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Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade!

Lembre-se: o seu sonho também é o nosso!

Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação!

Com carinho,

Equipe Ceisc. ♥

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Prof. Luciano Teixeira

Sumário

1. Noções sobre Rede Urbana no Brasil ................................................................................... 4

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
concursos e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, recomenda-
se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.

Bons estudos, Equipe Ceisc.


Atualizado em novembro de 2023.

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1. Noções sobre Rede Urbana no Brasil

Prof. Luciano Teixeira


@tianoteixeira

1.1. Como estudar Geografia?


• Geografia é a ciência das relações, por isso jamais isole um fato do outro. Esta-
beleça conexões entre a Geografia Física (clima, geologia, hidrografia, etc.) e as
atividades humanas (agricultura, indústrias, comércio, etc.);
• Esteja sempre atualizado. Leia jornais, revistas, sites sobre fatos que estejam
acontecendo no planeta. Pergunte a relevância desses fatos ao professor e de
que maneira esses assuntos poderiam ser abordados pelas provas de vestibular
e o ENEM;
• Utilize mapas sempre. Procure visualizar em mapas os fenômenos estudados,
tanto de ordem física, quanto humana. Por exemplo: se você viu no jornal que
está ocorrendo um determinado conflito em certa região, pegue um mapa e veja
onde está esse local, quais os países que fazem fronteira com ele e, depois, tente
com a ajuda de um mapa mudo identificar esse país e os seus vizinhos;
• Análise e estude os fatos em diferentes escalas. Veja como um fenômeno glo-
bal pode interferir na dinâmica nacional, regional, estadual e, até mesmo, local.

1.2. O que é Geografia?


Embora possa parecer fácil responder a essa pergunta, muitos alunos ainda pensam que
a ciência geográfica tem apenas o simples objetivo de descrever os fenômenos que acontecem
no nosso planeta. Mas, na realidade, a Geografia como ciência tem por meta analisar, refletir e
compreender o espaço geográfico no qual vivemos, nas suas mais diferentes escalas de análise
(Global, Nacional, Regional, etc.).
De modo sucinto, podemos dizer que a Geografia é a ciência que estuda as relações entre
nós, seres humanos, e o nosso planeta, onde um acaba por influenciar o outro. Nós, seres hu-
manos, somos a natureza que tomou consciência de si mesma, afinal, é necessário pensar que
embora a vida esteja presente na Terra há bilhões de anos, não há registros de que alguma

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espécie tenha chegado tão longe em termos de desenvolvimento intelectual. Nenhum animal,
além de nós, consegue compreender os fenômenos naturais, problematizar a realidade e encon-
trar soluções para os obstáculos que são colocados diante de nossa espécie, além disso, ne-
nhuma outra espécie alterou de maneira tão significativa o planeta.
E é nesse ponto que se estabelece um paradoxo, pois quanto mais capazes intelectual-
mente nós ficamos, maior é a nossa capacidade de modificar o nosso habitat natural. Ou seja,
quanto mais inteligentes, mais nos afastamos da natureza. E nessa relação, muitas vezes con-
turbada, é que se estabelece o objeto de estudo da Geografia.
A palavra Geografia vem do grego antigo e significa “Estudo da Terra”. Ao ser concebida,
a Geografia tinha por objetivo descrever os fenômenos que ocorrem na superfície terrestre, no
entanto, com o passar dos anos o conhecimento geográfico foi sendo aprimorado e a mera des-
crição foi dando espaço à análise, reflexão e compreensão dos fenômenos espaciais.
A sistematização da Geografia teve início em meados do século XIX, com Humboldt e
Ritter. Derivando destes dois autores surgem as correntes de pensamento geográfico. Desta-
cam-se como correntes de pensamento geográfico: o Determinismo Ambiental, o Possibilismo,
o Método Regional, a Nova Geografia e a Geografia Crítica. Segundo CORREA (2000) cada uma
delas com suas práticas teóricas, empíricas e políticas, seguindo uma sequência histórica pre-
domina e, ou coexiste com outra corrente.
O Determinismo Ambiental foi o primeiro paradigma a caracterizar a geografia que
emerge no final do século XIX. Teve como principal personagem o alemão Ratzel. Seus defen-
sores afirmam que as condições naturais determinam o comportamento do homem, interferindo
na sua capacidade de progredir. Segundo CORREA (2000) essa interpretação de “determinação
acabou servindo como ferramenta para ocultar uma ideologia das classes dominantes. Ratzel
cria conceitos como: espaço vital, região natural, fator geográfico e condição geográfica.
Ao fim do século XIX, em reação ao determinismo geográfico surge na França, o Possi-
bilismo. Este procurou abolir qualquer forma de determinação, adotando a ideia de que a ação
humana é marcada pela contingência. a natureza era considerada como fornecedora de possi-
bilidades para que o homem a modificasse. Teve como precursor Paul Vidal de La Blache.
O terceiro paradigma da geografia é o Método Regional que vem contrário ao Possibi-
lismo e ao Determinismo. Nele, a diferenciação de áreas é vista através da integração de fenô-
menos heterogêneos em uma dada porção da superfície da Terra. Focalizando assim o estudo

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de áreas e atribuindo à diferenciação como objeto de geografia. A partir dos anos 40 essa cor-
rente ganha importância com raízes em Alfred Hettner e Hartshorne.
Após a 2ª Guerra Mundial, verifica-se uma nova fase de expansão capitalista, e conse-
quentemente a geografia perde a capacidade de explicar a complexa realidade redesenhada.
Surge então um novo paradigma, a Nova Geografia como objetivo de justificar a expansão ca-
pitalista, assim como dar esperanças aos “deserdados da terra”. Para tais tarefas utiliza com
método o positivismo lógico (Neopositivismo), utilizando-se para isso de técnicas estatísticas.
Durante a década de 1970 e 1980, o conhecimento geográfico passa por novas transfor-
mações. Surge um novo paradigma em oposição aos anteriores e também com intenção de par-
ticipar de um processo de transformação da sociedade, esta denominada Geografia Crítica.
Esse paradigma repensa a questão da organização espacial, para ela, a produção do espaço
deriva do trabalho humano e assume formas diferenciadas em função da diversidade de combi-
nações do modo de produzir, circular e pensar.
A Geografia crítica explica as disparidades de desenvolvimento entre povos e nações
como resultado de um processo histórico originado do sistema capitalista que agrava tensões de
diferentes ordens. No século XX, mais precisamente no início da década de 1950, os avanços
científicos e tecnológicos foram elementos que impulsionaram um período de grandes transfor-
mações espaciais, marcado pela globalização da produção e do consumo. O geógrafo Milton
Santos definiu esse período como Técnico-Científico-Informacional, registrando a influência das
novas tecnologias, oriundas do período da Guerra Fria, na construção e na organização espacial.
Milton Santos tem uma farta obra bibliográfica, que teve muita importância para a construção de
uma Geografia Crítica, como por uma nova Geografia, Pensando o Espaço do Homem, Espaço
e Método, entre outros.

