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UFMG – IGC

Departamento de Geologia

Escala de tempo geológico


O tempo geológico

O conceito que muitos processos geológicos acontecem muito


lentamente foi proposto por James Hutton (1726 – 1797).

Geólogos contam a história da Terra através de uma sequência


de eventos:

• A posição de uma camada na sequência estratigráfica


identifica a idade relativa

• A idade numérica pode ser determinada através da análise


de produtos de decaimento radioativo (idade absoluta)

Fonte: The dynamic Earth – Skinner, Porter e Park (2003)


Tempo necessário para eventos e processos
geológicos comuns
O tempo geológico

Medimos o tempo em nossas atividades diárias: uma pessoa é


pontual quando respeita seus compromissos com certa
precisão ou seja respeita uma escala de tempo medida em
dias, horas, minutos e segundos. É uma escala absoluta de
tempo.

Existem as escalas relativas que permitem sequenciar os


acontecimentos em uma dada ordem, admitida como a mais
lógica. Obedece a certos procedimentos muito bem definidos.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terra e Didadtica
O tempo geológico

Camadas sedimentares ou rochas vulcânicas fornecem


importantes pistas sobre os ambientes passados proximo e na
superfície terrestre.

Sua sequência e as idades relativas fornecem a base para a


reconstrução de grande parte da história da Terra.

O estudo dos estratos rochosos é o tema da Estratigrafia.

Fonte: The dynamic Earth – Skinner, Porter e Park (2003)


O registro estratigráfico
A estratificação, marca registrada das rochas sedimentares constitui a base
de dois princípios simples utilizados para interpretar os eventos geológicos:

• Princípio da horizontalidade
• Princípio da superposição
Sucessão estratigráfica

Uma grande
variedade de
camadas de
diferentes
origens

Uma sequência vertical de estratos é denominada sucessão


estratigráfica, sendo um registro cronológico da história geológica
de uma região. A linha de tempo correspondente a uma sequência
é chamada de tempo geológico abrangido por essa sequência.
A partir da estratigrafia não é possivel medir o
tempo com precisão.
• Os sedimentos não se acumulam numa taxa constante, essa
taxa varia amplamente nos diferentes ambientes de
sedimentação

• Durante uma inundação um rio poderá depositar em seu


canal uma camada de areia de vários metros de espessura em
poucos dias

• A sedimentação não é contínua

• As espessuras das camadas não podem ser utilizadas como


um cronômetro
A escala de tempo geológica

Geólogos vem utilizando uma abordagem que combina a sucessão


faunística com as sucessões estratigráficas para correlacionar as
formações geológicas em todo o mundo.

Através de correlações mundiais foi possivel criar uma coluna


geológica, a qual é uma coluna composta contendo, em ordem
cronológica, a sucessão de estratos conhecidos, organizados com
base no conteúdo fossilifero ou outras evidências de idade relativa.

Pode-se pensar a coluna geológica como uma coluna de rochas. A


coluna correspondente para tempo é a escala de tempo geológica
que ordena cronologicamente as unidades geológicas de tempo. O
resultado é a escala de tempo geológica da Terra.
Sucessão faunística – William Smith - 1793
Sucessão estratigráfica

Fonte: The dynamic Earth – Skinner, Porter e Park (2003)


Idade relativa
“Esta rocha é mais antiga do que aquela…”

Princípios utilizados para determinar a idade relativa


• Discordâncias
• Correlação
• A escala de tempo geológica
• Fósseis indice

Idade absoluta
“Esta rocha tem 28 M.a. “

Princípios de decaimento radioativo


• Instrumentos
• Idade da Terra
Discordâncias - Marcadores de tempo – Quebras
na registro geologico

Ao colocar lado a lado as sequências de rochas, os geólogos


encontraram a seguinte situação:

1) Uma sequência em um determinado local pode estar ausente

Razões: tal formação (conjunto de camadas de rochas de uma


região que tem as mesmas propriedades físicas, podendo conter a
mesma associação de fósseis) nunca foi depositada ou foi erodida
antes da deposição subsequente.
Discordâncias - Marcadores de tempo – Quebras
na registro geológico

Uma discordância é uma quebra substancial ou lacuna em uma


sequência estratigráfica que marca a ausência de parte do registro
rochoso.
Discordâncias

Discordâncias são as principais estruturas primárias e elas tem um


importante papel na investigação de rochas deformadas.
Representam quebras na sequencia estratigráfica, isto é, elas
registram períodos de tempo que não estão representados na
coluna estratigráfica ou em um determinado local pelas rochas.

