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Fórum 1

As dimensões do estudo da geografia humana

1. Dimensão económica do estudo da geografia humana

A dimensão económica da Geografia Humana, segundo esses autores, desempenha um


papel crucial na formulação de políticas públicas e no planejamento territorial.

Harvey (1982) argumenta que políticas económicas, como investimentos em


infraestrutura e desenvolvimento industrial, têm efeitos espaciais significativos,
moldando as paisagens urbanas e rurais e influenciando a distribuição geográfica da
população e das actividades económicas.

Segundo Massey (1994) destaca a importância de políticas que abordem as disparidades


de género no acesso a recursos económicos e oportunidades de trabalho, reconhecendo
que as intervenções económicas podem ter impactos diferenciados com base no género
e na localização geográfica.

2. Dimensão Política:

A dimensão política da Geografia Humana, de acordo com Soja (1989) e Thrift (2006),
vai além da análise das estruturas políticas para incorporar uma compreensão do espaço
como uma arena fundamental para a política e a governança. Portanto Soja (1989)
propõe uma abordagem espacial da teoria social crítica, argumentando que o espaço é
uma dimensão central das relações políticas e sociais. Ele destaca como as
configurações espaciais influenciam as práticas políticas e as lutas pelo poder,
fornecendo uma base conceitual para entender as geografias políticas contemporâneas.

Thrift (2006) complementa essa perspectiva ao examinar as interações entre política e


espaço, destacando como o espaço não é apenas um cenário passivo, mas uma força
activa que molda e é moldada por processos políticos.

Esses autores destacam que a dimensão política da Geografia Humana é essencial para
compreender as dinâmicas de poder e governança em diferentes regiões. As fronteiras
políticas, as relações entre Estados e as organizações internacionais são moldadas por
considerações geográficas, como localização, acesso a recursos naturais e configurações
territoriais. Além disso, os conflitos geopolíticos muitas vezes têm raízes espaciais,
reflectindo disputas por território, controle de recursos e influência regional.

3. Dimensão Cultural:

A dimensão cultural da Geografia Humana, segundo Tuan (1977) e Cosgrove (1984),


explora as complexas interacções entre sociedade, cultura e espaço. Tuan (1977) propõe
uma perspectiva fenomenológica do espaço, enfatizando como as experiências humanas
são moldadas e mediadas pelo ambiente espacial. Ele argumenta que a cultura
influencia profundamente o espaço geográfico, moldando paisagens, lugares e
identidades. Cosgrove (1984) complementa essa perspectiva ao investigar as dimensões
simbólicas do espaço, destacando como as representações culturais são inscritas no
ambiente construído.

Caracterizando a dimensão cultural

3.A dimensão cultural da geografia humana investiga como as sociedades moldam e são
moldadas pelo ambiente físico, incluindo suas crenças, valores, práticas e identidades
culturais. Examina como esses elementos são expressos no espaço geográfico,
influenciando paisagens culturais, formas de ocupação do território e interacções entre
grupos sociais.

John & Roger, (1981) sustenta dizendo que economia de uma região pode variar de
acordo com as características físicas dela, como questões climáticas, tipos de solo,
formação do relevo, características das rochas, entre outros. Essas características podem
afectar a disponibilidade de recursos presentes naquela área, por exemplo, as condições
climáticas podem interferir directamente na produção agrícola de uma região.

Esses autores destacam que a dimensão cultural da Geografia Humana concentra-se nas
interacções entre sociedade e cultura, explorando como as práticas sociais, crenças e
valores são organizados e expressos no espaço. A distribuição geográfica das
populações humanas, os padrões de assentamento e a configuração das paisagens
reflectem e reproduzem significados culturais, políticos e sociais. A cultura influencia
não apenas a forma como os espaços são percebidos e utilizados, mas também as
relações sociais e as identidades individuais e colectivas que se desenvolvem dentro
desses espaços.
Bibliografia

Cosgrove, D. (1984). Social Formation and Symbolic Landscape. University of


Wisconsin Press.

John E & Roger, L. (1981). dimensão geografia humana. Editora Bertrand Brasil S.A.,
Río de Janeiro

Smith j.(2000). dimensão geografia humana. Río de Janeiro

Soja, E. (1989). Postmodern Geographies: The Reassertion of Space in Critical Social


Theory. Verso.