1.3. Os princípios da Geografia


Ao estudar a ciência geográfica, deve-se levar em consideração os seus princípios, que
são:
Princípio da Extensão: concebido por Ratzel, postula que ao estudar um fato ou área, o
geógrafo deve primeiro proceder às suas localizações e delimitação, utilizando, para tanto, os
recursos da Cartografia.

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Princípio da Analogia ou da Geografia Geral: estudado por Karl Ritter e La Blache,


orienta que, uma vez delimitada e observada a área, o geógrafo deve compará-la com outras,
buscando semelhanças e diferenças entre elas.
Princípio da Causalidade: Elaborado por Alexander Von Humboldt, segundo o qual, as
causas ou fatos devem ser observados e, posteriormente, explicados.
Princípio da Interação ou Conexão: examinado por Jean Brunhes, em que os fatores
físicos e humanos nunca atuam isoladamente.
Princípio da Atividade: Formulado por Brunhes, mostra que a paisagem possui caráter
dinâmico.

1.4. Conceitos básicos de Geografia


ESPAÇO: Para Milton Santos, o espaço é materializado pelas formas da paisagem, mais
a vida (trabalho/ serviços) que as anima. O espaço constitui a matriz sobre a qual as novas ações
substituem as ações passadas. É o não aparente, a essência.
ESPAÇO GEOGRÁFICO: Muitas vezes, o espaço geográfico é definido como o palco das
relações humanas, um termo que pode levar o aluno a entender que o espaço é imóvel, inerte,
estando estagnado no espaço-tempo enquanto os seres humanos realizam as suas atividades
sobre ele. No entanto, em uma análise dialética da relação Homem X Meio, é possível perceber
o espaço geográfico como um “palco dinâmico” que interage e se modifica a partir das ações
humanas e da própria natureza. Segundo Milton Santos: “É a natureza modificada pelo homem
através do seu trabalho” [...] “O espaço se define como um conjunto de formas representativas
de relações sociais do passado e do presente e por uma estrutura representada por relações
sociais que estão acontecendo diante dos nossos olhos e que se manifestam através de proces-
sos e funções”.
PAISAGEM: Para Milton Santos é o conjunto de formas que, em um dado momento, ex-
prime as heranças que representam as sucessivas interações entre o homem e a natureza. Po-
dendo ser definida como um espaço geográfico cuja individualidade ocorre na presença dos seus
elementos mais característicos, com desertos, planícies, montanhas, florestas, oceanos, mares
(paisagens naturais), levando em consideração ou não as intervenções antrópicas ao longo do
tempo (paisagens culturais). Pode ser entendida como tudo aquilo que a vista alcança, a partir
da visão do geógrafo.

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TERRITÓRIO: Área terrestre, seu espaço aéreo e mares vizinhos, organizados em um


Estado soberano. Pode ser considerado território um espaço pertencente a algo, alguém ou
alguma coisa, delimitado por fronteiras naturais (morros, rios, vegetação, etc.) e/ou artificiais
(muros, cercas, ruas, etc.) e controlados por um poder legal ou ilegal, sob o ponto de vista jurí-
dico. Para Milton Santos, o território é uma área delimitada “imutável em seus limites” por uma
relação de poder “coercitiva”, que “determina os tipos de relações entre classes sociais e as
formas de ocupação” às quais essa área é sujeita.
O território é uma porção do espaço definida e delimitada por uma relação de poder, es-
tabelecendo noções de fronteiras e as suas respectivas demarcações.
• Territórios Legais: Países, estados, cidades, reconhecidos e legitimados por ins-
tituições legítimas.
• Territórios Ilegais: áreas conflituosas, pontos de vendas de drogas, prostituição
etc.

REGIÃO: A palavra região vem do latim “regere” de reger, dirigir, comandar, como um
maestro que rege uma orquestra organizada segundo características semelhantes em determi-
nados aspectos. Porção de território contínua e homogênea em relação a determinados critérios
pelos quais se distingue das regiões vizinhas. As regiões têm seus limites estabelecidos pela
coerência e homogeneidade de determinados fatores, enquanto uma área tem limites arbitrados
de acordo com as conveniências. Região é um conceito que se fundamenta em uma reflexão
política de base territorial, com um poder central, jogos de interesses de comunidades, limite
entre autonomia e poder central, fundamento político de controle e gestão de um território. Para
Milton Santos, ela pode ser definida como uma unidade de planejamento com vínculos socioe-
conômicos, favorecendo serviços de planejamento nas esferas municipais, estaduais e federais.
LUGAR: Espaço de vivências cotidianas das pessoas e com o qual passam a interagir e
se identificar (afetivamente), sendo, geralmente, influenciado por aspectos relativos às escalas
mais abrangentes (regional, nacional, global, etc.), podendo, eventualmente, afetar tais escalas
a partir de acontecimentos e fatos locais.

1.5. Pequeno dicionário de termos geográficos


Altitude: Distância vertical deste ponto até o nível zero, geralmente, o nível médio do mar.
Atlas: Conjunto de mapas agrupados em um volume.