Esta quebra pode ser devido a um período de não deposição ou um


período durante o qual rochas previamente depositadas foram
erodidas.

Fonte: An outline of structural geology – Hobbs, Means & Williams (1976)


Discordâncias

Sua importância em estudos tectônicos é que ela registra uma


alteração fundamental no ambiente de deposição, a não deposição
ou erosão e no caso de grandes discordâncias, esta alteração
geralmente representa um evento tectônico importante.

Fonte: An outline of structural geology – Hobbs, Means & Williams (1976)


Discordâncias - Marcadores de tempo – Quebras
na registro geológico
O que causa discordância:

1. Erosão: se a superficie é erodida, as rochas subjacentes serão


erodidas. Após certo tempo, estas rochas expostas serão
intemperizadas e cobertas por novos sedimentos

2. Subsidência: se a superficie sofre subsidência, pode ficar abaixo


do nivel do mar, permitindo que sedimentos sejam depositados
no topo das rochas mais antigas.

Fonte: https://www.geologyin.com/2015/10/types-of-unconformities.html
Discordâncias - Marcadores de tempo – Quebras
na registro geológico
O que causa discordância:

3. Dobramento: Se a superfície é dobrada, as rochas podem ser


basculadas ou invertidas. Isto pode criar uma quebra no
registro rochoso onde as rochas mais antigas estão agora no
topo de rochas mais novas.

4. Soerguimento regional – Se uma região do crosta Terrestre é


soerguida, a superficie será levantada acima do nível do mar.
Isto pode causar erosão, expondo as rochas subjacentes
Discordâncias - Marcadores de tempo – Quebras
na registro geológico
O que causa discordância:

5. Alteração climática – se o clima altera, isto pode afetar a taxa de


deposição. Por exemplo, se o clima torna-se mais frio, haverá
menos sedimento para ser depositado. Isto cria um quebra no
registro dasrochas.

6. Atividade tectônica – atividades tectônicas como terremotos e


vulcanismo podem causar discordâncias. Por exemplo, um
terremoto pode causar que a superficie sofra soerguimento ou
basculamento, criando uma quebra no registro das rochas.
Formação de Discordâncias - I

TEMPO 1

Os sedimentos acumulam-se sob o


mar, nas camadas A – D
Formação de
Discordâncias - I

TEMPO 2

Posteriormente, as forças
tectônicas causaram o
soerguimento das camadas acima
do nivel do mar, expondo-as a
erosão
Formação de
Discordâncias - I

TEMPO 3

A erosão removeu a camada D e


parte da C, deixando uma
superficie irregular de morros e
vales
Formação de
Discordâncias - I

TEMPO 4

Com a subsidência da região, o


nivel do mar sobe permitindo que
uma nova camada E se deposite
sobre a C. A superficie irregular no
topo C é preservada como uma
discordância.
Tipos de Discordâncias
Vários termos tem sido utilizados para descrever os diferentes
tipos de discordâncias.

• Discordância – termo geral


1. Desconformidade
2. Não conformidade
3. Discordância angular

Fonte: An outline of structural geology – Hobbs, Means & Williams (1976)


Tipos de Discordâncias

Desconformidade – separa duas sequencias, ambas tem


acamamento paralelo a discordância e podem representar um
período de erosão ou simplesmente um período de não
deposição.

O conjunto superior de camadas assenta-se em uma superfície


erosiva desenvolvida sobre um pacote de camadas não
deformado e disposto na posição horizontal.

