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TEORIA DA GEOGRAFIA

Com o passar do tempo, o espaço geográfico foi ficando cada vez mais artificial
graças ao desenvolvimento do ser humano, que aprimorava técnicas as quais eram
gradativamente incorporadas ao território. A sociedade ficava progressivamente
mais técnica com a revolução industrial e seu sistema econômico capitalista, em
que ocorre uma revolução técnico científica, a ciência vem sendo ainda mais
mobilizada para a criação de técnicas de produção e a circulação de bens e
serviços cada vez mais eficientes. Milton Santos tenta explicar essa nova intenção
de aprimorar os meios de comércio e produção com o meio
técnico-científico-informacional.

Poucas áreas da superfície terrestre ainda não sofreram ações do ser humano,
mesmo aquelas aparentemente intocadas, já sofrem com as relações políticas e
econômicas do território. Além disso, embora as comunidades indígenas sejam
mais ligadas ao natural, elas ainda causam algum tipo de transformação no
ambiente.

Por isso, existem alguns conceitos chaves na geografia para entendermos a


interação humana com a natureza. São eles: paisagem, espaço geográfico, região,
território, Lugar.

Paisagem é tudo aquilo que pode-se sentir pelos sentidos do ser humano,
principalmente pela visão, podendo ser tanto algo natural quanto artificial. Embora
enxergue todo um sistema causado pela interação homem-natureza, como relações
políticas e econômicas, ela não é capaz de percebê-las, então, o espaço geográfico,
além de fazer parte também da paisagem, ele compreende de forma mais clara a
interação sociedade-natureza-paisagem, ou seja, ele materializa todo o conceito
de paisagem mais as relações humanas que se desenvolvem na vida em
sociedade. Região nada mais é do que uma porção de terra de tamanho variável
delimitada com uma característica que a diferencia das demais, como a região dos
lagos ( conhecida pelas suas lagoas e grandes quantidades de água), a região
metropolitana (caracterizada pelas grandes cidades). O Território pode ser
resumidamente explicado por um espaço com relações de poder, ou seja, uma
porção de terra defendida por um Estado ou organização que tenha poder para
defendê-lo, como o território brasileiro, sua própria casa (já que é protegida pela
família) e os outros territórios nacionais. Lugar, mais do que apenas o espaço onde
você fez ou faz as suas atividades, o lugar possui uma relação mais sentimental e
subjetiva, é aquele canto que sempre lhe desperta uma afinidade, o substantivo
sempre acompanhado pelo adjetivo, assim, o estado de São Paulo não pode ser
chamado de lugar, pois lugar é um espaço intrinsecamente acompanhado de
lembranças e emoções, todo um estado não pode ser vivido, é em um lugar,
portanto, que constrói-se uma identidade cultural e socioespacial.

O que é escala geográfica?

Pode ser entendido como recortes espaciais, uma junção do analítico e os


conceituais.

Local: A operacionalização do conceito de lugar, associado ao conceito de paisagem

Nacional: A correlação do Estado-nação, trabalhado também nas esferas estaduais,


municipais e etc. implica a operacionalização do conceito de território

Regional: Demanda trabalhar com o conceito de região em extensões de tamanhos


variados.

mundial: Abrange todo o globo terrestre, permite análises socioespaciais bem panorâmicas
e integradas.

Renovação metodológica

O marxismo e o neopositivismo
Após a segunda Guerra Mundial começou uma renovação teórico-metodológica
que atingiu primeiramente a geografia acadêmica e depois a escolar. a vertente
marxista teve como um dos pioneiros o francês Lacoste, ele denunciou a existência
da “geografia dos Estados-maiores”- a serviço do Estado e do capital, ou seja, a
Geopolítica- e da “geografia dos professores”- ensinadas nas salas de aula de
universidades e escolas básicas e materializada em trabalhos acadêmicos e
manuais didáticos. Para ele, a geografia dos professores servia para mascarar o
verdadeiro papel da geopolítica e seus vínculos com os interesses dominantes. No
Brasil, um dos pioneiros dessa renovação crítica foi Milton Santos por sua obra “Por
uma Geografia nova”.
Ao contrário dessa ideia adotada predominantemente pela esquerda, veio a
geografia quantitativa que se baseava no neopositivismo, onde tudo deveria ser
verificado empiricamente e com o formalismo lógico para ser considerado ciência.

Com o final da União soviética, o marxismo perdeu espaço e surgiu outra corrente
filosófica chamada Fenomenologia, essa era o total contrário do Neopositivismo,
defendia que a interpretação de fenômenos deveria ser feita por meio da
consciência e da vivência, valorizando a intuição, a percepção e a subjetividade.

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