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Índice

Introdução..........................................................................................................................2

Caracterização dos Fenómenos Psíquicos.........................................................................3

Sensação............................................................................................................................3

Classificação das sensações...............................................................................................4

Leis gerais das sensações...................................................................................................5

Sensações gustativas..........................................................................................................6

Sensações Factivas............................................................................................................6

Sensações Espaciais...........................................................................................................6

Vantagens de ser sensível..................................................................................................6

Pensamento........................................................................................................................7

Tipos de emoções:...........................................................................................................13

Componentes das emoções..............................................................................................15

Sentimentos.....................................................................................................................15

Os principais tipos de sentimentos..................................................................................16

Sentimentos bons, sentimentos ruins...............................................................................17

Os sentimentos confusos.................................................................................................18

Conclusão........................................................................................................................19

Referências bibliográficas...............................................................................................20

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Introdução
Os fenómenos psíquicos podem ser definidos como uma série de características
psicológicas de uma pessoa ou até mesmo uma série de fenómenos psíquicos. É definida
como uma energia que é transmitida pelo cérebro, que pode ser de forma consciente ou
inconsciente, de forma aleatória ou não.

Os fenómenos psíquicos são as nossas sensações, os pensamentos, as emoções, dentre


outros. A emoção, por exemplo, está ligada as experiências dos indivíduos, ao seu
temperamento, etc.

Através dos órgãos sensoriais as propriedades dos objectos tais como a cor, luz, cheiros
e estados orgânicos (sensação de dor, fome, etc.) são reflectidos no nosso cérebro. Estes
órgãos permitem receber, seleccionar, acumular a informação e transmiti-la para o
órgão central, o cérebro portanto. Essa transmissão é feita através de impulsos nervosos
conforme vimos na unidade sobre a fisiologia do sistema nervoso, e são responsáveis
pela regulação da temperatura do corpo, do metabolismo, das glândulas de secreção etc.

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Caracterização dos Fenómenos Psíquicos
Fenómenos psíquicos é o conjunto de características psicológicas de um indivíduo, ou o
conjunto de fenómenos psíquicos e processos mentais. É uma energia inteligente,
gerada pelo cérebro (ou espírito ou alma), consciente ou inconscientemente, emanada
em determinadas frequências, de alcance ilimitado e direccionadas de forma aleatória ou
objectiva. Os fenómenos psíquicos são:

Sensação
Sensação é reacção física do corpo ao mundo físico, sendo regida pelas leis da física,
química, biologia, etc. que resulta na activação das áreas primárias do córtex cerebral.
Vivência simples, produzida pela acção de um estímulo (externo ou interno: luz, som,
calor, etc.) sobre um órgão sensorial, transmitida ao cérebro através do sistema nervoso.

O homem possui vários órgãos dos sentidos de entre os quais a visão, audição, o tacto, o
olfacto, o tacto, o sentido álgico entre outros. Estes órgãos permitem ao homem receber
informações sobre o mundo exterior, isto é, sobre o que nos rodeia bem como sobre o
estado geral do organismo.

Através dos órgãos sensoriais as propriedades dos objectos tais como a cor, luz, cheiros
e estados orgânicos (sensação de dor, fome, etc.) são reflectidos no nosso cérebro. Estes
órgãos permitem receber, seleccionar, acumular a informação e transmiti-la para o
órgão central, o cérebro portanto. Essa transmissão é feita através de impulsos nervosos
conforme vimos na unidade sobre a fisiologia do sistema nervoso, e são responsáveis
pela regulação da temperatura do corpo, do metabolismo, das glândulas de secreção etc.

Portanto, a sensação pode ser definida como o processo em que ocorre o reflexo das
propriedades isoladas do objecto e dos fenómenos do mundo exterior sobre o nosso
cérebro. As propriedades tais como a cor, o tamanho a forma, são reflectidas no nosso
cérebro isto quer dizer podemos identificar a cor, a forma, o tamanho objectivamente.
Lembre-se que sensação e percepção são processos quase similares, a diferença porém
está no facto de que a sensação reflecte as propriedades particulares de um objecto,
enquanto a percepção representa o objecto como um todo.