Fonte: An outline of structural geology – Hobbs, Means & Williams (1976) e


http://www.indiana.edu/~geol105b/images/gaia_chapter_6/unconformities.htm
Tipos de Discordâncias

Desconformidade –

A sequência de eventos é a seguinte:

1) deposição de sedimentos e subsidência;


2) soerguimento e erosão;
3) nova subsidência e deposição.

Devido ao paralelismo das camadas acima


e abaixo da discordância, desconformidades
são difíceis de reconhecer no registro
sedimentar.

Fonte: http://www.indiana.edu/~geol105b/images/gaia_chapter_6/unconformities.htm
Tipos de Discordâncias
Não conformidade – é uma superficie erosional que separa
rochas igneas ou metamórficas de uma sequência mais jovem.

A camada superior é um
dolomito de aproximadamente
500 milhões de anos. A parte
inferior é uma rocha ignea de
aproximadamente 1,5 bilhões
de anos. Há um bilhão de anos
de história geológica faltando
no registro.

Fonte: An outline of structural geology – Hobbs, Means & Williams (1976)


Tipos de Discordâncias

Discordância angular – superficie erosional que separa uma


sequencia mais antiga de rochas na qual o acamamento está
inclinado em relação a discordância, de uma sequencia mais
jovem na qual o acamamento é paralelo a discordância.

O pacote superior de camadas sobrepõe-se a um inferior cujas


camadas foram dobradas ou basculadas por processos tectônicos
e depois sofreram erosão numa superfície mais ou menos plana.

Neste tipo de discordância, os planos de acamamento dos dois


pacotes de camadas não são paralelos.

Fonte: An outline of structural geology – Hobbs, Means & Williams (1976)


Tipos de Discordâncias
Evolução da discordância angular - I

Tempo 1

Sob o oceano, sedimentos


acumulam-se em camadas

Tempo 2

Posteriormente, forças tectônicas causam


soerguimento, dobramento e deformação das
camadas sedimentares
Evolução da discordância angular - I

Tempo 3

Erosão removeu o topo das camadas


dobradas, deixando uma superficie
irregular com porções expostas de
várias camadas dobradas
Evolução da discordância angular - I

Tempo 3

Com a subsidência da região, o nivel


do mar subiu, permitindo que novos
sedimentos acumulassem sobre a
superficie erosiva anterior. A
superficie onde os novos sedimentos
e as camadas dobradas se limitam é
preservada como discordância
angular.
Relações de seccionamento para estabelecer
uma cronologia relativa - 1

Arenitos contendo fósseis continentais


Discordância angular E
Arenitos e calcários contendo fosseis marinhos

Intrusão de um Discordância C
pluton granitico Rochas sedimentares metamorfizadas
e deformadas
Relações de seccionamento para estabelecer
uma cronologia relativa - 2
No início, camadas sedimentares
são depositadas num plano
horizontal

A intrusão de magma liquido corta


as camadas sedimentares

A deformação e o metamorfismo
das camadas sedimentares
ocorrem durante o soerguimento
e a compressão tectônicos
Relações de seccionamento para estabelecer
uma cronologia relativa - 3
A erosão das camadas deformadas
até a formação de uma superfície
aplainada resulta no
desenvolvimento de uma
discordância

Seguida pela deposição de novas


camadas sobre a discordância,
durante a subsidência abaixo do
nível do mar – evidenciada pela
presença de fosseis marinhos
Relações de seccionamento para estabelecer
uma cronologia relativa - 4
As novas camadas marinhas são
basculadas e soerguidas iniciando
o processo de erosão

Então a erosão aplaina as camadas


basculadas formando uma
discordância angular
Relações de seccionamento para estabelecer
uma cronologia relativa -5

Camadas sedimentares
com fósseis continentais
Discordância angular

Finalmente a deposição de
sedimentos arenosos sobre a
discordância angular ocorre num
ambiente continental –
evidenciado pelos fósseis
continentais
Critérios para o reconhecimento de discordâncias
1) Truncamento de estruturas tais como acamamento, dobras,
falhas ou diques por uma sequencia sedimentar ou lava.

