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PROFESSORA DE GEOGRAFIA POLÍTICA E

ECONÓMICA:

ADELAIDE
VESSIMILO WICA
Correio Electrónico:
vissemilowica@gmail.com
GEOGRAFIA NUMA PERSPECTIVA GERAL: Princípios básicos, suas correntes de pensamentos e
escolas.

É muito importante que se perceba que o estudo da geografia não se


resume apenas em decorar os números de países, analisar mapas ou
decorar nomes de capitais, a geografia vai muito mais alem disso, ela
faz com que se perceba a importância da ciência como elemento
transformador da sociedade. Por isso é de vera importância que todos
nós conheçamos o nosso papel de agente transformador na zona em
que vivemos. Ora, para melhor compreensão vamos definir o
conceito de Geografia: um/a voluntário/a
 Geografia é, nos dias actuais, a ciência que estuda o “Espaço
Geográfico”, produzido por meio da dinâmica das relações
estabelecidas entre o homem e o meio. Em suma, a Geografia
analisa a dinamicidade das relações entre a sociedade e a
natureza, capazes de transformar o espaço geográfico. Mas
somente no século XIX é que ela começou a ganhar corpo
científico devido a sistematização do conhecimento e a
introdução de alguns princípios científico nessa ciência.

 Assim, mais a frente surgi duas correntes de pensamento na


geografia, que vão chamar-se de “Corrente do Pensamento
Geográfico” que são:
Determinismo Possibilismo Geográfico
Geográfico é uma é uma corrente que nasce
corrente que nasce da da escola Francesa.
escola Alemã

O Determinismo Geográfico dizia que o clima era capaz de


estimular a força e o desenvolvimento intelectual das pessoas
ou seja, acreditava que o meio natural é quem determinava o
homem, no qual, o homem não era um agente transformador
mais sim o meio natural quem transforma o seu dia-dia.
Em resposta a essa corrente, surgi o Possibilismo Geográfico a
corrente francesa, essa corrente acreditava na possibilidade de haver
influência recíproca entre o homem e o meio natural, ou seja, ela ia
além daquilo que o Determinismo focava-se, para o Possibilismo
tanto o homem como o meio natural podiam transformar o espaço, o
pai dessa corrente foi o francês Vidal de La Blache, porém, com ele
também surgiu os princípios da geografia que seguiremos
apresentar…

OS PRINCÍPIOS QUE NORTEIA O ESTUDO DA


GEOGRAFIA
Com Vidal de La Blache surgi os cincos princípios da geografia,
que trouxe grandes contribuições para geografia mundial:
Extensão, Analogia, Causalidade, Actividade e Conexão.
O princípio da Extensão, que diz respeito a localização de um
determinado fenômeno/acontecimento. Pegaremos como exemplo
a fome, um problema que atinge milhões de pessoas em todo
mundo. Digamos que faremos um estudo sobre este tema na
província do Cunene, ao dizer isto, estamos delimitando uma área
e consequentemente, utilizando o princípio citado neste parágrafo.
Ora, o princípio da Extensão, além do que se citou, é a ideia que
se um local está crescendo economicamente, ele também deverá
crescer territorialmente (por isso o expansionismo).
O princípio da Analogia corresponde a uma comparação entre
fenômenos/acontecimentos. Ao estudarmos por exemplo a questão da
fome na província do Cunene e compararmos a mesma com a fome em
Cuando Cubango, estaremos utilizando este princípio. Isso por que
estamos diante de um estudo comparativo de um fenómeno para duas
províncias, de seguida diante de medição do nível de proporção.

O princípio da Causalidade corresponde as causas de um


fenômeno/acontecimento, ou seja, ao estudar a fome na província do
Cunene e chegar-se a conclusão que suas causas principais são a seca,
falta de produção agrícola, má distribuição de renda, ausência de
pessoas qualificadas para assumir determinadas funções e o aumento
nos preços dos alimentos, e outras, logo, estamos diante ou utilizando
este princípio.
O princípio da Actividade diz respeito ao estudo de um
fenômeno/acontecimento desde suas origens, ou seja, através de uma
pesquisa de todo contexto histórico referente ao tema, no caso, a fome.