Uma sensação só pode ocorrer quando as condições próprias estiverem criadas, isto é,
na presença de:

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 Estimulo – que é todo o agente susceptível de provocar resposta de um
organismo (luz, som, etc.).
 Excitação – que corresponde a modificação momentânea impressão a que se
segue uma reacção de um organismo.

Entre uma picadela de mosquito, por exemplo, até a produção de uma sensação (dor,
comichão) decorre um certo tempo. Quer dizer ao ser picado por um mosquito você
pode não sentir imediatamente. Este tempo que decorre entre a picadela e a produção da
sensação designa-se de tempo de lactência.

Depois da picadela do mosquito podemos continuar a sentir a dor mesmo depois de o


matarmos. Continuamos a coçar e a sentir a sensação de dor.

Este prolongamento da sensação que ocorre mesmo depois de o estímulo estar removido
chama-se persistência. O fenómeno de persistência é o responsável pelas chamadas
sensações continuas quer dizer aquela sensação que continua mesmo depois do estimulo
estar removido. Vezes sem conta nos coçamos mesmo depois do mosquito ter sido
eliminado.

Classificação das sensações


No início do estudo das sensações referimos a diversos fenómenos que ocorrem no
nosso organismo. Referimos da dor da fome, da luz, cor, etc.

O organismo possui mecanismos sensoriais especializados que captam cada um destes


fenómenos. Dependendo da forma como os estímulos são apresentados (se são internos
ou externos) temos a seguinte classificação Sherington:

Sensações interoceptivas – Aquelas sensações cuja origem é provocada por um agente


exterior ao organismo. Estas sensações são as que estabelecem a ponte entre o indivíduo
e o meio ambiente. Fazem parte destas sensações a vista, o ouvido, o tacto interno, o
gosto, o olfacto, o sentido térmico.

Sensações interoceptivas – São assim conhecidas por recebem os seus estímulos a


partir dos órgãos viscerais internos (digestão respiração, circulação sanguínea etc.). Têm
a função de equilibrar o organismo e responsáveis pelas sensações de fome, sede, bem-
estar, mal estar. O sentido cenestêsico ou visceral é o principal destes sentido que
também compreende o sentido álgido interno, o tacto interno, etc.
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As sensações interoceptivas são de extrema importância para o nosso organismo.
Sentimos por exemplo que estamos com fome, com sede, com dores nos órgãos
internos, graças a este tipo de sensações.

Sensações proprioceptivas – Destas sensações fazem parte os músculos, tendões,


articulações, canais semicirculares do ouvido interno que por sua vez excitam a
actividade dos órgãos. Também fazem parte o sentidos quinestesico ou motor, muscular,
de equilíbrio e orientação. Graças a estas sensações o homem consegue se locomover-
se.

Leis gerais das sensações


Nem tudo o que está ao nosso redor é captado pelo nosso organismo. Existem estímulos
que para serem captados e descodificados pelo nosso organismo é necessário que se
atinja uma certa intensidade para ser reflectido.

Fechner e Weber foram os primeiros que estabeleceram as primeiras leis matemáticas


que depois foi aplicada na psicologia. Estas leis visavam fundamentalmente a demarcar
a intensidade em que um estímulo podia produzir uma sensação. A Lei de Fechner e
Weber afirma que a sensação aumentava com o logaritmo da intensidade física da
estimulação. Por outras palavras a sensação depende da intensidade da estimulação.
Quanto maior for a intensidade do estimulo maior seria a sensação.

Fechener e Weber criaram as seguintes lei das sensações.

• Lei do limiar inicial (limiar de eficácia, primitivo) – Esta lei afirma que a produção da
sensação dependia se o estímulo atingia ou não um valor mínimo de intensidade,
duração, altura, frequência e que não ultrapasse um máximo. O limiar de intensidade
para o tacto é de 1,3 a 1,4 mg em média por centímetro quadrado de pele. Para que uma
pessoa possa ouvir o limiar mínimo e máximo para excitar o ouvido humano é de 20 a
20.000 ciclos por segundo respectivamente enquanto o limiar de frequência de luz é de
375 e 750 triliões ciclos por segundo respectivamente para máximo e mínimo.

A lei do limiar inicial explica fundamentalmente as condições da ocorrência de uma


sensação. Para que os nossos órgãos dos sentidos captem as características de um
objecto, este deverá emitir uma certa intensidade de vibrações.

