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Funções administrativas: Evolução e aplicação na administração pública

Segundo BALEEIRO (2012), as funções administrativas, compreendidas como


planejamento, organização, direção, coordenação e controle, representam os pilares
fundamentais da gestão em qualquer organização, incluindo a administração pública.
Sua evolução ao longo do tempo reflete adaptações necessárias para acompanhar as
mudanças sociais, políticas e tecnológicas, bem como a busca por maior eficiência e
eficácia na prestação de serviços públicos.

As funções administrativas têm evoluído significativamente ao longo do tempo,


adaptando-se às mudanças sociais, econômicas e tecnológicas. Na administração
pública, essas funções são essenciais para garantir que as instituições governamentais
operem de maneira eficiente e eficaz, atendendo às necessidades da população.

Evolução das Funções Administrativas

Historicamente, as funções administrativas foram fortemente influenciadas pelos


princípios do modelo burocrático de Max Weber, que enfatizava a hierarquia, a
formalidade e a racionalidade na organização do trabalho público. No entanto, ao longo
do século XX, novos modelos de gestão começaram a surgir, desafiando o paradigma
burocrático e propondo abordagens mais flexíveis e adaptativas.

Um desses modelos é a Nova Gestão Pública (NGP), que introduziu conceitos do setor
privado na administração pública, como a competição, a orientação para resultados e a
eficiência. A NGP busca melhorar a qualidade dos serviços públicos, promovendo a
responsabilização e a transparência (Osborne & Gaebler, 1992).

Aplicação na Administração Pública

Na prática, a aplicação das funções administrativas na administração pública envolve


várias atividades, incluindo planejamento, organização, direção e controle. Essas
atividades são fundamentais para a implementação de políticas públicas e para a gestão
dos recursos do Estado.
O planejamento é a função que define os objetivos e as estratégias para alcançá-los. Na
administração pública, isso pode envolver a elaboração de planos de ação
governamentais e a definição de prioridades para o atendimento das demandas sociais.

A organização envolve a estruturação dos órgãos públicos e a distribuição de recursos


para executar as tarefas necessárias. Isso inclui a definição de funções e
responsabilidades dos servidores públicos.

A direção é a função que guia e motiva os funcionários a alcançar os objetivos


estabelecidos. Na administração pública, isso pode envolver a liderança e a coordenação
de equipes multidisciplinares.

O controle refere-se ao monitoramento e à avaliação das atividades governamentais para


garantir que os objetivos sejam alcançados e que os recursos sejam utilizados de
maneira eficiente. Isso pode incluir a realização de auditorias e a prestação de contas à
sociedade.

Essas transformações nas funções administrativas refletem a busca contínua por uma
administração pública que seja capaz de responder aos desafios contemporâneos,
promovendo a eficácia e a eficiência na gestão dos recursos públicos e na entrega de
serviços à população. A evolução das funções administrativas é, portanto, um processo
dinâmico e adaptativo, que continua a moldar a forma como o governo opera e interage
com os cidadãos.

Aplicação na Administração Pública

Em primeiro lugar, as funções administrativas são essenciais para o sucesso das


empresas e podem ser aplicadas de forma eficiente e eficaz para garantir o desempenho
máximo da organização (Weber, 1922). Para aplicar as funções na prática, é preciso
seguir alguns passos fundamentais.

O primeiro passo é criar metas e objectivos claros para a empresa, e definir as


estratégias mais corretas para alcançá-los. Isso engloba a definição de um plano
estratégico de longo prazo, que deve ser detalhado em planos operacionais de curto
prazo. É essencial envolver todas as áreas da empresa nesse processo, para garantir que
todos estejam alinhados com os objetivos estabelecidos.
O Segundo passo é alocar recursos para chegar a essas metas. Isso inclui a alocação de
pessoal, financeiro e materiais para cada área ou sector, levando em consideração as
necessidades específicas.

É preciso garantir que os recursos sejam usados de maneira eficiente e eficaz, para
maximizar a performance da organização.

O terceiro passo é ter uma estrutura organizacional eficaz, que permita que o negócio
funcione de forma eficiente e eficaz. Isso engloba a definição de responsabilidades e a
hierarquia, bem como a alocação de recursos para cada sector ou departamento
(CHIAVENATO, 2006). É necessário garantir que a estrutura organizacional seja
flexível e adaptável, para permitir que o negócio responda rapidamente às mudanças do
mercado.

O Quarto passo é liderar e motivar os funcionários a alcançarem as metas que foram


criadas. Isso engloba a definição de objetivos individuais e colectivos, bem como a
criação de um espaço de trabalho saudável e produtivo.

Referências Bibliográficas

BALEEIRO, Renan. (2012). O princípio da Eficiência e os Tribunais de Contas. Rio de


Janeiro: Elsevier,

CHIAVENATO, Idalberto. (2006). Administração Geral e Pública. Rio de Janeiro:


Elsevier,

Osborne, D & Gaebler, T. (1992). Reinventando o governo: como o espirito


empreendedor esta transformando o sector publico. Addison-Wesley.

