Você está na página 1de 69

ESCOLA COMUNITÁRIA SANTA MONTANHA – HABEL JAFAR

Ano lectivo 2023 – QUADRO MURAL Disciplina: Geografia 1º Trimestre, Classe:11ª, Turmas
A1A e B2A ; Professor: Joel Ngulele; Data: 1ª semana (01 a 03 de Fevereiro, dias 1 e 2); Lição nº 01
Tema: Apresentação

Programa

Conteúdo: Geografia Física Geral

Composição: 6 unidades didácticas divididas em 3 trimestres abarcando 38 semanas lectivas.

1º Trimestre: Unidade 1: Introdução do Pensamento Geográfico – 12 aulas

Unidade 2: Cosmografia – 4 aulas; Unidade 3: Ambiente Bioclimático – 36 aulas

De: 3.1- Conceito de ambiente bioclimático até 3.4.3.2- Variação da temperatura


2º Trimestre: Unidade 3: Ambiente Bioclimático (conclusão)

Unidade 4: Geomorfologia - 36 aulas; De: 3.1- Conceito de Geomorfologia até 4.5.3.Vulcanismo

3º Trimestre: Unidade 4: Geomorfologia (conclusão)

Unidade 5: Pedogeografia – 12 aulas; Unidade 6: Hidrogeografia – 12 aulas

Bibliografia

1- Manso, Francisco Jorge e Sotaria, Geraldo Cardoso. "Geografia 11 - 11ª Classe". Longman,
Maputo, 2010.
2- 2- Pinho, Hélio e Silva, José Julião (coord.). "Geografia, 11ª Classe". Plural Editores, Maputo,
2010.
3- Wilson, Felisberto. "G11 – Geografia - 11ª Classe". Texto Editores, Maputo, 2008.
4- www.ead.minedh.gov.mz

Metodologia: O Professor não dita apontamentos, somente explica e aluno regista o que lhe interessa.

Avaliações: três sumativas (duas ACSs: uma escrita e outra em apresentações e correcção de TPC) e
periódica trimestral (ACP final).

1
Unidade temática 1: Introdução do Pensamento Geográfico

Tema das aulas: 1.1- CONCEITO DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO

Bibliografia: Manso e Sotaria (2010, 9-14); Pinho (2010, 8-12); Wilson, Felisberto (2008, 6-10).

1.1.1- CONCEITO DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO

Fala-se do Conceito do Pensamento Geográfico, partindo-se desta pergunta: O que é a Geografia?

H. C. Darby diz que «a Geografia é, ao mesmo tempo, ciência e arte». Esta resposta é complexa porque
a definição da Geografia sofreu muitas modificações através da diversidade dos pontos de vista em
diferentes épocas e lugares. Sofreu também modificações, nas diferentes correntes de pensamento ao
longo do tempo. Para ter o Conceito do Pensamento Geográfico, é necessário partir da origem da palavra
Geografia.

ORIGEM: Graphos ou Graphein ou Graphia que significa escrita. Nessa altura, procurava-se
descrever a superfície terrestre para analisar a variação espacial dos factos e fenómenos físicos e
humanos. Portanto, era ciência descritiva da superfície terrestre.

Actualmente, existem muitas definições diferentes resumindo-se todas no estudo das relações entre o
espaço terrestre e as socieddes humanas.

No fundo, a Geografia estuda a Terra como morada da humanidade atendendo a organização da


sociedade nas suas relações com o meio natural. Por essa razão, a sua definição torna-se complexa por
ser interface das ciências naturais e humanas no seu estudo dos factos e fenómenos que ocorrem na
Terra.

1.1. 2- OBJECTO DE ESTUDO DA GEOGRAFIA

A partir do conceito e das diferentes definições da Geografia, conclui-se que o seu objecto de estudo é a
superfície terrestre. Essa superfície é composta por duas paisagens, a natural e a humana. Nessas
paisagens, interpretam-se e analisam-se os seus elementos, portanto, os factos e os fenómenos
geográficos.

1.1.3- DIVISÕES DA GEOGRAFIA

Dadas as interelações da Geografia com as ciências naturais e humanas bem como pela natureza do seu
objecto de estudo, a Geografia divide-se em duas partes: A Geografia Física e a Geografia Humana.

A divisão da Geografia em dois subsistemas, pressupõe a interelação e interação de ambas as duas


divisões o que exige harmonia no campo ecológico. Por isso, a partir da década 70 do século XX, surge
a abordagem ecológica que são as ciências do ambiente o que presupõe mais uma divisão, a Geografia
do Ambiente. Até agora não é considerada divisão, assim, integra-se na intersecção com o campo das
outras ciências o que traz de duas grandes divisões da Geografia, nomeadamente a Geografia Física e a
2
Geografia Humana. A Física subdivide-se em respectivos ramos enquanto a Humana subdivide-se em
três partes. Estas subdividem-se em respectivos ramos. Esta divisão parte dos estudos do Fenneman em
1919, a considerada a mais adequada, pois nela, há intersecção da Geografia com as ciências naturais e
humanas conforme o esquema e a tabela da fig. 1. (Wilson, 2008, 9).

Geografia Física: Ramos: Climatogeografia, Hidrogeografia, Geomorfologia, Pedogeografia e


Biogeografia.

Geografia Humana (subdivisões): Geografia da População dos Povoamentos, Geografia


Económica e Geografia Social.

Geografia da População dos Povoamentos (subdivisões): Geografia da População e Geografia


dos Povoamentos (Rural: povoados, campo e aldeias e; Urbana: cidades e vilas).

Ramos: Geografia da População, Geografia Rural e Geografia Urbana.

Geografia Económica: Ramos: Geografia Agrária (Geografia da Agricultura, Geografia da


Pecuária e Silvicultura), Geografia da Pesca, Geografia da Indústria, Geografia do Comércio,
Geografia dos Transportes, Geografia das Comunicações e Geografia do Turismo.

Geografia Social: Ramos: Geografia da Línguas, Geografia do Desporto, Geografia da Cultura,


Geografia Política (Geopolítica).

Outros tipos de classificação são de Chorley (1942) e Hagget 1979 (Wilson, 2008, 9).

O Chorley divide a Geografia em geral e regional.

A geral divide-se em Física que se subdivide em Morfologia, Climatologia e Hidrografia e a Humana


subdividida em Demográfica e Social e Geografia Económica. A Geografia Económica faz parte da
Geografia Humana na divisão de Fenneman.

A regional divide-se em região natural que tem dois elementos físicos que são o relevo e clima, região
humana e actividades económicas.

Esta divisão tem algumas insuficiências ao excluir solos e o relevo no geral colocando este último facto
na região. Na região natural, faltam a água, solos e seres vivos. Entretanto, os factos geográficos naturais
e humanos estão em todas regiões.

Hagget parte do desenvolvimento científico contemporâneo considerando-a sintética a sua posição no


contexto das ciências.

Voltando às divisões da Geografia, define-se cada uma deste modo:

3
A Geografia Física estuda as cracterísticas que são factos e fenómenos naturais da Terra tais como o
clima, águas, relevo, os solos e distribuição espacial dos seres vivos. Estuda a distribuição geográfica
dos factos e dos fenómenos naturais da paisagem natural. O seu objecto de estudo é a paisagem natural.

A Geografia Humana estuda a distribuição geográfica dos factos e dos fenómenos humanos da
superfície terrestre. Consagra o estudo da interacção entre a sociedade e o espaço ajudando o Homem a
compreender o local onde vive. O seu objecto de estudo é a paisagem humana.

Portanto, a Geografia Humana estuda a população e a distribuição das suas actividades. Por essa razão,
inclui a Geografia Económica que é a sua parte que se dedica ao estudo da localização e distribuição da
produção tais como as actividades agrária, indústria, comércio, pesca, transportes, comunicações e
turismo. Inclui também, a Geografia Social como as línguas, cultura, religião e desporto. Inclui ainda, o
povoamento rural (campo) e urbano (cidades e vilas).

Estas duas partes da Geografia relacionam-se entre si porque a paisagem natural estudada em Geografia
Física é determinante para a fixação humana e sua produção erguendo a paisagem humana. Por sua vez,
a fixação do Homem e desenvolvimento das suas actividades, altera a configuração inicial da paisagem
natural. Esta relação suscita a sustentabilidade na exploração do meio ambiente.

CONCLUSÃO: A Geografia não é Física e nem Humana porque faz o uso das subdivisões do espaço
geográfico terrestre para compreender as relações entre a natureza e a sociedade. As duas partes
complementam-se e o papel do geógrafo é desenvolvê-la como ciência, por isso, a Geografia é um
subsistema de ciências geográficas físicas e humanas.

TPC: 1- Passe pelo menos 3 definições da Geografia que vem nos livros indicados na
bibliografia. 2- O que conclui? 3- Indique os ramos da Geografia Física. 4- Indique os ramos da
Geografia Humana.

1- Definições da Geografia

1ª: «Geografia é a ciência do espaço que estuda as relações entre o meio e os diferentes factos e
fenómenos físicos, económicos e sociais que nele ocorrem, de modo a compreenderm como se
distribuem e como se modifica o espaço construído pelo Homem». Manso e Sotaria (9); Wilson (6)
apaud Idalina Leite, Geografia -12º Ano, Porto, Edições ASA, 1983.
2ª: «A Geografia tenta compreender como nascem as distribuições complexas das coisas e dos seres
vivos. Para analisar, é preciso, antes de mais, saber descrevê-las, compreender os aspectos de que se
revestem e pôr em evidência os laços e as relações que as produzem». Manso e Sotaria (9); Pinho e
Silva (8) apaud Paul Claval, História da Geografia, Lisboa, Edições 70, 2007.
3ª: «Estudo da superfície da Terra, como morada da raça humana. A Geografia situa-se na interface
entre as ciências naturais e as ciências sociais, sendo isto dificuldade para se chegar a uma definição
definitiva». Pinho e Silva (8) apaud John Small e Michael Wiyherick.

4
4ª: «Ciência que estuda as variações das distribuições espaciais dos factos e fenómenos da superfície
da Terra (abióticos, bióticos e culturais)», assim como o Homem e a individualização e análise das
regiões da superfícia da Terra». Pinho e Silva (8) apaud José Estébanez.
5ª: «O grande poder da Geografia contemporânea não está em apenas enxergar mais longe, em
conhecer terras, e mais terras em todos os horizontes, mas principalmente em localizar com precisão,
delimitar ou correlacionar os factos e os fenómenos físicos, naturais culturais que se passam na
superfície da Terra com grande munúcia». Wilson (6) apaud Josué de Castro.
6ª: «A Geografia estuda o conjunto de factos e os fenómenos naturais e humanos que constituem
aspectos da superfície da Terra considerados na sua distribuição e relações recíprocas». Wilson (6)
apaud Orlando Ribeiro.
7ª: «O melhor processo e definir Geografia é o colocar a questão que a mais distingue: porque se
encontram as distribuições espaciais de que modo?». Wilson (6) apaud Abler, Adams e Gould.
2- Em todas as definições, estão o espaço e a síntese, as relações entre a natureza e os seres humanos.

1.3. Posição da Geografia no contexto das ciências


Bibliografia: Manso e Sotaria (2010, 9-14); Pinho (2010, 8-12); Wilson, Felisberto (2008, 6-10).
1.3- Posição da Geografia no contexto das ciências
Para analisar o lugar da Geografia dentro das ciências, é necessário partir das suas divisões.
Observando-se essas divisões, constata-se que baseia-se nos resultados que são recortes e colagens dos
trabalhos desenvolvidos por outras ciências. Nesse sentido, para realizar o seu trabalho científico, a
Geografia recorre a algumas ciências algumas surgidas da Geografia tais como Geologia, Meteorologia,
Astronomia e Demografia e a outras indepedentes da Geografia desde a sua origem, nomeadamente
Biologia, Matemática, Estatística, Ecologia, Economia, História, Sociologia, Antropologia, Política,
Arqueologia e Filosofia.

Assim, a Geografia é ciência de síntese porque usa os saberes das outras disciplinas. Esse conhecimento
que provém da interdisciplinaridade, confere-lhe a sua singularidade tornando-se ciência independente.
E sendo elo de ligação entre as ciências naturais e humanas, a Geografia ajuda a compreensão dos factos
e fenómenos geográficos do planeta Terra em particular da sua superfície.

1.4. Importância e aplicação da Geografia


1.4.1- Importância da Geografia
Para explicar a importância da Geografia, é necessário partir dos seus três (3) principais objectivos que
são:
1- Compreensão das características de cada região vendo a interelação e integração dos factos e
fenómenos nomeadamente biológicos, climáticos, geológicos, geomorfológicos, históricos, politicos,
económicos, culturais, ecológicos, meteorológicos, pedológicos, hidrológicos e sociológicos, isto no
quadro da unidade local e regional.
2- Compreensão da relação entre o ser humano e o seu meio enfantizando a influência do meio sobre o
Homem bem como o impacto do ser humano sobre o meio.

5
3- Explicação de aspectos sistemáticos de localização espacial que é explicação da forma da estruturação
do espaço físico e como o ser humano se organiza no mesmo espaço, como muda a sua concepção e
como se utiliza esse espaço.
Assim, a Geografia contribui para a melhor observação e compreensão do mundo que nos rodeia. O seu
campo de preocupações é espaço cuja sua natureza como principal fonte, fornece recursos que o Homem
os transforma constantemente e altera a própria natureza, pois tudo o que espaço terrestre apresenta,
depende da Natureza e do ser humano. É o Homem que transforma o petróleo em plásticos fabricando o
mobiliário, constrói barragens que armazenam água, inventa meios de transporte e telecomunicações que
encurtam as distâncias e fazem circular as pessoas e informação de forma rápida.
Isto tudo exige de cada cidadão, reflexão desde a sua casa passando pela aldeia ou bairro até o planeta,
sobre o seu papel na organização e transformação que faz a natureza de modo que chame a sua
consciência. Essa chamada é fazer o seu papel de forma racional e sustentável dado que ser cidadão, é
estar integrado na sociedade participando activamente na sua transformação.
TPC: Quais são as 20 aplicações da Geografia?

1.4.2- Aplicação da Geografia

São inúmeras as aplicações da Geografia em diferentes esferas de actividades e do saber. É aplicada na


regionalização, povoamento e despovoamento, planeamento territorial, clima, relevo, solos, poluição,
cartografia e gestão costeira. Eis algumas áreas de aplicação da Geografia:

1- Enquadramento geográfico.

2- Caracterização regional, social, económica e cultural.

3- Mobilidades sociais, fluxos de tráfego, bens e serviços.

4- Estrutura urbana, caracterização funcional. 5- Desenvolvimento regional, rural e urbano.

6- Desertificação física e despovoamento (factores, causas, impacto e consequências).

7- Demografia, densidade e distribuição populacioanal e de outros factos e fenómenos como indústria,


turismo, pesca, comércio, transportes e poluição.

8- Povoamento (factores, tipos, implicações no planeamento, ordenamento e gestão territorial).

9- Planeamento e ordenamento do território, localização de funções urbanas e actividades.

10- Avaliação dos impactos ambientais dos planos e de diversas actividades.

11- Poluição (tipo de fontes, causas, consequências, propagação espacial e estratégias).

12- Clima (Caracterização, factores, implicações no território, clima urbano, aplicações na arquitectura e
no urbanismo, situações extremas, riscos climáticos).

6
13- Geomorfologia: Caracterização, levantameto e mapas morfológicos, geomorfológicos, litológicos e
litoestruturais, de exposições, de declives e de perfis topográficos, riscos e perigosidade, geomorfológica
(cheias, erosão costeira e continental), mapas e estudos de Geomorfologia aplicada ao planeamento do
território (aptidão agrícola dos solos, reserva ecológica e reserva agrícola, áreas de recreio e de lazer,
definição de bacias verdes).

14- Planos de ordenamento do território (locais, regionais e espaciais).

15- Definição de ecossistemas e sua vulnerabilidade ecológica, medidas de preservação, mapas de


vegetação, perfis biogeográficos e estudos inerentes de importância para o ordenamento do território.
16- Intervenção na floresta: Mapas de ocupação florestal, de prevenção de incêndios e estudos de base
vocacionados a suportar projectos de florestação.

17- Gestão costeira: Dinâmica geomorfológica do litoral, erosão costeira e processos associados,
medidas preventivas, minimização dos impactos, mapas morfológicos de pormenor da evolução costeira
(arribas, praias, dunas, tômbolo e sapais).

18- Recursos naturais (inventariação, critérios de localização das explorações, estudos de protecção e
gestão). 19- Geomarketing.

20- Cartografia, fotointerpretação, detecção remota e sistemas de informação geográfica (SIG).

1.5. Métodos e Princípios da Geografia


1.5.1- Métodos da Geografia
Métodos geográficos são as formas, os procedimentos utilizados para o estudo da Geografia. São 11
nomeadamente observação (directa, indirecta e à distância), descritivo, comparativo, cartográfico,
balanço, matemático, estatístico-inquéritos, histórico, hipotético-dedutivo-indutivo, entrevistas e
analítico.
Observação: Este método subdivide-se em três partes que são directa, indirecta e à distância.

Observação directa: É o mais antigo. É feito através de visitas de estudo a locais previamente
escolhidos. O geógrafo (o investigador) tem o contacto directo com a realiade a estudar. Para o seu
sucesso, o estudo deve ser planificado com definição dos objectivos e selecção correcta dos factos e dos
fenómenos geográficos em análise.

Observação indirecta: Analisa os factos e fenómenos geográficos usando cartas, mapas, slides, filmes,
TV, vídeo e imagem satélite. Este método é mais usado no processo de ensino-aprendizgem ajudando os
alunos e estudantes na localização dos factos geográficos distantes.

Observação à distância: Permite observar, a grande distância, através do uso de binóculos, de balões e
de aviões-sonda, de factos e fenómenos geográficos como efeitos de ocorrência dos sismos ou de
erupção vulcânica. Permite mapear as zonas da sua ocorrência auxiliando a cartografia.

7
Descritivo: Durante muito tempo, a Geografia foi essencialmente descritiva. Nessa descrição,
identificavam-se as principais características dos factos e fenómenos naturais e humanos na sua
distribuição, variação, e evolução no tempo e no espaço. Actualmente, antes da análise quantitativa e
qualitativa dos factos e dos fenómenos geográficos, urge a sua análise descritiva devendo ser maleável e
variada como o seu próprio objecto em estudo.

Comparativo: Permite estabelecer diferenças e semelhanças entre dois ou mais factos e fenómenos
geográficos ou do mesmo facto ou fenómeno geográfico ocorrido em lugares e tempos diferentes. Este
método pressupõe a busca da explicação das causas dos factos e dos fenómenos geográficos.

Cartográfico: Os mapas tornaram-se imagem de marca da Geografia na sua relação secular. Este
método consiste no desenho de mapas e esboços como forma de representar o estudo dos factos e dos
fenómenos geográficos e problemáticas relacionadas com o território.

Balanço: É usado na recolha de dados ou de informações para a resolução de um problema ou de


tomada de decisão através do confronto entre razões e argumentos favoráveis ou desfavoráveis ou
contra. Assim, há menor probabilidade de esquecer algum aspecto importante em estudo dado que se
observa a problemática no seu todo o que revela a imparcialidade e desenvolvimento sustentável.

Matemático-estatístico: É método muito usado na Nova Geografia preocupando-se em ter soluções aos
problemas globais que afectam a humanidade, principalmente os causados pela II Guerra Mundial. Por
isso, o método Estatístico surgiu depois da II Guerra Mundial. Portanto, a análise quantitativa e
estatística permite a interpretação, análise e descrição rigorosa dos factos e dos fenómenos geográficos e
sua evolução no tempo. Este método está relacionado com o cartográfico porque fornece dados para a
construção de mapas, tabelas e gráficos.

Histórico: Foi muito usado pela corrente possibilista sendo importante para compreender o presente e
prever o futuro porque parte-se do princípio de que factos e dos fenómenos geográficos do passado
permitem a compreensão dos factos e dos fenómenos geográficos da Geografia moderna sendo possível
a explicação e prognóstico do futuro.

Hipotético-dedutivo: Muito usado na actualidade na Nova Geografia, procura buscar relações entre os
factos e dos fenómenos geográficos que traduzem as regularidades espaciais na aparente desordem do
espaço. Parte do geral para o particular.

Indutivo: Ligado ao dedutivo, procura os factos e dos fenómenos geográficos a partir do particular
(local micro como bairro) para o geral (distrito) vendo a interdependência entre o campo e a cidade.

Entrevistas: Consiste em procurar junto das fontes orais, informações complementares aos estudos
existentes. Muitas das vezes, são usadas no método estatístico.

Inquéritos: Constituem forma de entrevista com vista a apurar dados quantitativos e estatísticos usados
no método matemático-estatístico.

8
Analítico: Consiste na análise das características e do comportamento dos factos e dos fenómenos
geográficos em diferentes partes da Terra, em particular, na sua superfície.

1.5.2- Princípios da Geografia


Princípios da Geografia são as normas (leis) que regem o estudo (investigação) da Geografia que
juntamente com o objecto e os métodos, da evolução do pensamento geográfico, conferem o carácter
científico à Geografia. Os princípios são cinco (5) sendo nomeadamente de extensão, de analogia, de
causalidade, de conexão ou interacção e de actividade.