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Bacia Hidrográfica: Área drenada por um rio principal e seus tributários. As bacias hidro-
gráficas recebem o nome do rio principal, sendo também chamadas bacias fluviais ou bacias de
drenagem.
Barômetro: Instrumento utilizado em Topografia para determinação da altitude de pontos
da superfície terrestre em função de sua pressão atmosférica.
A batimetria (ou batometria): é a medição da profundidade dos oceanos, lagos e rios e
é expressa cartograficamente por curvas batimétricas que unem pontos da mesma profundidade
com equidistâncias verticais (curvas isobatimétricas), à semelhança das curvas de nível topográ-
fico.
Carta Geográfica: Carta topográfica de escala pequena, em regra inferior a 1/500 000,
que representa os traços mais gerais de vastas regiões do globo terrestre.
Carta Náutica: Carta temática destinada a apoiar a navegação marítima e que apresenta,
sobre um fundo de informação topográfica e hidrográfica mais ou menos simplificada, informação
específica relevante para a condução da navegação perigos e ajudas à navegação, corredores
de tráfego marítimo, informação oceanográfica e meteorológica.
Carta Política: Carta temática que representa informação de aspectos com relevância
política dos países, especialmente as divisões territoriais e administrativas e os centros popula-
cionais mais importantes.
Carta Temática: Carta cujo objetivo é representar informação, ou apoiar atividades, de
caráter especializado. Tipicamente, as cartas temáticas apresentam, sobre um fundo de infor-
mação geral mais ou menos simplificado, muitas vezes extraído de cartas topográficas, hidro-
gráficas e administrativas, fenômenos localizáveis de qualquer natureza, sob forma qualitativa
ou quantitativa. São cartas temáticas as cartas políticas, meteorológicas, demográficas, geológi-
cas, etc.
Carta Topográfica: Carta de base que representa, tão fiel e pormenorizadamente quanto
a escala o permita, a topografia da superfície terrestre. O termo geralmente aplica-se às cartas
de maior escala, em regra igual ou superior a 1:50 000.
Carta-Imagem: Carta obtida por meio de referenciamento e correção geométrica de uma
imagem aéra ou de satélite.
Cartografia: Conjunto de estudos e operações científicas, artísticas e técnicas, baseado
no resultado de observações diretas ou de análise de documentação, visando a elaboração e
preparação de cartas, projetos e outras formas de expressão, bem como sua utilização.

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Cartógrafo: Pessoa que elabora mapas ou cartas geográficas.


Círculo Polar Antártico: Círculo ou linha imaginária que assinala, ao redor do pólo sul, o
alcance máximo dos raios solares no dia 21 de junho, ou seja, quando começa o verão no he-
misfério norte.
Círculo Polar Ártico: Círculo imaginário que assinala, ao redor do pólo norte, o alcance
máximo dos raios solares no dia 22 de dezembro, ou seja, quando começa o verão no hemisfério
sul.
Cobertura Aerofotogramétrica: Conjunto de fotografias de determinada região que ob-
tidas por meio de uma câmara fotogramétrica de precisão a bordo de uma aeronave.
Convenções Cartográficas: Ou Legenda, parte de uma carta ou mapa, que contém o
significado de todos os símbolos, cores e traços utilizados na representação do desenho técnico
cartográfico.
Coordenadas: Valores lineares e/ou angulares que indicam a posição ocupada por um
ponto num sistema de referência qualquer.
Coordenadas Cartesianas: Sistema de referência posicional no qual a localização é me-
dida em dois ou três eixos ortogonais (perpendiculares). As coordenadas cartesianas diferem
das coordenadas latitude e longitude por estas últimas compreenderem um sistema de referência
esférico.
Coordenadas Geodésicas: Os valores de longitude e latitude que definem a posição de
um ponto na superfície da terra, em relação ao elipsóide de referência.
Coordenadas Geográficas: Termo global usado geralmente para indicar, tanto as coor-
denadas geodésicas quanto as coordenadas astronômicas, o mesmo que coordenadas terres-
tres.
Croquis: Mapa temático, essencialmente concebido com fins explicativos, que repre-
senta, de forma muito generalizada, fenômenos geográficos no seu conjunto, realçando as suas
relações espaciais.
Curvas de Nível: Linhas curvas representadas numa carta ou mapa, que unem pontos
de mesma elevação e que se destinam a retratar a forma do terreno.
Dado: Qualquer tipo de representação que tenha um significado.
Equador: Grande círculo imaginário traçado em volta da Terra no plano perpendicular ao
eixo terrestre, a igual distância dos pólos norte e sul, dividindo, portanto, a Terra em hemisfério
setentrional e hemisfério meridional.

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Escala: Relação entre as dimensões de elementos representados numa carta ou mapa e


suas dimensões reais (naturais) correspondentes.
Escala Gráfica: Tipo de escala cartográfica, utilizada na elaboração de plantas, cartas e
mapas, em que a relação entre as distâncias reais e as distâncias representadas no papel é dada
por um segmento de reta em que uma unidade de medida na reta corresponde a uma determi-
nada medida real, conforme a relação utilizada.
Escala Numérica: Escala cartográfica utilizada na elaboração de plantas e mapas, em
que a relação entre as distâncias reais e as distâncias representadas no papel é dada por núme-
ros, em regra na forma de uma fração (por exemplo, 1/50 000 ou 1: 50 000, sendo preferível o
segundo).
Fotografias Aéreas: Fotografias obtidas por sensores instalados em aeronaves.
Fotograma: Qualquer fotografia obtida através de uma câmara fotogramétrica.
Fotogrametria: Arte, ciência e tecnologia de obter informações confiáveis de objetos físi-
cos e do meio através do uso de fotografias ou de qualquer outro tipo de registro da energia
eletromagnética.
Fotoíndice: Conjunto de fotografias aéreas, superpostas pelos detalhes que lhes são co-
muns, reduzido fotograficamente ou de forma digital que permite visualizar o conjunto fotogra-
fado.
Geocodificação: Definição da posição de elementos geográficos referenciada a um sis-
tema de coordenadas padrão. Normalmente é feita por meio da definição de um centróide.
Geodésia: Ciência que procura definir e situar as características naturais e físicas de
grandes porções da superfície terrestre.
Geofísica: Ramo da física experimental que se preocupa em determinar a estrutura, com-
posição e desenvolvimento da Terra, inclusive a atmosfera e a hidrosfera.
Geóide: Superfície equipotencial do campo gravimétrico da Terra que coincide com o ní-
vel médio do mar e que se estende por todos os continentes, sem interrupção.
Geomorfologia: Ciência que estuda as formas do relevo, tendo em vista a origem, estru-
tura e natureza das rochas, o clima e as diferentes forças endógenas e exógenas (de formação
das rochas) que, de modo geral, modificam o relevo terrestre.
Geoprocessamento: Tecnologia que abrange o conjunto de procedimentos de entrada,
manipulação, armazenamento e análise de dados espacialmente referenciados.