Sensações olfactivas
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O órgão responsável pelo olfacto e também uma parte do sistema respiratório é o nariz.
As moléculas aromáticas (cheiros) são inaladas (misturadas no ar) pelo nariz, onde, um
conjunto de várias células chamado de epitélio olfactivo.

Sensações gustativas
Pelo gosto, é possível saber se aprecia um determinado tipo de alimento ou não. Os
receptores do paladar detectam químicos dos alimentos dissolvidos na saliva.

Sensações Factivas
O sentido tacto está em toda a pele. Temos milhares de nervos na pele que, conforme a
pressão que recai sobre ele, envia sinais ao cérebro e aí temos uma sensação factiva.

Sensações Espaciais
O sentido do equilíbrio tem a ver com a sensação de lateralidade, de em cima, em baixo.
É responsável pela sensação de elevação, de queda. Um dos seus desvios é a tontura.
Funciona a partir de um intrincado sistema de órgãos minúsculos existente no ouvido
interno.

Vantagens de ser sensível


 Tem um dom incrível de reflexão
 Sabem compreender as pessoas
 Consegue sentir na pele o que as pessoas sentem
 Tem facilidade para demonstrar o que sentem
 Buscam sempre fazer a coisa certa

Desvantagens de ser sensível

 Sempre acaba se machucando mais no final


 Está sempre se preocupando até mesmo com quem não conhece
 Pessoas sensíveis são pessoas mais fracas emocionalmente
 Geralmente são pessoas tímidas
 Ser muito sensível afecta o desempenho no trabalho
 Uma pessoa sensível sabe reconhecer outra pessoa sensível
 Sentem-se ofendidas facilmente

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Pensamento
O pensamento é a capacidade de compreender, formar e organizar conceitos,
representando-os na mente. Diz respeito à habilidade em manipular conceitos
mentalmente, estabelecendo relações entre eles ligando-os e confrontando-os com
elementos oriundos de outras funções mentais (percepção, memória, linguagem, afecto,
atenção, etc.) e criando outras representações (novos pensamentos).Ao contrário do que
muitas pessoas acreditam, o pensamento não é uma habilidade cognitiva exclusiva da
espécie humana.

Pode-se dizer que os animais, como um todo (excepção feita aos que não possuem
sistema nervoso como as esponjasse, talvez, dos acnidários), possuem algum tipo de
estruturação de pensamento (compreendido no sentido lato, ou seja, a capacidade de
processar informação através de um sistema nervoso organizado), mas obviamente sem
ter o nível de complexidade alcançado pelos seres humanos. O pensamento está
geralmente associado com a resolução de problemas, tomadas de decisões e julgamentos

Naturalmente é difícil determinar exactamente se as pessoas pensam em palavras ou


imagens. Contudo resultados de estudos conduzidos por psicólogos têm demonstrado
que o desfile das imagens na mente das pessoas parece a forma mais habitual de pensar
de muitas pessoas.

Estudos recentes na área de psicologia parecem também confirmar o facto de que o


pensamento das pessoas ocorre em forma de imagens mentais. Experiências recentes
corroboram com a ideia de que as pessoas ao pensarem utilizam mais quadros mentais
que as descrições verbais. Isto quer dizer que, não pensamos geralmente em palavras
embora isso aconteça, mas sim através de imagens que desfilam no nosso cérebro.

Os psicólogos parecem concordar em que no processo do pensamento desfilam


diferentes tipos de imagens visuais, auditivas, tácteis, gustativas que acompanham o
processo.

O pensamento é muitas vezes caracterizado como uma fala interior. O indivíduo fala
consigo mesmo mas não duma forma coerente. As frases são incompletas sem as vezes
nenhumas sentidas gramaticais. Experiências realizadas confirmam a ideia de que as
pessoas falam consigo mesmas enquanto pensam

Como se desenvolve o pensamento lógico?

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Algumas correntes advogam que o pensamento é condicionado socialmente e está
estritamente ligada a linguagem. Entende-se por linguagem a forma de exteriorização do
pensamento.

