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Universidade Aberta ISCED

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

IMPORTANCIA DAS CORRENTES DO PENSAMENTO GEOGRAFICO


NO ENSINP DE GEOGRAFIA

Osvaldo João Chinhangue Código 852186032

Maxixe, Agosto 2023


Universidade Aberta Isced

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

IMPORTANCIA DAS CORRETES DO PENSAMENTO GEOGRAFICO NO


ENSINO DA GEOGRAFIA

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Ensino de Geografia da UnISCED.

Tutor: Luís Deixa

Osvaldo João Chinhangue Código 852186032

Maxixe, Agosto de 2023


Índice

1. Introdução.........................................................................................................................1

1.1. Objectivos.......................................................................................................................1

1.1.1. Obejectivos gerais.......................................................................................................1

1.1.2. Objectivos específicos................................................................................................1

1.2. Metodologias da pesquisa...............................................................................................1

2. Gesenvolvimento...............................................................................................................2

2.1. Importancia das correntes do pensamento geográfico no ensino da geografia...........2

2.1.1. Corrente determinista ou ambientalista......................................................................2

2.1.2. Corrente possibilista......................................................................................................2

2.1.3. Corrente regional ou método regional.........................................................................3

2.1.4. Corrente da geografia pragmática................................................................................3

2.1.5. Corrente de geografia critica....................................................................................3-4

2.1.6. Corrente da geografia humanista ou cultural...............................................................4

2.1.7. Corrente de geografia ambiental...................................................................................4

2.2. Implicações das correntes do pensamento geográfico no ensino da geografia.............5

3. Considerações finais.............................................................................................................6

4. Bibliografia............................................................................................................................7
1. Introdução

A sistematização das ciências do homem, mais especificamente da Geografia se dá no século


XIX, após as ciências da natureza, sustentadas pelo método experimental e o cientificismo ao
seu lado. As ciências humanas inseridas num contexto histórico, político e ideológico, se viu
diante de dificuldades no que tange sua objectividade

Neste presente trabalho de campo vou abordar sobre o tema Importância das Correntes do
Pensamento Geográfico no Ensino da Geografia, onde irei abordar com profundidade as
implicações que estas correntes fazem sentir no ensino da disciplina.

1.1. Objectivos

1.1.1 Objectivos geral: Explicar a importância das correntes do pensamento geográfico no


ensino da disciplina de Geografia.

1.1.2. Objectivos específicos:

a) Apresentar as correntes do pensamento geográfico;


b) Analisar as correntes do pensamento geográfico;
c) Descrever as correntes do pensamento geográfico e sua importância no ensino da
disciplina de Geografia.

1.2. Metodologia da pesquisa


A Metodologia nasce da concepção sobre que pode ser realizado e a partir da tomada
de decisão fundamenta se naquilo que afigura como lógico, racional eficiente e eficaz.
(MARCONI E LOKATOS, 2007,P.17)

Este trabalho é classificado em seguintes metodologias:


a) Quanto a abordagem é uma pesquisa qualitativa que busca compreender os
fenómenos a partir da sua explicação e motivos. A interpretação e a analise dos dados
atribuem significados aos fenómenos, este tipo de pesquisa é mais usado nas ciências
Humanas.
b) Quanto aos objectivos procedimentos de recolha de dados estamos perante uma
pesquisa uma pesquisa bibliográfica que usa matérias e outras pesquisas como
fontes, em geral usa livros e artigos científicos.

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2. Desenvolvimento

2.1. Importância das correntes do pensamento geográficas no ensino da geografia

Ainda que o constructo Geografia remonte à Antiguidade Clássica, na perspectiva da


Geodesia, não havia uma unidade, de modo que, até o final do século XVIII, não é possível
falar de conhecimento geográfico, como algo padronizado, com unidade mínima para ser
considerada ciência (CAVALCANTI; VIADANA, 2010).

O termo Geografia era utilizado para designar escritos literários, relatos de viagens, descrição
de lugares, relatórios estatísticos simplórios, entre outros aportes (GODOY, 2010).

