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Introdução
O trabalho tem como objectivo geral compreender o funcionamento dos processos psíquicos
cognitivos com destaque para a sensação. E de forma específica explicar o conceito de sensação,
indicar os tipos de sensação, apresentar as leis que guiam a sensação, apresentar as características
da sensação e demostrar a diferença entre a sensação e a percepção,
Contextualização
O homem possui vários órgãos dos sentidos de entre os quais a visão, audição, o tacto, o olfacto,
o tacto, o sentido álgico entre outros. Estes órgãos permitem ao homem receber informações
sobre o mundo exterior, isto é, sobre o que nos rodeia bem como sobre o estado geral do
organismo. Através dos órgãos sensoriais as propriedades dos objetos tais como a cor, luz,
cheiros e estados orgânicos (sensação de dor, fome, etc.) são refletidos no nosso cérebro. Estes
órgãos permitem receber, selecionar, acumular a informação e transmiti-la para o órgão central, o
cérebro portanto. Essa transmissão é feita através de impulsos nervosos conforme vimos na
unidade sobre a fisiologia do sistema nervoso, e são responsáveis pela regulação da temperatura
do corpo, do metabolismo, das glândulas de secreção etc.
1. Sensação
Segundo da costa Alípio, a sensação pode ser definida como o processo em que ocorre o reflexo
das propriedades isoladas do objeto e dos fenómenos do mundo exterior sobre o nosso cérebro.
Ou pode ser definida como sendo a capacidade de detetar sentidos como toque, dor, visão ou o
movimento e o posicionamento do nosso corpo.
Domínio ativo- toda sensação determina uma reação adaptativa do sujeito. Exemplo, atenção,
repulsão, secreção e desejo.
As propriedades tais como a cor, o tamanho a forma, são refletidas no nosso cérebro isto quer
dizer podemos identificar a cor, a forma, o tamanho objetivamente. Importa dizer que a sensação
e perceção são processos quase similares, a diferença porém está no facto de que a sensação ela
reflete as propriedades particulares de um objeto, enquanto a perceção representa o objeto como
um todo. Por exemplo: você olha ao seu redor e vê uma árvore. Na percepção a árvore é vista
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como um conjunto de todos os aspetos (folhas, ramos, frutos, raízes) e isso é apreendido de uma
única vez e sintetizada numa palavra única – árvore.
Na sensação apenas se apreende um especto particular da árvore que pode ser a folha por
exemplo ou a raiz, ou ainda a cor verde.
Uma sensação só pode ocorrer quando as condições próprias estiverem criadas, isto é, na
presença de:
• Estímulo – que é todo o agente susceptível de provocar resposta de um organismo (luz, som,
etc.).
• Excitação – que corresponde a modificação momentânea impressão a que se segue uma reação
de um organismo.
Entre uma picadela de mosquito, por exemplo, até a produção de uma sensação (dor, comichão)
decorre um certo tempo. Quer dizer ao ser picado por um mosquito você pode não sentir
imediatamente. Este tempo que decorre entre a picadela e a produção da sensação designa-se de,
Tempo de latência. Depois da picadela do mosquito podemos continuar a sentir a dor mesmo
depois de o matarmos. Continuamos a coçar e a sentir a sensação de dor. Este prolongamento da
sensação que ocorre mesmo depois de o estímulo estar removido chama-se persistência. O
fenómeno de persistência é o responsável pelas chamadas sensações contínuas, quer dizer aquela
sensação que continua mesmo depois do estímulo estar removido. Vezes sem conta nos coçamos
mesmo depois do mosquito ter sido eliminado.
De acordo com ALIPIO e VALE (2010), as sensações são diversos fenómenos que ocorrem no
nosso organismo. O organismo possui mecanismos sensoriais especializados que captam cada
um dos fenómenos. Dependendo da forma como os estímulos são apresentados (se são internos
ou externos) temos a seguinte classificação Sherington:
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• Sensações exteroceptivas
Aquelas sensações cuja origem é provocada por um agente exterior ao organismo. Estas
sensações são as que estabelecem a ponte entre o indivíduo e o meio ambiente. Fazem parte
destas sensações a vista, o ouvido, o tacto interno, o gosto, o olfacto, o sentido térmico.
• Sensações interoceptivas
São assim conhecidas por receberem os seus estímulos a partir dos órgãos viscerais internos
(digestão respiração, circulação sanguínea etc.). Têm a função de equilibrar o organismo e
responsáveis pelas sensações de fome, sede, bem-estar, mal-estar. O sentido cenestésico ou
visceral é o principal destes sentidos que também compreende o sentido álgido interno, o tacto
interno, etc. As sensações interoceptivas são de extrema importância para o nosso organismo.
Sentimos por exemplo que estamos com fome, com sede, com dores nos órgãos internos, graças
a este tipo de sensações.
• Sensações proprioceptivas
Modalidade- é a propriedade que permite-nos distinguir as sensações entre si. Por exemplo,
sensações visuais, olfactivas, gustativas, tácteis e auditivas.
Nem tudo o que está ao nosso redor é captado pelo nosso organismo. Existem estímulos que para
serem captados e descodificados pelo nosso organismo é necessário que se atinja uma certa
intensidade para ser refletido. Fechner e Weber foram os primeiros que estabeleceram as
primeiras leis matemáticas que depois foram aplicadas na psicologia. Estas leis visavam
fundamentalmente demarcar a intensidade em que um estímulo podia produzir uma sensação. A
Lei de Fechner e Weber afirmam que a sensação aumentava com o logaritmo da intensidade
física da estimulação. Por outras palavras a sensação depende da intensidade da estimulação.
Quanto maior for a intensidade do estimulo maior seria a sensação. Fechner e Weber criaram as
seguintes leis das sensações.
Esta lei afirma que a produção da sensação dependia se o estímulo atingia ou não um valor
mínimo de intensidade, duração, altura, frequência e que não ultrapasse um máximo. O limiar
de intensidade para o tacto é de 1,3 a 1,4 mg em média por centímetro quadrado de pele. Para
que uma pessoa possa ouvir.
O limiar mínimo e máximo para excitar o ouvido humano é de 20 a 20.000 ciclos por segundo
respetivamente.
O limiar de frequência de luz é de 375 e 750 triliões ciclos por segundo respetivamente para
máximo e mínimo.
Conclusão
Findo o trabalho, concluímos que a sensação pode ser definida como sendo a capacidade de
detectar sentidos como toque, dor, visão ou o movimento e o posicionamento do nosso corpo. As
condições para que ocorra a sensação são o estímulo e a excitação, e esta pode ser classificada
como exteroceptiva, interoceptiva e proprioceptiva, sendo caracterizada pela modalidade,
intensidade, qualidade, duração e extensão. As sensações apresentam certos transtornos que são:
a hipestesia, a hipoestesia, a anestesia e a parestesia.
Referências bibliográficas
ALIPIO, Jaime da costa e VALE Manuel Magiricao. Psicologia Geral. Brasília: Ministério da
Educação; Moçambique: Ministério da Educação, 2010.
CARDOSO, Carlos Mota. Psicopatologia Geral e Especial. Senso-Percepcao. São Paulo. 2007.