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Georreferência: Relação entre as coordenadas de uma planta e as coordenadas do


mundo real conhecidas.
GIS: Abreviatura para "Geographic Information System", ou seja, Sistema de Informação
Geográfica, sendo a associação de elementos de uma Base Cartográfica à um Banco de Dados
Relacional, permitindo desenvolver aplicações voltadas para uma administração otimizada.
GMT: Abreviação de Greenwich Mean Time, hora local do meridiano de Greenwich, as-
sumida como horário padrão internacional e conhecida em português como Hora do meridiano
de Greenwich.
GPS: Abreviatura para "Global Position System". Sistema criado para a navegação que
utiliza sinais emitidos por satélites artificiais. Usado para a navegação e posicionamento no mar,
ar e superfície terrestre. O Sistema de Posicionamento Global permite ao usuário, por meio do
recebimento de sinais de satélites artificiais, definir a exata localização de um ponto qualquer
sobre o globo.
Greenwich: Nome da cidade inglesa que marca a longitude zero, ou seja, o meridiano-
origem ou meridiano principal, conforme ficou estabelecido desde 1883.
Hemisfério: Denominação de cada uma das metades em que a Terra é imaginariamente
dividida, pela linha que corta o equador, ou, as metades divididas pelo meridiano de Greenwich.
Hidrografia: Representação das águas continentais e oceânicas do globo terrestre.
Hipsometria: Estudo que trata da medição das altitudes.
Histograma: Representação gráfica da distribuição da frequência de níveis de cinza de
uma imagem matricial de sensor remoto. Apresenta no eixo "x" a variação de níveis de cinza da
imagem e no eixo "y" a frequência de cada valor digital na mesma.
Imagem: Registro permanente em meio digital ou material fotográfico de acidentes natu-
rais, artificiais, objetos e atividades, obtido por sensores como o infravermelho, pancromático e
satelital de alta resolução.
Imagem de Satélite: Imagem captada por um sensor a bordo de um satélite artificial,
codificada e transmitida para uma estação rastreadora na Terra.
Imagem Multiespectral: Imagem de múltiplas bandas, isto é, é uma imagem obtida por
múltiplos sensores que detectam a energia em bandas de diferentes comprimentos de onda.
Imagens de RADAR: Imagens resultantes da combinação de processos fotográficos ou
digitais e técnicas de RADAR onde impulsos elétricos ou micro-ondas são emitidos (antena) em

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direções predeterminadas, e os raios refletidos e devolvidos são recebidos (antena) e utilizados


para fornecer imagens que ficam registradas em filme ou em meio digital.
Imagens Orbitais: Nome dado às imagens obtidas por satélites que orbitam ao redor da
Terra.
Informação: Dado codificado.
Informações Georreferenciadas. Ligação de atributos não gráficos ou dados geografica-
mente referenciados às informações gráficas de um mapa.
Isóbara: Linha que, num mapa, liga os pontos que apresentam os mesmos valores de
pressão atmosférica.
Isoieta: Linha que, num mapa, liga os pontos que apresentam a mesma quantidade de
chuva.
LANDSAT: Programa do governo americano de imageamento da superfície terrestre por
satélites iniciado pela NASA em meados dos anos 70. Este termo é também utilizado para de-
signar um ou mais satélites do programa (Landsat 4, 5, 7), bem como, os dados (imagens) por
eles enviados.
Latitude: Indica a medida do arco de meridiano (em graus) compreendido entre o equador
(origem das latitudes) e o paralelo do lugar a que diz respeito.
Levantamento Topográfico: Levantamento cujo objetivo principal é a determinação do
relevo da superfície terrestre e a localização dos acidentes naturais e artificiais desta superfície.
Levantamentos Gravimétricos: Levantamentos que têm por fim a determinação do valor
da gravidade numa série de pontos de uma determinada região.
Longitude: Representa a amplitude do arco do equador ou do paralelo compreendido
entre o semi-meridiano de referência (Greenwich, Inglaterra) e o semi-meridiano do lugar consi-
derado.
Mapa: Ou Carta, é a representação gráfica, geralmente em uma superfície plana e em
determinada escala, das características naturais e artificiais da superfície ou sub-superfície ter-
restres.
Mapa Digital: Mapa cujo suporte é um meio digital.
Mapa Temático: Representação gráfica, sobre um mapa básico (topográfico, geográfico
ou hidrográfico), de sínteses de pesquisa e estudos de temas variados como por exemplo, agrí-
colas, arqueológicos, climáticos, econômicos etc.

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Mapeamento Sistemático Nacional: Elaboração e preparação de cartas ou mapas do


território nacional, em escalas diversas e para fins diversos, segundo normas e padrões pré-
estabelecidos por entidades cartográficas.
Meridiano Central: Longitude de origem de cada fuso no sistema de coordenadas da
projeção UTM.
Meridiano de Greenwich: Ou Meridiano Principal ou Meridiano de Origem, corresponde
à longitude 0º, passando pela localidade de Greenwich, na Grã-Bretanha, e sendo convencio-
nado como o meridiano de referência, dividindo a Terra em hemisfério leste ou oriental, e hemis-
fério oeste ou ocidental, e cuja hora (GMT) é conhecida como o horário padrão internacional no
sistema de fusos horários.
Norte Cartográfico: Direção norte dos meridianos numa quadrícula cartográfica.
Orientação: Termo que remonta aos mapas antigos (medievais) cujo padrão era o de
colocar o Leste na parte do topo (como fazemos hoje com o Norte).
Orientação Absoluta: Orientação de um modelo estereoscópico em um Aparelho Resti-
tuidor cuja finalidade é determinar a escala e o nivelamento do modelo, utilizando-se os pontos
de controle vertical e horizontal que nele aparecem.
Orientação Relativa: Orientação de um modelo estereoscópico em um Aparelho Resti-
tuidor cuja finalidade é a determinação exata da posição da câmara no instante da tomada das
fotografias.
Projeção Cartográfica: Arranjo sistemático, sobre um plano, da rede geográfica de me-
ridianos e paralelos definida na esfera ou no elipsóide de referência. O processo de transforma-
ção, geométrico ou analítico, utilizado para realizar essa representação.
Projeção Central: Ou Cônica, é o processo de redução de uma figura espacial para o
plano. Este processo se dá pelo traçado em perspectiva onde cada ponto da superfície é ligado
a um ponto de fuga (centro perspectivo do sistema de lentes de uma câmara) e daí projetado no
plano de referência (fotografia).
Projeção Cilíndrica: Projeção cartográfica que utiliza um cilindro como superfície de pro-
jeção e que, no seu aspecto normal, apresenta os meridianos e os paralelos retilíneos e perpen-
diculares entre si.
Projeção Conforme: Projeção em que a forma de figuras da superfície cartográfica e os
ângulos em torno de pontos são corretamente representados.