Extensão: Advoga que o geógrafo, ao estudar um facto geográfico ou uma área, deve 1º proceder à sua
localização e delimitação, utilizando para o efeito, os recursos da cartografia (Frederich Ratzel).

Analogia: Refere que uma dada área delimitada e observada pelo geógrafo, deve ser comparada com
outras áreas com vista a encontrar diferenças e semelhanças (Karl Ritter e Vidal de la Blache).

Causalidade: Advoga que na procura da explicação dos factos e dos fenómenos geográficos, o geógrafo
deve procurar as causas dos factos e dos fenómenos observados (Alexandre von Humboldt).

Conexão ou interacção: Defende que os factores físicos e humanos nunca agem isoladamente (Jean
Brunhes). Há interdependência.

Actividade: Segundo este princípio, a paisagem terrestre possui um carácter sempre dinâmico (Jean
Brunhes).

A Geografia Humana usa as leis das outras ciências como a Teoria de Malthus, da Demografia e,
modelos de von Thunen (agricultura), de Weber (indústria) e de Brugges (cidades).

A Geografia usa as leis das outras ciências naturais e humanas como a como a Experiencia de
Torricelli, leis de Newton, teorias de Vinogradov e do Dukutchev (Física), Teoria de Malthus, da
Demografia e, modelos de von Thunen (agricultura), de Weber (indústria) e de Brugges (cidades).

O objecto de estudo, os métodos e as leis, são os principais elementos que tornam a Geografia ciência.

1.6- Evolução do pensamento geográfico


Tal como outras ciências, a evolução da Geografia acompanhou as transformações da sociedade. A
palavra Geografia remonta da Antiguidade grega. A sua origem, existência e difusão devem-se à
dispersão humana. Assim, a sua evolução está dividida em 2 períodos: O 1º vai da Antiguidade grega
(séc. VII a.C.) até meados do séc. XIX. Este é de incidências geográficas vindas de acumulação de
conhecimentos em diferentes épocas históricas. E o 2º vai dos meados do séc. XIX até hoje séc XXI. É o
período do salto qualitativo e de institucionalização da Geografia.
Obedecendo a cronologia da História Universal, a evolução da Geografia subdivide-se em 4 períodos
nomeadamente Antiguidade, Medieval, Moderna e Contemporânea.

9
1.6.0- A pré-história da Geografia

Desde há muito tempo, o Homem se preocupou pela distribuição dos factos e fenómenos geográficos.
Os khoisan identificavam os animais bem como a direcção que tomaram através das pegadas. Manso e
Sotaria (2010, 17) apud Cruz, referem que migrações dos nómadas na procura de alimentos ou por
conflitos, são motivadas por alterações climáticas como estações do ano sendo 1ªs manifestações de
natureza geográfica. Depois seguiram as migrações de pastores na procura de melhores pastagens e
surgiram caravanas de mercadores que alimentaram a aventura de curiosidade e obtenção do lucro. Esta
movimentação fez surgir 1ºs esboços de mapas na superfície terrestre sendo 1ª etapa daquilo que viria a
ser Geografia.

As pinturas rupestres, utensílios e esqueletos, mostram a presença humana na exploração da superfície


terrestre em todo o Globo antes da Grécia antiga.

Época Oriental

Pensa-se que foram diversas as deslocações da população para o Pacífico, mar do Norte e Oceânia com
uso de cartas marítimas simples traçadas sobre fibras e gravadas em placas de argila com intenção de
representar locais por onde passava. Isto permitiu a conservação da informação a outras pessoas. Além
de serem 1ª representação cartográfica, os mapas constituem a 1ª tentativa de localização da
humanidade.

O mapa mais antigo conhecido data de 2.500 a.C., foi feito na placa de argila e foi descoberto em Ga Sur
a 300 km a N da Babilónia. Os egípcios provavelmente elaboraram mapas com base nas medições do
Nilo no reinado do Ramsés II (1333-1300) embora sejam escassos os conservados até hoje. Na China o
1º mapa foi feito pelo Pei Siu.

Lição nº 06; Tema da aula: 1.6. Evolução do pensamento geográfico


1.6.1- Época Grega

Foi na Grécia que a Geografia deu os passos importantes para o seu desenvolvimento. Os gregos foram
os 1ºs a reunir e sistematizar as informações que colhiam das viagens de navegadores, mercadores e
aventureiros pelo Norte de África, Sul da Europa, Oeste da Ásia, bacia do Mediterrâneo, mar Vermelho
e Oceano Índico. A posse do conhecimento geográfico e de outras ciências, deveu-se às reformas
democráticas na Cidade-Estado de Atenas que trouxeram o acesso à leitura e escrita, portanto, o de
estudar, a todos. Eles interrogavam o que viam, o que existia e aonde. Assim desenvolveram a Geografia
Descritiva apoiada em Matemática. De referir que a Grécia era potência militar, marítima e económica
hegemónica desta época. Os pensadores que contribuíram para a Geografia são Homero (séc. VII a.C.),
Anaximandro de Mileto (610-546 a.C.), Hercateu de Mileto (560-480 a.C.), Parménides (510-450 a.C.),
Heródoto de Halicarnaso (485-420 a.C.), Píteas de Marselha (séc. IV a.C.), Hipócrates (460-377 a.C.),
Aristóteles (384-322 a.C.), Alexandre da Macedónia, o Magno (356-323 a.C.), Dicearco (326-296 a.C.)
e Eratóstenes (190-126 a.C.).

10
1.6.2- Época Romana

Na época romana, a Geografia ganhou outro impacto ao cartografar cuidadosamente as terras


conquistadas e as desejadas pelos romanos. Aqui, a Geografia servia o exército. Dentre vários
pensadores, destacaram-se o Políbio (203-120 a.C.), Hiparco (190-125/0 a.C.), Posidónio (séc. II a.C.),
Estrabão (64/3 a.C.-21 d.C.) e Clâudio Ptolomeu (90-168 d.C.).

Época Grega

Homero (séc. VII a.C.): É considerado o 1º Géografo. Os seus poemas épicos «Ilíada e Odisseia»
descrevem muits regiões do Meditrrâneo (centro de cryzamento das civilizações africanas, asiáticas e
europeias). Dizia ainda que a localização da Grécia no Mediterrâneo e sua expansão colonial no Oriente,
ampliaram o horizonte geográfico grego pelo contacto com outros povos detentores do conhecimento.

Anaximandro de Mileto (610-546 a.C.): Discípulo de Tales de Mileto, foi filósofo e astrónomo.
Concebeu o 1º mapa da Terra o que lhe conferiu o título de fundador da Cartografia. Inventou o
Gnómon, instrumento que permitia medir a altura do Sole determinar os movimentos da Terra. Iniciou a
Geografia Matemática e acreditava na forma cilíndrica da Terra.

Hercateu de Mileto (560-480 a.C.): Continuador dos trabalhos do Anaximandro, foi também
historiador. Concebeu a Terra um disco rodeado de água tendo descrito o Mediterrâneo e seus
habitantes.

Parménides (510-450 a.C.): Foi o 1º que concebeu a esfericidade a Terra baseando-se em Filosofia.

Heródoto de Halicarnaso (485-420 a.C.): «Pai da História», viajou pelo Egipto, trácia, Fenícia,
Babilónia, Mesopotâmia, Leste da Europa e Norte de África. Com as viagens, corrigiu profundamente as
regiões nos mapas. Fundou a Geografia descritiva e dele, nasceram as 1ªs ideias deterministas ao afirmar
que o seo meio condiciona a vida do Homem local. Relacionou as cheiase solos do Vale do Nilo às
condições de vida dos egípcios tendo sido também considerado «Pai da Geografia». Escreveu Geografia
em três volumes.

Píteas de Marselha (séc. IV a.C.): Repetiu o périplo de Himilcão iniciado pelos fenícios no ano 4000
a.C. Foi astrónomo e matemático e 1º que concebeu a expressão «Ilhas Britânicas».

Hipócrates (460-377 a.C.): Médico, concebeu as ideias deterministas de que o clima e relevo
influenciam o desenvolvimento intelectual e psicológico dos seres vivos.

Aristóteles (384-322 a.C.): Foi o 1º a aprovar a esfericidade da Terra ao observa a projecção da sombra
da Terra na Lua durante os eclipses lunares. De referir que essa esfericidade foi 1º concebida por
Parménides no século VI a.C.

Alexandre da Macedónia, o Magno, o Grande (356-323 a.C.): Foi um dos grandes conquistadores
militares da Antiguidade, contribuíu na exploração das terras conquistadas e cadastro do seu império.

11
Nas suas campanhas militares, levava os sábios que traçavam planos topográficos e mediam distâncias
das jornadas.

Dicearco (326-296 a.C.): É considerado fundador das coordenadas geográficas (Lat e Long) tendo
concebido o mapa o sistema de coordenadas.

Eratóstenes (190-126 a.C.): Considerado o 1º geógrafo porque foi ele que iniciou com a Geografia
científica ao elaborar a construção geométrica e descrição da Terra no qual aperfeiçou o mapa do
Dicearco quando dirigiu a biblioteca de Alexandria onde teve acesso a muitos documentos.

Estabeleceu o fundamento para a observação matemático-geográfico da esfera celeste donde depois do


câlculo, determinou a posição de paralelos e meridianos importantes e de áreas rectangulares
«Eufrágides». Ao crer na esfericidade da Terra, mediu o seu perímetro tendo ficado próximo do real.

Época Romana

Políbio (203-120 a.C.): Geógrafo e historiador grego ao serviço de Roma, escreveu sobre a Geografia
descritiva assente na medição e descrição das províncias romanas segundo o traçadodas vias militares e
dolitoral.

Hiparco (190-125/0 a.C.): Um dos maiores astrónomos da Antiguidade, descobriu a precesso dos
equinócios (pontos em que a trajectória aparente do Sol cruza o Equador e mudam-se o tempo, portanto,
as estações do ano). Iventou o astrolábio, instrumentos usado na medição da altura dos astros acima do
horizonte e determina a sua posição no céu. Determinou a distância Sol-Terra-Lua.

Criou o sistema de localização pelo cálculo da Lat e Long. Na Cartografia, criou o método de projecção
estereográfica que substituíu o ortográfico. Aperfeiçou o sistema de coordenadas do Eratóstenes.

Dividiu os tipos de clima através de de 11 paralelos e de 11 meridianos, projectou a esfera terrestre


noplan. Foi o 1º a dividir a circunferência em 360º, elemento da Geometria aplicado na distância da
longitude terrestre.

Posidónio (séc. II a.C.): Filósofo e geógrafo, calculou o perímetro da Terra com mais erros em relação
ao Eratóstenes. Tentou explicar as regularidades das marés (seu surgimento da atracção dos astros) onde
tentou explicar a influência da Lua sobre o mar. Desenvolveu as teorias sobre as zons terrestres, sismos
e vulcões.

Estrabão (64/3 a.C.-21 d.C.): Viajante, geógrafo e historiador, publicou a Geografia descriti e regional
em 17 volumes tendo observado e levado com seriedade, os trabalhos de geógrafos anteriores.

Clâudio Ptolomeu (90-168 d.C.): Último geógrafo do império romano, criou osistema de projecção
cónica que teve maior impacto nas representações cartográficas. Não conseguiu conceber o mapa nessa
projecção, mas reuniu tabelas da Lat e Long onde onde se calculou a localização de todos os lugares

12
terrestres com diferença de 5’. Dividiu a Terra em zonas não dando relevância os aspectos físicos e
humanos.

Em Roma antiga, a Geografia registou progresso com mais material que na época do Eratóstenes.
Contudo, o trabalho foi mais para fins militares e não para o interesse científico como foi com os gregos.

1.6.2- A Geografia na Época Medieval

Nesta época, a Geografia não teve desenvolvimento progressivo e uniforme. Por essa razão, nesta época,
a evolução da Geografia pode ser dividida em duas partes: A ocidental cristã e a árabe. A ocidental
cristã subdivide-se em duas partes: Os séculos VI-IX e séculos IX-XIII.

Ocidental cristã

Séculos VI-IX: A Geografia baseou-se na compilação dos trabalhos greco-romanos. Teve muitos
obstáculos porque na Europa se multiplicavam os reinos o que dificultava a circulação de pessoas e de
bens. Os reis e a aristocracia estavam comprometidos com a Igreja onde as explicações teológicas
estavam acima da ciência. As informações científicas esatvam nos mosteiros e o seu acesso era possível
se estivessem em sintonia com os textos sagrados.

Séculos IX-XIII: Apesar do retrocesso, a partir do século IX, principalmente a partir do século XIII,
ampliou-se gradualmente o horizonte geográfico em vitude de novas descobertas. Destacam-se as
viagens dos normandos e monges franciscanos Piar de Carpini e Guilherme Rubruk vindos do Norte da
Europa, passaram pela Europa e Atlântico, atingiram a Groenlândia, Islândia, costa americana e
Mongólia, na Ásia movidos pelos interesses religiosos e comerciais a mando do Papa Inocêncio IV, em
1245, e rei da França, em 1252 respectivamente. Nessas viagens, evidenciou-se também, a luta contra os
turcos pelo domínio de rota comercial Europa-Ásia. Entretanto, essas viagens tiveram pouco
aproveitamento comercial e científico.

A viagem mais importante foi do comerciante MARCO POLO (1271-1291) que resultou na obra
«Livro das Maravilhas». Foi a maior fonte do conhecimento da Ásia Central e Oriental e teve mior
influência na Cartografia.

África teve poucas visitas expediconárias devido ao relevo, deserto e clima. Conhecia-se somente o Nilo
e a costa.

Em todo período, na Cartografia, o mapa dominante é do disco circular «T em O (orbis terrarum)» onde
Jerusalém é centrro de atenção e as três partes eram Ásia, Europa e África rodeados por um oceano e o
mar Meditrrâneo em posição meridional. Tinha legendas extensas, natureza de países, custumes da
população, incluía fantasias de animais e figuras monstruosas.

Período árabe: Devido à expansão do Islamismo na Ásia, Europa e África, os árabes deram maior
contributo á Geografia, pois esse facto histórico exigia o conhecimentos dos países e dos povos. Aí,
compilaram e recolheram muitos todos os dados dos territórios apoiando-se nas fontes existentes e na
13
observação directa. Mostraram grande capacidade ao tratar só problemas científicos donde ficaram a
saber que a Terra é esférica. Escreveram livros, construíram observatórios e fundaram centros de ensino
(escolas) diferentemente dos cristãos que viam a Terra plana.

Destacam-se os viajantes Ibn Fosslan, Cordadbeh, Ibn Haukal, al Massud e Al Biruni. Descrevaram
regiões do império árabe e distantes como Índia e Rússia.

O maior cartógrafo árabe foi Al Idriss. Construíu globo celeste e mapa-mundi de prata. A sua obra
descreve Ásia, Europa e África.

Destaca-se também o Ibn Battutah que no século XIV, viajou 100.000 km tornando-se maior viajante
árabe. A sua obra dá indicações precisas e preciosas sobre comércio e custumes de estados islâmicos e
estrangeiros. Contudo, pouco conheciam da Europa do Norte.

Na Cartografia, em oposição ao mapa «T em O», no século XIII, surgem as cartas potulanas, designadas
«potulanos» árabes. Eram mapas de maior rigor na reprodução da configuração da linha da costa cheio
de nomes das localidades. O interior dos territórios era vazio ou tinha alguns rios e montanhas. Os
«potulanos» eram usados na navegação com rede de linhas cruzadas que indicavam a rota e a distância a
percorrer entre os portos. Introduziram também a rosa-dos-ventos.

Entretanto, em termos do conhecimento da terra em toda época Medieval, os trabalhos de Ptolomeu


dominaram até o século XV.

1.6.3- Evolução da Geografia na época Moderna

A partir do século XV, vários factores eclodiram a nova fase do conhecimento científico. Destacam-se:

1- O encerramento da rota comercial terrestre para Índia.

2- O fracasso das cruzadas (lutas e campanhas de propagação da fé cristã).

3- Controlo das praças comerciais da Ásia Central pelos turcos e árabes o que originou a procura de
novas rotas para o Oriente.

Estes 1ºs três factores levaram os europeus a procurar outros caminhos para o Oriente. Isto dá origem a
mais quatro factores.

4- Registo de avanços na navegação e na Astronomia nâutica o que trouxe êxitos da navegação no alto
mar.

5- As caravelas (embarcações árabes mais rápidas que naus), uso da vela triangualar, do astrolábio e da
bússola, assinalaram o desenvolvimento científico e técnico desta época.

6- A invenção da imprensa pelo alemão Gutemberg em 1440, trouxe progresso nos«potulanos».

14
7- A motivaçõ religiosa dad pelo apoio da Igreja Católica para impedir o avanço da difusão da religião
muçulumana.

Estes todos os factores deram rigem à 1ª Expansão Europeia entre os séculos XV e Xviii, europeus
viajaram muito pelo mar destacando-se 1º os genoveses, depois portugueses e espanhois com
marinheiros e cartógrafos doutros países. Mais tarde entraram os franceses, ingleses holandeses, facto
que permitiu o conhecimento completodo Mundo pelos europeus.

Como viajantes, destacam-se Cristóvão Colombo (1436?-1506), Vasco da Gama (1468-1524), Fernão de
Magalhães (1480-1521).

Cristóvão Colombo (1436?-1506): Navegador e marinheiro genovês, ao serviço dos reis católicos de
Espanha, em 1492, parte na procura de nova rota para Índia tendo chegado às ilhas Bahamas, Cuba e
Hispaniola das Antilhas, na América onde encontro os índios nativos, ficou convencido até a sua morte
que antingira Índia. Sob financiamento dos banqueiros, viajou também pelo Atlântico e Mediterrâneo.

As suas viagens permitiram o conhecimento dos fenómenos meteorológicos com variação da


temperatura e ventos alíseos.

Vasco da Gama (1468-1524): Navegador português ao serviço da sua Coroa, descobriu nova rota para
Índia indo pelo Atlântico e pelo Índico. Contudo, a costa Ocidental africana já era conhecida pelos
portugueses com o Bartolomeu Dias que dobrou o cabo da Boa Esperança na África do Sul, em 1487.

Vasco da Gama partiu de Portugal a 08 de Julho de 1497, passou o Natal na África do Sul, escalou
Inhambane e Ilha de Moçambique, em 1498 e, chegou a Calcutá na Índia em 1498, esclarecendo a real
configuração da costa africana. Esta rota tornou-se facto geográfico de realce porque passou a ser mais
utilizada o que marca a Geografia do comércio da época.

Com os resultados desta viagem, portugueses passarm a dominar Índia tirandos os árabes abrindo em
seguida, fortalezas e feitorias e estabeleceram contactos comerciais com a China, Japão e Molucas
(Filipinas), locais mais distantes

Fernão de Magalhães (1480-1521): Navegador português, é o pioneiro da 1ª viagem de circum-


navegação da Terra.

Partiu de Espanha em 1519 e atingiu Molucas em Março de 1521 onde foi morto na luta com a
população local. Prosseguiu a viagem de regresso a Espanha, o seu piloto Sebastião del Camo com uma
das cinco carvelas da sua expedição. Em Outubro de 1519, Magalhães descobriu o ponto de junção dos
oceanos Pacífico a Atlântico. Este local, em sua homenagem, ficou identificado pelo estreito do seu
nome.

A 1ª expansão europeia trouxe o conhecimento de novas regiões pelos europeus o que deu lugar ao
surgimento de novas teorias e transformações no conhecimento geográfico.

15
Impacto da 1ª Expansão Europeia

As viagens trouxeram dados que alteraram as concepções do Mundo. Os europeus conheceram muitas
regiões como África, América, Austrália, Pacífico e Antárctida. Esse conhecimento das novas regiões
principalmente América, fez surgir novas teorias e transformações no conhecimento geográfico que teve
expressão nos mapas desenvolvidos a partir dos portulanos. Destaca-se o geógrafo e cartógrafo holandês
Gherard Kremer (1512-1594) o «Mercator» que desenvolveu a projecção cilíndrica do Mundo
representando a Terra na forma plana o que revolucionou a Cartografia moderna.

Séculos XVII e XVIII

Registam-se muitas viagens exploratória para África, Pacífico e para Norte e interior da Ásia. A partir
desta época, a abordagem geográfica passou a ser rigorosa em termos técnicose metódicos pela invenção
de instrumentos de precisão. Destacam-se matemáticos e astrónomos como Kepler, Varenius e Ricioli
que procuraram rever as coordenadas geográficas (Lat e Long) de cada lugar visitado.

Na Cartografia, destacam-se os franceses Delisle, D’Anville, Homan e Thury. Estes cruzaram as


informações antigas e modernas donde desenharam mapas de grande pormenor e exactidão.

Em Geografia geral e regional, estão o Bernardo Varenius (1622-1650), Nicolau Copérnico (1473-
1543), Galileu Galilei (1564-1642) e Emmanuel Kant (1724-1804).

Bernardo Varenius (1622-1650): Escreveu «Geografia Geral» expondo questões da Geografia Física à
Geografia Matemática onde explica os factos e fenómenos segundo as causas solucionando assim,
problemas geomorfológicos com o uso de conhecimentos do seu tempo.