Thrift, N. (2006). Space. Polity Press. University of Minnesota Press.

Tuan, Y. (1977). Space and Place: The Perspective of Experience. University of


Minnesota Press.
Fórum 2

Observação Directa no Estudo da Geografia Humana

De acordo com a perspectiva de Correa (2002) o autor afirma que a observação directa é
uma técnica de pesquisa que envolve a colecta de dados por meio da observação pessoal
e directa de fenómenos geográficos e actividades humanas no campo. Consiste em estar
presente no local de estudo e registar detalhes relevantes por meio da observação visual
e auditiva.

De acordo com Evans, (1998), a observação directa consiste na colecta de dados por
meio da observação pessoal e directa de fenómenos geográficos e actividades humanas
no campo. Isso envolve estar presente no local de estudo e registar detalhes relevantes
por meio da observação visual e auditiva.

neste contexto, a observação directa no estudo da geografia humana consiste em


colectar dados por meio da observação pessoal e imediata dos fenómenos geográficos,
como actividades humanas, interacções sociais, uso da terra e modos de vida.

Instrumentos utilizados aquando da observação directa no estudo da geografia


humana

Durante a observação directa, os pesquisadores podem fazer uso de cadernos de campo,


câmeras fotográficas ou de vídeo, gravadores de áudio e outros instrumentos para
registar suas observações e colectar dados relevantes (Harvey, 1973).

Segundo Massey (1994) durante a observação directa, os pesquisadores podem fazer


uso de cadernos de campo, câmeras fotográficas ou de vídeo, gravadores de áudio e
outros instrumentos para registar suas observações e colectar dados relevantes, tudo isso
com o objectivo de compreender as relações espaciais e sociais. De acordo com os
autores acima citados da entendermos que para realizar observações directas no estudo
da geografia humana, os pesquisadores podem utilizar uma variedade de instrumentos
para poder fazer a observação direita devemos ter os seguintes matérias:

Segundo Gil (1999) a observação “constitui elemento fundamental para a pesquisa”,


pois é a partir dela que é possível delinear as etapas de um estudo: formular o problema,
construir a hipótese, definir variáveis, colectar dados e etc.
Segundo Claval (2007) os Instrumentos Utilizados na Observação Directa na Geografia
Humana São:

 Caderno de Campo: Usado para fazer anotações, esboços e registos durante a


observação.
 Câmera Fotográfica ou de Vídeo: Para registar imagens ou vídeos que
complementam as observações e podem ser usados como evidência.

Gravador de Áudio: Para capturar sons ambiente, conversas ou entrevistas que podem
fornecer informações adicionais.

 GPS: Para registar coordenadas geográficas precisas do local de observação.


 Questionários ou Guias de Observação: Para orientar a colecta de dados e
garantir que informações específicas sejam registadas.

Segundo Carlos (2000) Vantagens da Observação Directa na Geografia Humana:

Validade dos Dados: Permite a colecta de dados em tempo real, garantindo a validade e
confiabilidade das informações.

Detalhamento: Permite a observação de detalhes que podem passar despercebidos em


outras formas de colecta de dados, enriquecendo a compreensão do fenómeno estudado.

Contextualização: Permite que o pesquisador compreenda o fenómeno em seu contexto


real, considerando factores ambientais, sociais, culturais e políticos presentes no local.

Interactividade: Possibilita a interacção directa com os sujeitos e o ambiente estudado,


facilitando o estabelecimento de conexões e compreensão mais profunda.

Flexibilidade: Permite ajustes e adaptações durante o processo de pesquisa, conforme


novas informações e insights são obtidos no campo.

Em suma, a observação directa na geografia humana é uma técnica de pesquisa que


envolve a colecta de dados por meio da observação pessoal e directa no campo. Os
instrumentos utilizados incluem caderno de campo, câmera, gravador de áudio, GPS e
questionários. Suas vantagens incluem validade dos dados, detalhamento,
contextualização, interactividade e flexibilidade, proporcionando uma compreensão
mais profunda e completa dos fenómenos geográficos e das actividades humanas
estudadas.
Os instrumentos utilizados na observação directa no estudo da geografia

De acordo com Lima, (2003, p. 23), afirma que, Os instrumentos utilizados na


observação directa no estudo da geografia são:

Observação Participante: O pesquisador participa activamente da situação ou contexto


que está sendo observado, interagindo com os participantes e vivenciando as
experiências juntamente com eles. Essa abordagem permite uma compreensão mais
profunda das dinâmicas sociais e dos significados atribuídos pelos participantes.

