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Descrição
Propósito
Objetivos
Módulo 1
Módulo 2
Módulo 3
Introdução
Você sabe por que sentimos dor (nocicepção)? Pare e pense como
seria se você não sentisse dor. Pensou? Imagine se você estivesse
cozinhando e não sentisse que seu braço está queimando. Qual
seria o tamanho da lesão? E depois, se infeccionasse? Você
também não sentiria. Pessoas que nascem com mau
funcionamento do sistema sensorial, principalmente na modalidade
da dor, estão mais sujeitas a mortes e infecções que as outras
pessoas.
Transduzir
Consiste em modificar uma forma de energia em outra.
Curiosidade
Pessoas que gostam de levar o celular para a cama possuem
dificuldades no sono. Isso porque a luz que é emitida pelo celular (e
outros aparelhos eletrônicos, como o computador, notebook e tablet),
chamada de “luz azul”, bloqueia a liberação do hormônio responsável
pelo sono, a melatonina. Além disso, os conteúdos visualizados por
meio desses eletrônicos antes de dormir despertam interesses,
sentimentos e pensamentos que aguçam o psicológico, deixando o
indivíduo com dificuldade de se “desligar” e dormir. Quanto maior a
quantidade de estímulos sensoriais, menor o sono!
Modalidades e componentes
estruturais sensoriais
Como vimos, em termos técnicos, o que antigamente chamávamos de
sentidos é nos dias atuais chamado de modalidades sensoriais.
Aceitamos a existência de cinco modalidades sensoriais:
visão
audição
gustação ou paladar
olfação ou olfato
somestesia
Somestesia
Essa modalidade sensorial é erroneamente chamada de tato.
Exemplo
O tato é a energia em forma de pressão mecânica de qualquer coisa
sobre a sua pele; a sensação térmica é a energia térmica sobre sua pele;
a propriocepção é proveniente dos seus músculos, tendões e
articulações.
Receptores sensoriais
Até aqui, já vimos que o sistema nervoso sensorial é o responsável pela
interação dos animais que o possuem com o ambiente externo e
interno, compreendemos que chamamos de modalidade sensorial o que
antigamente era chamado de sentido e entendemos que essas
modalidades possuem submodalidades. O que devemos também levar
em consideração é que estímulos de várias naturezas de energia são
transformados em sensações.
Resposta
Temos sensores em cada órgão responsável pela captação dessas
energias de diversas naturezas e, em resposta a elas, esses sensores
produzem atividade elétrica, processo esse denominado transdução de
sinal. Tais órgãos são chamados de receptores sensoriais.
Olhos - Visão
Orelhas - Audição
Boca - Gustação
Nariz - Olfação
Pele, músculos,
articulações e
mucosas - Somestesia
Nociceptores
Os nociceptores são receptores que não possuem qualquer tipo de
estrutura associada ao terminal dendrítico de um neurônio e, por isso,
são chamados de terminações nervosas livres. Eles estão espalhados
por todo o corpo, com exceção do cérebro.
Esse gânglio está localizado na raiz dorsal dos nervos espinais — seus
neurônios são todos sensoriais.
Neurônio sensorial e gânglio da raiz dorsal, onde estão os corpos celulares dos neurônios
sensoriais.
Mecanismos periféricos da
dor
As informações sensoriais entram no SNC através dos nervos espinais e
cranianos. A pele e os tecidos profundos inervados pelas fibras
aferentes de um único par de nervos espinais são denominados de
dermátomos, e nos músculos são denominados miótomos. Essa
organização é proveniente dos somitos formados durante o período
embrionário. Na imagem a seguir, demonstramos os dermátomos.
Saiba mais
Os dermátomos podem ser utilizados para mapear lesões de nervos
espinais ou de medula espinal, por exemplo, lesões como a do herpes-
zóster.