SCHWARTZMAN, S. (1988). Bases do autoritarismo brasileiro. 3º ed. Rio de Janeiro:


Campu.

Weber, M. (1922). Economia e Sociedade: Fundamentos da Sociologia Compreensiva.


Universidade de Brasília (Edição de 1991).

WEBER, Max. (1967). Ciência e Política duas vocações. São Paulo: Cultrix,.
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Papel do gestor na resolução de conflitos organizacionais.

O papel do gestor na resolução de conflitos organizacionais é crucial para manter um


ambiente de trabalho saudável e produtivo. Aqui estão algumas abordagens e
estratégias:

Compreensão dos Conflitos Organizacionais:

Segundo Rahim (2011), os conflitos organizacionais podem surgir de diversas fontes,


desde diferenças de opinião sobre estratégias de trabalho até disputas por recursos
financeiros. Eles podem ser causados por problemas de comunicação, falta de clareza
nos papéis e responsabilidades, divergências culturais ou simplesmente choques de
personalidade entre os membros da equipe.

Portanto Fisher, Ury & Patton (2011) afirmam que é fundamental que os gestores
compreendam a natureza dos conflitos e suas causas subjacentes. Isso requer
habilidades de observação e escuta ativa para identificar os sinais de conflito antes que
eles se tornem problemas mais graves. Os gestores também devem estar cientes dos
diferentes tipos de conflitos, como conflitos interpessoais, conflitos de interesses e
conflitos de valores, para poder abordá-los de maneira apropriada.

Papel do Gestor na Prevenção de Conflitos

Os gestores desempenham um papel fundamental na prevenção de conflitos ao criar e


manter um ambiente de trabalho saudável e colaborativo. Isso envolve promover uma
cultura organizacional baseada na transparência, na confiança e no respeito mútuo entre
os membros da equipe.

Estratégias proativas, como estabelecer expectativas claras de comportamento e


desempenho, fornecer feedback regular e incentivar a comunicação aberta, podem
ajudar a evitar conflitos antes que eles ocorram. Além disso, os gestores devem estar
atentos a sinais de conflito em potencial e intervir precocemente para resolver quaisquer
problemas antes que se intensifiquem (Fisher, Ury & Patton, 2011).

Abordagens para a Resolução de Conflitos


Quando os conflitos inevitavelmente surgem, os gestores precisam estar preparados para
lidar com eles de maneira eficaz. Existem várias abordagens para a resolução de
conflitos, cada uma com suas vantagens e desvantagens (GOMES, 2015):

 - A negociação envolve encontrar uma solução de compromisso que atenda às


necessidades de todas as partes envolvidas.
 - A mediação envolve a intervenção de um terceiro imparcial para ajudar as
partes a encontrar uma solução mutuamente aceitável.
 - A arbitragem envolve a nomeação de um árbitro neutro para tomar uma
decisão vinculativa sobre o conflito.
 - A conciliação envolve a facilitação de um acordo entre as partes envolvidas
por um terceiro neutro.

Os gestores devem avaliar cuidadosamente a natureza e a gravidade do conflito, bem


como as preferências das partes envolvidas, ao escolher a melhor abordagem de
resolução de conflitos.

Habilidades do Gestor na Resolução de Conflitos:

De acordo com Gomes (2015) os gestores precisam possuir habilidades interpessoais


sólidas para resolver conflitos de maneira eficaz. Isso inclui habilidades de
comunicação, como escuta ativa, empatia e assertividade, que permitem aos gestores
entender as preocupações e perspectivas de todas as partes envolvidas e comunicar-se
de maneira clara e respeitosa.

Além disso, os gestores devem ser imparciais e imparciais ao lidar com conflitos,
garantindo que todas as partes sejam tratadas de forma justa e equitativa. Eles também
devem ser capazes de manter o foco no interesse da organização como um todo,
buscando soluções que promovam os objetivos e valores da empresa (Robbins & Judge,
2018).

Promoção do Aprendizado e Crescimento Organizacional

Os conflitos bem resolvidos podem ser oportunidades para o aprendizado e o


crescimento organizacional. Os gestores podem aproveitar os conflitos como
catalisadores para a inovação, a criatividade e a melhoria contínua, incentivando a
reflexão e a resolução colaborativa de problemas.
Ao analisar as causas subjacentes dos conflitos e identificar áreas de melhoria, os
gestores podem implementar mudanças organizacionais que ajudem a prevenir conflitos
futuros e a fortalecer a equipe como um todo.

Em resumo, o papel do gestor na resolução de conflitos organizacionais é multifacetado


e requer uma combinação de habilidades interpessoais, conhecimento das diferentes
abordagens de resolução de conflitos e uma abordagem proativa para promover uma
cultura de colaboração e respeito mútuo dentro da organização. Essas estratégias podem
ajudar a manter um ambiente de trabalho saudável e produtivo e a promover o
crescimento e o sucesso da empresa a longo prazo.