O princípio da Conexão diz que os factos não podem ser estudados de


maneira local, e sim, interlocal. Ou seja, se estudarmos a questão da
fome na província do Cunene, e compararmos com outras províncias
que padecem do mesmo problema, perceberemos que a fome no
Cunene tem ligação com a fome no Cuando Cubango, que tem ligação
com a fome no Namibe, que tem ligação com a fome na Huíla, e assim
por diante. Fazendo isto estaremos conectando os factos Geográficos.
GEOGRAFIA NO PONTO DE VISTA CLASSÍCO

 A maior parte da Geografia satisfaz a necessidade dos Estados. A Geografia em


seu conjunto tem um vículo com as atividades dos dirigentes. Os grandes generais
são, sem excepção, homens capazes do governar por terra e por mar, de unir povos
sob um governo ou uma administração pública. Até mesmo um caçador terá mais
êxito se conhecer a natureza e a extensão do bosque e, além do mais, só aquele que
conhece uma região pode escolher o melhor lugar para acampar, para fazer uma
emboscada ou para dirigir uma campanha militar. (ESTRABÃO, século I a.C.).

 A Geografia é uma disciplina sinóptica (que possibilita ver as partes de um


conjunto de uma só vez), que procura sintetizar os achados de outras ciências por
meio do conceito de ‘Raum’ (área ou espaço), (Emmanuel KANT, século
XVIII).
PONTOS DE VISTA MODERNOS

A Geografia é uma ciência síntetizadora que conecta o geral com o especial


através do levantamento, do mapeamento e da ênfase no regional. Ela se ocupa
da influência que o meio físico exerce sobre o Homem e procura interligar o
estudo da natureza física com o estudo da natureza moral para se chegar a uma
visão harmonizante (entre a humanidade e o meio físico) (Alexander Von
HUMBOLDT, meados do século XIX).

A Geografia tem uma dimensão teórica (o ensino, a pesquisa pura) e uma outra
prática e inseparável (a sua utilidade para o Estado e para as atividades
mercantis). (Halford J. MACKINDER, 1887).
O ensino da Geografia deve perseguir um triplo objetivo. Deve despertar nos
alunos a afeição pela natureza. Deve ensinar-lhes que todos os seres humanos são
irmãos qualquer que seja a sua nacionalidade ou a sua ‘raça’. E deve inculcar o
respeito pelas culturas ditas ‘inferiores’.” (Prior KROPOTKIN, 1885).

O geógrafo deve buscar o encadeamento e a unidade dos elementos que agem


sobre a superfície terrestre. A Terra é o domínio do Homem. Mas é preciso que a
humanidade conheça o seu domínio para dele desfrutar e para fazer-se valer. A
Geografia tem com função ensinar isso. (Paul VIDAL DE LA BLACHE, 1913).

O geógrafo é por definição o agente de coordenação, o intermediário natural entre


o exército de técnicos especializados e a política que toma as decisões.” (Pierre
GEORGE, 1964).
PONTOS DE VISTA RADICAIS, CRÍTICOS E/OU
HUMANISTAS
A despeito das aparências cuidadosamente mantidas, os problemas da
Geografia interessam a todos os cidadãos. Pois a Geografia serve, em
princípio, para fazer a guerra. Isso não significa que ela sirva apenas
para conduzir operações militares. Ela serve também para organizar
territórios, para melhor controlar os homens sobre os quais o aparelho
de Estado exerce a sua autoridade. A Geografia é, desde o início, um
saber estratégico estreitamento ligado a um conjunto de práticas
políticas e militares. O espaço é o domínio estratégico por excelência,
o terreno onde se defrontam as forças em presença e onde se travam as
lutas.” (Yves LACOSTE, 1976).
O estudo da percepção, as atitudes e dos valores do meio ambiente é
extraordinariamente complexo. A cultura e o meio ambiente determinam
em grande parte quais os sentidos são privilegiados. No mundo moderno
tende-se a dar ênfase à visão em detrimento dos outros sentidos; o olfato
e o tato, principalmente, por requererem proximidade e ritmo lento para
funcionar e por despertarem emoções. Certos ambientes naturais têm
figurado nos sonhos da humanidade de um mundo ideal: a floresta, a
praia, o vale e a ilha. A construção do mundo ideal é uma questão de
remover os defeitos do mundo real. A Geografia fornece
necessariamente o conteúdo do sentimento topofílico. Os paraísos têm
uma certa semelhança familiar porque os excessos da geografia (muito
quente ou muito frio, muito úmido ou muito seco) são removidos.” (Yi-

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