A abordagem de Vigotsky sobre o pensamento baseia-se na teoria marxista na qual


refere que as mudanças históricas na sociedade e a vida material produzem mudanças na
natureza humana. Este teórico vê o desenvolvimento do pensamento (desenvolvimento
cognitivo) como condicionado pelas relações sociais.

Para Vygostsky não é possível separar o desenvolvimento do contexto social e o


pensamento é afectado pela cultura onde o indivíduo se encontra inserido. Neste
processo a linguagem assume um papel importante no desenvolvimento das capacidades
cognitivas da criança

Cada criança possui o seu próprio desenvolvimento havendo diferenças entre uma
criança e outra.

Um outro psicólogo bem conhecido que se dedicou sobre o desenvolvimento do


pensamento, o desenvolvimento cognitivo, portanto, foi PIAGET. Na sua óptica
considerava o desenvolvimento do pensamento como sendo condicionado pela
maturação biológica e que as mudanças que possam ocorrer no pensamento da criança
são apenas mudanças qualitativas e não quantitativas.

Para determinar o desenvolvimento da criança Piaget usava diversos métodos os quais


penso que você também usa com as suas crianças, seja com os seus alunos ou seus
filhos. Piaget usava as seguintes perguntas: “De onde vem o vento”? “ O que faz você
sonhar”. Para além deste método usava o de observação das actividades do indivíduo
(da criança). Piaget observou como as crianças lidam com os conceitos de número,
espaço, velocidade, tempo e outros e a partir dos resultados obtidos formulou a sua
teoria de desenvolvimento do pensamento.

Para ele o pensamento se desenvolve em etapas diferentes que ele próprio designou de
estágios.

Os estágios que caracterizam o pensamento da criança segundo Piaget são quatro


a saber:

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Estádio sensório-motor (do nascimento aos 2/3 anos) - a criança desenvolve um
conjunto de "esquemas de acção" sobre o objecto, que lhe permitem construir um
conhecimento físico da realidade. Nesta etapa desenvolve o conceito de permanência do
objecto, constrói esquemas sensório-motores e é capaz de fazer imitações, construindo
representações mentais cada vez mais complexas.

Estádio pré-operatório (ou intuitivo) (dos 2/3 aos 6/7 anos) - a criança inicia a
construção da relação causa e efeito, bem como das simbolizações. É a chamada idade
dos porquês e do faz-de-conta.

Estádio operatório-concreto (dos 6/7 aos 10/11 anos) - a criança começa a construir
conceitos, através de estruturas lógicas, consolida a conservação de quantidade e
constrói o conceito de número. Seu pensamento apesar de lógico, ainda está preso aos
conceitos concretos, não fazendo ainda abstracções.

Estádio operatório-formal (dos 10/11 aos 15/16 anos) - fase em que o adolescente
constrói o pensamento abstracto, conceptual, conseguindo ter em conta as hipóteses
possíveis, os diferentes pontos de vista e sendo capaz de pensar cientificamente.

Apesar de Piaget ter dado grande contributo no estudo do pensamento da criança a sua
teoria não era de todo perfeito. Ele tem sido criticado por as tarefas usadas para
determinar o desenvolvimento do pensamento da criança serem muito complexas e
envolverem o uso das aptidões verbais.

Piaget não deu importância o aspecto social (a cultura) e baseou-se mais nas mudanças
qualitativas que quantitativas.

O seu mérito reside em que a sua teoria permite captar as grandes tendências de
desenvolvimento da criança e também permite encarar as crianças como sujeitos activos
na aprendizagem.

A teoria de Piaget teve influência na educação através dos princípios de:

a) Aprendizagem por descoberta;


b) Prontidão para aprendizagem e
c) diferenças individuais.

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A teoria de Piaget parte de uma abordagem construtivista onde o papel do professor é o
de facilitar e não o de direccionar.

Elementos do pensamento

O pensamento caracteriza-se por três elementos a saber:

 Imagem;
 Acção;
 Representação.

A imagem refere-se a aparência física dos objectos e fenómenos. Por ex.: se quiser
descrever a aparência física de seu pai você formará uma imagem visual do seu pai.

