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Processo Sensoperceptivo

Sistema sensorial= adquirir algum tipo de informação do ambiente e


convertê-la em alguma forma de representação neural no cérebro.
Extremamente sensível à presença ou à mudança de um objeto ou evento.

Sentidos= incluem os quatro tradicionais: visão, audição, olfato e paladar.


Sensações de “tato” = pressão, temperatura e dor.

As sensações são experiências psicológicas associadas com estímulos


simples, que não foram, até agora, dotadas de significado.

2 processos:
(1) aquisição de dados, principalmente do ambiente, mas também
da memória;
(2) transdução, na qual a informação é convertida em uma
representação neural- processo físico-bioquímico=
transformação de um estímulo físico em biológico. Ex.:a luz
(estímulo físico), chega no órgão de sentido (o olho), se propaga
no globo óptico e chega na retina (parede celular que forma
nosso olho). Lá ela pega esse estímulo físico (a luz), passa por
alguns processos de ordem química, e vai transformá-lo em
excitação biológica. Na retina temos células nervosas que se
excitam na presença do estímulo luz, células fotossensíveis, e
essas células mandam informações químicas para os
fotorreceptores (cones e bastonetes).

2 etapas:
(1) quais são as dimensões relevantes de uma forma específica de
informação do ambiente;
(2) como essa dimensão é interpretada pelo órgão sensorial em uma
representação neural.

Intensidade=
 Força com que um estímulo afeta determinado órgão do
sentido. Quanto mais intenso for um estímulo mais
fortemente ele afetará o respectivo órgão do sentido. Ex.:
uma luz de alta amplitude afetará mais o sistema visual do
que uma luz fraca; um som alto afetará mais o sistema
auditivo do que um som suave.
 Assume diferentes formas para diferentes tipos de
informação. Por exemplo, para a luz, a intensidade
corresponde ao número de fótons recebidos por segundo,
enquanto para o som a intensidade corresponde à amplitude
das ondas de pressão sonora.

Avaliação da intensidade de uma modalidade sensorial (ocorre para


cada sentido)

 Limiar absoluto= o valor mínimo de um estímulo que pode


ser diferenciado, de forma segura, da inexistência de
estímulo. Ex.: a luz mais fraca que pode ser seguramente
diferenciada da escuridão.
Estímulos mínimos aproximados para vários sentidos.

Procedimentos psicofísicos -técnicas experimentais para medir


a relação entre a magnitude física de alguns estímulos (por
exemplo, a intensidade física de uma luz) e a reação
psicológica resultante (qual o grau de luminosidade a luz
parece ter.

SENTIDO ESTÍMULOS MÍNIMOS

Visão A chama da vela vista a 55


quilômetros de distância
em uma noite clara.

Audição O tique-taque de um
relógio a 7 metros em
condições de silêncio.

Paladar Uma colher de chá́ de


açúcar em 7,5 litros de
água.

Olfato Uma gota de perfume


difusa no volume total de
seis ambientes.
Tato A asa de uma mosca caindo
em seu rosto a uma
distância de um
centímetro.

 Limiar diferencial (ou Diferença Apenas Perceptível-DAP) =


diferença mínima na intensidade do estímulo necessária para
distinguir dois estímulos.
Essa é a medição da detecção de mudanças. Em um típico
estudo, os observadores recebem um par de estímulos. Um
deles é o standard – aquele com o qual os outros estímulos
são comparados. Os outros são denominados estímulos de
comparação. Em cada apresentação do par, solicita-se que os
observadores respondam ao estímulo de comparação com
“mais” ou “menos”.
Se a sensibilidade de um individuo às mudanças for alta, no
sentido de que esta pessoa possa notar pequenas diferenças
entre os estímulos, o valor estimado da DAP será́ pequeno.
Por outro lado, se a sensibilidade não for tão elevada, a DAP
estimada será́ maior.

Função Psicofísica = relação entre a intensidade do estímulo e a


magnitude da sensação para os estímulos acima do limiar
(“supraliminares”). Som alto que vem com uma impressão maior do que
está. Ou quando vai diminuindo o som até deixar de percebê-lo sem que
ele tenha parado no todo.

A sensação normalmente é vista como o processo de detecção de um sinal


que está incorporado no ruido.