Referencias Bibliográficas

Fisher, R., Ury, W., & Patton, B. (2011). Como chegar ao sim: Como negociar acordos
sem fazer concessões. Rio de Janeiro: Best Seller.

GOMES, R. T. (2015). O Papel do Gestor na Resolução de Conflitos. Criciúma.

Rahim, M. A. (2011). Gerenciamento de conflitos em organizações. (4ª ed.). New


Brunswick, NJ: Transaction Publishers.

Robbins, S. P., & Judge, T. A. (2018). Comportamento organizacional. (17ª ed.). São
Paulo: Pearson.
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A participação inclusiva, do cidadão na governação

A Governança Participativa

As discussões sobre as questões da GP tiveram sua origem a partir da segunda metade


do século XX e destacam-se na literatura internacional no âmbito do que se tem
designado de New Governace Paradigm (OSBORNE, 2006).

A participação inclusiva do cidadão na governação é um pilar fundamental para o


desenvolvimento de uma sociedade democrática e transparente. A inclusão de diferentes
vozes e perspectivas não só enriquece o processo decisório, mas também fortalece a
legitimidade das políticas públicas e promove uma maior responsabilização dos
governantes perante os governados.

Para garantir essa participação inclusiva, é necessário estabelecer mecanismos e espaços


que permitam a expressão das diversas vozes da sociedade. Segundo Putnam (2000), "a
participação cidadã efectiva requer a existência de instituições sociais robustas, como
associações cívicas, grupos de interesse e organizações comunitárias, que sirvam como
plataformas para o engajamento cívico" (p. 25).

Isso ressalta a importância de fortalecer a sociedade civil como um meio de promover a


participação dos cidadãos na governação. Além disso, é essencial adoptar uma
abordagem inclusiva que garanta a representatividade de todos os grupos da sociedade,
especialmente aqueles historicamente marginalizados ou excluídos do processo político.
Como apontado por Young (2000), "a inclusão significa mais do que simplesmente
permitir que todos participem; também envolve garantir que as vozes dos grupos menos
privilegiados sejam ouvidas e levadas em consideração nas decisões políticas" (p. 76).

Participação Cidadã e Democracia

A democracia, em sua essência, é o governo do povo, pelo povo e para o povo. A


participação cidadã activa é, portanto, o coração da democracia. Não se trata apenas de
votar em eleições, mas de estar envolvido continuamente nas questões públicas. Como
afirmou o filósofo político Benjamin Barber, "Uma democracia forte é uma democracia
participativa" (Barber, 1984).
Inclusão e Diversidade

A inclusão efetiva requer que todos os segmentos da sociedade tenham a oportunidade


de contribuir. Isso significa superar barreiras linguísticas, económicas, sociais e
culturais. A diversidade de opiniões e experiências enriquece o debate e leva a soluções
mais inovadoras e abrangentes. Como destacado por Iris Marion Young em "Justice and
the Politics of Difference" (1990), a inclusão de grupos historicamente marginalizados é
crucial para a justiça social.

Mecanismos de Participação

Existem diversos mecanismos para facilitar a participação cidadã, como audiências


públicas, conselhos participativos, orçamento participativo e consultas públicas online.
Esses instrumentos permitem que os cidadãos influenciem directamente nas decisões
políticas e no destino de recursos públicos. O orçamento participativo de Porto Alegre,
por exemplo, é frequentemente citado como um modelo de sucesso na inclusão cidadã
(Baiocchi, 2005).

Desafios e Oportunidades

Apesar dos avanços, ainda existem desafios significativos para a participação inclusiva.
A desigualdade de acesso à informação e a falta de educação cívica são barreiras que
precisam ser superadas. Além disso, é necessário garantir que a participação não seja
apenas simbólica, mas que tenha um impacto real nas decisões governamentais.

A era digital oferece novas oportunidades para a participação cidadã. As redes sociais e
plataformas online podem facilitar o engajamento e a mobilização. No entanto, é preciso
estar atento aos riscos de desinformação e polarização que também acompanham essas
tecnologias (Barber,1984).

A participação inclusiva do cidadão na governação é essencial para a construção de uma


sociedade mais justa e equitativa. Ela permite que diferentes vozes sejam ouvidas e que
as políticas públicas reflictam a diversidade e as necessidades da população. Para isso, é
necessário fortalecer os mecanismos de participação e garantir que todos tenham a
oportunidade de contribuir para o debate público.
Referências Bibliográficas

Baiocchi, G. (2005). Militantes e cidadãos: a política da democracia participativa em


Porto Alegre. (Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão).
Stanford University Press.

Barber, B. (1984). Forte democracia: Política participativa para uma nova era.
University of California.

Putnam, R. D. (2000). Comunidade e Democracia: A Experiência da Itália Moderna.


São Paulo: Editora Paz e Terra.

Young, I. M. (1990). Justiça e a política da diferença. (Tradução de Maria Helena da


Rocha Pereira). Princeton University.

Young, I. M. (2000). Inclusão e Democracia. São Paulo: Editora Lua de Pape

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