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3.

Influências psicofisiológicas na psicologia

A. FISIOLOGIA DOS SENTIDOS

* MULLER (1801-1858)- Teoria das energias específicas dos nervos *


A estimulação de um determinado nervo origina sempre uma sensação específica,
porque cada nervo sensorial tem a sua própria energia específica.

* MARSHALL HALL (1790-1857) *


Vários níveis de comportamento dependem de áreas distintas do cérebro e sistema
nervoso (por ex.: o movimento voluntário depende do cérebro; o movimento reflexo
depende da espinal medula).

* PIERRE FLOURENS (1794-1867) *


- O cérebro controla os processos mentais superiores. – As áreas do mesencéfalo
controlam os reflexos visuais e auditivos. – O cerebelo controla a coordenação. – O
bolbo raquidiano controla o batimento cardíaco, a respiração e outras funções vitais.

Se a filosofia forneceu o quadro intelectual da psicologia, sugerindo a


abordagem experimental da mente (objeto), a fisiologia possibilitou o estudo
experimental dos mecanismos fisiológicos subjacentes aos fenómenos mentais
(método). Resta a aplicação do método experimental à mente, de modo a objetivar
(“quantificar”) a experiência subjetiva de sensação.

Antecedentes próximos da psicologia científica


HERMANN VON HELMHOLTZ (1821-1894)
Velocidade do impulso nervoso: forneceu a 1ª medida empírica da condutância
(velocidade do impulso nervoso): 27 cm p/segundo.
Contribuição para a psicologia: a velocidade do impulso nervoso não é instantânea.
Então, se o impulso nervoso não é imediato, há um mecanismo que se aciona, ou seja,
há um tempo que decorre entre a estimulação e a reação (pensamento e movimento não
ocorrem em simultâneo, mas há um intervalo mensurável entre os dois).
ERNEST WEBER (1795-1878)
Conceito de limiar entre dois pontos: mostrou a distância entre dois pontos da pele,
necessária para que o individuo possa perceber um efeito psicológico, produzido pelo
estímulo físico - (sensações distintas); concluiu o limiar de dois pontos varia em
diferentes partes do corpo do mesmo sujeito, e de um sujeito para o outro na mesma
parte do corpo.
Lei da diferença apenas percetível: (1ª lei quantitativa da psicologia): investigação do
relacionamento entre corpo e mente, entre estímulo e sensação resultante - diferença
absoluta vs. diferença relativa.

GUSTAV FECHNER (1801-1887)


Relação quantitativa entre corpo e mente: mente e corpo são idênticos; a lei de conexão
entre corpo e mente, pode ser encontrada num enunciado de relação quantitativa entre
sensação mental e estímulo material.
Um aumento na intensidade de um estímulo, não produz o mesmo tipo de aumento na
intensidade da sensação, já que, uma proporção geométrica caracteriza o estímulo e uma
proporção aritmética caracteriza a sensação. Se para medirmos a mudança na sensação,
é necessário medir a mudança do estímulo, então torna-se possível relacioná-los
empiricamente de modo quantitativo.
Limiar absoluto da sensibilidade: o ponto (em intensidade de estímulo) abaixo do qual
nenhuma sensação é assinalada e acima do qual o sujeito experimenta uma sensação.
Limiar diferencial da sensibilidade: a mínima quantidade de mudança de um estímulo
que dará origem a uma mudança na sensação: o montante de sensação depende do
montante de estimulação.

Métodos da psicofísica
Método do Erro Médio: consiste em levar o sujeito a ajustar um estímulo variável até
perceber que ele é igual a um estímulo padrão constante (o cálculo da média das
medidas resultantes dos vários ajustes do sujeito, permite obter um valor aproximado do
valor real).
Método dos Estímulos Constantes: a técnica envolve dois estímulos constantes, tendo
como finalidade medir as diferenças entre os estímulos (a diferença de estímulos é
determinada para o ponto em que o sujeito julga corretamente 75% do tempo).
Método dos Limites: consiste em apresentar dois estímulos e aumentar ou diminuir um
deles até o sujeito anunciar que captou uma diferença (formalização do método das
diferenças percetíveis).

B. FRENOLOGIA
A frenologia foi criada em 1796 pelo alemão Franz Joseph Gall, tendo exercido
influência na psiquiatria e psicologia do século XIX. O rigor metodológico da
frenologia era questionável até para os padrões da época, sendo já considerada
pseudocientífica por diversos autores do século XIX. Atualmente a frenologia é
considerada uma pseudociência. No entanto, a noção de Gall de que o caráter, raciocínio
e emoções se situam em partes específicas do cérebro é considerada um passo
importante na história da neuropsicologia.
A frenologia consiste no estudo do caráter e das funções
intelectuais do homem segundo a conformação do crânio. Presume que as características
mentais estão associadas a características físicas. É importante destacar que a
frenologia, que foca a personalidade e o caráter, é diferente da craniometria, que é o
estudo do tamanho do crânio, peso e forma, e fisionomia, e o estudo das características
faciais. Princípios da frenologia: (1) o cérebro é o órgão da mente; (2) os
poderes mentais humanos podem ser analisados num número definido de faculdades
independentes; (3) estas faculdades são inatas e cada uma tem a sua sede numa região
definida da superfície do cérebro; (4) o tamanho de cada uma dessas regiões é a medida
do grau em que a faculdade sentado nela forma um elemento constituinte no caráter do
indivíduo; e (5) a correspondência entre a superfície externa do crânio e o contorno da
superfície cerebral abaixo é suficientemente próxima para permitir que o observador
reconheça os tamanhos relativos desses vários órgãos pelo exame da superfície externa
da cabeça.

C. Localização das funções cerebrais

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