Fonte: An outline of structural geology – Hobbs, Means & Williams (1976)


Critérios para o reconhecimento de discordâncias
2) Justaposição de dois tipos de rochas que poderiam não ter
sido formadas em uma sequencia de tempo contínua, dada a
sua proximidade.

Por exemplo: sedimentos não metamorfoseados posicionados


diretamente em uma sequencia de gnaisses ou sobre um granito
grosseiro.

Fonte: An outline of structural geology – Hobbs, Means & Williams (1976)


Critérios para o reconhecimento de discordâncias

3) Existência de superficies antigas de intemperismo (seixos de


uma unidade rochosa na camada que a recobre) ou de não
deposição dentro de uma sequência.

4) Diferenças acentuadas na idade de membros adjacentes de


uma sequência estratigráfica evidenciados por datações baseadas
em fosseis ou métodos isotopicos

5) Existência de uma história mais complicada em um lado de


uma dada superficie do que no outro lado.
Por exemplo, um lado pode exibir evidências de duas gerações de
dobramentos ou metamorfismo enquanto somente a segunda geração possa
ser reconhecida no outro lado.

Fonte: An outline of structural geology – Hobbs, Means & Williams (1976)


Formações geológicas

Métodos estratigráficos, paleontológicos e geocronológicos são


empregados de forma integrada para garantir resultados
confiáveis.

Objeto de estudo: Formações geológicas – dividir os tipos de


rocha de uma dada região (igneas, sedimentares ou
metamórficas) em unidades discretas, reconhecíveis pelos
atributos particulares e sendo também espessas e extensas para
serem representadas em um mapa geológico.

As unidades mapeáveis são denominadas formações e


distinguem-se entre si por meio da composição, cor, textura,
idade relativa e outras propriedades.
Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Unidades geológicas
Maneiras de ordenar os estratos rochosos:

➢ Determinar as idades relativas das rochas sedimentares tanto


pela regra da superposição como pelo registro fóssil

➢ Utilizar a deformação e as discordâncias angulares para datar


os episódios tectônicos em relação a sequencia estratigráfica

➢ Utilizar as sequencias de seccionamento (relações de


interseção) para estabelecer as idades relativas de corpos
igneos ou falhas que estiverem cortando as rochas
sedimentares
Métodos estratigráficos
Lei da superposição
Em uma sequencia de estratos indeformados, cada camada é
mais jovem que aquelas abaixo dela e mais antiga do que
aquelas situadas acima.

Princípio da horizontalidade
As formações sedimentares são depositadas originalmente na
posição horizontal. Qualquer mergulho que elas apresentem é
resultado de subsequente dobramento ou basculamento.

Principio da continuidade lateral


Sequencias estratigráficas idênticas expostas em lados opostos
de um vale devem ser interpretadas como restos de camadas
que ja foram contínuas na área na qual o vale foi aberto.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Métodos paleontológicos

Camadas continham fósseis peculiares e esses se sucediam na


mesma ordem, pelo que formações muito afastadas de outras
podiam ser consideradas como praticamente contemporâneas
desde que contivessem grupos semelhantes de fósseis.

O estabelecimento de uma coluna padrão de tempo geológico


baseia-se na Lei da Sucessão Biológica:

Os organismo sucederam-se no tempo, dos mais simples aos


mais complexos e uma determinada espécie ou grupo de
organismos, após sobreviver durante tempo mais ou menos
prolongado, desapareceu do planeta para não mais ressurgir.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Métodos paleontológicos

Fósseis índice - Tanto mais precisa será a correlação das


camadas quanto mais curto o tempo em que viveram seus
organismos e maior a dispersão geográfica que apresentaram no
planeta.