Apartir daqui, a Geografia desenvolveu devido aos avanços verificados noutras ciências, contudo,
continuou sendo descritiva.

Nicolau Copérnico (1473-1543): Trouxe a nova ideia sobre a posição da Terra no Universo, neste caso,
a Teoria Heliocêntrica oposta à Geocêntrica.

Galileu Galilei (1564-1642): Explicou os movimentos de rotação e de translação da Terra impondo-se


definitivamente o heliocentrismo ao geocentrismo.

Emmanuel Kant (1724-1804): Considerou a Geografia ciência empírica, baseada em experiências do


Homem e de descrição de factos e fenómenos na sua dimensão espacial concebendo-a «Ciência
Ideográfica» sem possibilidade de formular leis. Assim, a Geografia antecede a História dado que os
factos históricos ocorrem num determinado lugar, enquanto a 1ª descreve a natureza no presente e no
espaço (descrição espacial) e 2ª descreve a evolução do Homem no tempo (descrição temporal).
Classificação das ciências segundo o Kant

Segundo a sua teoria de organização do conhecimento, Kant considerou três conjuntos de disciplinas
conhecidas na sua época que são ciências sistemáticas, ciências geográficas e ciências históricas.
16
Ciências sistemáticas: Debruçam categorias dos factos e fenómenos assentes nas leis e princípios
matemáticos.

Ciências geográficas: Descrevem, sistematizam e classificam os factos e os fenómenos no espaço


(estudam os factos e os fenómenos nas suas relações espaciais).

Ciências históricas: Narração dos factos no tempo.

James Cook (): Destaca-se as suas viagens e da expedição de La Perouse no oceano Pacífico. Estas
expedições permitiram eliminar a hipótese da existência do continente austral e confirmaram que a tese
de que os mares ocupam duas vezes mais o espaço que os continentes, facultaram a 1ª classificação e
distribuição das raças humanas e descrição de vários costumes.

1.6.4- A Evolução do pensamento geográfico na Época Contemporânea

1800 (início do século XIX) - A face da Terra era conhecida em linhas gerais. Diversas partes do
Mundo aparecem nos mapas com seus perfis característicos como o relevo bem como a sua posição
exacta na superfície terrestre, mas o interior dos continentes era ainda pouco conhecido.

2ª Metade do século XIX – Os europeus organizam expedições de reconhecimento no interior de


África, América, Ásia, Austrália, Nova Zelândia e territórios polares.

Motivo: Exploração das matérias-primas e contrato de mercados (colonização).

Importância científica e geográfica das expedições

1- Permitiram conhecer a riqueza e o estado dos territórios dos continentes referidos, os europeus
passaram a conhecer a Terra com profundidade.

2- A preocupação deixou de ser onde e passou a «o que existe em determinado lugar».

3- Geógrafos compilaram dados de informações colhidas pelos viajantes, militares, missionários e


jornalistas o que tornou a Geografia ciência autónoma.

1.6.4.1- Os grandes modeladores da Geografia moderna

Origem da Geografia moderna: Está nos contributos dos alemãos Alexandre von Humboldt (1769-
1859) e Karl Ritter (1779-1859).

Metodologia: Deixa de ser descritiva a passa a raciocínio e explicação dos factos e os fenómenos
sistematizados (metodologia própria).

Alexandre von Humboldt

1779-1829: Humboldt viajou pela Europa, Rússia e América. Na América, visitou a Cordilheira dos
Andes. Nessas viagens, anotava as informações com rigor científico. Não se limitava aos factos os
17
fenómenos locais porque voltava a outras regiões com factos e os fenómenos semelhantes. Esta
metodologia permitiu-lhe a formulação de leis gerais da Geografia, é o caso do princípio da
causalidade.

Princípio da causalidade: Surge do uso e aplicação da observação em todas áreas da Geografia física
donde Humboldt estabeleceu relação de causa e efeito entre os factos e os fenómenos o que é Visão
Holística.

Humboldt é o fundador da Climatologia e Biogeografia porque estabeleceu a relação entre latitude,


altitude e zona climática. Observou a mudança da vegetação com a altitude na Cordilheira dos Andes
(aplicação do princípio da casualidade). Foi 1º geógrafo a mostrar de forma precisa que o Homem
dependia do clima, solo e vegetação.

Uso do princípio da causalidade: Está na aplicação do princípio da Geografia Geral. Segundo o


princípio da Geografia Geral, nenhum lugar pode ser estudado sem conhecimento do seu conjunto
dado que os factos e os fenómenos de uma região, podem ser generalizados para outras regiões com
características semelhantes. Este princípio rompeu as barreiras entre a Geografia Geral e a Geografia
Regional.

Karl Ritter

Karl Ritter Professor da Universidade de Berlim, foi geógrafo de gabinete. Não viajou, os seus
trabalhos resultam das actividades desenvolvidas como Professor.

Discípulo de Humboldt, fundou o método comparativo ao estudar os sistemas de organização espacial.


Aqui, comparou os povos, as culturas, as instituções e o uso de recursos. Dizia que o solo terrestre
influenciava os habitantes da Terra onde coloca o Homem no centro dos estudos dos factos e os
fenómenos naturais, pois o Homem também influenciava a Terra.

A sua contribuição nos métodos, consistiu em valorizar o método indutivo em detrimento do dedutivo
afirmando que a pesquisa deve partir dos factos e os fenómenos observáveis para as conclusões.

Em relação ao Humboldt, que inicialmente não teve prestígio nos geógrafos da sua época, Ritter teve
grande mérito por ter formulado melhor os princípios aplicados pelo Humboldt. Os seus trabalhos
influenciaram os geógrafos da Alemanha e da França.

1.6.4.2- Institucionalização da Geografia – 1870

Período pós morte de Humboldt e Ritter: É de paralização da Geografia.

Em contrapartida, as então consideradas ciências auxiliares da Geografia como a Geologia,


Meteorologia e Antropologia, registam progressos contínuos que contribuíram para a evolução da
Geografia.

18
No entanto, é de destacar que apesar dos avanços de Humboldt e Ritter, não foram os seus trabalhos
que directamente contribuíram para a institucionalização da Geografia. Portanto, foi o contexto político
e económico da época que apresentava as seguintes características:

1- Desenvolvimento e consolidação do capitalismo na Europa. 2- A procura das matérias-primas para a


indústria europeia. 3- Interesse em conhecer novas terras pelos europeus. 4- Desenvolvimento e
consolidação dos nacionalismos na Europa.

A consolidação do nacionalismo e capitalismo europeus exigiu a realização da 2ª Expansão Europeia


para as terras desconhecidas com o objectivo de aquisição das matérias-primas e ter mercados para os
produtos manufacturados. Para tal, era necessário estimular o conhecimento geográfico na sociedade em
geral e na juventude, em particular. Assim, são fundadas sociedades geográficas na Europa. A 1ª foi
fundada na França, seguiram Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos e outros países que passaram a ter
14 escolas geográficas.

1860- Existiam 14 sociedades geográficas. Depois, o seu número cresceu em quase toda a Eurpa. Para
alimentar essas sociedades, a Geografia passou a ser leccionada nas universidades a partir de 1870
ocorrendo nesse ano, a institucionalização da Geografia. O seu ensino estendeu-se para quase toda a
Europa, América e às colónias, durante o século XIX.

Com a institucionalização da Geografia, no final do século XIX, realçam-se os alemãos Richthofen na


Geografia Física e Frederich Ratzel na Geografia Humana.

Na Cartografia, ocorreram alterações em função da 2ª Expansão Europeia tendo sido concebidos


mapas temáticos de vegetação, clima, relevo e rios. Com todos estes avanços, associados ao contexto
político e económico da época (século XIX), surgem três correntes geográficas.

1ª ACS, (TPC); Fonte: PINHO, Hélio e SILVA, José (coord.) Geografia, 11ª Classe, Plural Editores,
Maputo, 2010. Exercícios 2 (p9), 2 (p10), 4 (p14), 1 (p17), 4 (p19), 1,5 e 6 (p23). Entrega: 20 de
Março.

Exercícios: 1- Mencione os 2 grandes modeladores da Geografia moderna.

2- Descreva os trabalhos desenvolvidos pelo Humboldt destacando o que lhe permitiu formular leis
gerais da Geografia. 3- Explique o Princípio da casualidade de Humboldt.

4- Porque razão se diz que Humboldt é fundador da Climatologia e Biogeografia?

5- Porque razão se diz que Ritter fundou o método comparativo?

6- Que influência o solo exerce sobre os bitantes na visão de Ritter?

7- Descreva os contributos de Ritter na metodologia geográfica.

8- Entre Humboldt e Ritter, que teve mais prestígio? Porque?


19
1.7. As grandes correntes geográficas
Final do século XIX – Na Alemanha, França, Inglaterra e Estados Unidos da América, surgem
correntes de pensamento as quais cada uma reflectia a situação ecnómica e social da época. São três (3)
correntes geográficas nomeadamente determinista, possibilista e corológica.
1.7.1. Corrente determinista
É a 1ª corrente depois da institucionalização da Geografia. Na Antiguidade, foi manifestada pelo grego
Hipócrates ao afirmar que «o clima e relevo influenciam o desenvolvimento intelectual e psicológico
dos seres vivos».
Tese: Afirmava que as condições naturais, especialmente climerminantes para a evolução do ser
humano. Isto significa que a população que se encontra em zonas climáticas favoráveis é que seria mais
desenvolvida.
Representantes: Herbert Spencer, Augusto Comte, Frederich Ratzel (1844-1904), Ellen Semple e
William Morris Davis.
Herbert Spencer, filósofo inglês, defendeu ideias naturalistas nas ciências sociais sobretudo as teorias
de Lamarck (hereditariedade dos carácteres divididos), e de Darwin (adaptação dos indivíduos mais bem
preparados para sobreviverem no meio natural). Estas duas teorias serviram de base para a
fundamentação do determinismo ambiental: «O ser humano precisa de adaptar a sua vida ao meio
ambiente em que vive». Isto tornou a Geografia, ciência que as respostas do ser humano ao meio físico,
mas subordinando-se.

No mesmo período, a Geografia teve a forte influência o sociólogo francês Augusto Comte.
Dizia que a única base do conhecimento é a observação, portanto, o estudo dos factos e dos fenómenos
geográficos deve basear-se no que é observável. As leis positivista da Geografia destinavam-se a prever,
isto é, é preciso conhecer a realidade para saber o que acontecerá a partir das nossa acções. Isto tornou a
Geografia ciência nomotética, regida apenas por leis naturais.
O grande representante do determinismo geográfico é o naturalista e etnógrafo alemão Frederich
Ratzel. A sua obra «Antropogeografia» fundamenta toda a sua teoria determinista.
Foi um dos percursores da Geopolítica através da sua teoria, a do «Espaço vital». Dizia que «para que
uma nação possa desenvolver-se, é necessário que possua um território suficientemente rico para
atender às exigências da su população» e do «direito de conquistar povos ‘inferiores’ pelos
‘superiores’».
Mais tarde no século XX, este pensamento foi usado pelo Adolfo Hitler para a expansão nazi na
Europa. O mesmo pensamento deu origem à colonização, nos séculos XIX e XX, 1ª e 2ª Guerra (s)
Mundial (is).
Contudo, Ratzel manteve a unidade entre a Geografia Física e a Geografia Humana porque no seu
trabalho, o Homem esteve sempre relacionado com o ambiente natural, base para a formulação de leis
gerais para a Geografia. Com ele surgiu a Geografia Humana ou Antropogeografia como divisão da
Geografia.
Nos EUA, a corrente foi representada por Ellen Semple e William Morris Davis.
Ellen Semple defendeu que os climas são determinantes na saúde física e mental do Homem. O estudo
dos indivíduos deve ter em conta os seus habitantes.
20
William Morris Davis mais atento à Geografia Física, defendia que a sociedade humana devia ser
encarada como um organismo que sobreviveria com base nos ajustamentos ao meio físico. Considerava
a supefície terrestre como objecto de estudo da Geografia. É considerado fundador da «Geomorfologia»
especialmente pela teoria do ciclo de erosão.
Esta corrente foi contestada surgindo a corrente possibilista. Entretanto, a contestação não evitou a
colonização e as duas grandes guerras.
Exercícios: 1- Que ideias defendiam o filósofo inglês Herbert Spencer, sobretudo nas teorias de
Lamarck e de Darwin. 2- Porque razão se diz que as teorias de Lamarck e de Darwin serviram de base
para a fundamentação do determinismo ambiental? 3- O que a corrente positivista do sociólogo francês
Augusto Comte defendia para Geografia? 4- Porque Frederich Ratzel é considerado um dos
percursores da Geopolítica? 5- Que influência teve o pensamento de Ratzel nos séculos XIX e XX? 6-
O que defendia o pensamento de Ellen Semple? 7- O que defendia o pensamento de William Morris
Davis? 8- Como é que Paul Vidal de la Blanche criticou o conceito do género herdado do
determinismo geográfico? 9- O que Paul Vidal de la Blanche dizia sobre os géneros da vida da
paisagem? Explique como Paul Vidal de la Blanche apresenta o conceito região?
1.7.2- Corrente possibilista: Premissas
Final do século XIX – Surgimento do historicismo para contrariar o positivismo, pois realça o papel
do Homem na sociedade. Esta corrente dividiu as ciências em ideológicas e sistematicas, iste é, aquelas
que se ocupam dos factos particulares únicos não formulando leis de aplicação universal. Portanto, a
Geografia e a História incluíam-se nas ciências ideográficas porque o historicismo defendia que as
ciências que estudam os factos e fenómenos relacionados com o Homem não podem procurar leis por
hipóteses e deduções, mas apenas estudar casos concretos e únicos. É neste sentido filosófico que que a
partir do historicismo, surge possibilismo geográfico.

O possibilismo defende que a natureza fornece possibilidades para a modificação humana, portanto, não
determina a sua evolução. Dizia que o meio natural oferece possibilidades ao Homem das quais pode ou
não obter vantagens de acordo com as suas necessiddes e aptidões. Assim, o ser humano não se
subordina à natureza, mas sim é o principal agente geográfico na Terra.

Contexto: Surge em reacção ao determinismo geográfico.

Origem

1- Nasceu na França no final do século XIX.

2- Depois da sua origem na França, difundiu-se para Alemanha no início do século XX.

Seguiu depois para os Estados Unidos na década 20 do século XX.

Razões políticas do surgimento do possibilismo

Nasceu na na França devido às rivalidades com a Alemanha que se agravarma com a perca das regiões
francesas da Alsácia e Lorena para a Prússia em 1871, durante a guerra franco-prussiana.
21
Este facto histórico-militar-político impulsionou o crescimento da Geografia na França, pois a sua
derrota na guerra, foi atribuída à Geografia francesa e não ao exército alemão.

Representante: o grande fundador e representante da escola possibilista francesa foi o Paul Vidal de la
Blanche (1845-1918).

Paul Vidal de la Blanche redefiniu o conceito género da vida herdado do determinismo saíndo da
subordinação absoluto do Homem à natureza para as técnicas, hábitos e custumes que permitem utilizar
recursos naturais disponíveis. Dizia que os géneros da vida existem na paisagem geográfica que era
natural, mas que foi modificada pelo Homem e a mesma paisagem tem extensão territorial identificável.

Desta forma, Paul Vidal de la Blanche apresentou o conceito região como local espacial da mesma
paisagem em que as características culturais e naturais se interpenetravam como resulado da evolução
histórica. Essas características conferiam à região, a homogenneidade que a distinguiam do espaço
geográfico vizinho. Resultava assim, a região da síntese entre o ser humano e o meio.

Objecto de estudo do possibilismo: Região

Objetivo: Oservar as relações mútuas entre o ser humano e o meio físico sem limites entre os factos e os
fenómenos naturais e culturais porque se interpenetram. Isto permitiu a união entre a Geografia Física e
Geografia Humana.

Críticas: Teve oposção de vários círculos científicos por várias razões destacando-se:

- Criação de dois objectos de estudo para a Geografia sendo o Homem para a Geografia Humana e a
Terra para a Geografia Física e negar a formulação de leis para a Geografia mesmo para os factos e
fenómenos físicos.

- Prestar mais atenção a análise das zonas rurais em detrimento das cidades numa altura em que estas
tinham assumido o polo de desenvolvimento.

- Ameaça da unidade geográfica pelos seus estudos e posição ideográfica (rivalidade com Alemanha).

1.7.3. Corrente corológica


É a 3ª corrente. Baseia-se na explicacão de interacções entre os factos e fenómenos geográfiicos num
território particular. Trata-se de Geografia reginal que não diferencia as áreas a partir das relações
Homem-natureza, mas sim de integração de fenómenos heterogéneos na certa proporção da superfície
terrestre.
Origem: Iniciou na Antiguidade com o romano Estrabão, seguida na Idade Moderna com o Kant ao
dizer que a Geografia estuda o espaço e é ciência empírica e ideográfica. Depois teve representação do
Varenius e depois Ritter.
A sua essência no século XX, foi a descrição, definição e comparação dos territórios (unudades
espaciais). Entretanto, nos finais do século XIX e princípios do século XX, esta corrente fio esquecida
em virtude da disputa do espaço entre as correntes determinista e possibilista.
22
Teve a sua revalorização na década 40 do século XX, destacando-se Richard Hartishorne nos EUA.
A partir daqui, esta corrente evidencia a necessidade de produzir conhecimento sintético sobre
doferentes regiões do Mundo.

Hartishorne não considera a região como objecto de estudo da Geografia como defendera Hettner. Diz
que o importante é identificar as diferenciações de áreas que são o resultado integração de factos e
fenómenos geográficos hetergéneos.
Para a corrente corológica, é impossível ter leis da Geografia regional. Procura descrever diferentes
regiões da superfície terrestre através de livros regionais para a generalização e não leis. Em termos
práticos, o método regional desta corrente, esteve virado para a catalogação dos lugares. Isto permitiu
que a corrente fosse difundida em grandes impérios coloniais (França e Reino Unido), pois
conseguiram catalogar todas as informações das colónias como riquezas minerais, solo, relevo, rios,
lagos, vegetação e fauna.
Esta corrente tem 3 principais variantes: Nova Geografia, Escola de Chicago e Geografia Radical.
A Geografia Radical faz parte das tendências e preocupações actuais existindo mais 4 variantes
nomeadamente a Geografia Humanística, o Existencialismo, o Fenomenologismo e a Geografia Crítica.

1.7.3.1- Escola de Chicago


Desde o século XIX no contexto da Revolução Industrial, Chicago foi um dos polos do desenvolvimento
dos EUA.
O desenvolvimento industrial e a urbanização de Chicago originaram o êxodo rural e a entrada de
imigrantes asiáticos, europeus, latino-americanos e africanos. Cresceu assim a população urbana
trazendo novas exigências em habitação, vias de comunicação, serviços sociais, abastecimento em
víveres e surgimento de problemas de gestão urbana como racismo e xenofobia.
Estes problemas preocuparam políticos e estudiosos o que levou os geógrafos de Chiago a se
preocuparem com os problemas da cidade e dar a sua solução. Surge assim a variante Escola de
Chicago que propõe solução dos problemas sustentadas pelas ideias ecológicas de Darwin.
Portanto, a cidade era tida como órgão em movimento com o processo de reajustamento, invasão,
assimilação e rejeição.
Havendo competição pelo espaço, elaboraram-se modelos sendo mais representativo o modelo de
Burguess com aneis concêntricos do centro à periferia da cidade.
1.7.3.2- Nova Geografia
Esta variante também é denominada Geografia Matemática ou Geografia quantitativa.
Origem: Depois da II Guerra Mundial nos EUA.
Factores:
Desenvolvimento de 2 núcleos na Europa: Círculo de Viena e Círculo de Berlim.
Doutrina neopositivista: o seu objectivo era conseguir uma ciência geográfica unificada com
articulação de diferentes ramos para dar visão global do Mundo. O ponto de partida era o conhecimento
já existente.
Assim, na década 1930-1940, as ciências humanas foram solicitadas a dar respostas rigorosasce técnicas
a novos problemas como investigação de atitudes e conflitos, planifiacação regional e urbana na
23
reconstrução das áreas desvastadas pekla guerra, necessidade de superar a crise ecnómica do capitalismo
e a descolonização.
Assim, a Geografia começa a participar na resolução de problemas práticos generalizando métodos
quantitativos. A partir daqui, a Geografia regional tornou-se insuficiente porque tinha que se explica os
factos e os fenómenos que se descreviam procurando leis gerais.
Portanto, a Geografia procurava as regularidades espaciais e padrões de distribuição e localização,
analisava processos explicativos e elaborava previsões na qual a Estatítisca adquiriu um papel
importante.

Exercícios: 1- Porque razão se diz que Richard Hartshorne ao retomar as ideias do Alfred Hettner
dizia que não considera a região objecto de estudo da Geografia? 2- Explique o que é impossível realizar
na corrente corológica. 3- Explique o que é possível realizar na corrente corológica. 4- Explique em
que consistiu a aplicação do método regional da corrente corológica em particular no Reino Unido e na
França. 5- Que soluções ecolológicas propunha a Escola de Chicago para a resolução dos problemas
das cidades americanas? 6- Qual é o modelo que se adoptou para a solução da urbanização de Chicago?
7- Explique o objectivo da Geografia Radical. 8- Explique a essência e o que defendia a Geografia
Humanística.
1.7.3.3- Tendências e preocupações actuais
A partir de 1960, desenvolveu-se no Ocidente, movimentos críticos e radicais à cientificidade positivista
das ciências sociais. Esses movimentos são variáveis da corrente corológica. Essas correntes são a
Geografia radical, Geografia crítica, Geografia humanística, Fenomenologismo e Existencialismo.