A acção acompanha o pensamento. As pessoas geralmente limitam os seus movimentos


a gestos como franzir a cara, morder o lápis, coçar a cabeça. Estas acções ocorrem
quando estamos a pensar. Quando isso acontece as pessoas que estão perto de nós nos
perguntam: “o que estás a pensar”? “aconteceu alguma coisa” A acção refere-se a
movimentos relacionados com a linguagem, atitudes, manifestações e comportamentos.

A representação constitui a componente básica do pensamento. O pensamento envolve a


representação de itens que não estão imediatamente presentes. Ao conversar ou escrever
compartilhamos os nossos conceitos com as pessoas.

Vantagens do pensamento

 Acelera o processo de maturidade;


 Melhora o entendimento da vida e das pessoas;
 Diminui o risco de erros graves;
 Diminui os preconceitos;

Desvantagens do pensamento

 Pessoas de mente mais fechada se tornam seus críticos, muitas vezes;


 Pode se expor a mais riscos por não temer novas experiências;
 Pode se tornar orgulhosos e arrogantes por se achar mais
“entendido/experiente/conhecedor” que outros

Emoção

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As emoções são reacções aos estímulos externos que nos permitem guiar nosso
comportamento e agir rapidamente em resposta às demandas do nosso ambiente.

Pela perspectiva da neurociência emoção é um complexo conjunto de padrões


emocionais partir da união de determinadas reações químicas e neurais. Ainda por esse
prisma, as emoções possuem papel regulador auxiliando o indivíduo conservar a vida -
emoções de medo para alertar situações de perigo é um exemplo dessa capacidade
emocional. Outro aspecto regulador - biológico e interno - deste processo psicológico é
dissertado por Damásio (2000) onde a emoção é compreendida como influenciadora de
incontáveis circuitos cerebrais, sendo assim também responsável possível por alterações
profundas no cérebro e no corpo.

Outro ponto relevante sobre as emoções é a capacidade de, quimicamente, manter


experiências vivas na memória humana – processo iniciado pelo hipotálamo. Existe,
desta maneira, materiais químicos e neurais que produzem tristeza, alegria, vitimização,
empoderamento, fraqueza, entusiasmo, etc. que resgatam e fortalecem memórias
humanas. Além disso, memórias também podem despertar emoções, dessa forma, pode-
se dizer que estes dois processos estão intimamente ligados.

Em relação a este processo psicológico deve ser elucidado uma função muito importante
do mesmo: a expressão. Conforme Camargo

A emoção compreendida em sua origem revela sua primeira função. É ela que permite
ao homem estabelecer os seus primeiros contatos. A emoção é a primeira forma de
comunicação. O recém-nascido se comunica com o mundo, sofre a ação do mundo, e
pode actuar sobre ele graças à emoção. Através dela iniciam-se as bases das relações
interindividuais. (CAMARGO, 1999, p. 10) .

Ou seja, além dos aspectos já elucidados em relação à emoção, ela serve como uma
primeira comunicação, uma pré-linguagem, que permite dirigir-se ao outro. Destaca-se,
assim, a necessidade humana de vinculação a algo ou alguém, visto que a emoção
permite um primeiro contacto social – afectivo e para protecção -, como é observado em
relações entre mães e recém-nascidos.

As emoções têm um componente triplo:

(a) Somático, seriam as mudanças fisiológicas que provocam a emoção;

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(b) Comportamental, aqui entraria o aspecto de comportamento que desencadeia a
emoção; e
(c) Sentimento, seria a experiência da emoção subjectiva do indivíduo.

A função da emoção é conseguir dirigir o nosso comportamento de forma rápida e


eficiente. A maioria das decisões carecem da importância necessária para dedicar um
tempo e recursos elevados, e é aí que a emoção atua. É importante entender que
qualquer decisão é mediada por nossas emoções em maior ou menor grau.

As emoções têm um valor adaptativo, porque são sinalizadoras de determinados


estados. O código de comunicação de determinados estados. O código de comunicação
que as constitui pode ser menos preciso que o código linguístico, mas a comunicação é
mais rápida e poderosa.

Emoção: processo transitório, brusco, desencadeados por uma percepção (externa ou


interna) ou representação (real ou imaginária) acompanhado de alterações somáticas
(glandulares, musculares, respiratórias e vasomotores). Ou seja, são processos
desencadeados por acontecimentos, pessoas, situações, que é objecto de uma avaliação
cognitiva nem sempre consciente.