Fatores – variações de clima, relevo, composição da atmosfera


(sobretudo aumento do oxigênio, vapor d’água e dióxido de
carbono), transgressões e regressões marinhas devidas a
glaciações ou causas tectônicas, modificações da temperatura e
salinidade do mar, vulcanismo, extensão dos continentes e
oceanos, impacto de corpos celestes, aumento da radiação
solar, dos raios ultravioleta, etc

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Métodos estratigráficos
Principio das relações de seccionamento

Qualquer rocha que foi cortada por um corpo intrusivo igneo ou


por uma falha é mais antiga que o corpo igneo ou falha.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
A intrusão de magma levou a formação do conduto que originou
o vulcão 1 e a lava A. O conduto foi posteriormente cortado por
uma falha. Mais tarde novo conduto corta o anterior, tendo
originado o vulcão 2 e a lava B. Uma segunda falha é a ultima
estrutura observada pois corta as demais.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Estratigrafia de sequências

Até pouco tempo atrás, geólogos tinham que se basear em


rochas expostas em afloramentos, em minas e em perfurações
para marcar o tempo terrestre.

Novos métodos tem sido desenvolvidos e tem melhorado o


entendimento como funciona o sistema Terra.

Imagens sísmicas permitem ver abaixo da superficie terrestre


sem necessariamente abrir buracos. A partir de registros de
ondas sísmicas geradas por explosões controladas ou por
terremotos naturais pode-se construir imagens tridimensionais
de estruturas a grandes profundidades.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan (2013)


Estratigrafia de sequências

Imagens sísmicas de rochas sedimentares permitem identificar


sequências sedimentares e mapear sua distribuição em um tipo
de mapeamento geológico chamado estratigrafia de sequências.

Fonte: Para enetender a Terra – Grotzinger e Jordan (2013)


Estratigrafia de sequências

Os sedimentos foram depositados em um delta onde o rio desembocou no


oceano. A medida que os sedimentos acumularam-se o delta avançou para
dentro do mar. Quando o nível do mar desceu, em função de uma glaciação,
os depósitos foram expostos e erodidos.
Fonte: Para enetender a Terra – Grotzinger e Jordan (2013)
Estratigrafia de sequências

Assim que as geleiras derreteram e o nivel do mar subiu, a linha de costa


deslocou-se para o continente e uma nova sequência deltaica começou a
cobrir a mais antiga, criando uma discordância.

Fonte: Para enetender a Terra – Grotzinger e Jordan (2013)


Estratigrafia de sequências

Perfil sísmico revela camadas É possivel agrupar essas camadas em


sedimentares individuais sequencias sedimentares

Ciclos repetidos produzem um pacote complexo de sequências sedimentares


que podem ser comparadas com sequencias sedimentares de mesma idade
em áreas amplas. Podendo ser usadas para reconstruir a história geológica
de uma região.
Fonte: Para enetender a Terra – Grotzinger e Jordan (2013)
A escala do tempo geológico

As divisões do tempo geológico foram propostas no séc. XIX com


base no estudo das rochas estratificadas que ocorrem nas Ilhas
Britânicas, Alemanha, Rússia, França e Estados Unidos.

Quando estes sistemas foram propostos individualmente


objetivaram uma divisão conveniente das rochas baseada na
estratigrafia e nas relações estruturais.

Posteriormente essas classificações começaram a ser úteis como


divisões do tempo geológico e acabaram sendo incorporadas à
escala de tempo usada atualmente.

Fonte: Geologia Geral – Popp (2012)


A escala de tempo geológico

Nos séc. XIX e XX, os geólogos utilizaram esses princípios de


datação relativa e reuniram informações de afloramentos de
todo o mundo para ajustar uma escala do tempo geológico, um
calendário de idades relativas da história geológica da Terra.

Quatro unidades principais de tempo:

Éon
Eras
Períodos
Épocas
A escala de tempo geológico

Éon – maior intervalo no qual o tempo geológico é dividido.


Quatro Éons principais:

1. Hadeano – tempo inicial da história da Terra. Nenhum


registro das rochas foi descoberto. Ciclo das rochas ou
rochas não existiam nesse tempo (?).

