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Primeiro Questionário:

1) Quais são as principais características da Estratigrafia Tradicional e


da Estratigrafia Genética? Indique as similaridades e diferenças na
forma de estudar o registro estratigráfico.

O princípio de Nicolau Steno, da superposição de camada, serve como principal


base para a estratigrafia tradicional, por meio da ideia que camadas mais velhas foram
depositadas primeiro e as mais recentes em sucessão. O ambiente deposicional e a datação
cronológica, segundo Mendes, que segue princípios da estratigrafia tradicional, seriam
entendidos a partir de levantamento de seções colunares em diversos locais e
correlacionados a unidades estratigráficas, para então, construir um modelo de
sedimentação, utilizando-se da descrição de perfis colunares, baseando a interpretação
cronoestratigráfica e litoestratigráfica na correlação entres os perfis.
A partir da utilização da sismoestratigrafia e a estratigrafia de sequências para o
desenvolvimento de modelos, uma nova análise sobre os estratos sedimentares surgiu,
demonstrando um paradigma que a estratigrafia tradicional não abordava, assim, a
estratigrafia genética se tornou mais presente nos estudos estratigráficos.
Baseado na lei de Walther, a análise tridimensional e a correlação de fácies
tornaram-se parte do processo de estudo na estratigrafia moderna, além de utilizar-se de
um aprofundamento sobre sequências deposicionais envolvendo os tratos sedimentares,
demonstrando-se mais completa e adaptável para uma análise de bacias e sua evolução
paleogeográfica.

2) O que é a Estratigrafia de "camadas de bolo"? É possível aplicar os


conceitos estratigráficos dessa abordagem na análise de bacias
sedimentares? Justifique sua argumentação.

A estratigrafia de camadas de bolo baseia-se nas variações litológicas para


caracterizar e definir as unidades litoestratigráficas. É um conjunto de ideias que define
as unidades como tabulares geometricamente, geneticamente homogêneas, apresentando
delimitações baseadas na litologia, limitadas por superfícies que ocorreram em tempo
semelhante, e que, devido a atuação da força gravitacional, são depositadas por agradação
vertical e em disposição lateral homogênea.
A aplicação deste conceito é possível em uma análise do contexto histórico de
bacias sedimentares, quando objetiva-se entender qual camada, ou ambiente sedimentar,
é mais antigo que outros. Contudo, a análise da reconstrução da evolução paleoambiental
ou paleogeográfica não é possível utilizar este conceito por conta dos sofismas
metodológicos, uma vez que a estratigrafia de camadas de bolo é válida em análises
locais, não podendo extrapolar para analises regionais, como em bacias sedimentares.
Segundo Questionário

1) Quais técnicas / métodos utilizamos para estudar e reconhecer os


elementos arquiteturais em campo e em subsuperfície?

A utilização de perfis verticais, a partir da análise bidimensional, é o principal


método para reconhecimento dos elementos arquiteturais em visão tridimensional dos
depósitos sedimentares. A construção de perfis é utilizada para determinar a geometria e
as superfícies limitantes. Em subsuperfície é possível reconhecer os elementos
arquiteturais através da prospecção pelo método sísmico, a sismoestratigrafia, que
possibilita a interpretação dos refletores sísmicos e o reconhecimento dos elementos
arquiteturais.

2) Quais parâmetros são utilizados para definir a hierarquia dos


elementos arquiteturais e das superfícies limitantes?

As rochas ou depósitos sedimentares são caracterizados pela sua escala de


tamanho onde são organizados hierarquicamente.
• Microformas: é a menor escala, podendo variar de milímetros a
centímetros e representam as variações nos processos atuantes que
geraram essas estruturas em escala micro. Marcas onduladas é um
exemplo.
• Mesoformas: é a escala intermediária, variam de centímetros a metros e
representam informações sobre os processos atuantes na geração das
formas.
• Macroformas: é a maior escala, podem variar de metros a quilômetros e
marcam o dinamismo dos eventos gerando diversas fácies sobrepostas.

Quando em disposição tridimensional apresentam superfícies limitantes que


demonstram a interrupção ou mudança nos processos de sedimentação. Foram
divididas, principalmente, em superfícies de 6 grandezas distintas.
• 1ª ordem: superfície plana que delimita as estruturas dos sets sem
mudanças nas litofácies;
• 2ª ordem: superfícies planas delimitadas por cosets que indicam mudanças
no fluxo, aporte sedimentar, paleosentido do fluxo e diferem as litofácies
distintas de um deposito sedimentar;
• 3ª ordem: superfície limitante erosiva que indica mudanças no regime de
deposição entre os estratos;
• 4ª ordem: superfícies planas ou convexas que delimitam grandes
macroformas e ocorrem associadas ao preenchimento dos canais;
• 5ª ordem: superfícies que limitam a base de canais e possuem extensão
lateral de centenas de metros e geometria côncava;
• 6ª ordem: superfícies que delimitam complexos de canais ou paleovales e
definem unidades estratigráficas mapeáveis.