Teoria da detecção do sinal:

Sinal x Ruído= informação importante x informação irrelevante

 Alarme falso= quando um sinal pode ser falsamente


“detectado”, mesmo quando só́ o ruído está presente.
 Acerto= A detecção correta de um sinal que está presente.
A diferença entre acertos e alarmes falsos é a medida da magnitude do
efeito do estímulo sobre os órgãos dos sentidos. Ex.: Quanto eu consigo
captar de determinado som que se propaga no ambiente. Ou, quanto eu
consigo reconhecer de alguma imagem que está diante de mim.

O uso da teoria da detecção do sinal permite que o processo de detecção


de um estímulo seja separado em dois números, um representando a
sensibilidade do observador em relação ao sinal (quando a pessoa
consegue ver e reconhecer dos estímulos presentes. Por exemplo, uma
pessoa com blusa branca sentada ao lado) e o outro representando a
propensão do observador para responder que o sinal está presente
(quando a pessoa está atenta ao ambiente e pode se virar para notar a
pessoa com blusa branca sentada ao lado).

VISÃO:

O estímulo da visão é a luz.

• O sistema de transdução da visão consiste de receptores visuais na


retina, na parte posterior dos olhos. Os receptores visuais são geralmente
compostos de bastonetes (detecção de luz, sombra e movimento)-
periferia da retina- e cones (detecção de cores, detalhes e textura)- centro
da retina.

• Acuidade visual é a capacidade do sistema visual de determinar


pequenos detalhes. Os cones, que ficam concentrados em uma pequena
parte da retina, permitem maior acuidade, ao passo que os bastonetes
não possuem acuidade alta.

AUDIÇÃO:

O estímulo para a audição vem das alterações nas ondas de pressão


atmosférica (uma onda sonora).

• As ondas sonoras são transduzidas pela orelha externa e pela orelha


média, fazendo que a membrana basilar vibre, o que resulta em uma
curvatura das células capilares, que produzem um impulso nervoso.

• A intensidade do som é determinada pela magnitude da onda sonora,


ou seja, a diferença entre a pressão mínima e máxima de uma onda.
OLFATO:

Os estímulos para o odor são as moléculas emitidas por uma substância


que viajam pelo ar e ativam os receptores olfativos situados no alto da
cavidade nasal.

PALADAR:

• O estímulo para o paladar é uma substância solúvel na saliva; muitos dos


receptores encontram-se agrupados na língua (papilas gustativas).

TATO:

• Dois dentre os sentidos táteis são pressão e temperatura. A


sensibilidade à pressão é maior nos lábios, nariz e bochechas, e menor no
dedão do pé́.

Somos altamente sensíveis à temperatura e capazes de detectar uma


mudança de menos de 1o C. Codificamos diferentes tipos de temperatura
principalmente por meio dos receptores ativados de frio e calor.

• Qualquer estímulo que seja intenso o suficiente para causar danos ao


tecido é um estímulo para a dor. A dor fásica é normalmente breve e sua
intensidade sobe e desce com rapidez; a dor tônica é geralmente estável e
de longa duração. A sensibilidade à dor é muito influenciada por outros
fatores além do estímulo nocivo, incluindo expectativas e crenças
culturais.

Sistema perceptivo=

O estudo da percepção lida com a questão sobre como os organismos


processam e organizam informações sensoriais novas a fim de:

(1) formar uma representação coerente ou modelo do mundo dentro do


qual o organismo vive;

(2) usar essa representação para resolver naturalmente os problemas que


ocorram, tais como discriminar, definir e planejar.
• Dois sistemas visuais: percepção e ação. Um sistema de visão para a
percepção fundamentado na corrente ventral (quando não preciso
interagir com o objeto) e um sistema de visão para a ação fundamentado
na corrente dorsal (quando devo interagir com o objeto).

• As cinco principais funções do sistema perceptivo são:

(1) determinar de que parte do ambiente sensorial participar;

(2) localizar ou determinar onde estão os objetos;

(3) reconhecer ou determinar o que são os objetos;

(4) abstrair as informações críticas dos objetos; e

(5) manter a aparência dos objetos constante, mesmo que suas imagens
retinais mudem.

Outra área de estudo é como se desenvolvem as capacidades perceptivas.

Os dois sistemas visuais (ventral e dorsal) interagem e combinam entre si.

Visão da cor. A visão da cor nos ajuda a detectar objetos e a fazer


discriminações detalhadas entre eles.