2. Arqueano – rochas arqueanas são as mais antigas que se


conhecem e podem conter formas primitivas de vidas
microscópicas. Rochas arqueanas estão espalhadas por
toda a Terra e são encontradas em todos os continentes.
A escala de tempo geológico

3. Proterozóico – rochas proterozóicas contêm evidências


de organismos multicelulares. O registro de rochas
arquenas e proterozoicas iniciais não é bem conhecido
porque elas foram intensamente deformadas,
metamorfizadas e erodidas.

4. Fanerozóico – rochas fanerozóicas contêm evidência


abundante da vida passada na forma de partes duras
bem preservadas. Muitos exemplos de fosseis são
exibidos em museus ou em livros.
A escala do tempo geológico

A escala do tempo geológica foi estabelecida com base na


sucessão biológica. Os nomes das maiores divisões, chamadas
Eons, referem-se ao caráter geral da vida em cada uma.

Arqueano – 3,9 a 2,5 G.a. – existia uma crosta na Terra


Proterozóico – 2,5 G.a a 570 M.a. – vida primitiva
Fanerozóico – vida visível

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Éon Arqueano

✓ Abrangem desde as mais antigas rochas conhecidas com 4


bilhões de anos até rochas com 2,5 bilhões de anos.

✓ Os sistemas do geodínamo, tectônica de placas e do clima


foram estabelecidos

✓ Formaram-se os núcleos da maioria dos continentes

✓ Fósseis de organismos unicelulares primitivos são


encontrados
Éon Proterozóico

✓ 2,5 bilhões a 543 milhões de anos

✓ Precipitação na água do mar de quantidades imensas de


óxido de ferro

✓ O oxigênio atmosférico só chegou aos níveis atuais no final


deste período o que promoveu formas de vida unicelulares a
evoluirem para algas e animais multicelulares
Éon Fanerozóico

✓ Abrange os ultimos 543 milhões de anos

✓ Formações rochosas desse éon contêm abundantes conchas


e outros fósseis como ossos de vertebrados.

✓ Reservas de petróleo e gás formaram-se neste tempo


Eras

Cada um dos éons é subdividido em unidades menores


denominadas Eras.

Nenhuma Era formal é reconhecida para a subdivisão dos Éons


Arqueano e Proterozóico.

No Éon Fanerozóico as Eras são definidas com base nas formas


de vida encontradas nas rochas correspondentes. Cada nome
reflete o estágio relativo de desenvolvimento da vida nestes
intervalos.

• Paleozóico (Vida antiga)


• Mesozoico (Vida intermediária)
• Cenozóico (Vida recente)
Eras

▪ Paleozóica – 543 milhões a 251 milhões

▪ Mesozóica – 251 milhões a 65 milhões

▪ Cenozóica – 65 milhões até o presente


Eóns e Eras
Períodos

✓ As eras do Éon Fanerozoico são divididas em Períodos. Estes


são definidos com base nos fósseis contidos nas rochas
equivalentes. Por causa dos fósseis estarem confinados a
rochas do Éon Fanerozóico, as eras dos éons Proterozóico e
Arqueano não são subdivididas em períodos.

✓ Os nomes dos períodos parcialmente tem origem geológica


mas em alguns casos são baseados nas características dos
estratos no seu local de origem. Ex. Jurássico, devido as
montanhas Jura (França e Suiça); Carbonífero devido as
rochas sedimentares portadoras de carvão da Europa e
América do Norte.
Períodos

✓ O período inferior da Era Paleozóica, o período Cambriano é a


época quando animais com carapaças primeiro apareceram
no registro geológico. Anterior ao período Cambriano, todos
os animais tinham corpos moles e as evidências fósseis que
deixaram foram muito esparsas.

✓ Rochas formadas durante os eons Arqueano e Proterozoico


não podem ser facilmente diferenciadas com base nos fósseis
que elas contêm de tal modo que os geólogos referem-se a
época inteira precedente ao Cambriano como simplesmente
Pré-Cambriano.
Períodos
Épocas

✓ Períodos são subdivididos em épocas e a base das


subdivisões é o registro fóssil. Embora todos os períodos das
eras Paleozoica e Mesozoica estejam subdivididos em épocas,
somente as épocas do Terciário e Quaternário são de uso
comum para garantir a sua inclusão.
Épocas
Períodos e Épocas
Antropoceno – uma nova época geológica?