1.7.3.3.1- Geografia Radical

Surge do sentimento e do descontentamentoos da Nova Geografia. Surgiu nos EUA e é liderada por
Richard Peet. Este juntamente com William Bunge e David Harvey passaram de neopositivistas a
críticos. Trata-se de uma corrente de inspiração marxista cujo seu objectivo era contribuir para
substituições revolucionárias que a sociedade precisava, pois estudava, preocupava-se e conbcentrava-se
na pobreza e justiça social, nos grupos sociais marginalizados na violência e nas condições da vida
urbana.

1.7.3.3.2- Geografia crítica

Provém da Geografia radical. Surgiu na Europa (França) devido às políticas internas do Continente e dos
seus países caracterizados pelo avanço do Partido Comunista e da influência da escola americana, factos
associados à guerra fria. Destaca-se o Yves Lacoste pela sua revista Heródote.

Devido a posição dos marxistas posteriores que sugeriam o abandono da Geografia por a considerarem
uma criação da burguesia positivista sem interesse pelos trabalhadores. Com isto, o Yves Lacoste
concluíu que com a Guerra Fria, a «Geografia serve senão para fazer Guerra».

24
Enquanto isso nos EUA, discutia-se a manuntenção do carácter revolucionário da Geografia Crítica ou
devia-se quebrar ou não a estrutura social vigente discutindo se a adopção do termo radical ou
revolucionário da Geografia. Por isso, tem estreita ligação com a Geografia Radical.

1.7.3.3.3- Geografia humanística e Existencialismo

Trata-se também da reacção antipositivista surgida da descoberta da Geografia que permitiu colher
experiência pessoal e percepção do comportamento. Defende que o espaço está cheio de significados e
valores. E são esses valores que dão sentimemto de pertença ou de indiferença por um lugar. A principal
mudança foi don conceito espaço racional e abstracto para o lugar real e vivido. E o Homem é centro de
preocupações como acontece no Existencialismo.

Está associado ao Existencialismo, corrente representado pelo geógrafo francês Jean Paul Satre
destacando o papel dos seres humanos. Defendia que a Geografia deve considerar a inteligência do
Homem para solucionar os problemas da actualidade.

1.7.3.3.4- Fenomenologismo

Destaca a consciência do espaço vivido tirando o que está fora do pesquisador. Defende a experiência e
fixação dos lugares na produção geográfica do espaço vivido.

Unidade 2: Cosmografia

Conceito de Cosmografia, conceito e origem do Universo

2.0.1- Conceito de Cosmografia

Cosmografia é a ciência que estuda o espaço cósmico, portanto, do Cosmos. Esse espaço trata- se da
esfera celeste que é o firmamento referido na Bíblia Sagrada. O mesmo espaço é designado Universo.
Por essa razão, a Cosmografia é a ciência que estuda os corpos celestes distribuídos no Universo. Assim,
Cosmografia é também parte da Astronomia (ciência que estuda os astros) que estuda o Universo.

2.0.2- Conceito e origem do Universo

Conceito

A palavra Universo deriva do latim “universus” que significa “todo o inteiro” a totalidade das coisas.
Por isso, em Cosmologia, Universo de corpos celestes que estão no espaço cósmico que obedecem as
leis da Física no espaço e no tempo. Os corpos celestes são o conjunto de galáxias, nebulosas, estrelas,
planetas, satélites naturais, asteróides ou planetóides, cometas e meteoritos, os quais são os 8 principais
elementos do Universo. O Universo é local repleto de corpos luminosos visíveis no firmamento em
noites límpidas sem nuvens. É o local que dá imagem de um corpo harmonioso e organizado, também
designado esfera celeste e popularmente céu.

Origem
25
Acredita-se que o Universo formou-se há 13,7 BA (biliões de anos) através da Grande Explosão
denominada “Big Bang” com a qual ficou designada a teoria. A teoria é também chamada Teoria de
Grande Explosão ou Teoria Evolutiva (Pinho: 2010, 32)

Com a explosão, libertaram-se grandes quantidades de energia formando-se matéria que se dispersou em
todas as direcções iniciando a formação do Universo. A expansão do Universo é comprovada pele luz
emitida pelas estrelas (idem).

Agora é quase impossível explicar se o Universo continuará a expandir-se ou desagregará até a sua
morte ou irá abrandar iniciando-se com a condensação. Contudo, actualmente aceita-se a teoria do
“Universo em Expansão” devido à “Fuga de Galáxias” demonstrada pelo americano Edwin Hebbre em
1929 (Wilson: 2008, 33).

2.1- A esfera celeste

Definição: É o corpo firme (firmamento) azul composto de corpos luminosos em noite límpida onde
estão projectados e fixados todos os 8 principais elementos do Universo. Portanto, é o Universo.

Elementos do Universo

Os 8 principais elementos do Universo são: Galáxias, nebulosas, estrelas, planetas, satélites naturais,
cometas, asteróides ou planetóides, e meteoróides ou meteoros.

2.1.1- Galáxias

Conceito: É o grande conjunto de milhões astros, estrelas, gases e poeiras que interagem
gravitacionalmente e orbitam em redor do centro comum. Todos os astros visíveis de dia e a noite
pertencem a nossa galáxia a “Via Láctea” também chamada “Estrada de Santiago” (Pinho: 2010, 32 e
Wilson: 2008, 33). A desiganação de “Via Láctea” foi dada na Antiguidade pelos romanos quando
observavam a faixa esbranquiçada na esfera celeste principalmente a noite. Mais tarde, com o uso do
telescópio, verificou-se que a cor branca é produzida de forma compacta pelas estrelas compactas da
nossa galáxia (Wilson: 2008, 33). No Universo, forma descobertas até ao momento, cerca de 100 biliões
de galáxias semelhantes à nossa.

2.1.2- Nebulosas

Conceito: São galáxias compostas de grandes agrupamentos de milhões de astros (estrelas), gases e
poeiras ligadas entre si pela força de graviadade. Apresentam manchas esbranquiçadas suspensas no
Universo assemelhando-se às nuvens. Dividem-se em galáticas e extragaláticas. Galáticas- São as
nebulosas pertecentes a Via Láctea. Ex: Orion, Lira e Caranguejo. Extragaláticas- São as nebulosas
distantes da Via Láctea.

2.1.2- Estrelas

26
Conceito: São astros que emitem luz própria devido à reacção de fusão nuclear interna. Essa fusão
nuclear consiste na transformação de moléculas de Hidrogénio em Hélio.

Estes astros produzem energia que é emitida através do espaço sob forma de radiação electromagnética
que é a luz.

Em suma, estrelas são grandes massas de gases que estão a temperaturas elevadas, o plasma, podendo
ter cores diferentes. A cor das estrelas depende da temperatura subdividindo-se vermelhas, azuis e
amarelas.

Vermelhas: São menos quentes e tem menor massa em relação ao Sol. Amarelas: O Sol.

Azuis: São mais quentes e tem maior massa em relação ao Sol.

As estrelas são astros em movimento embora pareçam manter as mesmas posições relativas no espaço.
A sua luz é citilante.

A estrela mais conhecida e mais próxima da Terra é o Sol. Depois do Sol, a mais próxima é Centauri
que está a 40.000.000.000.000.000.000 km (quarenta triliões de quilómetros) ou 4,2 anos-luz.

Ano-luz são unidades de distância da estrela em relação a Terra sendo o espaço percorrido pela luz
durante um ano. A velocidade da luz solar no espaço é de 300.000 km/s.

2.1.4/5- O Sistema Solar: O Sol, os planetas e os satélites naturais

Em termos metodológicos, para a melhor gestão do programa e compreensão dos conteúdos, o Professor
optou por interligar estes 3 astros em virtude da sua directa interdependência.

Conceito: Sistema Solar é um sistema cuja a sua forma é considerada esférica sendo constituído por 8
planetas, 4 planetas anões, 168 satélites naturais, 1600 asteróides e muitos cometas, animados em
movimento harmonioso. Este sistema situa-se num dos braços da Via Láctea -os Braços de Orione- há
32.000 anos-luz do núcleo da galáxia.

No centro do sistema está o Sol que é a principal fonte energética e orbitam à sua volta, todos os astros
aqui enumerados.

A Temperatura do Sol é de 15.000 °C (no núcleo) e 5.500 °C na sua superfície.

Estas temperaturas elevadas produzem reacções que libertam grandes quantidades de energia sob forma
de luz e calor.

2.1.4- Os planetas

Conceito: São corpos celestes com massa suficiente para ter formas quase esféricas devido à força
(acção) de gravidade.

27
Entretanto, a massa dos planetas não é suficiente para no seu interior produzir-se reacções de fusão
nuclear, por isso, não possuem luz própria sendo iluminados pela estrela mais próxima, neste caso, o
Sol.

A palavra «planeta» deriva do grego «plan» que significa «aquele que vagueia» porque os astrónomos
antigos observavam certas luzes que se moviam no céu em desacordo com as estrelas. Consideravam
que esses astros, o Sol e a Lua orbitavam à volta a Terra sendo esta considerada estacionária no centro,
como do Universo e do sistema solar.

Os planetas são corpos sem posição fixa porque orbitam em torno de uma estrela , o Sol onde realizam o
movimento de translação a volta do Sol descrevendo a órbita eclíptica (oval) e, também de rotação em
torno de si próprios. A maioria desses corpos exerce atracção gravitacional suficiente para ter satélites
naturais.

2.1.5- Satélites naturais

Conceito: São astros que giram em torno de si próprios realizando o movimento de rotação e em torno
de um planeta realizando o movimento de translação.

Voltando aos planetas, na última década do século XX (1990 a 2000), foram identificados mais de 200
planetas extra-solares o que revela que a sua ocorrência é universal.

Segundo a sua composição, os planetas do sistema solar dividem-se em duas partes sendo:

- Planetas telúricos ou sólidos ou menores ou terrestres: São os mais próximos do Sol sendo densos e
rochosos. São eles de forma ordenada e crescente em relação ao Sol, o Mercúrio, Vénus, Terra e Marte.

- Planetas gasosos ou jovianos ou gigantes: São os mais distantes do Sol sendo de baixa densidade e
gigantes, portanto, são maiores que os terrestres. São eles de forma ordenada e crescente em relação ao
Sol, o Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno.

Portanto, os planetas em ordem crescente da sua distância em relação ao Sol obedecem esta sequência:
Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno.

Planetas terrestres

1- O Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol, por isso, é muito quente de dia. É o mais pequeno
do sistema solar e não tem atmosfera, pois a sua força atractiva é pequena o facilita escapar os
gases. O seu vulcanismo está extinto há muito tempo sendo planeta geologicamente morto. Não
tem satélite natural.
2- Vénus é o planeta mais quente do sistema solar devido à constituição da sua atmosfera o que
torna a sua superfície seca e sem vida. Não tem satélite natural.
3- Terra vide conteúdo 2.3

28
4- Marte é o «Planeta Vermelho». Contudo, a sua cor é azul-esverdeado ao amanhecer e castanho
ao anoitecer devido à sobreposição do eixo de rotação na órbita. É menor que a Terra e a sua
atmosfera é composta de Dióxido do Carbono., é alaranjado devido às poeiras que vem ventos da
sua superfície. Tem morfologia acidentada destacando o monte Olimpo co 27 km (27.000 m) de
altitude e 550 km de base. Em 2008, provou-se a existência da água. Tem 2 satélites naturais.

Planetas gasosos

5- Júpiter é o planeta maior do sistema solar sendo constituído pelo Hélio. O seu núcleo é denso,
admite-se que seja formado por gelo e rochas. Tem 63 satélites naturais.
6- Saturno é o segundo planeta maior do sistema solar. Tem sistema de aneis constituído por
fragmentos gelados. Que se tornam brilhantes quando atingidos pela luz solar. Tem 62 satélites
naturais.
7- Urano é o planeta 4 vezes maior que a Terra. A sua temperatura é muito baixa e tem aneis finos
e escuros que Saturno. Tem 27 satélites naturais.
8- Neptuno é o quarto planeta maior do sistema solar e mais afastado do Sol, por isso, as suas
temperaturas são baixas. Tem sistema de aneis visíveis a olho nú. Parece semelhante ao Urano na
sua composição interna sendo azulado, é chamado «Planeta Azul». Tem 13 satélites naturais.

Planetas anões

Até Agosto de 2006, o Plutão era o 9º planeta do sistema solar. Após a descoberta de Eris, astro situado
além da órbita do Neptuno, tem maiores dimensões que o Plutão. Daí, questionou-se se este astro é
planeta. Alia-se a isto o facto de a sua órbita não ser paralela à da Terra e aos outros planetas do
Sistema Solar. Assim, a União Astronómica Internacional (UAI) criou a categoria do Planetas-Anão
onde estão Plutão, Eris, e asteróide Ceres que está entre as órbitas do Marte e Júpiter.

2.1.6- Cometas

Cometas são corpos de órbitas excêntricas compostos de gelo e partículas sólidas.

Quando estão próximo do Sol, são activos porque os seus componentes evaporam tornando estaes astros
visíveis.

Constituição: Quatro elementos (cabeleira, nuvem de Hidrogénio, cauda de poeiras e cauda iónica).

Cabeleira: É nuvem densa de água, dióxido de carbono e outros gases sublimados do núcleo pelo calor
solar.

Nuvem de Hidrogénio: É invisível a olho nú, tem milhares de kms de diâmetro.

Cauda de poeiras: É mais evidente a olho nú, é constituída de poeiras arrastadas pela libertação de
gases.

29
Cauda iónica: Com algumas centenas de milhares de kms de extensão, é composta de plasma por
interacção com o vento solar.

Classificação: É arbitrária sendo segundo a duração do seu período orbital dividindo-se em inferior e
superior a 200 anos.

Inferior a 200 anos: São originários da cintura de Kuyper. O mais conhecido e visível é o Halley. Passa
da Terra de 76 anos em 76 anos. A última vez passou em 1986, assim, até 2062.

Superior a 200 anos: Provém da nuvem de Oort.

2.1.7- Asteróides: São corpos rochosos com diâmetro inferior a 200 km. A maioria estão na cintura de
asteróides, entre os planetas Marte e Júpiter.

Os maiores asteróides conhecidos são Ceres e Palias com 770 km e 480 km de diâmetro
respectivamente. Quando abandonam a sua trajectória normal, são atraídos pela Terra e forma
meteoritos. Os asteróides são também designados planeteóides.

2.1.8- Meteoróides: São pequenos corpos rochosos provenientes da cintura de asteróides ou de


partículas largadas por cometas que ao atingir a Termosfera,evaporam por fricção originando estrelas
cadentes. Cientificamente, são designados meteoros e quando atingem a superfície dos planetas,
denominam-se meteoritos.

2.3- A Terra: Forma, dimensões e movimentos

2.3.1- Forma: A Terra tem a forma aproximadamente esférica levemente achatada nos pólos devido ao
movimento de rotação. É de acrescentar que a sua forma é também irregular «geóide» e
matematicamente complexa.

2.3.2- Dimensões

Área= 510.000.000 km²; Diâmetro no Equador= 12.756 km

Distância do Sol-Terra=149.500.000 km. Esta distância, confere a Terra, a sua separação ideal em
relação ao Sol para não ser planeta muito quente e nem muito frio. Isto permite que tenha a matéria nos
3 estados físicos nomeadamente gasoso, líquido e sólido o que garante a existência da vida.

Parte líquida (hidrosfera) = 361.000.000 km²

Esta área correspondente a 2/3 que são 70,2% da área da Terra dos quais 97% desta área é ocupada pelos
oceanos e mares e os restantes 3% pela águas superficiais (rios, lagos, lagoas e pântanos) e glaciares
(calotes polares). Esta parte divide a Terra em 6 continentes.

Linha costeira (litoral) = 365.000.000 km

30
Parte sólida (litosfera) = 149.000.000 km² correspondente a 1/3 que são 29,8% da área da Terra. É
composta por 6 continentes divididos pelos oceanos (parte líquida). A litosfera tem a superfície rugosa
devido às formas do relevo (montanhas, planaltos, planícies e vales). No seo interior, a litosfera é
formada por camadas de rochas que rodeiam o núcleo de Ferro e Níquel com temperatura de 4.500 °C.

2.3.3- Movimentos

A Terra está animada por 2 movimentos: De rotação e de translação.

2.3.3.1- Movimento de rotação

Desde a Antiguidade, os antepassados observavam o «movimento» do Sol durante o dia e o


«movimento» das restantes estrelas durante a noite. O Sol parecia escrever um arco movendo de Leste
para Oeste que é o Movimento Aparente do Sol bem como as estrelas têm o movimento aparente a noite
que é a Teoria Geocêntrica.

Na época Moderna, nos séculos XV, XVI e XVII, Nicolau Copérnico e Isac Newton, provaram que é
a Terra que se move do seu eixo de Oeste para Leste realizando o movimento de rotação e a volta do Sol
que é o movimento de translação que é a Teoria Heliocêntrica.

Portanto, movimento de rotação é aquele que a Terra realiza à volta do seu eixo.

Eixo terrestre: É a linha imaginária que passa pelo centro da Terra e atravessa a superfície terrestre nos
pólos Norte e Sul durante 23h56’04”, tempo que dura o movimento de rotação que é de
aproximadamente de 24h.

Consequências

1- Sucessão dos dias e ds noites: A superfície terrestre virada ao Sol fica iluminada, é dia. A outra
metade não exposta ao Sol, não recebe a luz solar, é noite.
2- Diferença de duração entre o dia e a noite: Apesar de o movimento de rotação durar
aproximadamente de 24h, a duração do dia e da noite não é a mesma devido à Latitude. Somente
no Equador, é onde o dia é sempre igual a noite durando 12h.
3- Movimento diurno aparente da esfera celeste. É Aparente porque não é real, a Terra é que se
move a volta dos astros (o Sol) e não o contrário. Diurno porque ocorre num dia, pois todas as
estrelas executm volt completa de 24h.
4- Variação da altura do Sol durante o dia. Ao nascer, o Sol parece estar muito baixo e os raios
solares atingem a superfície com grande obliquidade. Cada vez que o Sol se eleva, diminui a
inclinação dos raios solares sendo mínimaas 12h. Do meio-dia, o Sol volta a baixar voltando
aumentar a inclinação dos raios solares até ao seu ocaso ocorrendo o crepúsculo. De referir que
o crepúsculo ocorre também pouco antes do nascer-do-Sol.
5- Alargamento da Terra no Equador e seu abaulamento (achatamento) nos pólos devido à sua
rotação que rotação que produz a força centrífuga a partir do centro.

31
6- Circulação dos ventos e das correntes marítimas. A força centrífuga do centro denominada
Força de Cariolis é perpendicular ao movimento de rotação o que desvia os ventos e as
correntes marítimas para a direita no Hemisfério Norte (HN) e para a esquerda no Hemisfério
Sul (HS).
7- Fusos horários diferentes em diferentes partes da Terra. Cada lugar da Terra, tem posição
diferente em relação ao Sol durante o dia variando do meridiano para meridiano partindo do
Meridiano de Greenwich que é o central, o de referência. Dividindo 360° do Globo em 24h,
obtém-se 15° para cada meridiano que é o fuso. Para o(s) meridiano(s) a Este de Greenwich é
mais tarde tendo hora (s) de avanço e para o(s) meridiano(s) a Oeste de Greenwich é mais cedo
tendo hora (s) de atraso.

Crepúsculo é o período de transição de dia para noite (vespertino) e de noite para o dia (matutino)
ocorrendo durante o período de semiobscuridade. Resulta da reflexão e da difusão da luz solar nas
camadas superiores da atmosfera iluminads pelo Sol quando estas estão abaixo do horizonte visual ou
visonário.

O Crepúsculo varia com a Latitude sendo nulo na região equatorial em virtude de a transição entre os
dias e as noites ser quase brusca, e é máximo nas zonas polares, pois atinge várias horas chegando o
vespertino ligar-se ao matutino em alguns meses.

O Crepúsculo varia também com as épocas do ano aumentando com a declinação do Sol sendo máximo
nos solistícios e mínimo nos equinócios.

2.3.3.2- Movimento de translação

Movimento de translação é aquele que a Terra realiza à volta do Sol descrevendo a órbita eclíptica.

Duração: 365d5h49’02” (365d) - ano comum; 365d23h16’02” (366d) - ano bissexto (de 4 em 4 anos).