A emoção é uma experiência subjectiva que pode ser acompanhada por reacções
orgânicas (modificação do ritmo cardíaco), de mímicas, de gestos, movimentos e
expressões vocais..

Há omnipresença das emoções em todos os seres humanos, de todas as idades e


condições, de todas as culturas. A relação íntima das emoções com os valores, as ideias
e os princípios tornam-nas exclusivamente humanas, dando-lhes um sentido que está
ausente nos animais.

Características das emoções:

 As emoções estão relacionadas com o tempo. Não se pode falar de um desgosto


que dure um minuto ou de uma surpresa que dure dois dias. A emoção dura no
tempo, tem um princípio e um fim. O tempo é uma das qualidades da emoção.
 As emoções variam de intensidade, o que nos permite distinguir, por exemplo, o
receio do medo ou do terror. Certas emoções, vividas com uma forte
intensidade, têm um efeito muito grande na nossa vida mental.

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 As emoções reflectem-se em alterações corporais através de gestos,
movimentos, expressões faciais, mímicas, aceleração do ritmo cardíaco, etc.
 As emoções têm causas e objectos a que se dirigem. Surgem a propósito de um
acontecimento, pessoa, situação, recordação ou ideia.
 As emoções caracterizam-se pela sua grande versatilidade, aparecendo e
desaparecendo com rapidez.
 As emoções caracterizam-se pela sua polaridade: são positivas (alegria) ou
negativas (desgosto, medo). A qualidade positiva ou negativa da emoção varia
de intensidade. Uma pessoa pode sentir-se muito feliz ou só um pouco feliz.
 As emoções não são hábitos, no sentido de que não se exprimem como parte de
algum ciclo regular. São reacções a experiências específicas.
 A emoção não é determinada pelos fatos, mas pela interpretação dos fatos, um
aluno tem mau aproveitamento: se considera que os baixos resultados se devem
à injustiça dos professores, sentirá ira, se considera que o seu insucesso é devido
à falta de estudo, sentirá culpa

Tipos de emoções:
 Emoções primárias ou universais: alegria, tristeza, medo, cólera, surpresa ou
aversão.
 Emoções secundárias ou sociais: vergonha, ciúme, culpa ou orgulho.
 Emoções de fundo: bem-estar, mal-estar, calma ou tensão.

Emoções primárias

São as que aparecem desde muito cedo, na infância (chama por isso às emoções
primárias, iniciais). Estas emoções são inatas, úteis para uma reacção rápida quando
surgem determinados estímulos do meio: interno ou externo.

Emoções secundárias

Foram-se Constituindo Sobre as emoções inicias e seriam as que se experimentam mais


tarde. Daí Damásio chamar-lhe emoções adultas. Implicam uma avaliação cognitiva das
situações e o recurso a aprendizagens feitas. Neste tipo de emoções estão envolvidas as
áreas do córtex pré-frontal.

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As emoções acontecem em dois tipos de situações: o primeiro tem lugar quando o
organismo processa determinados objectos ou situações através de um dos seus
dispositivos sensoriais: por exemplo, quando o organismo estiver a ver um local ou
rosto familiar. O segundo tipo de circunstâncias tem lugar quando a mente de um
organismo recorda certos objectos e situações e os representa, enquanto imagens, no
processo do pensamento: por exemplo, a recordação do rosto de uma amiga.

Quando falamos de afectos falamos de relação. A relação implica sempre uma troca, em
que se dá e se recebe, o que envolve sempre uma modificação nos elementos
envolvidos. Podemos dizer que, nas relações que estabelecemos, somos afectados pelos
outros e afectamo-los.

Os afectos que se estabelecem constroem a matriz da nossa vida pessoal.

Os afetos exprimem-se através das emoções, sendo organizados pelas experiências


emocionais que se repetem. Os afetos, que podem exprimir-se pelo amor mas também
pelo ódio, são vividos intensamente sob a forma de emoções. Construídos ao longo do
tempo, remetemo-nos, portanto para o passado, estruturam a nossa vida mental.
Diferentemente, a emoção concretiza-se no presente, manifestando-se por todo um
conjunto de modificações fisiológicas.