Fibras Aδ (A-delta)
Pequeno diâmetro e pouca mielina
Fibras C
Pequeno diâmetro e sem mielina
Exemplo
Após uma grande topada com o pé, ocorre uma grande dor inicial ou
aguda, seguida de outra dor mais prolongada e pulsante. A primeira dor
é levada pelas fibras Aδ que possuem pouca mielina, mas ainda são
mais rápidas que as fibras C, que não possuem mielina e que são
responsáveis pelo prolongamento da sensação de dor, a chamada dor
em queimação.
Liberação dos mediadores químicos da dor pelas células lesadas e pelos nociceptores.
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Mecanismos periféricos da
dor
Fique agora com a explicação sobre os mecanismos periféricos da dor,
os tipos de fibras nociceptivas e os tipos de dor (aguda e crônica).
Vamos lá!
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A receptor celular.
B neurônio primário.
C fibra Aα.
D receptor sensorial.
E mielina.
Questão 2
Relembrando
No módulo anterior vimos que dois tipos de fibras levam a informação
nociceptiva ao SNC após a sua transdução pelas terminações nervosas
livres:
Hiperalgesia
Trata-se do aumento da percepção da dor.
Curiosidade
Esse mecanismo de liberação/estimulação gradual está envolvido no
fenômeno chamado de dor do membro fantasma. Durante a cirurgia de
amputação, a agressão é “sentida” pelo corno dorsal (estimulada pela
liberação de neurotransmissores na medula espinal), mesmo sob
anestesia geral, e gera uma memória de dor no membro. Atualmente,
cirurgias de amputação são realizadas com bloqueio da sensibilização
no corno dorsal da medula espinal.
Isso quer dizer que, uma vez que a informação nociceptiva tenha
chegado ao corno dorsal da medula espinal, essa informação
certamente irá estimular o neurônio de projeção ou segundo neurônio.
Exemplo
A substância P possui liberação diferenciada. Esse neuropeptídeo é
liberado quando há lesão tecidual ou após estimulação intensa dos
neurônios periféricos. A ação em conjunto da substância P irá prolongar
o efeito excitatório do glutamato. Além disso, a substância P não possui
um sistema de recaptação ou de destruição e vai se difundir por toda a
região do corno dorsal da medula espinal, provocando o caráter difuso
de vários tipos de dor sem localização.
Trato espinotalâmico
É responsável pela sensação de dor do corpo inteiro.
Trato trigêmeo
É responsável pela sensação de dor da face, e seus axônios chegam ao
SNC através do núcleo do nervo trigêmeo.
Os axônios do trato trigêmeo seguem uma rota separada, como é
possível observar na imagem a seguir. Após entrarem na ponte, esses
axônios ou fibras descem até o bulbo e formam duas divisões. Cada
uma dessas vias cruza (ou decussa) para o lado oposto, para depois
ascenderem ao tálamo através do neurônio de segunda ordem. Essa
complexidade das vias centrais da dor faz com que o tratamento da dor
também seja complexo.
Trato trigêmeo.
Trato espinotalâmico.
Trato espinorreticular
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Seus axônios terminam na formação reticular e no
tálamo. É ativa durante a dor de caráter mais difuso
ou mal localizada.
Trato espinomesencefálico
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Esse trato projeta para o núcleo parabraquial, e
esses neurônios se projetam para a amígdala do
sistema límbico. Essa via tem papel-chave na
regulação do estado emocional.
Trato cervicotalâmico
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A maioria dos seus axônios terminam nos núcleos
mesencefálicos e tálamo.
Trato espino-hipotalâmico
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Seus axônios projetam para os núcleos
hipotalâmicos, que atuam como centros de controle
de respostas neuroendócrinas e cardiovasculares
que acompanham as síndromes dolorosas.
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Vias Ascendentes da Dor
Veja agora detalhes sobre as vias ascendentes de dor na medula espinal
e através do nervo trigêmeo, até alcançar o sistema nervoso central.
Vamos lá!
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
Questão 2
A espinotalâmica.
B trigêmea.
C espinorreticular.
D espino-hipotalâmica.
E espinomesencefálica.
psychology
Componente sensorial-
discriminativo
Sistema nervoso sensorial responsável pela detecção da intensidade, da
localização espacial; da duração; do padrão temporal e da qualidade do
estímulo nocivo.
psychology
Componente emocional-afetivo
Reação emocional decorrente da percepção, ou seja, a integração do
estímulo com áreas do córtex e com o sistema límbico.