Consequências

1- Movimento anual aparente do Sol. A inclinação do eixo terrestre em relação à órbita, origina
outra inclinação do ângulo de 23°27’. O Sol parece deslocar-se para o Norte do Equador
atingindo o Trópico de Câncer no solistício de Junho e para a Sul do Equador atingindo o
Trópico do Capricórnio no Solistício de Dezembro. Mas a Terra é que se move durante o ano,
por isso, que é aparente.
2- Desigualidade de duração dos dias e das noites ao longo do ano. Essa desigualidade deve-se à
inclinação do eixo terrestre em função da Latitude. Quanto maior for a Latitude e mais afastada
do Equador a região, maior será a desigualidade de duração dos dias e das noites. Somente no
Equador onde a Latitude é baixa, menor é a inclinação e a desigualidade de duração dos dias e
das noites, fenómeno que também ocorre nos equinócios de Março e de Setembro.
3- Variação da altura do Sol ao longo do ano. Ocorre em função da Latitude que influencia a
inclinação dos raios solares. Quanto menor for a Latitude, menor é a variação da altura do Sol
32
incidindo os raios quase verticalmente. Quanto a Latitude é maior, maior é a variação da altura
do Sol porque a inclinação dos raios solares e do eixo terrestre são maiores.
4- Ocorrência das estações do ano.
As estações do ano resultam da inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao plano da
eclíptica. Isto faz com que a orientação da Terra mude continuamente durante o Movimento de
Translação o que origina a mudança e a sucessão gradual das estações do ano que são 4: Verão,
Outono, Inverno e Primavera. Nessa mudança e a sucessão gradual das estações do ano, a Terra
passa por 2 pontos solisticiais (21 de Junho e 21/22 de Dezembro) e2 pontos equinociais (21 de
Março e 23 de Setembro).

4.1- Solistício de Dezembro (dia 21 ou 22)

HS: É Solistício do Verão: Nesse dia do Solistício 21 ou 22 de Dezembro, tem-se o dia solar
mais longo e a noite mais curta do ano. No mesmo dia, a Terra intercepta o Sol Trópico do
Capricórnio. Começa o Verão que vai até o Equinócio de Março, dia 21. Nessa altura, a
duração dos dias é maior que a das noites. A altura do Sol e a inclinação dos raios solares são
menores incidindo de forma perpendicular. Por isso, a radiação solar, o aquecimento e a
temperatura são elevadas, pois a Terra está próximo do Sol. Ocorrência do Dia Circumpolar
que dura 24h do Círculo Polar Anantárctico (C’P’A’) ao Polo Sul (PS), durante os meses de
Dezembro e Janeiro.

HN: É Solstício do Inverno: Nesse dia do Solistício 21 ou 22 de Dezembro, tem-se o dia solar
mais curto e a noite mais longa do ano. No mesmo dia, a Terra intercepta o Sol Trópico do
Capricórnio. Começa o Inverno que vai até o Equinócio de Março, dia 21. Nessa altura, a
duração dos dias é menor que a das noites. A altura do Sol e a inclinação dos raios solares são
maiores incidindo de forma oblíqua. Por isso, a radiação solar, o aquecimento e a temperatura
são baixas, pois a Terra está distante do Sol. Ocorrência da Noite Circumpolar que dura 24h do
Círculo Polar Árctico (CPA) ao Polo Norte (PN), durante os meses de Dezembro e Janeiro.

4.2- Solstício de Junho (dia 21)

HS: É Solstício do Inverno: Nesse dia do Solistício 21 de Junho, tem-se o dia solar mais curto
e a noite mais longa do ano. No mesmo dia, a Terra intercepta o Sol Trópico de Câncer.
Começa o Inverno que vai até o Equinócio de Setembro, dia 23. Nessa altura, a duração dos
dias é menor que a das noites. A altura do Sol e a inclinação dos raios solares são maiores
incidindo de forma oblíqua. Por isso, a radiação solar, o aquecimento e a temperatura são baixas,
pois a Terra está distante do Sol. Ocorrência da Noite Circumpolar que dura 24h do Círculo
Polar Anantárctico (C’P’A’) ao Polo Sul (PS), durante os meses de Junho e Julho.

HN: É Solstício do Verão: Nesse dia do Solistício 21 de Junho, tem-se o dia solar mais longo e
a noite mais curta do ano. No mesmo dia, a Terra intercepta o Sol Trópico de Câncer. Começa
o Verão que vai até o Equinócio de Setembro, dia 23. Nessa altura, a duração dos dias é maior
33
que a das noites. A altura do Sol e a inclinação dos raios solares são menores incidindo de forma
perpendicular. Por isso, a radiação solar, o aquecimento e a temperatura são elevadas, pois a
Terra está próximo do Sol. Ocorrência do Dia Circumpolar que dura 24h do Círculo Polar
Árctico (CPA) ao Polo Norte (PN), durante os meses de Junho e Julho.

Equinócios de Março (21) e de Setembro (23): Nesses dias, a Terra intercepta o Sol no Equador. A
duração dos dias e das noites é igual em toda a Terra sendo de 12h, pois o Sol ilumina metade da Terra
deixando outra escura. Os raios solares incidem em toda a Tera de forma

Equinócio de Março (dia 21)

HS: É Equinócio de Outono. Inicia o Outono até o Solstício 21 de Junho.

HN: É Equinócio da Primavera. Inicia a Primavera até o Solstício 21 de Junho.

Equinócio de Setembro (23):

HS: É Equinócio da Primavera. Inicia a Primavera até o Solistício 21 ou 22 de Dezembro

HN: É Equinócio de Outono. Inicia o Outono até o Solistício 21 ou 22 de Dezembro

A Lua

A Lua é o único satélite ntural da Terra. Apresenta a superfície árida com crateras devido às
temperaturas elevadas e muito variáveis como também da colisão com os meteoritos, vento solar e
gravidade em virtrude de nao possuir a atmosfera. Pensa-se que as pegads humanas mantêm-se por
longo tempo. Tem rochs antigas da mesma idade ou as rochas mais antigas da Terra com
aproximadamente 4.600 MA.

Realiza os movimentos de translação à volta da Terra e de rotação a volta de si própria que ambos
duram cada, 27d08h.

UNIDADE 3: AMBIENTE BIOCLIMÁTICO

3.1. Conceito de ambiente bioclimático:

O conceito de ambiente bioclimático parte da evolução do conceito do pensamento geográfico e do


actual conceito de Geografia.

Sendo a Geografia ciência que estuda factos e fenómenos geográficos das paisagens natural e humana
que constituem ambientes distintos, para o conceito ambiente bioclimático, deve definir-se 1º, o
ambiente.

Ambiente é o conjunto de substâncias e condições em que existe um ser vivo ou onde ocorre uma
determinada acção. Portanto, ambiente é o meio natural e social onde se desenvolve um ser vivo. Nesse

34
meio estão os elementos físicos (luz, ar, água e solo) e sociais que são outros seres vivios com que o
Homem coabita.

A partir deste conceito ambiente, interessa à Geografia, o ambiente bioclimático, assim:

Ambiente bioclimático é o conjunto de condições biológicas e climáticas que influenciam os seres


humanos. No ambiente bioclimático, destacam-se dois ramos da Geografia nomeadamente a
Climatogeografia ou Climatologia e a Biogeografia.

Climatogeografia é a ciência (ramo) geográfica que explica a repartição dos diferentes tipos de clima
na Terra. Essa explicação consiste no estudo dos fenómenos meteorológicos nas regiões terrestres. O seu
objecto de estudo é o clima.

Clima é a sucessão dos estados de tempo meteorológico, no mesmo lugar, durante 30 anos.

Algumas das vezes, a Climatogeografia é confundida com a Meteorologia.

Meteorologia é a ciência que analisa o estado momentâneo da atmosfera num dado lugar cuja a
finalidade é fornecer a previsão do tempo.

Voltando a Climatogeografia concretamente a Climatologia, é de referir que a sua definição é


complexa.

Pode-se definir que Climatologia é o intercâmbio entre a superfície terrestre (Climatologia Física) e a
atmosfera em função da frequência estatística dois fenómenos meteorológicos (Climatologia
Estatística) que influencia os seres vivos (Climatologia aplicada ao Ambiente).

Assim, conclui-se que Climatologia Moderna é a ciência (ramo) geográfica que procura compreender
as causas passadas e presentes que influenciam o clima pela compreensão de transferência de energias
entre a superfície terrestre e a baixa atmosfera.

Por Conseguinte, A Climatologia Tem Utilidade Na Relação Entre Os Fenómenos Atmosféricos E As


Actividades Humanas, Por Exemplo, A Agricultura. Esta Utilidade Interliga-Se à Biogeografia.

Biogeografia é a ciência que estuda a distribuição dos seres vivos. Nesse estudo analisa as causas que
determinam essa distribuição. Procura-se portanto, como se se processa a modificação morfológica das
plantas e dos animais, suas causas e seus reflexos no espaço geográfico.

Conclusão: No ambiente bioclimático, estuda-se a influência da atmosfera sobre a superfície terrestre e


seres vivos usando os contributos da Climatologia e da Biogeografia. (eu)

3.2- Atmosfera
3.2.1- Evolução do conhecimento científico da atmosfera
Atmosfera é a camada gasosa da Terra. Outras são a hidrosfera (líquida), litosfera (sólida) e biosfera
(seres vivos).
35
No passado, a atmosfera era pouco conhecida (eu). O Homem procurava prever o tempo através da
posição dos astros (lua, estrelas), manifestação de plantas e animais e crenças animistas. Ex: sapo, galo,
aves. São práticas ainda vigentes nas comunidades menos escolarizadas através do uso do empirismo.
Actualmente, usam-se instrumentos eficientes. Estes aspectos são objecto de estudo da Meteorologia
(eu).

O termo atmosfera foi criado há mais de 2000 anos pelos gregos fruto da junção de duas palavras:
atmos = vapor e sphaera = camada. (eu)

Na Antiguidade, os gregos descobriram ainda que a inclinação dos raios solares variava em função da
latitude e concluíram que o Norte de África com menor inclinação dos raios solares, era mais quente que
a península balcânica região com maior inclinação dos raios solares.

No mesmo período, os chineses previam a variação das chuvas para prever o seu impacto na colheita.
Destaca-se ainda a obra de Nei Tsing Sou Wen escrita no ano 3000 a. C., a qual debruçava a previsão
do tempo.

Conforme se abordou na unidade 1 ponto 6.1 «Evolução do conceito do pensamento geográfico na


Grécia antiga», o termo Meteorologia foi inventado por Aristóteles no ano 350 a. C. No ano 300 a. C.,
Theophaste publicou «Sinais do Tempo», 1ª obra de previsões meteorológicas na Europa.

Na Idade Média, elaboravam-se diários que descreviam fenómenos atmosféricos associados a


ocorrências divinas e fantásticas.

Na Idade Moderna, com a 1ª Expansão Europeia, foram identificados ventos constantes alísios de
Oeste.

Edmund Halley descobriu a variação entre a Pressão do ar e a altitude e mais tarde George Hadley
desenvolveu o 1º modelo da circulação geral atmosférica.

Com a penetração europeia no Norte da Ásia e América do Norte, foram descobertos climas mais frios e
secos, sendo identificados como locais difíceis para a vida humana, animal e vegetativa.

Foi medida pela 1ª vez a Pressão atmosférica o que promoveu a invenção dos 1ºs termómetros e
barómetros. Esta descoberta deu os 1ºs dados numéricos à Climatologia antes da Geologia,
Geomorfologia e Ecologia.

Na Idade Contemporânea, Humboldt representou mapas de isotermas e variação da Temperatura com


altitude na Cordilheira dos Andes e identificou climas diferentes na América.

Estes estudos permitiram descrever os climas das cidades europeias e sua diferença com as áreas rurais e
circundantes e também, de âmbito nacional (Estados Unidos e Rússia).

Foram construídos planisférios da temperatura, precipitação, pressão e ventos a partir de das


observações feitas em todo o mundo enriquecendo-o em dados.
36
Köppen reuniu climas de todo o mundo em 5 grupos através das temperaturas médias anuais e
precipitação anual.

No final do século XIX, as radiações solar e terrestre são reconhecidas como cruciais para o estudo dos
climas. Depois foram reconhecidos para os mesmos estudos, o balanço energético da Terra, o ciclo de
água e a circulação dos elementos do clima.

Depois da II Guerra Mundial, expande-se a instalação de estações meteorológicas em todo o mundo. Os


dados climatológicos são armazenados em computadores pelo uso dos programas informáticos donde se
destaca o Thornthwaite.

Na década 60, foram inventados e instalados os 1ºs satélites artificiais. Estes meios captam os
movimentos dos fenómenos atmosféricos.

Em 1985, é descoberta a redução progressiva e gradual da camada do Ozono sobre a Antárctida. Este
buraco periga a vida na Terra pelas mudanças climáticas. Isto levou à assinatura do Protocolo de Kioto
(Japão) em 1997. Esse protocolo não ratificado pelos Estados Unidos até hoje.

3.3- Estrutura vertical e composição da atmosfera

3.3.1- Características, limites e camadas da Atmosfera

3.3.1.1- Características: Fina, gasosa, incolor, límpida, inodora, insípida, inodora e heterogénea (nas
características, a temperatura, nas camadas e na sua composição química).

A atmosfera está presa a Terra pele força de gravidade. Observada pelo uso de satélite, a Terra aparece
como bola brilhante azul devido ao efeito de dispersão da luz solar sobre esta camada.

3.3.1.2- Limites e forma

Limites: Inferior: Superfície terrestre e dos oceanos e mares.

Superior: Indeterminado. É o espaço interplanetário (700-1000 km de altitude) sendo interpenetração


gradual, complexa e difícil determinar limites exactos devido à rarefacção de gases.

Forma: Esférica e concêntrica

Com base na temperatura e na composição química, distinguem-se cinco (5) camadas no sentido vertical
a saber: Troposfera ou baixa atmosfera, Estratosfera, Mesosfera, Termosfera ou Ionosfera e Exosfera ou
Magnetosfera ou alta atmosfera.

3.3.1.3- Camadas da Atmosfera

1ª: Troposfera: Camada inferior em contacto directo com a superfície terrestre e dos oceanos.

Limites: Inferior: Superfície terrestre e dos oceanos e mares (em média, zero km de altitude).
37
Superior: Tropopausa (em média, 12 km de altitude).

A sua espessura média é de 12 km sendo 6 km a 8 km ou 7 km nos pólos e 16 km a 18 km ou 17 km no


Equador. Esta variação da espessura deve-se ao alargamento da Terra no Equador e seu abaulamento
(achatamento) nos pólos devido à sua rotação que produz a força centrífuga a partir do centro ( uma das
consequências do movimento de rotação).

Características:

- A temperatura decresce com o aumento da altitude 0,65 ºC/100m ou 6,5 ºC/100 mm que é o gradiente
térmico vertical positivo. Na Tropopausa, a temperatura é maior nos pólos, atingindo -40 ºC, que no
Equador onde atinge -80 ºC. Isto deve-se à maior e menor espessura da Troposfera no Equador e nos
pólos respectivamente.

- A pressão decresce com o aumento da altitude 0,66 mb/11mb que é o gradiente barométrico positivo.
Isto diminui a quantidade de gases.

- Contém todo o vapor de água.

- Ocorrência de todos os fenómenos atmosféricos tais como: ocorrência e formação de nuvens, de


chuvas, de ventos, de frentes atmosféricas e condensação do vapor de água. É a camada mais turbulenta
da atmosfera.

- Contém 90% da massa atmosférica sendo 50% nos 1ºs 5 km de altitude apesar de ser a camada mais
pequena da atmosfera.

- É a camada de mudanças (mudanças da litosfera para atmosfera), por isso, a sua designação tropus
significa mudanças.

2ª: Estratosfera: Segue a troposfera. Chama-se estratosfera porque está dividida em estratos (camadas)
destacando-se duas camadas: a isotérmica, de 12 km a 30 km de altitude e do Ozono, de 30 km a 50 km
de altitude.

Limites: Inferior: Tropopausa (7-17 km de altitude).

Superior: Estratopausa (50 km de altitude).

Características:

- A temperatura decresce e depois aumento lentamente na camada isotérmica. Em seguida, aumenta


rapidamente no 2º estrato devido à concentração do Ozono, camada quente que absorve parte da
radiação solar (espectro invisível: radiações ultravioletas). Este fenómeno aumenta a temperatura
atingindo 50 ºC na estratopausa. Aqui, o gradiente térmico vertical é negativo. A massa do Ozono é
muito reduzida. Se estivesse compactado numa só camada, a sua espessura não ultrapassaria 3mm.

38
- É camada relativamente estável em relação a troposfera na ocorrência de fenómenos atmosféricos em
virtude de ser seca porque tem pouco vapor de água. Assim, é usada por aviões que optam por viagens
calmas.

- Entretanto, entre 35º e 60º N e S, ocorrem ventos com velocidades que variam de 200 km/h a 600 km/h
no sentido Oeste-Este, o mesmo do movimento de rotação. Estes ventos são designados «jet stream»,
(correntes de jacto) porque são aproveitados por aviões que vão de Nova Iorque a Paris para poupar
combustível.

- Ocorrência da difusão da luz solar que é reflexão a cor azul do céu.

- A pressão decresce com o aumento da altitude 0,66 mb/11mb (gradiente barométrico positivo).

3ª: Mesosfera: É a 3ª camada. A sua designação vem de «meso» que é meio em latim, o que significa
que está no meio da atmosfera.

Limites: Inferior: Estratopausa (50 km de altitude).

Superior: Mesopausa (80 km de altitude).

Características:

- A temperatura decresce com o aumento da altitude atingindo -90 ºC na mesopausa, gradiente térmico
vertical positivo, devido à menor concentração do Ozono e rarefacção do ar.

- A noite, observam-se nuvens noctilucentes (de brilho nocturno) brilhantes e sedosas. Como estão a
altitudes elevadas, reflectem a luz solar quando na superfície terrestre é noite. Pensa-se que essas nuvens
provem dos núcleos de condensação dos asteróides (estrelas cadentes), de partículas largadas por
cometas (estrelas cadentes) e de moléculas de água vindas da estratosfera inferior.

- A pressão decresce com o aumento da altitude 0,66 mb/11mb (gradiente barométrico positivo). É nesta
camada que a atmosfera deixa de exercer pressão.

4ª: Termosfera: É a 3ª camada, está entre 80 km e 500 km de altitude, entre a mesopausa e termopausa.

Limites: Inferior: Mesopausa (80 km de altitude).

Superior: Termopausa (500 km de altitude).

Características:

- A temperatura volta a subir atingindo valores elevados até aproximadamente 1800 ºC na termopausa
(gradiente térmico vertical negativo). A sua designação vem do latim «termo» que significa quente.
Trata-se portanto, de camada muito quente.

- O ar é muito raro e não existe a pressão atmosférica.


39
- A energia calorífica das moléculas é elevada devido às temperaturas elevadas. As moléculas estão
reduzidas e sua colisão é baixa.

- A densidade é baixa e a radiação solar é intensa provoca a ionização geral o que é a decomposição das
moléculas em partículas electrizadas que são iões. Os iões facilitam a propagação as ondas da rádio e
televisão.

Na propagação das ondas estão as camadas E e F. A camada E ou Kenneily e Heaviside localizam-se a


110 km de altitude. A camada F ou Appleton situa-se a 300 km de altitude. É esta camada que permite a
propagação das ondas de rádio, em particular a frequência modelada, e televisão. Sem essas camadas, a
rádio e a televisão não teriam o alcance que tem porque os iões perderiam-se no espaço interplanetário.
Em virtude da presença de iões, a termosfera é também chamada ionosfera.

- Diariamente, há bombardeamento de fragmentos extraterrestres recebendo em média 5 toneladas


desses fragmentos que são estrelas cadentes. Diariamente, caiem 20.000 de estrelas cadentes que
evaporam por fricção devido às temperaturas elevadas.

A 400 km de altitude, o Homem instala satélites artificiais.

5ª: Exosfera: É a última camada.

Limites: Inferior: Termopausa (500 km de altitude).

Superior: Indeterminado. Considera-se o espaço interplanetário (700-1000 km de altitude), zona de


transição do planeta Terra para o Vénus.

Características:

- A temperatura é muito variável. De dia atinge 2000 ºC e a noite -270 ºC. Tratam-se das temperaturas
extremas, mais alta e mais baixa da atmosfera. As razoes desses valores extremos, ainda não são
conhecidas.

- Não existe a pressão atmosférica.

- Os gases são raros não havendo mistura e colisão entre eles. Por isso, não existem riscos de naves ou
satélites sofrerem aquecimento excessivo. Os telescópios e os satélites artificiais não necessitam de
protecção térmica extra.

3.3.2- Composição química da Atmosfera (Troposfera)

Na sua origem, a atmosfera era composta por amoníaco (NH3), metano (CH4) e vapor de água (H2O)
que terá contribuído para o surgimento da vida, pois a mistura destes 3 gases com descargas eléctricas e
radiações ultravioletas provoca a síntese de aminoácidos, constituintes de proteínas que são a base da
vida. Neste tema fala-se da composição da troposfera em virtude de esta camada ter 90% da massa
atmosférica e nela ocorrem todos os fenómenos atmosféricos.
40
O Azoto (N2) é o gás mais abundante e comum com 78% do ar seco. Fixa-se no solo pela acção das
bactérias e outros microrganismos é absorvido pelas plantas na forma de proteínas vegetais. O azoto é
capturado do ar pelos tubérculos para o solo e reduz o oxigénio tornando-se respirável.

Segue o oxigénio (O2) com 21% do ar seco. Este gás mantém a vida pela respiração e metabolismo de
plantas e animais. Estes 2 gases totalizam 99%.