Percepção da profundidade. Existem inúmeras pistas monoculares para a


profundidade (p. ex., perspectiva linear, textura, tamanho familiar). Há
relações estreitas entre os julgamentos de tamanho e distância.
Entretanto, a percepção do tamanho também depende de outros fatores,
incluindo o tamanho familiar, o tamanho corporal e as interações efetivas.
Ex.: Mesmos objetos em uma figura, mas os menores parecem estar mais
longe.

Percepção sem consciência. Visão cega, uma condição na qual existe


alguma capacidade para responder aos estímulos visuais na ausência da
percepção visual consciente. Existem vários subtipos de visão cega, com
alguns pacientes relatando experiência visual limitada em seu campo
“cego”. Há sugestões de que pacientes com visão cega podem ser
excessivamente cautelosos quando relatam sua experiência consciente.
Percepção subliminar pode ser avaliada com o uso de um limiar subjetivo
ou um limiar objetivo mais rigoroso. Há evidências razoáveis da percepção
subliminar com a utilização dos dois tipos de limiar. Estudos de
neuroimagem e ERP indicam que é possível um extenso processamento
visual na ausência da percepção consciente. Ex.: quando uma lâmpada dá
um curto e a luz pisca tão rápido que só percebemos ela apagar. Ou um
raio que cai muito rápido e sequer o vimos, mas sabemos que ele caiu.

Uma distinção-chave na percepção apoia-se entre os processos bottom-up


(de baixo para cima) e top-down (de cima para baixo). Os processos
bottom-up são movidos somente pelo input – os dados brutos, sensoriais –
considerando que os processos top-down são movidos pelo conhecimento
da pessoa, sua experiência, atenção e expectativas.
Ex.: Bottom-up- reação automática, fisiológica, em grande parte sensorial.
Quando ponho a mão no fogo e imediatamente tiro. Trabalho do atleta é
automatizar exercícios. Rede Dorsal.
Top-down- processo de detecção do que se trata já está instaurado.
Sei o que é e sei o que tenho que fazer. Se vejo alguém passando
convulsionando na rua, penso. Tenho a técnica de como prosseguir, vou
aplicá-la X Não tenho a tenho a técnica, mas sei o que fazer. Vou pedir
ajuda.

Ex.:

Você vai para a balada para ver exclusivamente o show da banda que você
curte. Assim que chega e vê o palco montado, não precisa ver alguém da
banda para saber que ela está lá. Seu conhecimento prévio te
proporcionou uma expectativa, sem precisar de muito input para o
reconhecimento. Agora, se você vai ao aniversário de um amigo sem saber
como vai ser o som e lá topa com a aquela banda que você curte, você̂
precisaria de um tempo para assimilar a ideia e reconhecê-la. Ela estaria
fora de contexto. Suas expectativas teriam sido violadas e você̂ precisaria
ativar fortemente seu processamento de bottom-up para afirmar que, de
fato, era ela. Quando o contexto é apropriado, facilita a percepção;
quando o contexto é inadequado, a prejudica.
Neuroanatomia:

Rede Ventral= Forma e textura, reconhecimento de objetos, pigmentação


e cor. Ex.: percebo o objeto, reconheço ele, sei o que é e sei ainda como
me interagir (ou não) com ele. Ex.: Isso que estou sentindo é um vento,
não consigo pegá-lo. Ou, isso é um cachorro, se tocá-lo sentirei seu pêlo
macio. Como?

Rede Dorsal= Localização espacial, programação motora e profundidade.


Ex.: Detecção da distância que estou de um cachorro (objeto), se consigo
alcançá-lo esticando o braço. O que?

Alterações:

 Hiperestesia: Percepções aumentadas. Ex.: esquizofrenia aguda,


mania.

 Hipoestesia: Percepções diminuídas. Ex.: depressão grave.

 Disestesias táteis= Sensações anômalas: sensações contrárias aos


estímulos externos. Ex.: Quando ponho a mão em um objeto quente
e sinto frio. Casos: neuropatias, esclerose múltipla.

 Parestesia= Sensações desagradáveis: formigamento,


adormecimento). Ocorre de forma espontânea. Ex.: cruzar as pernas
por muito tempo e dá uma sensação de formigamento. Obs.: neste
caso específico, não aparece conotação psicopatológica.

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