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Projeção Cônica: Projeção cartográfica que utiliza um cone como superfície de Projeção
e que, no seu aspecto normal, apresenta os paralelos circulares e concêntricos, e os meridianos
retilíneos e concorrentes no vértice, fazendo entre si ângulos inferiores às respectivas diferenças
de longitude.
Projeção Convencional: Projeção cartográfica que não utiliza o conceito de superfície
de Projeção, antes sendo construída com base em critérios formulados matematicamente.
Projeção Equidistante: Projeção cartográfica em que a escala real é conservada ao
longo de certas linhas. Uma Projeção é azimutal equidistante quando as distâncias são conser-
vadas ao longo dos círculos máximos que passam pelo centro; equidistante meridiana, quando
a distância é conservada ao longo dos meridianos; e equidistante transversal, quando a distância
é conservada ao longo dos paralelos.
Projeção Equivalente: Projeção cartográfica em que a proporção das áreas de todos os
objetos representados é conservada, ou seja, em que o módulo de deformação areal é constante
e igual à unidade
Projeção Ortogonal: Processo de redução de uma figura espacial para o plano. Este
processo se dá pela projeção de cada ponto da figura (terreno) perpendicularmente a um plano
de referência (planta).
RADAR (Radio Detection And Ranging): Dispositivo para determinar a presença, dis-
tância e velocidade de um objeto por meio de transmissões de micro-ondas. São atualmente
utilizados em diversos campos navegação marítima e aérea, a orientação automática de satélites
e mísseis, medição de fenômenos atmosféricos, estudos geológicos, controle de velocidade e
fluxos de veículos.
Representação Cartográfica: Representação gráfica geral ou parcial em duas ou três
dimensões da configuração da terra ou dos fenômenos correlacionados.
Scanner: Ou Escaner, dispositivo ótico de varredura, que captura imagens e as transfere
para um computador.
Sensor: Dispositivo que capta e registra, sob a forma de imagem, a energia refletida ou
emitida pela superfície terrestre (terreno, acidentes artificiais, fenômenos físicos etc.)
Sensoriamento Remoto: Registro da energia refletida ou emitida por objetos ou elemen-
tos da superfície terrestre, por sensores localizados a grandes distâncias (geralmente no es-
paço).
SIG-Sistema de Informação Geográfica: Ver GIS.

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Símbolo Cartográfico: Expressão gráfica esquemática ou simplificada de um objeto ou


fenômeno. Os símbolos podem ser pontuais, lineares ou em mancha, consoante a forma de
implantação gráfica.
Topografia: Ciência que procura definir e situar as características naturais e físicas de
pequenas porções da superfície terrestre.
Zoneamento: Organização de uma área em zonas ou faixas com fins específicos.
Zoneamento Urbano: Divisão de áreas objetivando a reorganização espacial de uma ci-
dade, como forma de diferenciar as áreas e os fins a que se destinam.

1.6. África

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1.7. América do Norte

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1.8. América Central

1.9. América do Sul

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1.10. Ásia

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1.11. Oriente Médio (Ásia)

1.12. Israel e Palestina (Oriente Médio)

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1.13. Ásia Central

1.14. Cáucaso (Ásia Central)

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1.15. Sudeste Asiático (Ásia)

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1.16. Região da Caxemira (Ásia)

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1.17. Europa

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1.18. Oceania

1.19. Antártida

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1.20. Ártico

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1.21. Panorama das Políticas de Redução das Desigualdades Regio-


nais no Brasil
1.21.1. Introdução
No decorrer do século XX, o Brasil vivenciou um rápido processo de crescimento econô-
mico, notadamente a partir da década de 1930. Esse crescimento foi mais acentuado em deter-
minadas regiões do país do que em outras e, como consequência, as disparidades inter-regio-
nais aumentaram. Nesse período de início do processo de industrialização brasileira, o cresci-
mento econômico no país ocorreu com profundas desigualdades regionais, concentrando-se a
atividade econômica nas regiões Sudeste e Sul, sobretudo no estado de São Paulo, em detri-
mento das demais.
Essa discrepância entre o crescimento das diversas regiões brasileiras resultou em de-
bates políticos e acadêmicos sobre a necessidade de se criar políticas públicas para reduzir a
desigualdade entre as diversas regiões brasileiras. Demandas por ações do governo federal de
estímulo do desenvolvimento econômico se originavam em regiões com menor participação no
produto interno bruto (PIB) nacional, como o Nordeste e o Norte.
Esse debate começou a ter maior repercussão em meados da década de 1950, coinci-
dindo com o período de grande desnível entre o crescimento econômico das diversas regiões
brasileiras e de conjuntura adversa no Nordeste. Ao longo da história brasileira, o desenvolvi-
mento socioeconômico das diferentes regiões do país ocorreu em ritmo diferenciado, o que re-
sultou em um cenário atual de profundas desigualdades entre essas regiões.
O panorama histórico da economia brasileira apresenta um quadro permanente de desi-
gualdades regionais, agravado recentemente com o fenômeno da globalização e a ausência de
políticas que façam um contraponto às forças tradicionais de concentração do desenvolvimento
e levem o dinamismo econômico para regiões menos prósperas. Algumas regiões brasileiras
caracterizam-se por possuírem no seu território uma diversidade de atividades econômicas que
geram emprego e renda para a população. Notadamente, as regiões Sul e Sudeste são as que
historicamente apresentam uma atividade econômica mais pujante, dividida nos setores primário,
secundário e terciário da economia. A região Centro-Oeste, devido ao grande desenvolvimento
do agronegócio nos últimos 30 anos, tem apresentado mais recentemente um crescimento eco-
nômico marcante, com impactos deste no agronegócio sobre outros setores da economia. Nem
todas as regiões, entretanto, têm presenciado um desenvolvimento econômico mais acentuado.
As regiões Norte e Nordeste, comparativamente ao restante do Brasil, tiveram um crescimento