Os restantes 1% são vitais na Terra. São constituídos pelo dióxido do carbono (CO2) e vapor de água em
quantidades variáveis, metano, partículas sólidas e líquidas em suspensão, gases raros e Ozono. Estes
gases absorvem as radiações solar e terrestre e formam nuvens dando vida na Terra e criam um bom
ambiente térmico na troposfera e na superfície terrestre.

3. 4- FUNÇÕES DA ATMOSFERA: EQUILÍBRIO TÉRMICO DA TERRA

A atmosfera tem muitas funções para a sobrevivência dos seres vivos destacando-se a de filtro,
equilíbrio térmico, estufa e protecção.

Funciona como filtro quando o Ozono absorve as radiações ultravioletas, infravermelhas, raios β e γ
(espectro invisível). Sem Ozono, a vida não seria possível na Terra. A ausência do Ozono implicaria a
chegada da luz excessiva na superfície terrestre e por conseguinte, nociva à vida. O seu excesso
impediria o acesso à luz solar, por não iria atingir a superfície terrestre o que impediria as trocas gasosas
nas plantas e não haveria oxigénio para a respiração. A falta de luz solar provocaria a falta de vitamina C
e por conseguinte, a formação do esqueleto.

Permite equilíbrio térmico porque mantém a temperatura média de 15 ºC na troposfera, na superfície


terrestre e dos oceanos. Se a atmosfera não tivesse vapor de água, dióxido do carbono, metano e outros
gases como os raros (Ar, Cr, He, Ne, Xe), oxigénio, Ozono e amoníaco, a temperatura média global
seria de -18 ºC o que provocaria congelamento da água tornando a vida impossível na Terra.

Funciona como estufa para os seres vivos porque deixa passar a radiação solar útil (espectro visível –
44%) e retém a radiação terrestre mantendo as temperaturas mais menos constantes.

Funciona como protecção contra os meteoritos e asteróides que se desintegram na termosfera por fricção
em forma de estrelas cadentes e invisível tornando a vida possível no planeta Terra.

3.4.0- EQUILÍBRIO TÉRMICO DA TERRA

Equilíbrio térmico da Terra é fenómeno geográfico que consiste na emissão de energia emitida pelo
Sol sob forma de luz e de calor, para o planeta Terra o qual efectua as trocas da mesma energia dentro
das suas quatro camadas de modo que se garanta a existência da vida.

O Sol é a principal fonte energética na Terra porque é a estrela mais próxima do nosso planeta. Sem ela,
a Terra seria gelada e sem vida.

41
A energia solar comanda todos os processos físicos, químicos e fenómenos biológicos e meteorológicos
na superfície terrestre, portanto, dirige o equilíbrio térmico. Essa energia distribui-se de forma desigual
na superfície terrestre o que condiciona a diferença da radiação e por conseguinte, da temperatura, da
pressão, dos ventos (movimentos do ar) e dos tipos de clima, de flora e de fauna. Essa energia propaga-
se sob forma da radiação solar.

A radiação solar é a principal fonte da temperatura a qual é que condiciona a temperatura que por sua
vez, a evaporação das águas, dos solo e evapontranspiração dos seres vivos donde ocorre a condensação
formando nuvens que culminam com a ocorrência da precipitação. Este fenómeno torna assim a vida
vegetal, humana e animal, possíveis na Terra.

A radiação solar é responsável pela diversidade climática existindo regiões de climas quentes, secos,
desérticos e frios, fenómeno que revela os diferentes estados do tempo da atmosfera.

Em forma de conclusão, a interacção entre a atmosfera e a superfície terrestre permite a realização das
actividades naturais e humanas determinando assim a composição da atmosfera e interelações com as
outras esferas o que mantém a temperatura média mais ou menos constante (15 ºC) o que permite
equidade entre a energia envida e recebida pela superfície terrestre estabelecendo o equilíbrio térmico na
Terra.

3. 4.1- MECANISMO DA RADIAÇÃO

Radiação é a emissão do calor por qualquer corpo para outras partes ou outros corpos. Para este
conteúdo trata-se da radiação que ocorre na Terra tendo como principal fonte a estrela mais próxima da
do planeta que é o Sol. Existem assim dois tipos de radiação, a solar e a terrestre.

Radiação solar é a quantidade de energia emitida pelo Sol sob forma de luz e de calor de intensidades
variáveis que se propaga por ondas electromagnéticas para os diferentes planetas do sistema solar
incluíndo a Terra.

Radiação terrestre é a quantidade de energia emitida pela superfície terrestre sob forma do calor para as
camadas da atmosfera. A intensidade desta radiação é menor que a solar. Este tipo de radiação é também
designado de irradiação terrestre.

O equilíbrio entre a energia recebida do Sol na superfície terrestre e a enviada para a troposfera ocorre
de diversas formas através do 5 mecanismos de radiação que são o efeito de estufa, difusão, absorção,
reflexão e albedo.

DIFUSÃO - é a dispersão da energia solar por várias direcções por meio das partículas difusoras
nomeadamente gases, aerossóis (partículas sólidas ou líquidas de dimensões reduzidas em suspensão na
atmosfera) e nuvens.

ABSORÇÃO - é a transformação da energia luminosa em térmica num corpo onde é absorvida através
de gases, neste caso, partículas sólidas em suspensão e nuvens.
42
REFLEXÃO – é o mecanismo feito pelas nuvens como espelhos mudando assim, a direcção dos raios
solares quando incidem sobre um corpo.

ALBEDO – é a reflexão da fracção da energia por uma superfície em relação ao total da energia
incidente.

EFEITO DE ESTUFA – é absorção da radiação terrestre através do vapor de água e dióxido de carbono
na atmosfera permitindo assim, a estabilização da temperatura média na superfície terrestre, dos oceanos
e dos mares.

Deste modo, os mecanismos das radiações solar e terrestre ocorrem destas formas:

A radiação solar total recebida na Terra é assim usada:

- 30% Perde-se no espaço exterior (difusão e reflexão).

- 19% é absorvida pela atmosfera (absorção).

- 51% Atinge a superfície terrestre.

A radiação terrestre liberta:

- 15% É absorvida pela atmosfera.

- 6% É emitida directamente para o espaço exterior da atmosfera. Esta energia totaliza 21%.

A restante 30% é usada em dois processos:

- Calor latente: A energia é gasta quando a água passa para estado gasoso (vapor de água).

- Calor sensível: Transporte de energia calorífica pelos gases em turbulência na atmosfera.

É deste modo que fica estabelecido o equilíbrio global de ganhos da radiação solar e da radiação
infravermelha porque as nuvens e gases da atmosfera emitem 64% da radiação infravermelha para o
espaço interplanetário. (eu)

3.4.1.2- VARIAÇÃO RADIAÇÃO SOLAR NA SUPERFÍCIE TERRESTRE

Já se referiu que a energia solar recebida distribui-se de forma desigual na superfície terrestre o que
condiciona a diferença da radiação solar. Essa variação deve-se à latitude, altitude, ângulo de incidência
(inclinação dos raios solares), espessura da atmosfera, tempo (dia natural e ano) e insolação.

Com o tempo: Devido aos movimentos de rotação e de translação, a inclinação dos raios solares varia
durante o dia e ano, fenómeno que condiciona a radiação solar. Esta variação ocorre durante o dia
natural e ano.

Dia natural: É o período compreendido entre o nascer e o pôr-do-sol.


43
De manhã, o ângulo de incidência é menor o que torna a inclinação dos raios solares maior. Aí, perde-se
muita energia tornando a radiação solar menor.

Ao meio-dia, o ângulo de incidência é maior e a inclinação dos raios solares é nula donde se gasta pouca
energia tornando a radiação solar maior.

Ao fim do dia, o ângulo de incidência volta a ser menor o que torna a inclinação dos raios solares maior.
Aí, perde-se muita energia tornando a radiação solar menor.

Assim, a radiação solar é baixa de manhã e ao fim do dia e é elevada ao meio-dia. É de referir que essa
variação (aumento e diminuição da radiação solar) faz-se de forma gradual durante o dia.

Ano: Esta variação está directamente ligada às estações do ano através da duração do dia natural.

No Inverno, a duração do dia natural é menor, pois o Sol está distante, noutro hemisfério, para o nosso
caso, está no Hemisfério Norte (HN). Aí, o ângulo de incidência é menor o que torna a inclinação dos
raios solares maior. Aí, perde-se muita energia tornando a radiação solar menor.

No Verão, a duração do dia natural é maior, pois o Sol está próximo, no nosso Hemisfério Sul (HS). Aí,
o ângulo de incidência é maior e a inclinação dos raios solares é nula donde se gasta pouca energia
tornando a radiação solar maior.

Assim, a radiação solar é baixa no Inverno e é elevada no Verão. É de referir que essa variação
(aumento e diminuição da radiação solar) faz-se de forma gradual durante o ano.

Com a insolação: Insolação é a qualidade do céu descoberto de nuvens.

Quando o céu está nublado, há maior reflexão da radiação solar. Assim, a energia recebida na superfície
é menor tornando a radiação solar baixa.

Quando o céu está limpo, há menor reflexão da radiação solar. Deste modo, a energia recebida na
superfície é maior tornando a radiação solar elevada.

A insolação é influenciada pela latitude estando estes dois factores directamente ligados e condicionam
a radiação solar.

Assim, na Zona Intertropical (ZIT), zona da baixa latitude, a insolação e a radiação solar são elevadas
devido à proximidade desta região ao Sol.

Nas zonas temperada a frígida, zonas de elevada latitude, insolação e a radiação solar são baixas devido
ao seu afastamento em relação ao Sol.

Ainda de acordo também com a insolação, é de referir que a radiação solar é máxima nos trópicos do
Capricórnio e de Câncer devido à nebulosidade reduzida. Portanto, supera a do Equador, pois aqui a
nebulosidade é elevada.

44
Nas latitudes médias (regiões dos círculos polares Antárctico e Árctico), a radiação solar é baixa
diminuindo gradualmente até aos pólos. Conforme já se disse, deve-se ao seu afastamento em relação ao
Sol.

Com a altitude: Nas montanhas, zona da alta altitude, a radiação solar e a insolação são elevadas
devido à sua proximidade ao Sol. Por isso, a maioria das pessoas nativas e residentes destas regiões nas
zonas temperadas, tem pele brilhante. Nas planícies, zona da baixa altitude, a radiação solar e a
insolação são baixas devido ao seu afastamento em relação ao Sol.

3.4.2- TEMPERATURA ATMOSFÉRICA

3.4.2.1- Conceito, instrumentos, unidades e indicadores

Conceito

Temperatura atmosférica é o grau do aquecimento ou do arrefecimento da atmosfera resultante da


conjugação dos processos da radiação solar e irradiação terrestre.

É o estado do calor e do frio da atmosfera.

Estas definições revelam que este elemento do clima está associado às sensações do calor e do frio que é
consequência directa da radiação solar. Dele dependem muitos fenómenos físicos como a evaporação e
condensação, de processos biológicos e algumas actividades humanas. Portanto, a temperatura é um
indicador da quantidade de energia armazenada nas partículas constituintes do ar.

Instrumentos de medição: termómetro (medição) e termógrafo (registo).

Para a medição da temperatura máxima, usa-se o termómetro do Mercúrio porque a viscosidade deste
elemento químico é favorável.

Para a medição da temperatura mínima, usa-se o termómetro do álcool e do tolueno porque estes
compostos evaporam com facilidade e suportam o congelamento.

Unidades: 0°C-32º F (tempo de fusão); 100º C-212º F (tempo de ebulição).

Juntamente com a precipitação, a temperatura é um dos elementos importantes na caracterização dos


climas da superfície terrestre.

Indicadores

São elementos climáticos concebidos para o uso e comparação das temperaturas registadas no mesmo
lugar ou entre lugares diferentes, ao longo do dia e do ano. São eles as temperaturas diurnas extremas
(mínima e máxima), médias diurnas, mensais e anuais, as médias extremas diurnas, mensais e anuais e
as amplitudes térmicas diurnas, mensais e anuais.

45
Temperatura mínima é o valor mais baixo da temperatura registado durante o dia. Regista-se pouco
antes do nascer do Sol quando a irradiação terrestre atinge o valor mais baixo.

Temperatura máxima é o valor mais elevado da temperatura registado durante o dia. Regista-se entre
as 14h e 16h em virtude da conjugação das radiação solar e irradiação terrestre. Não se regista as 12h
quando a radiação solar é máxima, pois depende também da irradiação terrestre que é máxima entre as
14h e 16h.

Temperatura média diurna (TMD) - É a média aritmética dos valores da temperatura registados
durante o dia. Ou é a soma dos valores das temperaturas registados durante o dia dividida pelo número
de leituras feitas no mesmo dia.

TMD (Temperatura média diurna) = soma dos valores registados/N.º de Registo

TMD =∑T /n; onde: ∑- soma dos valores das temperaturas registados durante o dia.

n- N.º de leituras feitas no mesmo dia.

Temperatura média mensal (TMM)- É a média aritmética resultante da soma dos valores das
temperaturas médias diurnas obtidos durante o mês dividida pelo número de dias desse mesmo mês.

TMM (Temperatura média mensal) = soma dos valores das temperaturas médias diurnas/N.º de dias do
mês

TMM =∑TMD /n; onde: ∑- soma dos valores das temperaturas médias diurnas obtidos ao longo do mês.

n- N.º de dias do mês.

Temperatura média anual (TMA): É a média aritmética resultante da soma dos valores das
temperaturas médias mensais obtidos durante o ano dividida por 12.

Temperatura média anual (TMA) = soma dos valores das temperaturas médias mensais/12

TMA=∑TMM/12; onde: ∑- soma dos valores das temperaturas médias mensais obtidos ao longo do
ano.

Amplitude térmica (AT)- É a diferença entre as duas temperaturas extremas (máxima e mínima).

AT = TM-Tm onde: TM- Temperatura maxima; Tm- Temperatura mínima

Amplitude térmica diurna (ATD) - É a diferença entre as duas temperaturas extremas (máxima e
mínima) registadas durante o dia.

46
Amplitude térmica diurna (ATD) = Temperatura máxima – Temperatura mínima; ATD = TM-Tm

Amplitude térmica mensal (ATM) - É a diferença entre as duas temperaturas médias diurnas extremas
(a mais elevada e a mais baixa) obtidas durante o mês.

Amplitude térmica mensal (ATM) = Temperatura média diurna mais elevada (maxima) – Temperatura
média diurna mais baixa (minima)

ATM = TMDM-TMDm; onde: TMDM - Temperatura média diurna mais elevada (maxima); TMDm -
Temperatura média diurna mais baixa (minima)

Amplitude térmica anual (ATA) - É a diferença entre as duas temperaturas médias mensais extremas
(a do mês mais quente que é a mais elevada (máxima) e a do mês mais frio que é a mais baixa (minima)
obtidas ao longo do ano.

ATA = TMMQ-TMMF; onde: TMMQ - Temperatura média mensal do mês mais quente (mais elevada:
máxima); TMMF- Temperatura média mensal do mês mais frio (mais baixa: minima).

Nos mapas, a Temperatura é representada pelas isotermas ou linhas isitérmicas que são linhas que unem
lugres (regiões) com a mesma Temperatura média anual.

3.4.2.2- VARIAÇÃO DA TEMPERATURA


A temperatura varia com o tempo sendo ao longo do dia e do ano e também, com os factores do clima.

3.4.2.2.1- Variação diurna da temperatura

A temperatura é mínima um pouco antes do nascer do sol, aumenta progressivamente até cerca das 14h,
que é quando atinge o sue máximo, passando depois a diminuir até pouco antes do nascer do sol do dia
seguinte.

Ao princípio da manhã os raios solares incidem na superfície da terra com grande obliquidade, daí que a
espessura da atmosfera por eles atravessada é muito grande, a superfície aquecida também, pelo que a
energia recebida à superfície é menor; até ao meio-dia a obliquidade dos raios solares vai diminuindo,
portanto, menor dispersão de energia, maior temperatura; a partir do meio-dia a obliquidade dos raios
solares volta a aumentar até ao pôr-do-sol. O máximo da temperatura diurna das 14h às 15h justifica-se
pela conjugação da radiação solar e radiação terrestre (calor libertado pelo globo) que atinge o máximo
neste período de tempo.

A variação diurna da temperatura resulta do movimento de rotação da terra, ou do movimento diurno


aparente do sol.

3.4.2.2.2- Variação anual da temperatura

47
A temperatura aumenta de Janeiro a Julho e diminui de Julho a Janeiro no Hemisfério Norte; no
hemisfério Sul passa-se o inverso.

Em resultado do movimento de translação da terra e da inclinação do seu eixo ao plano da sua órbita, a
duração dos dias e das noites varia ao longo do ano, excepto no equador onde os dias são sempre iguais
às noites. Só nos equinócios é que os dias são iguais às noites em todos os lugares do globo.

Do solstício de Dezembro ao solstício de Junho a obliquidade dos raios solares vai diminuindo, o que
faz com que diminua a superfície da atmosfera por eles atravessada e a superfície aquecida, como
consequência a energia solar recebida vai sendo cada vez maior, o que explica a elevação da
temperatura, no Hemisfério Norte; passa-se o inverso no Hemisfério Sul.

As causas da variação da temperatura ao longo do ano são: a variação da obliquidade dos raios
solares e a variação da duração dos dias e das noites que são consequência do movimento de translação
da terra e da inclinação e paralelismo do seu eixo.

3.4.2.2.3- Variação da temperatura com os factores do clima


Na superfície terrestre, a radiação solar não é o único factor da variação da temperatura. Esta não se
distribui da mesma forma no espaço terrestre. É também em função dos quatro factores do clima
nomeadamente a latitude, a altitude, a continentalidade e com as correntes marítimas.
3.4.2.2.3.1- Com a latitude
A desigualdade dos valores da temperatura neste factor, é em função dos paralelos, portanto, das linhas
paralelas. Sendo a Terra esférica, a sua superfície não aquece da mesma forma em todo o globo sendo a
sua variação inversa.
Assim, a temperatura é elevada nas regiões do Equador devido à menor inclinação dos raios solares,
menor gasto de energia e menor superfície aquecida, pois estão próximas do Sol. É baixa nos pólos
devido à maior inclinação dos raios solares, maior gasto de energia e maior superfície aquecida, visto
que estão distantes do Sol.
3.4.2.2.3.2- Com a altitude
O aquecimento da atmosfera se faz de baixo para cima devido à radiação terrestre e à presença do vapor
de água, dióxido do carbono a partículas líquidas e sólidas em suspensão na Troposfera. Este fenómeno
leva à variação inversa da temperatura diminuíndo em função do aumento da altitude. Essa variação é de
0,65º C em cada 100m de altitude (0,65º C/100m) que é o gradiente térmico vertical.
Com o aumento da altitude, há decréscimo de absorção das radiações solar e terrestre pelos gases
atmosféricos porque estes estão em menor quantidade. Também o aumento da altitude reflecte o
aumento da nebulosidade e redução da insolação e consequentemente o menor temperatura.
A influência do relevo manifesta-se também na exposição geográfica das vertentes. As vertentes
soalheiras (as expostas aos raios solares), recebem mais radiação solar e insolação e por conseguinte,
apresentam valores elevados da temperatura em relação às vertentes umbrosas (as não expostas aos
raios solares). No HS, as soalheiras estão viradas para o N apresentando temperaturas elevadas
enquanto as umbrosas estão viradas para o S apresentando temperaturas baixas.
48
3.4.2.2.3.3- Com a continentalidade (proximidade ou afastamento do lugar em relação ao mar)
Nas regiões próximas ao mar (litoral), a ar é carregado de humidade proveniente da evaporação o que
reduz a temperatura poque a radiação solar penetra lentamente até a profundidade dos oceanos
consevando o calor no fundo oceânico, pois a sua água por ser transparente, deixa penetrar a luz. Isto
torna as temperaturas amenas, não muito altas de dia e no Verão e não muito baixas a noite no Inverno.
Estas regiões apresentam assim a estabilidade térmica.
Os continentes são corpos opacos que rapidamente absorvem a radiação solar que depois penetra em
energia calorífica a pequenas profundidades e de imediato, levam (devolvem) para a atmosfera a
radiação terrestre. Este fenómeno torna as temperaturas do inerior dos continentes incluíndo dos
desertos, muito altas de dia e no Verão e muito baixas a noite no Inverno apresentando grande
instabilidade térmica com amplitudes térmicas duirnas e anuais muito elevadas. Estas regiões expostas
aos ventos secos dos continentes e não húmidos dos oceanos. Estes últimos, perdem a humidade durante
o percurso atingindo o interior dos continentes secos.
A temperatura mais alta do Globo registada na sombra, foi de 58º C, no Deserto da Azízia, na Líbia. E a
mais baixa foi de -88º C, na Antárctida, na estação russa de Vostock.
3.4.2.2.3.4- Com as correntes marítimas
Correntes marítimas são deslocações de grandes massas de água que tem valores diferentes da
temperatura. Em função das suas características térmicas, provocam o aquecimento ou arrefecimento do
ar nas regiões costeiras. Dividem-se em quentes e frias.
Quentes: Formam-se na região Intertropical (de temperaturas elevadas). Elevam as temperaturas das
regiões de latitudes das zonas temperada e frígida contribuíndo para moderar as suas temperaturas
invernais amenizando-as na costa Oriental.
Exs: Corrente Marítima Quente do Canal de Moçambique, Corrente Marítima Quente do Golfo do
México, Corrente Marítima Quente de Kuru-Sivu.