As vantagens da observação directa.

De acordo Lima, (2003, p. 32), sustenta que, a observação directa permite aos
pesquisadores colectar informações sobre eventos, comportamentos e fenómenos sociais
no momento em que ocorrem, proporcionando uma compreensão mais imediata e
precisa da dinâmica das comunidades humanas.

A observação directa no estudo da geografia humana oferece uma abordagem rica e


dinâmica para a colecta de dados, possibilitando uma compreensão mais profunda e
contextualizada dos fenómenos geográficos e das actividades humanas.

Referências Bibliográficas

Carlos, A.F. A. (2000). A (re)produção do espaço urbano. São Paulo, Editora Contexto.

Claval, P. (2007). A geografia cultural. Florianópolis: EDUFSC.

Correa, R. L. (2002). Trajectórias geográficas. São Paulo: Editora Contexto.

Evans, P, B. (1998). Análise do Estado no mundo neoliberal: uma abordagem


institucional comparativa. Revista de Economia Contemporân

Gomes, P. C. R. L. (1997). Explorações geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.


(P. 89-117).
Fórum 3

Os pólos de desenvolvimento como impulsionador do bem-estar da população

O conceito de pólo de desenvolvimento

Para Porter (1990), o pólo de desenvolvimento refere-se a uma área geográfica


designada para concentrar recursos e investimentos, visando impulsionar o
desenvolvimento económico, social e infra-estrutural de uma região específica. Esses
pólos são estrategicamente seleccionados com base em suas vantagens comparativas,
potencialidades económicas e necessidades locais.

Para Aurelio , (2001), O pólo de desenvolvimento é uma unidade económica motriz ou


um conjunto formado por várias dessas unidades que exercem efeitos de expansão, para
cima e para baixo, sobre outras unidades que com ela estão em relação” (p.71).

Os polos de desenvolvimento podem desempenhar um papel crucial no


impulsionamento do bem-estar da população ao criar oportunidades económicas,
empregos, acesso a serviços básicos como saúde e educação, e infra-estrutura adequada.

Ao concentrar investimentos e recursos em áreas seleccionadas, os pólos de


desenvolvimento têm o potencial de criar empregos, estimular a inovação, melhorar a
infra-estrutura e facilitar o acesso a serviços básicos, contribuindo assim para o aumento
do padrão de vida das comunidades locais.

Segundo Todaro e Smith (2011), esses pólos são planejados com o objectivo de
estimular o crescimento económico, gerar empregos, promover a diversificação
económica e reduzir as disparidades regionais.

Importância dos Pólos de Desenvolvimento

A importância dos pólos de desenvolvimento reside no potencial de gerar empregos,


atrair investimentos, promover a diversificação económica e melhorar o padrão de vida
da população em uma determinada região. Eles podem servir como centros de inovação,
educação e produção, estimulando o crescimento económico e reduzindo as
disparidades regionais.
Stohr e Taylor (2002) destacam que essas áreas podem servir como centros de inovação,
educação, produção e prestação de serviços, proporcionando oportunidades de emprego,
acesso a serviços básicos e melhoria do padrão de vida.

Exemplos de Pólos de Desenvolvimento em Moçambique

Pólo de Desenvolvimento do Corredor de Nacala: Localizado na região norte de


Moçambique, este pólo tem como objectivo aproveitar a infra-estrutura existente, como
o Corredor de Nacala, para impulsionar o desenvolvimento econômico ao longo da rota.
Ele se concentra em sectores como agricultura, mineração, transporte e logística,
buscando atrair investimentos e promover o crescimento da região. (World Bank, 2018).

Pólo de Desenvolvimento de Palma: Localizado na província de Cabo Delgado, este


pólo está associado ao desenvolvimento da indústria de gás natural liquefeito (GNL).
Com grandes investimentos de empresas internacionais no setor de energia, o pólo de
Palma visa não apenas aproveitar os recursos naturais, mas também desenvolver infra-
estrutura, criar empregos e estimular o crescimento económico em toda a região.

Referências bibliográficas

Stohr, W. B., & Taylor, P. J. (2002). Regional Development and Planning for the 21st
Century: New Priorities, New Philosophies. Routledge.

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