O surgimento da geografia como ciência foi resultado de muitas discussões e


consequentemente, este ramo de saber deu um espaço para diversas teorias (correntes), essas
mesmas correntes são muito indispensáveis para o ensino desta disciplina. Para já, vamos ver
algumas correntes e o seu valor para o ensino da geografia.

2.1.1. Corrente determinista ou ambientalista

Teoria formulada no século XIX pelo geógrafo alemão Friedrich Ratzel que fala das
influências que as condições naturais exerceriam sobre o ser humano, sustentando a tese de
que o meio natural determinaria o homem.

O determinismo geográfico sustentava que as condições ambientais, em especial o clima, são


capazes de influenciar o desenvolvimento intelectual e cultural das pessoas. Esta teoria
afirmava que nas áreas temperadas a humanidade teria um desenvolvimento mais elevado do
que nas áreas tropicais, quente e húmidas.

2.1.2. Corrente Possibilista

Possibilismo, fundamentado, principalmente, por Vidal De La Blache, que adoptava a ideia


de que a natureza fornecia possibilidades para que o homem a modificasse sem
necessariamente determinar comportamentos. Conforme sua capacidade de desenvolvimento
técnico, visto que as novas técnicas possibilitaram que a humanidade tivesse a capacidade de
dominar o meio de acordo com suas necessidades.

Enquadrado no pensamento político dominante, num momento em que a França tornou-se


uma grande soberania, ele realizou estudos regionais procurando provar que a natureza
exercia influências sobre o homem, mas que homem tinha possibilidades de modificar e de
melhorar o meio, dando origem ao possibilismo. A natureza passou a ser considerada
fornecedora de possibilidades e o homem o principal agente geográfico.

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2.1.3. Corrente Regional ou Método Regional

Regionalismo, com bases também em P. V. de La Blache e Richard Hartshorne, que focaliza


o estudo das áreas e sua diferenciação mediante a descrição dos lugares e divisões territoriais
(ALVES; SAHR, 2009). Essas foram questionadas com o movimento da renovação, a
expansão capitalista e o fim da Segunda Guerra Mundial por volta de 1950.

Esta corrente representou a reafirmação de que os aspectos próprios da Geografia eram o


espaço e os lugares. O método era comparar regiões, segundo critérios de similaridade e
diferenciação.

Os geógrafos regionais dedicaram-se à colecta de informações descritivas sobre lugares,


dividir a Terra em regiões.

As bases filosóficas foram desenvolvidas por Vidal de La Blache e Richard Hartshorne.


Hartshorne não utilizava o termo região: para ele os espaços eram divididos em classes de
área, nas quais os elementos mais homogéneos determinariam cada classe, e assim as
descontinuidades destes trariam as divisões das áreas. Este pensamento geográfico ficou
conhecido como método regional.

2.1.4. Corrente da geografia Pragmática

A geografia pragmática surge na década de 1950, diz respeito à Geografia aplicada (teorética
ou quantitativa, sistêmica e comportamental ou de percepção). Ela acreditava em uma
tecnologia geográfica que, mediante dados estatísticos e diagnósticos estruturados, subsidia
tomada de decisões de empresas e do governo, e é criticada por legitimar a expansão das
relações capitalistas (SAHR, 2006).

As principais características dessa corrente geográfica são:

 Todo o conhecimento apoia-se na experiência (empirismo);


 Deve existir uma linguagem comum entre todas as ciências;
 Recusa de um dualismo científico entre as ciências naturais e as ciências sociais.
 Maior rigor na aplicação da metodologia científica;
 O uso de técnicas estatísticas e matemática.

Predominou na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, principalmente na década de 1960 a


meados de 1970. A partir da década de 1960, a Geografia Pragmática começou a sofrer duras
críticas. Uma das principais críticas é o facto de não considerar as peculiaridades dos
fenómenos, pois o método matemático explica o que acontece em determinados momentos,
mas não explica os intervalos entre eles, além de apresentar dados considerando o “todo” de
forma homogénea, desconsiderando, portanto, as particularidades.

2.1.5. Corrente de geografia Critica ou Marxista

A corrente da geografia crítica possui inúmeros teóricos e propostas díspares, mas converge
na oposição a uma realidade social contraditória, desigual e injusta, e entende a Geografia

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como ciência politizada que visa à transformação da ordem social em busca de uma
sociedade mais justa (GODOY, 2010).