Frias: Formam-se nas regiões polares e das latitudes médias (altas latitudes). Modificam as
temperaturas das regiões da Zona Intertropical reduzindo-as na costa Ocidental. Contribuem para o
maior aquecimento no Verão e maior arrefecimento no Inverno estando associadas às amplitudes
térmicas anuais muito elevadas.

Exs: Corrente Marítima Fria de Benguela, Corrente Marítima Fria de Humboldt, Corrente Marítima Fria
das Canárias, Corrente Marítima Fria de Kuru-Sivu.

49
3.5. CIRCULAÇÃO GERAL DA ATMOSFERA (Manso e Sotaria, 59-65; Pinho, 63-70 e Wilson,
62-67)

3.5.0- Conceito: É o movimento do ar atmosférico exercendo a sua força ou seu peso em todas as partes
e em todos os factos, fenómenos e corpos da superfície terrestre. Os gases existentes da atmosfera
executam um certo peso sobre todos os corpos que estão na superfície. Esse peso que é a circulação 3é
feita sob forma de pressão ventos.

3.5.1- PRESSÃO ATMOSFÉRICA (Manso e Sotaria, 59-62; Pinho,63-65 e Wilson, 62-65)

Definição: é a força exercida pelo ar atmosférico por unidade de superfície.

Unidades: mmHg, cmHb, mb e hPa. Estas unidades são as convencionais.

Pressão normal, baixa e alta (Experiência de Torricelli)

Em 1643, o italiano Torricelli realizou as suas experiências donde usou um de ensaio de vidro de 1m de
comprimento e 1 cm² de secção aberto numa das extremidades. Encheu o tubo de Mercúrio (Hg) e
inverteu-o numa tina de vidro que também continha Hg. Verificou que o tubo não caía e o Hg desceu até
760 mm ou 76 cm. Repetiu a experiência diversas vezes e dava o mesmo resultado. Torricelli concluiu
que a pessão atmosférica é normal quando é de 76 centímetros de Mercúrio (cmHg) ou 760 milímetros
de Mercúrio (mmHg), é baixa quando for inferior a esse valor e é alta quando for superior ao mesmo
valor. Media-se pela 1ª vez a pessão atmosférica também a pessão atmosférica inventando-se o 1º
barómetro cujos o tubo e a tina de vidro de ensaio com que foi realizada esta experiência, estão no
museu da cidade italiana de Florença. O valor de 760 mmHg equivale à pressão de 1003,6 g/cm²
tornando-se hábito medir a pressão em mmHg. Actualmente usa-se outra unidade, o dine/cm² e o milibar

50
(mb). 1mb corresponde a 1,03dine/cm² e 1 hectoPascal (hPa). Assim, a pressão atmosférica é normal
quando é de 1033 mb ou 1033 hPa, é baixa quando for inferior a esse valor e é alta quando for superior
ao mesmo valor.

3.5.2- VARIAÇÃO DA PRESSÃO

Como elemento do clima, a pressão varia com 2 elementos (temperatura e humidade) com o tempo e
com a altitude.

3.5.2.1- COM A TEMPERATURA: A pressão é baixa quando a temperatura é elevada e é alta quando
a temperatura é baixa. Com o aumento da temperatura, o ar dilata-se, afastam-se as moléculas, torna-se
leve e se eleva o que diminui a sua força e apressão torna-se baixa. Com o arrefecimento, o ar contrai-se,
concentram-se as moléculas, torna-se pesado o que aumenta a sua força e a pressão torna-se alta.

3.5.2.2- COM A HUMIDADE: Quando o ar é mais denso, é pesado o que torna a pressão alta. Quando
o ar é menos denso, é leve o que torna a pressão baixa.

3.5.2.3-COM O TEMPO: A variação da pressão tem estreita ligação com os movimentos aparente
diurno e anual do Sol devido às alterações diurnas e anuais da temperatura respectivamente. Assim, a
pressão é baixa de dia e no Verão quando a temperatura é elevada e é alta a noite no Inverno quando a
temperatura é baixa.

3.5.2.4- COM A ALTITUDE:A pressão diminui com o aumento da altitude, pois o ar é raro bem como
a espessura da sua coluna é menor sobre amontanha (elevada altitude) o que torna a força do ar fraca a
pressão baixa na alta altitude. Na planície onde a altitude é baixa, a coluna e concentração do ar são
maiores o que torna a pressão alta.

3.5.3- FORMAÇÃO DOS CENTROS BAROMÉTRICOS

Através dos barómetros e barógrafos mede-se e regista-se respectivamente a pressão donde se constroem
os mapas das isóbaras ou linhas isobáricas que são linhas que unem pontos ou lugares de igual pressão
atmosférica. Tal com as isotermas ou linhas isotérmicas (linhas que unem pontos ou lugares de igual
temperatura), as isóbaras não evidenciam a altitude estando reduzidas ao nível do mar. Entretanto, são
linhas de traçado curvilíneo fechado o qual dá origem aos centros barométricos que são dois tipos:

Ciclónicos ou ciclones ou de baixas pressões ou depressões em que a pressão diminui da periferia para
o centro ou aumenta do centro para a periferia. Assinala-se com B ou – ou D.

Anticiclónicos ou anticiclones ou de altas pressões em que a pressão aumenta da periferia para o


centro e diminui do centro para a periferia. Assinala-se com A ou +.

Estes centros têm duas formas de origem: A térmica (temperatura) e a dinâmica (movimentos da
atmosfera).

51
Anticiclones de origem térmica: Resultam do intenso arrefecimento do ar em contacto com o solo frio
no Inverno que torna o ar denso e pressão alta no interior dos continentes e nas regiões polares.

Anticiclones de origem dinâmica: Resultam da subsidiência (descida) do ar em altitude onde se


comprime tornando mais denso o que aumenta a pressão nos trópicos.

Ciclones de origem térmica: Resultam do intenso aquecimento do ar em contacto com o solo quente no
Verão o que dilata o ar tornando-se leve e a pressão baixa no interior dos continentes e na região
equatorial.

Ciclones de origem dinâmica: Resultam da ascensão (subida) do ar onde converge tornando-se mais
leve o que diminui a pressão nos círculos polares.

52
3.5.4- DISTRIBUIÇÃO DA PRESSÃO EM LATITUDE

Assim formam-se quatro centros de distribuição em Latitude:

1- Baixas pressões equatoriais: Localizam-se no Equador devido a temperatura elevada na equatorial.


É ciclone de origem térmica.

2- Altas pressões subtropicais: Localizam-se nos trópicos sendo de origem dinâmica. Resultam da
descendência do ar que sobe na região equatorial, arrefece, fica denso e desce nos trópicos em pressão
alta. É anticiclone de origem dinâmica.

3- Baixas pressões subpolares: Localizam-se nos círculos polares. Resultam do aquecimento do ar em


contacto com o solo quente, o ar frio e denso proveniente dos pólos desloca-se a latitudes inferiores
torna-se leve e sobe na atmosfera tornando-se a pressão baixa nestes locais sendo ciclone de origem
térmica. Também resulta da convergência do ar quente de anticlones subtropicais e frio de anticiclones
53
polares que ao subirem, tornam a pressão baixa nos círculos polares sendo assim ciclone de origem
dinâmica.

4- Altas pressões polares:Localizam-se nos pólosdevido a temperatura baixa nos pólos. É anticiclone
de origem térmica.

3.5.5- TIPOS DE CIRCULAÇÃO GERAL DA ATMOSFERA

Existem três tipos de circulação geral da atmosfera: Em latitude (superfície), altitude e periódica. Esta
última subdivide-se e em regional e local. Estes tipos de circulação ocorrem em diferentes tipos de
ventos.

3.5.5.1- CIRCULAÇÃOEM LATITUDE (Pinho e Silva, 2010, 67); Wilson (2008, 66)

Definição: É tipo de circulação cujos ventos sopram em função da distribuição da pressão em latitude.
Trata-se de ventos contantes que sopram na mesma direcção e intensidade ao longo do ano. São três
tipos de ventos: Alísios, de Oeste e de Leste Polares cujos subtipos de circulação são em Zona
Intertropical, zonas temperadas e zonas polares.

Circulação Zona Intertropical: É a circulação do ar que ocorre entre os Trópicos de Capricórnio no


HS e de Câncer no HN através dos ventos alísios. Estes ventos divergem (sopram)dos centros de altas
pressões subtropicaispara os centros de baixas pressões equatoriais onde ambos convergem vindo do
Trópico de Capricórnio,alísios do Sul, e do Trópico de Câncer, alísios do Norte, formando CIT (Zona
de Convergência Intertropical) junto do Equador.

Circulação nas zonas temperadas: É a circulaçãodo ar que ocorre entre o Trópico de Capricórnio e
Círculo Polar Antárctico, no HS, e entre o Trópico de Câncer e Círculo Polar Árctico, no HN, através do
ventosDe Oeste. Estes ventos divergem com os alísios soprando dos centros de altas pressões
subtropicais para os centros de baixas pressões subpolares onde convergem com os de Leste Polares em
ambos hemisférios. No HS deslocam-se para o Sul (Círculo Polar Antárctico) e no HN deslocam-se para
o Norte (Círculo Polar Árctico).

Circulação nas zonas Polares:Éa circulaçãodo ar que ocorre entre o Polo Sul e Círculo Polar
Antárctico no HS e Polo Norte e Círculo Polar Árctico no HN através dos ventos de Leste Polares.Estes
ventos sopram doscentros de altas pressões polares para os centros de baixas pressões subpolares onde
convergem com os de Oeste em ambos hemisférios. No HS deslocam-se para o Norte (do PS para o
Círculo Polar Antárctico) e no HN deslocam-se para o Sul (do PN para o Círculo Polar Árctico).

54
3.5.5.2- CIRCULAÇÃOEM ALTITUDE (Pinho e Silva, 2010, 67-68); Wilson (2008, 67)

A circulação em latitude, na superfície, é compensada pelos movimentos contrários dos ventos em


altitude. Portanto,as altas pressões na superfície, correspondem a baixas pressões em altitude. Nos
centros de baixas pressões equatoriais, a convergência dos ventos alísios provoca a ascensão e
divergência do ar em altitude sendo compensados pelos ventos contra-alísios que se deslocam para o
Sul no HS e para o Norte no HN descendo e formando na superfície os centros de altas pressões
(anticiclones) subtropicais.

55
Nos centros de baixas pressões subpolares, ar é também ascendente deslocando-se para o Norte no HS e
para o Sul no HN para descer nos centros de altas pressões subtropicais. Aqui, os ventos de Oeste são
compensados pelos jet stream (correntes de jacto), ventos situados na alta troposfera e na estratosfera e
se deslocam a grandes velocidades no sentido Oeste-Este, o mesmo do movimento de rotação da
Terra e são aproveitados por aviões de Nova Iorque a Paris e de Buenos Aires para Johanesburgo para
economizar o combustível.

Nos mesmos centros, o ar desloca-se para os pólos onde desce nos centros de altas pressões polares
ocorrendo a compensação dos ventos de Leste Polares pelos ventos de Oeste que derivam da ascensão
do ar.

Assim, a circulação geral da atmosfera em altitude compreende três células:

1- Célula de Hadley: Situada entre o Equador e os paralelos 30º S e N.

2- Célula de Ferrel: Situada entre os paralelos 30º e 60º S e N.

3- Célula de Polar: Situada entre os paralelos 60º N e S. E os PS e PN.

3.5.4.3- CIRCULAÇÃOPERIÓDICA (REGIONAL E LOCAL) (Pinho e Silva, 2010, 68-69);


Wilson (2008, 67); (Manso e Sotaria, 2013, 63-64)

3.5.4.3.1- CIRCULAÇÃO REGIONAL

Em certas regiões da Terra como no Sul e SE da Ásia e Norte da Austrália, ocorre inversão sazonal e
brusca da direcção do vento na superfície terrestre devido ao seu rápido aquecimento e arrefecimento.
São as monções.
56
MONÇÕES- São ventos periódicos regionais que mudam de direcção de acordo com duas estaçoes do
ano (Verão e Inverno). Dividem-se em monção marítima ou oceânica ou do Verão e continental ou
terrestre ou do Inverno.

MONÇÃO MARÍTIMA- Sopra do Oceano Índico para o Sul e SE da Ásia no Verão no HN, de Maio
até Setembro, devido a temperaturas elevadas e pressãobaixa no interior da Ásia e temperaturas baixas e
pressão alta no Oceano Índico. Originam chuvas intensas e inundações no Sul e SE da Ásia.

MONÇÃO CONTINENTAL- Sopra do Sul e SE da Ásia para Oceano Índico no Inverno no HN, de
Outubro até Março, devido a temperaturas baixas e pressão alta no interior da Ásia e temperaturas altas e
pressão baixa no Oceano Índico. Originam chuvas intensas e ciclones nas ilhas de Madagáscar,
Comores, Maurícias, Seycheles e províncias costeiras do Norte de Moçambique (Norte do rio Zambeze)
nomeadamente Cabo Delgado, Nampula e Zambézia.

Existem outros lugares com circulação do ar análoga a do Sul e SE da Ásia, são exemplos do Golfo de
Guiné, Mar Vermelho e Brasil.

3.5.4.3.2- CIRCULAÇÃO LOCAL

Como se sabe, a altitude e a continentalidade influenciam a temperatura e pressão atmosférica


originando centros de pressões de valores diferentes em áreas pequenas. São as brisas.

BRISAS- São ventos periódicos locais que mudam de direcção de acordo com o tempo curto (dia e
noite) devido aos rápidos aquecimento e arrefecimento da superfície terrestre e do cume da montanha
durante o dia bem como dos lentos aquecimento e arrefecimento do mar e do fundo do vale durante a
noite. Dividem-se em brisa marítima ou oceânica (diurna), continental ou terrestre (nocturna), do vale
(diurna) e da montanha (nocturna).

BRISA MARÍTIMA- Sopra do mar para o interior do continente durante o dia devido a temperaturas
elevadas e pressão baixa no interior do continente e temperaturas baixas e pressão alta no mar.

BRISA CONTINENTAL-Sopra do interior do continente durante a noite devido a temperaturas


elevadas e pressão baixa no mar em relação ao continente, e temperaturas baixas e pressão alta no
interior do continente.

BRISA DO VALE- Sopra do fundo do vale para o cume da montanha durante o dia devido a
temperaturas elevadas e pressão baixa no cume da montanha e temperaturas baixas e pressão alta no
fundo do vale.

BRISA DA MONTANHA- Sopra do cume da montanha para o fundo do vale durante a noite devido a
temperaturas elevadas e pressão baixa no fundo da vale em relação ao cume da montanha, e
temperaturas baixas e pressão alta no cume da montanha.

57
3.6. MASSAS DE AR E SEU DINAMISMO (Pinho e Silva, 2010, 71-73); Wilson (2008, 67-69);
(Manso e Sotaria, 2013, 66-67)

3.6.0: Conceito: São grandes porções do ar atmosférico que apresentam a mesma temperatura,
humidade e densidade horizontalmente e quando se deslocam. Portanto, as suas características
modificam-se quando se afastam das regiões de origem adquirindo as das áreas envolventes.

3.6.1- CLASSIFICAÇÃO DAS MASSAS DE AR (Pinho e Silva, 2010, 71-72); Wilson (2008, 67-69);
(Manso e Sotaria, 2013, 66-67)

São classificadas em função dos três factores: Temperatura, influências sofridas e a região de origem.

1º:Temperatura: Quentes e frias.

Quentes: Quando a massa de ar estiver em contacto com a superfície terrestre quente de temperatura
elevada.

Frias: Quando a massa de ar estiver em contacto com a superfície fria de temperatura baixa.

2º: Influências sofridas: Marítima e continental. Interfere no grau de humidade da massa de ar.

Marítima: Quando a massa de ar for formada sobre a superfície oceânica sendo húmida.

Continental: Quando a massa de ar se forma sobre a superfície terrestre sendo seca.

3º: Origem: Árticas, polares, tropicais e equatoriais. As polares e tropicais sofrem influências
subdividindo-se em marítimas e continentais.

Árticas: Originam-se próximo dos pólos sobre as calotes polares da Antárctida e da Groenlândia e
águas geladas do Oceano Glacial Árctico. São transportadas pelos ventos de Leste Polares.
Caracterizam-se por baixas temperatura e humidade, por isso, a nebulosidade e a sua precipitação são
escassas. Devido à subsidiência do ar nas regiões de altas pressões polares são estáveis nestes locais.
Contudo, no final do Inverno e no início da Primavera, invadem a Europa Ocidental tornando-se
instáveis no seu trajecto pelo Oceano Atlântico onde originam forte neve e descida da temperatura.

Polares: Apesar do seu nome, têm origem em zonas afastadas do PN entre 50º e 70º de Lat N. São frias,
secas e estáveis porque se formam nas zonas de altas pressões no intrerior da Ásia central e no Canadá.
Estão somente no HN devido à maior massa oceânica no HS entre 50º e 70º de Lat S.

Marítima: Formam-se na costa oriental da Rússia e ocidental do Canadá, da Escandinávia e do Reino


Unido. Deslocam-se sobre os oceanos Atlântico e Pacífico onde o ar seco converte-se em húmido
formando neblinas e nuvens. Nas zonas costeiras mais quentes, algumas vezes, originam tempestades.

Continental: Formam-se em regiões frias da Ásia central e Canadá e quando se deslocam para o Sul
sobre regiões quentes, tornam-se instáveis originando nuvens.

58
Tropicais: Derivam dos centros de altas pressões subtropicais são quente se são transportadas pelos
ventos de Oeste

Marítima: É húmida e estável formando neblinas, nevoeiros e nuvens baixas e precipitação. Quando se
eleva sobre massa de ar fria, torna-se instável originando nuvens de desenvolvimento vertical com
tempestades e chuvas abundantes acompanhadas de trovoadas, relâmpagos e por vezes, de granizo e
saraiva.

Continental: O ar seco procede de extensas áreas desérticas que criam subsidiência anticiclónica,
quente e estável. No Verão, liberta intenso calor do solo originando redemoinhos e tempestades de areia
no Sahara e interior da Austrália. Por vezes atinge o Sul de Portugal, Espanha e da França e carregado
de humidade do Mediterrâneo, torna-se quente e húmido.

Equatoriais: Formam-se nas baixas latitudes, locais com reduzidos contrastes térmicos, são
transportadas pelos ventos alísios. Caracterizam-se por temperatura e humidade elevadas, chuvas
intensas e são muito instáveis.

3.6.2- ESTABILIDADE E INSTABILIDADE DAS MASSAS DE AR (Pinho e Silva, 2010, 73);


Wilson (2008, 69); (Manso e Sotaria, 2013, 67)

Estabilidade: O ar é estável quando a massa de ar tem grande resistência ao desenvolvimento dos


movimentos verticais ocorrendo a sua descida. Isso ocorre quando as camadas inferiores da atmosfera
estão arrefecidas, a porção do ar é fria sendo mais densa.

Instabilidade: O ar é instável quando a massa de ar é quente e é menos densa tendo a tendência de subir
e não voltando ao local de partida. Isso ocorre quando as camadas inferiores da atmosfera estão
aquecidas.

3.6.2- PERTURBAÇÕES FRONTAIS (Pinho e Silva, 2010, 74-75); Wilson (2008, 69-71); (Manso e
Sotaria, 2013, 67)

Definição: É o dinamismo da atmosfera nas superfícies de contacto entre duas massas de ar que consiste
na sua deslocação em conjunto empurrando-se uma às outras sem se misturarem. Estes fenómenos têm
ligação com o sentido do movimento do ar.

- Conjunto formado por duas frentes associadas a uma depressão barométrica.

Seo movimento do ar é horizontal, a atmosfera é estável devido ao arrefecimeto das camadas baixas. Seo
movimento do ar é vertical, a atmosfera é instável porque ocorre a subida do ar devido ao aquecimeto
das camadas mais baixas. Estes fenómenos originam asperturbações frontais Estas que resultam em
fenómenos atmosféricos como frentes, superfície frontal.

59
Superfície frontal é a superfície de descontinuidade que separa duas massas de ar de temperatura e
humidade diferentes. Conforme se referiu, essas massas de ar não se misturam, se se misturam, é de
forma lenta.

Frente atmosférica é fenómeno que surge do encontro de duas massas de ar distintas, em princípio, de
temperaturas diferentes geralmente uma tropical e outra polar. Esse encontro origina a superfície frontal,
isto é, provoca o dinamismo e a instabilidade.

- É a linha de intersecção da superfície frontal com a superfície terrestre.

Tal como as massas de ar, as frentes não permanecem fixas resultando isso em diferentes tipos de frentes
nomeadamente fria, quente, oclusa, estacionária, árctica, polar e intertropical. O tipo de frente depende
da direcção do seu movimento sendo cada frente acompanhada de todo o tipo de nuvens e de
precipitação.

Quando uma frente atravessa uma região, há alteração na direcção e intensidade do vento, na pressão
atmosférica e na humidade do ar o que origina perturbação e sistema frontal.