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econômico menos significativo no decorrer do século XX. Essa diferença resulta, no território
nacional, em um mosaico de situações distintas quanto à inserção produtiva e, por consequência,
à inclusão social.
Os programas de desenvolvimento regional buscam, sobretudo, a redução dos desequi-
líbrios inter e intrarregionais em bases sustentáveis. Nesse sentido, a ação regional ganha foco
e gera expectativas concretas a partir do momento em que as políticas públicas, consubstancia-
das nos programas e nas ações governamentais, assumem papel de instrumentos efetivos de
redução das desigualdades regionais brasileiras, com a valorização das diversidades regionais
e a opção por ações integradas de políticas públicas no território, orientadas por critérios legíti-
mos de escolha de espaços prioritários. Desde o período do Brasil monárquico, ações isoladas
foram executadas na tentativa de alocar recursos públicos em regiões menos desenvolvidas.
Boa parte destas tentativas, entretanto, não provocaram mudanças significativas nas regiões-
alvo. Não havia, na época, políticas de desenvolvimento regional explícitas.
A partir do governo do presidente Juscelino Kubitschek e, ainda mais intensamente, do
período dos governos militares, novas propostas foram feitas com o intuito de amenizar a ques-
tão das desigualdades entre as regiões brasileiras. Nesse período, foram criadas as superinten-
dências de fomento das regiões menos desenvolvidas.
Os planos de desenvolvimento nacional brasileiro no fim da década de 1940 e durante
parte da de 1950 não continham programas regionais específicos. O impacto regional dos pro-
gramas de investimentos setoriais (transporte, saúde, 26 Estrutura Produtiva Avançada e Regi-
onalmente Integrada... indústrias básicas e energia) era maior sobre o mais desenvolvido Su-
deste.
A nítida preferência do Programa de Metas a favor dessa região na segunda metade da
década de 1950, associada às graves secas do Nordeste em 1958, obrigou o governo a formular
uma política definida em relação a essa região (BAER, 2002; MONTEIRO NETO, 2005).
Em meio a um clima de desesperança, a própria sociedade nordestina, liderada por al-
guns setores de participação mais ativa na vida regional, a exemplo da igreja, dos sindicatos e
de algumas facções políticas menos conservadoras, mobilizou-se, conquistou a opinião pública
e pressionou o governo federal no sentido de adotar medidas mais firmes em benefício do Nor-
deste. A situação era de calamidade e a região em nada refletia a política de industrialização
adotada pelo governo e que já apresentava impactos positivos na economia do centro-sul do
país.

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1.22. Urbanização
1.22.1. A questão urbana
Vivemos em um mundo urbanizado, alguns estudos indicam que desde o ano de 2007
mais de metade da população mundial reside em áreas urbanas. E embora o conceito de cidade
varie de país para país, a cidade tem grande importância no desenvolvimento de uma nação e,
muitas vezes, representa a realidade nacional em uma escala local. A cidade concentra proble-
mas e soluções para questões que também se manifestam em diferentes escalas e o fato é que
quando bem organizada e gerida, tendo capacidade para atender às demandas básicas da po-
pulação que ali reside em termos de empregos, alimentação, cultura e educação ela pode se
transformar em um centro de inovação diretamente conectado e contribuindo para o global.

1.22.2. Conceitos básicos


Cidade: Uma cidade ou urbe é uma área urbanizada, que se diferencia de vilas e outras
entidades urbanas através de vários critérios, os quais incluem população, densidade populaci-
onal ou estatuto legal, embora sua clara definição não seja precisa, sendo alvo de discussões
diversas. A cidade concentra atividades ligadas, principalmente, aos setores secundário e ter-
ciário da economia.
• A ONU considera uma cidade somente áreas urbanizadas que possuam mais de 20
mil habitantes.
• O Brasil é um dos únicos países do mundo a definirem a entidade administrativa
urbana local - o município - como um ente federativo. Esta entidade é definida
pela Constituição Federal e constitui a esfera mais local de poder (ao lado dos esta-
dos e da União). Em outras palavras, é possível dizer que o município, no Brasil, seja
o equivalente legal à definição de cidade.

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• A maior parte dos municípios brasileiros geralmente abrange vastas extensões rurais
ou até cobertas por florestas; por outro lado um município brasileiro pode dividir-se
em distritos, subprefeituras ou regiões administrativas, que são circunscrições me-
ramente administrativas sem constituírem pessoas de direito público ou sem ter re-
presentação política definida.
• A definição legal de cidade, do ponto de vista demográfico, adotada pelo país é a
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão oficial do Governo Fe-
deral responsável pelos censos demográficos. Segundo tal critério, cidade é o dis-
trito sede do município.

Urbanização: processo de crescimento de cidades ou áreas urbanas, associado ao des-


locamento da população de áreas rurais para assentamentos urbanos que tem de aprimorar a
sua infraestrutura física (ruas, avenidas, moradias, rede elétrica, etc.) e de serviços (escolas,
hospitais, universidades, segurança, etc.) para atender às demandas básicas da população.
Sítio Urbano: Local onde ocorre a urbanização, geralmente associado à localização to-
pográfica da construção da cidade. Os sítios urbanos podem ser:

Planície: Manaus (AM), Santos (SP) e Paris;

Paris – França

Veja as imagens nas páginas a seguir...

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Manaus-Amazonas

Planalto: Brasília (DF), Goiânia (GO) e Madri;

Brasília-DF

Montanha: La Paz, Quito e Katmandu.

La Paz-Bolívia

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Acrópole: (cidade construída na parte mais alta do relevo da região) Atenas (Grécia) e Assos (Turquia).

Atenas-Grécia

Função urbana: Corresponde às atividades econômicas desenvolvidas pelas cidades e


as irradiam para outras ou para o meio rural. São exemplos de funções urbanas:

1.22.3. Origens das cidades


Quanto a sua origem, as cidades criadas pelo homem podem ser: espontâneas, aquelas
que surgem de forma espontânea, e planejada, as artificiais, criadas com um objetivo específico.
No Brasil são consideradas cidades planejadas, Salvador (1549); Teresina (1852); Aracaju
(1855); Belo Horizonte (1887); Goiânia (1935); Brasília (1960); Palmas (1989) e Curitiba (re-
formulação urbana pós década de 70).

Veja a imagem na página a seguir...

