-II Escala de inteligência
13 subtestes
Administração individual
Sujeitos entre 6 e 16 anos e 11 meses
População alvo
Crianças e adolescentes dos 6 aos 16
anos.
Normais ou com diferentes tipos de
problemas.
Contextos de utilização
1. Contexto escolar
- Caracterizar e diagnosticar diversas
condições – sobredotação, atraso no
desenvolvimento, dificuldades de
aprendizagem.
- Avaliações psicopedagógicas.
- Orientação escolar.
2. Contexto clínico e de reabilitação
- Caracterização cognitiva.
- Caracterização cognitiva de grupos com
perturbações neurológicas como afasia,
traumatismos cranianos, epilepsia, etc. ou
deficiências sensoriais (auditivas e
visuais).
Fundamentação teórica
David Wechsler concebia a inteligência
como uma totalidade integrada.
“A inteligência é o agregado ou
capacidade global do indivíduo para atuar
finalizadamente, pensar racionalmente e
proceder com eficiência em relação ao
meio”.
Selecionou uma série de tarefas que a
partir do desempenho observado nelas
pode inferir a inteligência.
Nenhum subteste reflete o conjunto dos
comportamentos inteligentes.
Reconhece que outros fatores não
intelectuais (traços e atitudes)
influenciam o sucesso do individuo neste
tipo de medidas.
Propriedades psicométricas
Os resultados relacionados com a
fiabilidade e a validade da WISC-III são
altamente satisfatórios.
Procedimentos de aplicação e correção
Inclui numerosas regras de
estandardização.
Subteste com: o uso de reforços
verbais, itens de exemplo, itens com
um segundo ensaio, repetição de itens
a aprofundamento de respostas,
cotação de respostas múltiplas,
diferentes pontos de início e regras de
interrupção, cronometrados e com
bonificações distintas em função da
qualidade e rapidez das respostas.
A aplicação da WISC-III começa com
um subteste de Realização, o
 Completamento de Gravuras, com o fatoriais.
objetivo de ajudar o examinador a Potencializam uma
estabelecer um contacto positivo.
maior precisão na
O tempo aproximado de 60 a 90
minutos.
análise de áreas
Os três subtestes suplementares fortes e fracas do
exigem de 10 a 15 minutos adicionais. funcionamento
Inclui um Manual português, um maior cognitivo do
número de exemplos de respostas indivíduo.
(Compreensão, Semelhanças e
Vocabulário).
ICV – Índice
Compreensão
Verbal (subtestes
Interpretação dos resultados Informação,
Semelhanças,
Primeiro nível de QIEC – Quociente Vocabulário,
interpretação Intelectual Escala Compreensão).
Completa: IOP – Índice
determinado pela Organização
soma dos resultados Percetiva (subtestes
padronizados nos Completamento de
subtestes Verbais e Gravuras,
de Realização. Disposição de
Segundo nível de QIV – Quociente Gravuras, Cubos e
interpretação Intelectual Verbal Composição de
QIR – Quociente Objectos).
Intelectual IVP – Índice
Realização Velocidade
Definidos a partir Processamento
do somatório dos (subtestes Código e
resultados Pesquisa de
padronizados nos Símbolos).
subtestes Verbais e Quarto nível de O resultado em
de Realização, interpretação cada subteste.
respetivamente.
Os parâmetros
interpretativos mais Normas e critérios
sólidos são QIEC,
QIV, QIR. As normas foram derivadas em intervalos
Terceiro nível de Três Índices de 6 meses em cada um dos onze grupos
interpretação identificados a de idade (6-16 anos).
partir de análises
O resultado em cada subteste contribui
da mesma maneira para o cálculo dos
QIs em qualquer idade.
As distribuições das notas nos QIs e dos
três índices fatoriais (ICV, IOP, IVP) têm
uma média de 100, um desvio-padrão de
15 e uma amplitude de 40 a 160.
Um QI de 100 representa o desempenho
médio.
Os QI de 85 e 115 correspondem a 1
desvio-padrão inferior e superior à média,
respetivamente.
Os QI de 70 e 130 correspondem a 2
desvios-padrão inferior e superior à
média, respetivamente.
Os QI de 55 e 145 correspondem a 3
desvio-padrão inferior e superior à média,
respetivamente.
Cerca de 2/3 dos indivíduos obtém QIs
compreendidos entre 85 e 115.
Aprox. 95% pontuam dentro do limite 70
-130.
99% obtém resultados entre 55 e 145.
Os QIs e os Índices fatoriais são
resultados padronizados que podem ser
comparados a normas com média 100 e
desvio-padrão 15.
Para cada um dos 13 subtestes, a
distribuição das notas brutas para cada
grupo etário foi convertida numa escala
com média 10 e desvio padrão 3.
Este tipo de padronização permite a
comparação dos resultados de cada
indivíduo com os seus pares da mesma
idade cronológica.
Classificação qualitativa
QI ≥ 130 → “muito superior”
QI = 120 - 129 → “superior”
QI = 110 - 119 → “médio superior”
QI = 90 – 109 → “médio”
QI = 80-89 → “médio inferior”
QI = 70-79 → “inferior”
QI ≤ 69 → “muito inferior”
A interpretação dos resultados na WISC-
III pode ser complementada com recurso
a outras provas como WPPSI-R e as
Matrizes Progressivas Coloridas de Raven
(MPCR).
Deve avaliar-se a história pessoal (saúde,
desenvolvimento, família, escola, relações
interpessoais), personalidade, observações
do comportamento.
Cuidado com as interpretações
mecânicas, automáticas e rígidas.
Respeitar os intervalos de confiança e o
erro da medida associado a cada
pontuação.
Vantagens da escala
Instrumento válido para a classificação,
diagnóstico e tomada de decisão em vários
contextos de exercício profissional da
psicologia.
Útil para o “uso diagnóstico” de grupos
especiais como sobredotação ou deficiência
mental.
Faculta vários tipos de resultados
potencialmente importantes; QIEC, QIV,
QIR, ICV, IOP, IVP, subtestes.
Esquema de elaboração de relatórios
psicológicos.
Guia para a Avaliação dos
Comportamentos na Sessão de Teste.
Facilita a compreensão dos pontos fortes e
fracos do funcionamento cognitivo.
Numerosos estudos publicados.
Excelente medida da inteligência para
prognosticar razoavelmente o desempenho
escolar.
Não ter confirmado que o sujeito
entendeu a instrução.
Não ter em conta a diferença entre a
aplicação individual e coletiva.

Limitações da escala
Insuficiente inovação e fundamentação
teórica.
Efeito prática particularmente acentuados
para o QIR (ganhos de 10 a 14 pontos) e
para o QIEC (ganhos de 10 pontos),
comprovados no teste-reteste.
Deve-se evitar aplicar de forma repetida
com intervalos de tempo reduzidos.
Há muitas áreas e comportamentos
relacionados com a inteligência que não
são adequadamente medidos, por exemplo,
criatividade, senso comum, memória a
longo prazo, aptidão musical, aptidão
cinestésica, planificação e competências
usadas na vida quotidiana.

Erros antes e durante a aplicação do

teste
Não se preparar.
Não ler o manual.
Não verificar os materiais e a folha de
resposta.
Não clarificar dúvidas do processo de
aplicação.
Realizar o teste num contexto agitado e
com pouca luz.
Realizar o teste ao fim da tarde, com
fome, etc.