Já estão bem adiantados os trabalhos da Comissão Internacional


de Estratigrafia, organismo da União Internacional de Ciências
Geológicas, para a definição de uma nova época da Terra, o
Antropoceno, resultante do impacto das ações humanas no
planeta. A decisão final será tomada em 2020, durante
o Congresso Internacional de Geologia em Nova Delhi, Índia.

Não é possível discutir o Antropoceno sem considerar o debate


sobre o Sistema Terra [discutido por Carlos Nobre, do Inpe,], cuja
formulação "foi bastante influenciada pela hipótese Gaia".
Proposta pelo cientista britânico James Lovelock em 1979, essa
hipótese considera o planeta um único organismo vivo.

Fonte: http://www.iea.usp.br/noticias/conversa-sobre-o-antropoceno
Antropoceno – uma nova época geológica?

O termo “Antropoceno” já era utilizado de forma não rigorosa há


algum tempo, mas “só pegou mesmo a partir do momento que foi
utilizado por Paul Crutzen", (Ganhador do Prêmio Nobel de
Química de 1995), Crutzen utilizou o termo em encontro do IGBP
(Programa Internacional Geosfera-Biosfera) em Cuernavaca,
México, em 2000.

“Em janeiro de 2002, ele publicou o artigo ‘Geology of Makind’ na


revista 'Nature’. Nele, Crutzen defendeu que o começo da
Revolução Industrial, nas últimas décadas do século 18, seja
considerado o marco do início do Antropoceno.”

Fonte: http://www.iea.usp.br/noticias/conversa-sobre-o-antropoceno
Antropoceno – uma nova época geológica?

Sonia Maria Barros (Igc – USP) destacou que a espécie humana


interfere na natureza desde seu surgimento há cerca de 200 mil
anos, mas, até o fim da última era glacial, há 12 mil anos,
quando se inicia o Holoceno, a população do planeta era muito
pequena e “esteve à beira da extinção muitas vezes”.

A população só se estabilizou com o início do Holoceno.


“Começou a sedentarização, houve a invenção da agricultura e o
aumento da população. A partir desse momento a intervenção na
natureza começa a se tornar mais evidente.”

Fonte: http://www.iea.usp.br/noticias/conversa-sobre-o-antropoceno
Antropoceno – uma nova época geológica?

Segundo Sonia, naquela época, a população do planeta era de


um milhão de habitantes. “Em 1500, era de 450 milhões. O
crescimento se expande fortemente a partir dos anos 50 e hoje
somos 7,6 bilhões de habitantes.”

A curva do consumo de energia doméstica cresceu em paralelo à


curva do crescimento populacional, “mudando a participação dos
gases de efeito estufa na atmosfera”.

Fonte: http://www.iea.usp.br/noticias/conversa-sobre-o-antropoceno
Antropoceno – uma nova época geológica?

Duas questões se colocam para definição da nova época


geológica, explicou:
1) se os depósitos geológicos mostram uma assinatura realmente
distinta daquela do Holoceno; a partir de quando esses sinais
são marcantes ao ponto de se poder dizer que a Terra está em
outra época de sua história?.

“É preciso saber se os fósseis são diferentes e se as assinaturas


geoquímicas das rochas são diferentes antes e depois do limite
definido.”

Fonte: http://www.iea.usp.br/noticias/conversa-sobre-o-antropoceno
Antropoceno – uma nova época geológica?

Em sua opinião, os tecnofósseis presentes nos estratos


caracterizariam a passagem para a nova época: “Os três principais
são o alumínio metálico – antes havia apenas o alumínio
associado ao oxigênio -, plástico e concreto”.