Nesta corrente, a Geografia é uma prática social em relação à superfície terrestre que
responde os problemas por meio da prática social para que não se torne uma prisão
(SANTOS, 1994).

Importa salientar que o pendor Humanista, ao contrário do Físico, é assentado na


subjectividade, nos sentimentos, na experiência, privilegiando o singular e a compreensão
como base da inteligibilidade do mundo real (CORRÊA, 1998).

A Geografia crítica estabelece o rompimento da neutralidade no estudo da geografia e propõe


engajamento e criticidade junto a toda a conjuntura social, económica e política do mundo.
Estabelece também uma leitura crítica frente aos problemas e interesses que envolvem as
relações de poder e pró-actividade frente as causas sociais, defendendo a diminuição das
disparidades socioeconómicas e diferenças regionais. Defendia ainda a mudança do ensino da
geografia nas escolas, ao estabelecer uma educação que estimulasse a inteligência e o espírito
crítico.

O pensamento crítico na geografia significou, principalmente, uma aproximação com os


movimentos sociais, principalmente na busca da ampliação dos direitos civis e sociais, como
o acesso a educação de boa qualidade, a moradia, pelo acesso à terra, o combate à pobreza,
entre outras temáticas.

2.1.6. Corrente da geografia Humanista ou Cultural

A Geografia Humanística ou Cultural procura valorizar a experiência do indivíduo ou do


grupo, visando compreender o comportamento e as maneiras de sentir das pessoas em relação
aos seus lugares, ou seja, a cultura dos grupos sociais.

Os geógrafos culturais argumentam que sua abordagem merece o rótulo de "humanística",


pois estudam os aspectos do homem que são mais distintamente humanos: significações,
valores, metas e propósitos (Entrikin, 1976).

2.1.7. Corrente de geografia Ambiental

Ramo da geografia que descreve os aspectos espaciais da interacção entre humanos e o


mundo natural. Requer o entendimento dos aspectos tradicionais da geografia física e
humana, assim como os modos que as sociedades conceitualizam o ambiente.

Emergiu como um ponto de ligação entre a geografia física e humana como resultado do
aumento da especialização destes dois campos de estudo.

Exemplos de áreas de pesquisa em geografia ambiental incluem administração de


emergência, gestão ambiental, sustentabilidade e ecologia política.

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2.2. Implicações das correntes do pensamento geográfico no ensino da geografia

Antes de abordar sobre o ensino da Geografia, é oportuno notar que o ensino pode ocorrer de
várias maneiras: formal, com a educação escolar sistemática, intencional e com objectivos
previamente definidos; não formal, também intencionalmente, mas sem sistematização; e
informal, sem intenção, de modo espontâneo e não sistemático (LIBÂNEO, 1994).

A Geografia ensinada na escola se refere à educação formal. Em uma concepção crítica,


parte-se da compreensão de que cada sujeito é único e faz suas percepções e elaboração em
suporte em suas individualizações, não havendo uma receita pronta para se trabalhar o
conhecimento específico da Geografia, que se inicia de maneira informal desde os primeiros
anos de vida. Ensinar Geografia, contudo, suscita do professor a capacidade investigativa
para conhecer os saberes prévios dos alunos de maneira particularizada, e, desde a
identificação do que já restou elaborado, promover a problematização contextualizada,
instigando a curiosidade e os respectivos anseios dos estudantes pela busca do conhecimento.

Vesentini (1993, P. 219), retratando acerca do novo paradigma do ensino da Geografia na


perspectiva Moderna, acrescenta que, o ensino da geografia no século XXI, portanto, deve
ensinar, ou melhor, deve deixar o aluno descobrir o mundo em que vivemos, com especial
atenção para as escalas local e nacional, deve enfocar criticamente a questão ambiental e as
relações sociedade/natureza (sem embaralhar uma dinâmica na outra), deve realizar constante
mente estudos do meio (para que o conteúdo ensinado não seja meramente teórico ou
“livresco” e sim real, ligado à vida quotidiana das pessoas) e deve levar os educadores a
interpretar textos, fotos, mapas, paisagens. E por esse caminho, e somente por ele, que a
geografia escolar vai sobrevivendo e até mesmo ganhando novos espaços nos melhores
sistemas educacionais.