As emoções são experimentadas como um estado intenso, mais momentâneas do que


prolongadas.

Os sentimentos são estados voltados para o nosso interior, são privados, enquanto que
as emoções são dirigidas para o exterior, são públicas, tendo assim, uma dimensão
comunicacional. Por isso, eu posso observar e interpretar as emoções e não posso
observar os sentimentos.

Um outro aspecto distintivo das emoções e dos sentimentos é que, enquanto as emoções
caracterizam por uma grande intensidade e uma duração breve, os sentimentos
prolongam-se no tempo e são de menor intensidade de expressão. Nas emoções,
reconhecemos o elemento que as desencadeou, enquanto os sentimentos não se
associam a uma causa imediata.

As emoções fazem-se acompanhar de um conjunto de reacções corporais ou


fisiológicas:

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 Aceleração do ritmo cardíaco;
 Respiração ofegante;
 Modificação da cor do rosto (rubor ou palidez);
 Dilatação pupilar;
 Tremuras vasculares;
 ecrescimento de secreção salivar;
 Aumento da pressão arterial;
 Estimulação das glândulas endócrinas.

Componentes das emoções


1. Componente cognitiva: diz respeito ao conhecimento do fato, à presença da cena
que causa a emoção.
2. Componente avaliativa: avalia a situação consoante os seus interesses, valores e
objectivos.
3. Componente fisiológica: refere-se às manifestações orgânicas das emoções.
4. Componente expressiva: tem uma função social importante, porque é uma forma
de comunicação através das expressões faciais
5. Componente comportamental: o estado emocional pode desencadear um
conjunto de comportamentos que vão desde a crítica verbal, com as suas
múltiplas variantes, até à agressão.
6. Componente subjectiva: é o estado afectivo associado à emoção.

Sentimentos
Sentimentos são o que seres biológicos são capazes de sentir nas situações que
vivenciam. Por exemplo, medo é uma informação de que há risco, ameaça ou perigo
directo para o próprio ser ou para interesses correlatos. A empatia é informação sobre os
sentimentos dos outros.

Esta informação não resulta necessariamente na mesma reacção entre os receptores, mas
varia, dependendo da competência em lidar com a situação, e como isso se relaciona
com experiências passadas e outros factores.

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O sistema límbico é a parte do cérebro que processa os sentimentos e emoções. A
medicina, biologia, filosofia, matemática e a psicologia estudam o sentimento humano.
Os sentimentos sãoúnicos aos seres humanos, podemos considera-los uma evolução das
emoções. O sentimento é uma auto percepção do próprio corpo, acompanhada pela
percepção de pensamentos com determinados temas e pela percepção de um modo de
pensar. O sentimento pressupõe necessariamente um juízo sobre um conjunto de auto
percepções e neste sentido sentimento assemelha-se a um tipo de meta cognição, porém
na sua essência, os sentimentos são ideias.

Resumindo, os sentimentos são uma ideia sobre o corpo e/ou organismos, quando este é
perturbado de alguma forma pelos processos emocionais. Os sentimentos são mais
conscientes que a emoção, pois enquanto as emoções muitas vezes chegam ao ser
humano e aos animais de forma inconsciente, o sentimento é uma espécie de juízos obre
essas emoções, que devido às emoções serem inconscientes, nem sempre corresponde à
verdade.

Os principais tipos de sentimentos


Dessa forma, é possível dividir as emoções ou sentimentos em dois principais tipos:
primários e secundários.

 Os sentimentos primários ou emoções primárias são desenvolvidos na


infância. São sentimentos responsáveis por originar e influenciar os outros
sentimentos ou emoções. Por exemplo, a raiva.
 Os sentimentos secundários são aqueles que se originam a partir dos
sentimentos primários, ou seja, são aprendidos. Por exemplo, a confiança.

Os sentimentos podem ser avaliados como agradáveis ou desagradáveis, dentre eles:

 Melancolia
 Gratidão
 Amor
 Felicidade
 Compaixão
 Decepção
 Curiosidade
 Solidão
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 Culpa
 Remorso
 Prazer.

Sentimentos bons, sentimentos ruins


É muito difícil a gente experimentar apenas um sentimento desde o momento que
acordamos até acordarmos de novo no outro dia.