Sistema frontal é o conjunto formado por duas ou mais frentes.

Em cada hemisfério, existem duas zonas frontais originadas pela sua intersecção com a superfície da
terra. São elas, a ártica e a polar. A ártica separa o ar árctico do polar e o polarsepara o ar polar do
tropical. Como no HS não existe a massa de ar polar devido à maior extensão oceânica, a zona frontal
polar separa oar ártico do tropical.

TIPOS DE FRENTES

Árctica: Encontra-se nas altas latitudes polares e não exerce grande influência na maior parte da Terra.

Polar: É a mais importante porque tem maiores contrastes de temperatura e humidade o que condiciona
o estado do tempo nas latitudes médias. A sua posição e intensidade mudam constantemente originando
quase todas as depressões barométricas das zonas temperadas.

Fria: É a deslocação da superfície frontal que coloca o ar frio debaixo do ar quente fazendo deslocado
este à superfície. Sendo a massa de ar frio densa, levanta o quente em forma de cunha obrigando-o
deslizar para cima na superfície frontal inclinada. É um fenómeno violento originando nuvens de
desenvolvimento vertical e chuvas abundantes.

Quente: É a deslocação do ar quente sobre o ar frio. Este sendo denso, fica no solo e o quente sobe
suavemente pela superfície frontal que lhe serve de rampa. Forma nuvens de desenvolvimento horizontal
com chuvas menos intensas que na frente fria.

Oclusa: Resultam do desaparecimento progressivo da massa de ar quente na superfície existindo apenas


em altitude devido à deslocação rápida das frentes frias em relação às quentes sendo estas alcançadas
pelas 1ªs. Isto origina a união das duas frentes (fria e quente) formando a frente oclusa ou oclusão.
60
Estacionária: É aquela que separa duas massas de ar que se deslocam de forma paralela, portanto, não
há deslocação de uma massa de ar sobre outra.

Intertropical: É formada pela convergência de duas frentes subtropicais de ambos hemisférios através
da convergência intertropical sul (CITS) e convergência intertropical norte (CITN) devido á penetração
entre elas, dos ventos de oeste equatoriais (monções). É acompanhada de ventos velozes e chuvas fortes
designados ciclones em África, tufões no Sul e SEda Ásia e furacões na América Central.

3.7- HUMIDADE ATMOSFÉRICA (Pinho e Silva, 2010, 76-77); Wilson (2008, 71-72); (Manso e
Sotaria, 2013, 67)

Definição: É a quantidade do vapor de água existente na atmosfera. O seu instrumento de medição é


higrómetro.

Fontes: Evaporação das massas líquidas, evapotranspiração (evaporação da humidade do solo,


transpiração das plantas, animais e seres humanos). É invisível.

Tipos: Existem dois tipos de humidade atmosférica: Absoluta e relativa.

Humidade absoluta: É a quantidade do vapor de água por unidade do volume do ar. Expressa-se em
g/m³.

A atmosfera (ar) tem capacidade limitada para absorver a água. Quando se atinge esse limite, diz-se que
o vapor de água atingiu o ponto de saturação. Essa capacidade limitada depende da temperatura.

Ponto de saturação: é a quantidade máxima que o vapor de água que o ar pode conter a determinada
temperatura. Chama-se também ponto de orvalho ou ponto de condensação. Expressa-se em g/m³.

Varia directamente com a temperatura. Se a temperatura for alta, o ar dilata-se aumentando o seu
volume e o vapor de água para saturar o ar o que torna o ponto de saturação elevado. Se a temperatura
for baixa, o ar contrai-se diminuindo o seu volume e o vapor de água para saturar o ar o que torna o
ponto de saturação baixo.

Humidade relativa: É a relação que existe entre a quantidade do vapor de água que o volume do ar
pode conter quando está saturado a determinada temperatura. Portanto, é a relação entre humidade
absoluta e ponto de saturação. Expressa-se em percentagens (%).

HR=HA/PS*100 Onde: HR-Humidade relativa (%); HA-Humidade absoluta (g/m³); PS-Ponto de


saturação (g/m³)

Variação da Humidade relativa

A humidade relativa varia entre 0% e 100%. Varia também com a temperatura, tempo, latitude e
vegetação.

61
Temperatura: Varia na razão inversa. Quando a temperatura é elevada, há maior capacidade do ar
conter mais o vapor de água o que torna a humidade relativa baixa. Quando a temperatura é baixa, há
menor capacidade de o ar conter o vapor de água o que torna a humidade relativa elevada.

Tempo: Também varia na razão inversa. De acordo com a temperatura, a humidade relativa é baixa de
dia e no Verão (quando a temperatura é elevada) e é alta a noite e no Inverno (quando a temperatura é
baixa).

Latitude: A humidade relativa varia na razão inversa devido à influência da temperatura e humidade.
Essa variação é observada em três faixas paralelas nomeadamente no Equador, trópicos e regiões
subtropicais, zonas temperadas e nos círculos polares e pólos.

- Equador (Latitude baixa):A humidade relativa atinge 85% devido à maior evaporação das águas dos
oceanos, dos rios e evapontranspiração das plantas e animais em virtude da temperatura elevada na
região equatorial.

- Trópicos e regiões subtropicais: Aqui a humidade relativa regista redução até 50% devido à
temperatura elevada, divergência e subsidiência do ar nesta região. Por outro lado, os ventos alísios e a
forte evaporação das superfícies aquáticas fazem subir a humidade relativa a mais de 80% nas mesmas
latitudes.

- Zonas temperadas: Aqui está a influência da temperatura, das estações do ano e da continentalidade.
No litoral, é elevada no Verão devido à temperatura elevada que torna maior a evaporação das águas dos
oceanos. No interior do continente, é baixa no Inverno devido à temperatura baixa não conseguindo
conter o vapor de água devido ao frio intenso.

- Círculos polares e pólos: A humidade relativa é baixa devido à incapacidade do em conter o vapor de
água devido ao frio intenso.

Vegetação: A humidade relativa é alta na floresta (vegetação abundante) em virtude da forte


evapontranspiração das plantas. É baixa nos desertos em virtude da escassez das plantas.

CONDENSAÇÃO

Conceito: Já se referiu que a atmosfera tem capacidade limitada para absorver a água a qual se designa
ponto de saturação. Entretanto, condensação é a passagem da água do estado gasoso para líquido. Para
que este fenómeno ocorra, são necessárias a diminuição da temperatura e aumento da humidade relativa.

Formas: São 4 formas em que a condensação é visível. São nomeadamente nuvens, neblina e nevoeiro
na atmosfera e orvalho e geada no solo.

Neblinas: São pequenas gotículas de água microscópicas que flutuam no ar e que o grau de visibilidade
é superior a 1 km. Formam-se próximo da superfície terrestre.

62
Nevoeiros: São pequenas gotículas de água microscópicas que flutuam na atmosfera reduzindo o grau
de visibilidade a distância inferior a 1 km. São gotas muito juntas e espessas.

Tipos: São 2: Por advecção e por radiação.

Nevoeiro por advecção: Resulta da deslocação da massa de ar do vapor de água da superfície quente
para a mais fria o que diminui a temperatura.

Ex: Nevoeiros marítimos. Surgem do cruzamento da massa de ar marítima quente e húmida com a
corrente fria. Aí, o vapor de água condensa em volta das partículas do sal.

Nevoeiro por radiação: Resulta do arrefecimento nocturno rápido da superfície terrestre em céu e vento
fraco (brisa ligeira). Este tipo de nevoeiro ocorre também nos vales e nas vertentes montanhosas.

Nuvens: São conjuntos macroscópicos (visíveis) de gotículas de água e cristais de gelo mantidas nuvens
em suspensão na troposfera pelas correntes ascendentes do ar. Conforme o seu mecanismo de formação,
as nuvens apresentam formas distintas e estão a diferentes altitudes. Apesar destas diferenças, a elevação
do ar é processo comum na formação de todo tipo de nuvens.

Classificação (tipos) das nuvens

As nuvens classificam-se segundo 2 critérios: Altitude e forma.

Altitude: Agrupam-se 4 famílias: nuvens altas, médias, baixas e de desenvolvimento vertical. As 1ªs 3
famílias são de desenvolvimento horizontal.

Altas: Formam-se acima de 7 km de altitude sendo exclusivamente constituídas por cristais de gelo. São
designadas cirrus (Cirro-Ci), cirrocumulos (Cirrocúmulo-Cc) e cirrostratus (Cirrostrato-Cs) e pertencem
aos cirros quanto à forma.

Médias: Formam-se entre 2 km e 7 km de altitude. São mais densas que as altas devido à maior
concentração de vapor de água a altitudes inferiores. São designadas altocumulos (Altocúmulo-Ac) e
altostratus (Altostrato-As) e pertencem aos estratos quanto à forma.

Baixas: Formam-se abaixo dos 2 km de altitude. São basicamente constituídas de gotículas de água o
que lhes maior densidade. São designadas stratus (Estrato-St), stratucumulus (estratocúmulos-Sc) e
nimbostratus (Nimbostrato-Ns) e pertencem aos nimbos quanto à forma.

Desenvolvimento vertical: São nuvens muito espessas que atingem 12 km de espessura. São formadas
da rápida evaporação e estão ligdas ao ar instável. São constituídas de gotículas de água na base e por
cristais de gelo no topo. São designadas cúmulos (Cúmulo-Cu) e cumulonimbos (Cumulonimbo-Cb). Os
cumulonimbos atingem 12 km de altitude. Originam fortes aguaceiros acompanhados de relâmpagos,
trovoadas e por vezes de granizo e saraiva.

Forma: Distinguem-se 3 tipos de nuvens: Cirrus, estratos, nimbus e cúmulos.


63
Cirrus (Cirros): São fibrosas (em filamentos ou línguas), brancas e finas. Não originam chuvas.

Estratos: Estão em camadas em forma de véus ou mantos, cobrindo extensas áreas do céu constutuíndo
conjunto nebuloso uniforme. Originam chuviscos e chuvas frontais fracas.

Nimbus (nimbos):São espessas e escuras, deslocam-se a grandes velocidades, anunciam mau tempo e
originam chuvas intensas.

Cúmulos: São massas individuais globulares, espessas e arredondadas podendo resultar de combinação
de várias nuvens. De referir que qualquer nuvem reflecte uma das formas básicas globulares.

3.8- Precipitação atmosférica


3.8.0- Definição: Queda da água existente na atmosfera com ajuda da força de gravidade.
3.8.1- Formas de precipitação atmosférica: duas, dependendo da temperatura.
> 0 °C: Líquida (chuva - pluviosidade).
< 0 °C: Sólida (granizo, saraiva e neve).
3.8.1.1- Precipitação líquida
A pluviosidade tem várias designações consoante a sua intensidade e duração de ocorrência.
Chuvisco: São gotas mais pequenas com diâmetro inferior a 0,5 mm flutuando no ar de forma
pulverizada.
Chuva: Pluviosidade regular e contínua com gotas de diâmetro superior a 0,5 mm.
Aguaceiros: A chuva cai de forma brusca e intensa num curto período de tempo. Ocorrem no Verão nos
climas tropicais.
Trombas de água: A chuva cai de forma violenta e abundante provocando inundações.
Formação: Na superfície terrestre e dos oceanos, o ar sobe em virtude da evaporação. Sabe-se que na
superfície, a temperatura é elevada. Na subida do ar, a temperatura diminui o que origina o
arrefecimento do ar e diminui o ponto de saturação. A humidade relativa aumenta antigindo o ponto de
saturação. Ocorre a condensação passando a água do estado gasoso para líquido. E como a temperatura é
negativa na troposfera, a água solidifica-se formando nuvens. As nuvens acumulam-se aumentando a
tamanho donde depois de vencer a resistência do ar atmosférico, descem para a superfície atraídas pela
força de gravidade. Durante esse percurso (de descida), a temperatura aumenta originando a fusão das
nuvens que chegam na superfície em forma de chuvas.

Fórmula: PA=∑PM(de 12 meses: PJ +PF +PM+PA+PM+PJ+PJ+PA+PS+PO+PN+PD) ; onde: ∑-


soma dos valores da precipitação mensal obtida ao longo do ano.

3.8.1.2- Precipitação sólida


Granizo e saraiva- São cristais «pedras de gelo» não cristalizado que caiem violentamente a partir do
cumulonimbo através do arrefecimento brusco da temperatura na subida do vapor de água. Quando a
nuvem desce, o aumento da temperatura não consegue fundi-la toda.
A diferença dos cristais está no tamanho. O do granizo é de 2-5 mm e da saraiva 5 mm- 5cm. A maior
saraiva caiu na Irlanda. Tinha tamanho de toranja. Ocorre no Verão.
64
Neve- São flocos de gelo que ocorrem no Inverno nas regiões frias e montanhosas. Surge da formação
de cristais de gelo por meio de cristalização por arrefecimento lento com temperatura < 0 °C na parte
superior das nuvens. Ocorre quando a temperatura é negativa. Quando a temperatura é > 4 °C, a neve
funde originando-se chuva.

3.8.2- Tipos de pluviosidade e sua distribuição geográfica


São 4: Convectivas ou de convecção térmica; orográficas ou do relevo; convergentes ou de convergência
ou ciclónicas e frontais.
Convectivas: Quando a superfície terrestre encontra-se muito aquecida, origina subida brusca do ar.
Nesta subida, o ar arrefece o que diminui o ponto de saturação. A humidade relativa aumenta ocorrendo
a condensação sob forma de nuvens que mais tarde provocam, curto tempo, precipitação acompanhada
de relâmpago, trovoada, granizo e mesmo saraiva. Este tipo de chuvas ocorre mais nas regiões tropicais
principalmente, no Verão. Também pode ocorrer a sua ocorrência nas nas regiões temperadas, no Verão.

Orográficas: Quando a massa de ar húmido, proveniente do oceano, encontra elevação é obrigada a


transpô-la e sobe pela encosta da elevação. Nesta subida, o ar arrefece atingindo o ponto de saturação. O
vapor de água condensa formando nuvens que provocam precipitação nessa vertente da montanha. No
cume, por vezes, pode ocorrer a neve se a temperatura é negativa. Depois de ultrapassar o obstâculo do
relevo, a massa de ar fica seca, pois perdeu na montanha, grande parte da humidade e não ocasiona a
precipitação na vertente não virada ao oceano. Este tipo de chuvas ocorre mais nas regiões montanhosas
e planálticas das regiões equatoriais e tropicais, no Verão e temperadas em quase todas as estações.

Convergentes: Quando ventos de direcções contrárias com características idênticas convergem numa
determinada área, originam duas massas de ar húmido também de direcções contrárias com
características idênticas que convergem na mesma área. Isto obriga a subida do ar onde a temperatura
diminui reduzindo o ponto de saturação movendo a formação de nuvens. As nuvens descem e chegam
na superfície em forma de chuvas. Este tipo de chuvas ocorre nas regiões de baixas pressões equatoriais
e subpolares acompanhada de relâmpago, trovoada, granizo e mesmo saraiva.

Frontais: Quando duas massas de ar húmido de temperatura e humidade distintas se encontram, resulta
ascensão do ar porque a massa de ar quente eleva-se e fica por cima da massa de ar fria. Na superfície
frontal fria em que massa de ar fria empurra a massa de ar quente, formam-se nuvens de
desenvolvimento vertical que provocam fortes aguaceiros acompanhados de relâmpago, trovoada,
granizo e mesmo saraiva.
Na superfície frontal quente em que massa de ar quente cavalga sobre a massa de ar fria, a subida do ar
é lenta formando nuvens de desenvolvimento horizontal que provocam chuvas de fraca intensidade de
forma ininterupta. Este tipo de chuvas ocorre principalmente nas nas regiões temperadas.
3.8.3- Distribuição geográfica da precipitação atmosférica

65
Isoietas- são linhas que unem pontos (regiões) com igual precipitação.
Observando o mapa das isoeitas, constata-se que a distribuição da precipitação é irregular na Terra. É
elevada nas regiões equatorial, temperada e litorâneas. É baixa nos polos, trópicos, desertos e no interior
continental. Essa variação deve-se a latitude, proximidade do mar, continentalidade, altitude e correntes
marítimas.
Latitude
Este factor influencia a distribuição da precipitação em função da temperatura e da circulação do ar em
latitude repartindo-se em regiões equatorial, temperadas, tropicais e polares.
Região equatorial
Apresenta valores elevados da precipitação devido à convergência dos ventos alísios do Sul e alísios do
Norte, portanto, de direcções contrárias nos centros de baixas pressões equatoriais originando chuvas
Convergentes.
Outro factor são as elevadas temperaturas todo o ano o que origina elevada evaporação e chuvas
Convectivas.
Regiões temperadas
A precipitação é elevada devido ao encontro de massas de ar de temperaturas diferentes (quente e fria) o
que dá origem a chuvas frontais principalmente nas regiões próximas do litoral.
Regiões tropicais
São regiões dos de altas pressões subtropicais. Na região, o ar apresenta o movimento convergente e
divergente o que não proporciona a condensação e por conseguinte, a precipitação é baixa,

66
principalmente no inerior dos continentes. É também baixa no lado ocidental dos continentes devido às
correntes frias. O lado oriental dos continentes, dominado pelas correntes quentes, é mais pluvioso.
Regiões polares
O frio intenso devido às temperaturas baixas origina o movimento descendente do ar e centro Altas
pressões polares. Este factor não proporciona a condensação porque esta exige a subida do vapor de
água que é fraco devido a temperatura baixa. Por conseguinte, a precipitação é baixa.
Altitude
A precipitação é influenciada pela disposição e orientação do relevo, pois é concordante e discordante.
O relevo concordante, paralelo a linha da costa cujos seus lados (vertentes do barlavento) estão mais
viradas ao mar ou oceano, regista precipitação elevada porque as montanhas e os planaltos são
obstáculos das massas de ar húmidas, portanto, do vapor de água.
O relevo discordante com orientação perpendicular à linha da costa, os ventos húmidos passam entre
montanhas o que origina precipitação baixa.

Correntes marítimas
Quentes: as temperaturas elevadas originam maiores evaporação e condensação e por fim, precipitação
elevada do lado oriental dos continentes.
Frias: as temperaturas baixas originam menores evaporação e condensação e por fim, precipitação baixa
no lado ocidental dos continentes.

Assim, a parte oriental dos continentes é mais húmida que a ocidental.


Continentalidade (Proximidade e afastamento do mar)
Litoral (proximidade do mar): é mais pluvioso que o interior porque recebe os ventos húmidos do
oceano ou do mar.

67
Interior (afastamento do mar): é menos pluvioso porque cada vez que se vai ao interior, os ventos
perdem humidade tornando o ar seco. Contudo, no Verão ocorrem chuvas Convectivas devido às
temperaturas elevadas.
3.9- CICLO DE ÁGUA
Definição: é fenómeno natural que consiste na circulação permanente da água em diversos estados
físicos. É também designado ciclo hidrológico.
Características: transferência da água entre os oceanos, superfície terrestre, subsolo e atmosfera nos
três estados (gasoso, líquido e sólido) sem alteração da sua quantidade total.
Factores
Principais: radiação solar pela evaporação e gravidade pela precipitação e escoamento.
Secundários: temperatura, humidade, nebulosidade, ventos e natureza da superfície da evaporação e a
que recebe a precipitação.
A radiação solar é a principal fonte de energia na Terra e responsável pela circulação de toda a água no
ciclo.

Mecanismo do ciclo

84% Do vapor de água da atmosfera vem dos oceanos e mares através da evaporação e 16% vem dos
continentes através da evapotranspiração, libertação da água no solo, respiração, transpiração dos seres
vivos e actividades humanas. Nesta dinâmica da atmosfera, há contributo do vento.

Chegado o vapor de água da troposfera, com diminuição da temperatura e aumento da humidade


relativa, dá-se a condensação e temperatura negativa, a água líquida condensada forma nuvens.

Pela força de gravidade, a água volta a superfície pela precipitação (chuva, granizo, saraiva e neve) em
77% nos oceanos e 23% nos continentes.
A quantidade de água evaporada nos oceanos não é a mesma que estes recebem da precipitação, pois a
esta é menor. A mesma é compensada pelo escoamento da água líquida dos continentes (rios, lagos,
lagoas e pântanos) para os oceanos e mares.
A água precipitada, uma parte infiltra no solo e rochas por poros, fissuras e fracturas, de forma vertical
ate atingir o lençol ou aquífero. Aqui, toma o sentido horizontal até a nascente (cascata, catarata) do rio
ou lago que por sua vez, escoam para os oceanos onde evaporam. A outra é absorvida pelos seres vivos
que a devolvem pela evapotranspiração de seres vivos recomeçando o ciclo.
Tipos do ciclo

São dois: o grande ou mudial e o pequeno.


Grande: envolve a atmosfera e o continente através da evaporação, precipitação, infiltração e
escoamento.
Pequeno: envolve a atmosfera, oceanos e mares.

68
Importância
Das utilidades do ciclo de água destacam-se a renovação constante da água, trocas de energia na Terra,
moderação do clima no litoral, modelação da superficie terrestre, pela meteorização (desgaste,
transporte, erosão e deposição hidráulica de sedimentos), condicionado a vegetação e vida na Terra.

69

Você também pode gostar