O Ensino de Geografia deve promover uma instrumentalização conceitual que torne possível
aos alunos uma apreensão articulada das redes espaciais múltiplas e, para isso, é preciso
considerar as representações sociais dos alunos e professores e colocar seus conhecimentos
quotidianos em confronto com os conceitos geográficos (Cavulcante, 1996,p.47).

Portanto, o professor de geografia deve abordar em suas aulas, questões que possibilite uma
visualização reflexiva da zona rural, urbana, a ligação campo cidade, as mais diversas
culturas, as histórias, as novas linguagens tecnológicas. O aluno deve ser incentivado a
desenvolver o conteúdo tratado em sala de aula na sua vivencia interagindo com o mundo,
aproximando assim, a geografia do real vivido por ele.

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3.Considerações finais

Depois de ter feitos varias pesquisas dobre as correntes do pensamento geográfico e sua
importância no ensino da disciplina de geografia, cheguei ao ponto que conclui que:

 A geografia é uma ciência que estuda um determinado espaço, seus fenómenos e suas
relações com o Homem;
 As correntes do pensamento geográfico são: determinismo, possibilismo,
regionalismo, Geografia pragmática, Geografia crítica, Geografia Humanista e
Geografia Ambientalista;
 O conhecimento e domínio destas correntes permitem a melhor leccionação desta
disciplina, pois estas teorias fornecem bases históricas do desenvolvimento da
Geografia como ciência social.
 Nesta fase intermediaria da pesquisa percebi que o ensino de geografia apresenta-se
como um componente curricular importante na formação de crianças e adolescentes
matriculadas na escola pública, mas o que observei quanto aos conceitos,
características e estruturas do desenvolvimento do ensino da disciplina, e sua relação
com o pensamento geográfico, decorre de uma fragmentação do conhecimento
geográfico, e que apesar de os professores compreenderem a relevância da Geografia
Crítica, ainda persistem práticas docentes mais próximas da Geografia considerada
Tradicional.
 Problematizando a didáctica do professor e a aprendizagem discente no contexto
educacional, sinaliza na direcção de um ensino de Geografia que considera as
representações de vida dos alunos e articula o formalismo teórico da Ciência aos
conhecimentos quotidianos, tornando-os significativos e aplicáveis na prática social.
 A Geografia ensinada, busca-se desenvolver, desde a infância, a vivência e análise de
experiências pluridisciplinares e específicas que propiciem compreender a
complexidade dos fenómenos humanos sobre o terreno.

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4.Bibliografia

1. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo. Cortez, 1994.

2. CAVALCANTI, Lana de Souza. Cotidiano, mediação pedagógica e formação de


conceitos: uma contribuição de Vygotsky ao ensino de Geografia. Cadernos CEDES,
Campinas. v. 25. n. 66, p. 185-207, mai./ago. 2005.

3. CAVALCANTI, Agostinho Paula Brito; VIDIANA, Adler Guilherme. Fundamentos


históricos da Geografia: contribuições do pensamento filosófico na Grécia antiga. In:
GODOY, Paulo R. Teixeira de. (Org.). História do pensamento geográfico e epistemologia
em Geografia, São Paulo: Cultura Académica, 2010.

4. VESENTINI J. W. Realidades e Perspectivas do Ensino de Geografia no Brasil. In:O


Ensino de Geografia no Século XXI. (Org.) 7ª Ed – Campinas, SP: Papirus, 2004.

5. HARVEY, David. Condição pós-moderna. 10 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2001.

6. GODOY, Paulo R. Teixeira de. Algumas considerações para uma revisão crítica da
História do Pensamento Geográfico. In: GODOY, Paulo R. Teixeira de. (Org.). História do
pensamento geográfico e epistemologia em Geografia. São Paulo: Editora UNESP; São
Paulo, 2010

7. MORAES, Aantonio Carlos Robert. Geografia: pequena história crítica. 20. ed. São Paulo:
Anablume, 1994.

8. SANTOS, Milton. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico científico


internacional. São Paulo: HUCITEC, 1994.

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