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Curitiba - Paraná

• Metrópole: Cidade central em uma rede urbana integrada que concentra serviços, em-
pregos e infraestrutura, polarizando a região metropolitana. Contam com um adensa-
mento populacional significativo se comparado às localidades adjacentes.
• Região Metropolitana: É uma rede integrada de serviços e infraestrutura, onde circulam
pessoas e mercadorias composta pela metrópole e os municípios a ela conurbados ou em
processo de conurbação, cuja administração e planejamento exigem uma ação conjunta,
em termos de abastecimento, circulação, educação, localização industrial, etc. São gran-
des espaços urbanizados e integrados funcionalmente a uma metrópole, definidos pela
legislação estadual, no caso brasileiro.

• Conurbação: Ligação física entre duas cidades através dos seus eixos viários. Encontro
de duas malhas urbanas.

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Região Metropolitana de Belo Horizonte – MG

Região Metropolitana de São Paulo – SP

• Malha urbana: infraestrutura viária para onde se expande uma determinada cidade.
• Megacidade: Cidades com mais de 10 milhões de habitantes (incluindo regiões metropo-
litanas) e que estejam passando por um significativo processo de crescimento populacio-
nal e urbanização (horizontalização e verticalização).
• Macrocefalia: Concentração de serviços públicos e privados, concentrando uma grande
população em uma determinada área. Geralmente, a cidade não tem condições de aten-
der a enorme demanda populacional em termos de empregos, saúde, educação, entre
outros. Dando margem para a ocorrência do processo de favelização. O país possui, atu-
almente, mais de cinco mil cidades. Porém 22 delas concentram funções econômicas,
culturais, administrativas, políticas deixando as demais dependentes do que acontece
nessas 22.

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• Vazio Urbano: Áreas destinadas à especulação imobiliária, tendo uso esporádico/even-


tual ao longo do tempo.
• Fragmentação Sócio-espacial: processo associado à especulação imobiliária em deter-
minadas localidades como um bairro ou condomínio de luxo dentro destes, que promovem
a exclusão das pessoas de baixa renda dessas localidades. São “ilhas de riqueza envoltas
por um oceano de pobreza”.

• Gentrificação: Entende-se por gentrificação o processo de revitalização dos espaços ur-


banos ou a aparente substituição de paisagens de caráter popular por construções típicas
de áreas nobres. Trata-se de um processo em que o espaço geográfico urbano trans-
forma-se e ressignifica-se, sobretudo em função da valorização acentuada e do enobreci-
mento de uma área antes considerada periférica. É nesse contexto que a gentrificação
ocorre, pois, as áreas antes desvalorizadas passam a ter um custo muito alto, ao passo

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em que a população residente nesse local é gradativamente substituída por um perfil co-
mercial ou de grupos sociais mais abastados. Com isso, a paisagem modifica-se, e as
zonas, que antes eram só guetos, barracos e pobreza, transformam-se em condomínios,
prédios e casas de médio e alto padrão.
No entanto, é importante considerar que a transformação desses espaços não representa
necessariamente uma mudança no padrão de vida da sociedade, haja vista que a popu-
lação mais pobre, ao emigrar dessas regiões, passa a habitar outras localidades, geral-
mente ainda mais periferizadas. Essa ocorrência é chamada de segregação urbana”.

• Megalópole: Conjunto de metrópoles conurbadas abrangendo extensas áreas como:


Boswash
o Localização: nordeste dos Estados Unidos;
o População: cerca de 50 milhões de habitantes;
o Metrópoles abrangentes: Boston, Nova Iorque, Filadélfia, Baltimore e Wa-
shington, DC.

Veja as imagens na página a seguir...

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Chipitts
o Localização: ao norte dos Estados Unidos, na região dos Grandes Lagos;
o População: equivalente à de Bos-wash;
o Metrópoles abrangentes: Chicago, Pittsburgh, Cleveland e Detroit.

Renana
o Localização: Europa ocidental, junto ao vale do rio Reno;
o População: cerca de 33 milhões de habitantes;
o Metrópoles abrangentes: Amsterdã, Düsseldorf, Colônia, Bonn e Stuttgart.

Tokkaido
o Localização: sudeste do Japão;
o População: cerca de 100 milhões de habitantes;
o Metrópoles abrangentes: Tóquio, Kawasaki e Yokohama;
o Ainda não podemos falar em megalópoles brasileiras, o que o nosso país tem
é um complexo metropolitano em processo de integração intensa formado pe-
las metrópoles de São Paulo e do Rio de Janeiro, além de outras cidades como
Campinas, São José dos Campos e Sorocaba. Essa localidade é definida como
Complexo Metropolitano do Sudeste.

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o Nos próximos 20 anos, provavelmente os países com as maiores megalópoles


do mundo serão a China e a Índia.

• Cidade Global: é uma cidade considerada um lugar importante no sistema econô-


mico global. O conceito vem dos estudos urbanos e da geografia e se assenta na ideia de
que a globalização criou, facilitou e promulgou locais geográficos estratégicos de acordo
com uma hierarquia de importância para o funcionamento do sistema global de finanças
e comércio.
Características:
o Cidades Alfa – Esse grupo é representado por cidades como: Londres, Nova
Iorque, Paris, Tóquio, Los Angeles, Chicago, Frankfurt, Milão.
o Cidades Beta – Entre as cidades desse grupo podemos destacar: São Francisco,
Sidney, São Paulo, Cidade do México, Madri.
o Cidades Gama – É o grupo que possui a maior quantidade de cidades, atualmente
são 35, entre elas estão: Pequim, Boston, Washington, Munique, Caracas,
Roma, Berlim, Amsterdã, Miami, Buenos Aires.

1.22.4. Urbanização brasileira


A urbanização no território brasileiro teve início na região Nordeste, logo após a chegada
dos primeiros colonizadores/exploradores portugueses ao país em formação. Pequenas aglome-
rações de casas construídas em áreas estratégicas que oferecessem segurança, terras férteis,
acesso à água doce, entre outros aspectos, deram origem a vilas, que cresceram e formaram os
primeiros núcleos urbanos do território. A partir do século XX, o Brasil seguiu uma tendência
geral dentro da América Latina, pois teve um processo de urbanização rápido desordenado e
intenso, associado a outro importante processo, a industrialização (Processo de Substituição de
Importações). O país se tornou urbanizado na segunda metade da década de 70, pois no censo
de 1970, 56% dos brasileiros residiam em áreas urbanas. Embora a definição de cidade no Brasil
de margem para distorções, hoje em dia consideramos que mais de 84% da população reside
em cidades.
O Brasil é um dos únicos países do mundo a definirem a entidade administrativa urbana
local - o município - como um ente federativo. Esta entidade é definida pela Constituição Fede-
ral e constitui a esfera mais local de poder (ao lado dos estados e da União). Em outras palavras,

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é possível dizer que o município, no Brasil, seja o equivalente legal à definição de cidade. No
entanto, a expressão município se refere a um determinado grau hierárquico de administração
governamental e a um grau de divisão territorial que muitas vezes transcende a ideia de cidade.
A maior parte dos municípios brasileiros geralmente abrange vastas extensões rurais ou
até cobertas por florestas; por outro lado um município brasileiro pode dividir-se em distritos,
subprefeituras ou regiões administrativas, que são circunscrições meramente administrativas
sem constituírem pessoas de direito público ou sem ter representação política definida.