Muitas pessoas se culpam por terem sentimentos ruins. Claro que, na medida em que
isso atrapalha o bem-estar da pessoa e prejudica seus relacionamentos, esses
sentimentos ruins devem ser controlados. Agora, somos seres humanos sujeitos a
sentimentos ruins e a sentimentos bons. Então, o importante é sempre se perguntar:

 O que eu estou sentindo agora?


 O que esse sentimento está gerando em mim?
 Eu realmente preciso dele?

Estar atento aos sentimentos é um dos mais poderosos exercícios de autoconhecimento

Então, se você se sentir chamado e tiver um valor mensal disponível bem pequeno para
pagar o curso em doze parcelas (que temos certeza de que não aperta para quase
ninguém), venha estudar connosco. Nosso Curso de Formação em Psicanálise Clínica é
online, gera autoconhecimento, ferramentas para ajudar outras pessoas e até para atuar
como psicanalista.

O sentimento na verdade é uma mistura de muitos sentimentos

Emoções surgem de experiências e viver por si só já é uma experiência. Nós


enfrentamos momentos felizes, momentos tristes, momentos inusitados e tudo isso
promove algo dentro da gente. Assim sendo, as situações da vida exigem de nós uma
resposta: nossos sentimentos.

Nem sempre os sentimentos são crus no sentido de que a pessoa em um momento alegre
vai sentir apenas alegria. Não, os sentimentos se manifestam em pares, trios. Por
exemplo, você pode sentir amor por uma pessoa e ao mesmo tempo alegria por amar
ela. Em uma situação difícil, pode sentir dor ao mesmo tempo que adquire força para
seguir em frente.

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Além de saber identificar os sentimentos, é fundamental saber expressar sentimentos de
maneira correta.

Os sentimentos confusos
Os psicólogos consideram os sentimentos como algo subjetivo pela particularidade com
que cada pessoa lida com a vida. Isso se dá porque elas podem ser influenciadas pelas
próprias memórias, experiências e crenças pessoais. Muitas pessoas dizem que estão
passando por sentimentos confusos. Queremos propor um desafio a você: veja a lista
abaixo e pense as ocasiões em que você teve um sentimento, mas ele estava misturado a
outro.

Um sentimento positivo misturado a um negativo é o que Freud chama de


“ambivalência” em psicanálise. Em um exemplo trazido por ele, um filho pode ter uma
mistura de sentimento de tristeza e alívio com a morte do pai, embora o filho se culpe
por ter o sentimento de alívio.

Sentimentos: A vantagem de aceitar as emoções negativas

As emoções negativas fazem-nos sentir mal porque funcionam a nosso favor

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Conclusão
O pensamento é muitas vezes caracterizado como uma fala interior. O indivíduo fala
consigo mesmo mas não duma forma coerente. As frases são incompletas sem as vezes
nenhumas sentidas gramaticais. Experiências realizadas confirmam a ideia de que as
pessoas falam consigo mesmas enquanto pensam

Pela perspectiva da neurociência emoção é um complexo conjunto de padrões


emocionais partir da união de determinadas reações químicas e neurais. Ainda por esse
prisma, as emoções possuem papel regulador auxiliando o indivíduo conservar a vida -
emoções de medo para alertar situações de perigo é um exemplo dessa capacidade
emocional. Outro aspecto regulador - biológico e interno - deste processo psicológico é
dissertado por Damásio (2000) onde a emoção é compreendida como influenciadora de
incontáveis circuitos cerebrais, sendo assim também responsável possível por alterações
profundas no cérebro e no corpo.

Sentimentos são o que seres biológicos são capazes de sentir nas situações que
vivenciam. Por exemplo, medo é uma informação de que há risco, ameaça ou perigo
directo para o próprio ser ou para interesses correlatos. A empatia é informação sobre os
sentimentos dos outros.

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Referências bibliográficas
ALÍPIO, Jaime da Costa; VALE, Manuel Magiricão. Psicologia Geral. EaD –
Universidade Pedagógica, Maputo: S/d.

LÍPIO, Jaime da Costa; VALE, Manuel Magiricão. Psicologia Geral. EaD –


Universidade Pedagógica, Maputo: S/d.

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