3) Desenhe em detalhe a arquitetura deposicional e um perfil


estratigráfico de uma sucessão sedimentar caracterizada por canais
fluviais unifásicos (single-storey) e multifásicos (multistorey).

Multistorey

Single-storey
Terceiro Questionário

1) Quais são os principais fatores de controle da Estratigrafia de


Sequências em sistemas deposicionais marinhos e continentais? Em
relação aos tratos de sistemas, como se diferenciam os tratos marinhos
dos continentais e quais são as principais superfícies estratigráficas
utilizadas para limitar as sequências deposicionais?

O nível de base, o espaço de acomodação e a tectônica são os fatores principais


em sistemas deposicionais. O nível de base é a superfície teórica que abaixo predomina a
sedimentação e acima predomina a erosão e que, também, influencia o espaço de
acomodação do sistema, que é influenciado pelo nível de base e a taxa de sedimentação,
ou seja, é o espaço disponível abaixo do nível de base para ser preenchido pelo sedimento
em um determinado espaço de tempo. Por fim, a tectônica que influencia o nível de base
do sistema através da subsidência, que pode levar ao aumento do espaço de acomodação.
O nível de base é um fator que torna possível a diferenciação entre os tratos
marinhos dos continentais. O nível relativo do mar é um fator controlador da taxa de
sedimentação em bacias localizadas em oceanos, enquanto que os tratos continentais o
nível de base associado seria estratigráfico, já que o nível relativo do mar não influencia
nestes sistemas. Ademais, estudos paleontológicos também tornam possível tal
diferenciação através do reconhecimento dos fósseis característicos de cada ambiente.
São 4 os tratos reconhecidos na estratigrafia de sequências, estes são: trato de mar
alto, de mar baixo, transgressivos e de estágio de queda. O conjunto de depósitos que se
formaram durante o trato de mar baixo são aqueles refletores que depositaram durante um
padrão de empilhamento progradacional entre um episodio de queda e de retrogradação.
Enquanto que o conjunto de depósitos que se formou após a retrogradação em padrão
progradacional antes do estágio de queda é chamado de trato de mar alto. O trato
transgressivo acontece quando a taxa de subida do nível relativo é superior ao aporte
sedimentar, dando característica retrogradacional aos depósitos. Por fim, o trato de
estágio de queda é referente ao conjunto de depósitos que foram depositados enquanto o
nível de base diminuía, assim, aumentando a erosão dos que já teriam sido depositados.
Para diferenciar os tratos, é possível identificar as superfícies limitantes entre eles,
estas são: Superfície Basal de Regressão Forçada, marca o inicio da queda e separa o trato
de queda dos depósitos anteriores a ele; Limite de Sequências Deposicionais é o topo do
trato de estágio de queda e a base do trato de mar baixo, demarca o limite entre as
sequências deposicionais e é indicado pela linha de onlap em direção ao continente e
downlap em direção ao depocentro; Superfície de Regressão Máxima está na base do trato
transgressivo e o separa do trato de mar baixo, marcando o início da retrogradação com
o downlap avançando; Superfície de Inundação Máxima limita o topo do trato
transgressivo e marca o fim da retrogradação e o início da próxima progradação.
2) Delimitar os elementos deposicionais, tratos geométricos e
superfícies estratigráficas (dica: enumerar e colorir as
clinoformas e discutir as posições topográficas (relevo continental
vs. oceânico) dos tratos na bacia)

A) Delimitar os elementos deposicionais

Os elementos deposicionais localizados na parte proximal da costa estão representados


pela cor amarela, formados, principalmente, por arenitos e lamitos da planície costeira.
Em ciano estão representados os sedimentos de transição entre os elementos, formados
por arenitos de ambiente marinho raso. Por fim, em verde, estão representados os
sedimentos mais distais, formados por lamitos de ambiente marinho profundo.
B) Tratos geométricos e superfícies estratigráficas

Em vermelho está representado a retrogradação, em laranja a progradação e em


rosa os leques de assoalho.

1- Progradação antes da queda


2- Progradação durante a queda
3- Retrogradação depois da queda e antes da progradação (trato de mar baixo)
4- Progradação depois da retrogradação e antes da queda (trato de mar alto)

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