1.22.4.1. Ministérios das cidades


Desde 2003, o Brasil possui um órgão ministerial denominado Ministério das Cidades,
que tem a função de realizar o planejamento territorial e fiscalizar a gestão e o planejamento
urbano de todos os aglomerados urbanos do país, segundo as diretrizes e os princípios constan-
tes na Constituição, de uma forma geral, e no Estatuto das Cidades, em específico. Tal preocu-
pação com o planejamento em nível local, por parte da instância federal do Estado, pode ser
considerada inédita (apesar de existirem episódios isolados de planejamento integrado anterio-
res) e foi resultado de um debate público, ocorrido principalmente na esfera acadêmica, que es-
timulou o desenvolvimento do planejamento urbano no país e uma mudança de sua conceituação
teórica. Tal percurso se inicia com a definição, na Constituição de 1988, da função social da pro-
priedade privada urbana e da promulgação em 2001 do Estatuto das Cidades, que determina,
por exemplo, que todas as cidades com mais de 20 mil habitantes necessariamente deveriam
possuir planos diretores até o ano de 2006. Neste sentido, está na pauta do Ministério da Cidade
e de todas as cidades do país, pelo menos no plano legal, a intenção de combater a especulação
imobiliária em território urbano e de fortalecer a já citada função social da propriedade privada,
visto que estes são os fundamentos do Estatuto das Cidades.
O IBGE caracteriza a rede urbana da seguinte forma:
Cidade pequena: 50 a 100 000 habitantes;
Cidade média: 100 001 a 500 000 habitantes;
Cidade grande: acima de 500 000 habitantes;
Metrópole: acima de 1 000 000 de habitantes;
Megacidade: acima de 10 000 000 de habitantes.

1.22.4.2. Regiões metropolitanas brasileiras

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Lista de cidades milionárias* do Brasil:


São Paulo (SP) – 11.821.876
Rio de Janeiro (RJ) – 6.429.923
Salvador (BA) – 2.883.672
Brasília (DF) – 2.789.761
Fortaleza (CE) – 2.551.805
Belo Horizonte (MG) – 2.479.175
Manaus (AM) – 1.982.179
Curitiba (PR) – 1.848.943
Recife (PE) – 1.599.514
Porto Alegre (RS) – 1.467.823
Belém (PA) – 1.425.923
Goiânia (GO) – 1.393.579
Guarulhos (SP)– 1.299.249
Campinas (SP) – 1.144.862
São Gonçalo (RJ) – 1.025.507
*população superior a 1 milhão de habitantes.

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1.22.4.3. Região metropolitana de Porto Alegre (RMPA)


• A Região Metropolitana de Porto Alegre, também conhecida como Grande
Porto Alegre, reúne 33 municípios do estado do Rio Grande do Sul em intenso
processo de conurbação.
• O termo refere-se à extensão da capital Porto Alegre.
• Criada pela lei complementar federal nº 14, de 8 de junho de 1973, sua delimita-
ção foi posteriormente alterada por diferentes instrumentos legais do governo
do Rio Grande do Sul, e não coincide exatamente com os critérios de mesorre-
gião e de microrregião utilizados pelo IBGE.
• Atualmente compreende 10 234,012 km² e, segundo censo do IBGE de 2010,
possui 4 011 224 habitantes, sendo a quarta mais populosa do Brasil.

1.22.4.4. Municípios da RMPA

Veja a imagem na página a seguir...

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1.22.4.5. Hierarquia urbana


O estudo Regiões de Influência das Cidades mostra as redes formadas pelos princi-
pais centros urbanos do País, baseadas na presença de:
• Órgãos do executivo, do judiciário e de grandes empresas
• Na oferta de ensino superior, serviços de saúde e domínios de internet.

Tais redes, às vezes, se sobrepõem à divisão territorial oficial, estabelecendo forte in-
fluência até mesmo entre cidades situadas em diferentes unidades da federação.
As áreas de influência dos centros foram delineadas a partir da intensidade das ligações
entre as cidades, com base em dados secundários e os obtidos no questionário específico.

Veja a imagem na página a seguir...

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Foram identificadas 12 redes de primeiro nível. As cidades foram classificadas em cinco


níveis, por sua vez subdivididos em dois ou três sub-níveis:
• Metrópoles – Os 12 principais centros urbanos do país, com grande porte, fortes relacio-
namentos entre si e, em geral, extensa área de influência direta. Têm três sub-níveis:
o Grande metrópole nacional – São Paulo, o maior conjunto urbano do País, com
19,6milhões de habitantes e no primeiro nível da gestão territorial;
o Metrópole nacional – Rio de Janeiro e Brasília, com população de 11,8 milhões
e 3,2 milhões, respectivamente, também estão no primeiro nível da gestão territo-
rial. Juntamente com São Paulo, constituem foco para centros localizados em todo
o País;
o Metrópole – Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Cu-
ritiba, Goiânia e Porto Alegre, com população variando de 1,6 (Manaus) a 5,1
milhões (Belo Horizonte). Constituem o segundo nível da gestão territorial. Note-
se que Manaus e Goiânia, embora estejam no terceiro nível da gestão territorial,
têm porte e projeção nacional que lhes garantem a inclusão neste conjunto.

• Capital regional – são 70 centros que, como as metrópoles, também se relacionam com
o estrato superior da rede urbana. Com capacidade de gestão no nível imediatamente
inferior ao das metrópoles, têm área de influência de âmbito regional, sendo referidas

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como destino, para um conjunto de atividades, por grande número de municípios. Este
nível também tem três subdivisões:

Sistema Urbano do Rio Grande do Sul

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