Atenção!
O efeito placebo é real e não é um produto de intelecto sugestionável
(PURVES, 2005). Infelizmente, pessoas que respondem a um placebo
são taxadas como se não estivessem realmente padecendo de dor.
Essa concepção é errada, e esse tipo de preconceito deve ser abolido
pelos profissionais do futuro.
Comentário
A anatomia da teoria do portão da dor ainda não está totalmente
esclarecida, entretanto, observa-se uma convergência de várias vias
sensoriais sobre os neurônios de projeção ou de segunda ordem em
qualquer nível da medula espinal. Além disso, a teoria do portão da dor
tem sido utilizada como estratégia de terapias para o tratamento da dor
(por exemplo, a aplicação de correntes elétricas como TENS –
Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation (ou Neuroestimulação
elétrica transcutânea).
Essas vias todas irão convergir para a região do corno dorsal da medula
espinal inibindo tanto os neurônios Aδ e C quanto os neurônios de
projeção ou de segunda ordem. Essa é uma inibição ao nível das
lâminas do corno dorsal da medula espinal.
Opioides endógenos
O ópio foi descoberto pelos sumérios no ano de 3300 antes da Era
Comum e, a partir desse período, passou a ser utilizado pelo seu poder
analgésico. A utilização do ópio e da morfina (extraída do ópio) forneceu
pistas aos cientistas de que as células deveriam ter receptores
moleculares para essas substâncias.
Cultivo de papoula.
μ (mu)
δ (delta)
Κ (kappa)
FQ (orfanina)
Curiosidade
O número de receptores μ nos neurônios Aδ, que levam informação de
dor aguda ou rápida, é menor que o encontrado nas fibras C, que
medeiam a dor crônica. Isso explica por que a morfina é menos eficaz
nas dores agudas que nas dores crônicas.
Encefalinas
β-endorfinas
Dinorfinas
Orfanina
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Aumento da entrada de potássio nos neurônios, o que causa uma
hiperpolarização neuronal e a inibição da produção de potenciais de
ação por esse neurônio.
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Diminuição da liberação dos neurotransmissores pelos terminais pré-
sinápticos na região do corno dorsal da medula espinal.
Curiosidade
O uso de naloxona, um antagonista dos receptores opioides, bloqueia a
analgesia induzida tanto pelos opioides endógenos quanto pelos
opioides sintéticos.
Antagonista
Na área de saúde, antagonista é uma substância que se liga aos receptores
e impede sua ativação.
Atenção!
O sistema nociceptivo é complexo, assim como as vias de analgesia.
Ainda são necessários muitos estudos para esclarecer os mecanismos
que de fato estão por trás desses fenômenos, o que auxiliará no
planejamento dos protocolos de tratamento dos variados tipos de dor.
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Sistemas de supressão da dor
Conheça mais sobre os sistemas endógenos de supressão da dor:
teoria do portão da dor, vias encefálicas e opioides endógenos. Vamos
lá!
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Assinale a alternativa que indica uma das regiões do SNC que está
envolvida na analgesia.
A Hipocampo
B Sistema límbico
D Grísea periaquedutal
E Substância negra
Questão 2
Considerações finais
Neste conteúdo, vimos que a dor é uma submodalidade sensorial que
faz parte de uma modalidade chamada somestesia, que engloba dentre
outros: dor; tato; sensação térmica e propriocepção.
headset
Podcast
Para encerrar, ouça sobre os aspectos fundamentais da neurofisiologia
da dor, desde as vias ascendentes, que passam pela medula espinal até
o SNC, até os sistemas de supressão da dor em âmbito periférico e
central.
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Referências
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 11. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2006.
HOSOBUCHI, Y. Subcortical electrical stimulation for control of
intractable pain in humans: report of 122 cases (1970–1984). Journal of
neurosurgery, v. 64, n. 4, p. 543-553, 1986.
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