Sonia elenca também como fatores relevantes a presença de


partículas carbonáceas no solo, resultantes da queima de
combustíveis fósseis e a descontinuidade na biodiversidade, com
a extinção de várias espécies.

Fonte: http://www.iea.usp.br/noticias/conversa-sobre-o-antropoceno
Antropoceno – uma nova época geológica?

Em relação à emissão de CO2 pela queima de combustíveis fósseis,


Sonia afirmou que é também a partir dos anos 50 que isso cresce
vertiginosamente. “Antes, a maior contribuição para as emissões
de CO2 vinha das queimadas; hoje elas respondem por apenas
10% das emissões.”

Outra alteração nos solos é a associada à interferência humana


nos ciclos do fósforo e do nitrogênio, utilizados na produção de
fertilizantes. "Em paralelo ao crescimento da população aumenta,
o uso de fertilizantes torna-se intensivo para a produção de
comida. A partir dos anos 50, há grande produção de fósforo a
partir de rochas fosfáticas.”

Fonte: http://www.iea.usp.br/noticias/conversa-sobre-o-antropoceno
Antropoceno – uma nova época geológica?

Outros indícios:

Ainda quanto à formação de rochas, outra peculiaridade a ser


utilizada na definição do Antropoceno é a mudança no regime de
sedimentação na foz dos rios. Essa alteração é resultado da
enorme quantidade de barragens para a produção de energia e
abastecimento de água, com impacto direto na composição das
rochas sedimentares na foz dos rios.

Há também um marcador geoquímico nas rochas devido aos


testes nucleares na atmosfera, realizadas até os anos 60, com pico
de ocorrência em 1962. “Esses testes deixaram uma assinatura
isotópica de carbono-14 e plutônio-238 nas rochas.”
Fonte: http://www.iea.usp.br/noticias/conversa-sobre-o-antropoceno
Antropoceno – uma nova época geológica?

A proposta da comissão é que o Antropoceno seja definido como


uma época do período Quaternário (iniciado há 2,6 milhões de
anos) da era Cenozoica (iniciada há 65 milhões de anos, depois da
extinção dos dinossauros).

Fonte: http://www.iea.usp.br/noticias/conversa-sobre-o-antropoceno
Métodos geocronológicos

O termo geocronologia foi utilizado pela primeira vez em 1893


para reunir as diferentes formas de investigação da escala de
tempo em anos aplicáveis não só a evolução da Terra mas
também a evolução de todas as formas de vida.

Torna-se necessário um relógio geológico, ou seja um processo


irreversível que seja governado pelo tempo a uma taxa conhecida.

Em geologia, o único processo que ocorre a uma taxa


estatisticamente previsível e estável é a desintegração radioativa.
O tempo isotópico

A escala do tempo geológico, baseada em estudos de estratigrafia


e dos fósseis é uma escala relativa. Com ela é possível determinar
se uma formação é mais antiga que outra mas não determinar
precisamente quando a rocha se formou.

Era possível estimar os tempos de vários processos geológicos,


por exemplo, a deposição de sedimentos no fundo de lagos ou a
erosão de um vale fluvial mas não era possível imaginar uma
maneira de medir a duração exata dos mesmos.
O tempo isotópico
Edmund Halley sugeriu em 1715 que o sal poderia ser usado para datar o
oceano.

A composição do oceano é essencialmente constante porque todos os sais no


mar são cíclicos. Sais são adicionados por erosão e vulcanismo submarino mas
são também removidos da solução (por ex. evaporitos ou reações com rochas
vulcânicas aquecidas no assoalho oceânico).

Jon Jolly finalmente fez as medidas necessárias em 1889. Sua determinação


incorreta para a idade do oceano atingiu 90 milhões de anos.

Kelvin – cálculo do tempo através de um corpo sólido. A Terra começou como


um objeto quente. Uma vez que ela resfriou suficientemente para formar uma
crosta externa sólida, ela poderia continuar a resfriar somente pela condução
de calor através da rocha sólida. Medindo as propriedades termais da rocha e
estimando a temperatura atual do interior da Terra ele calculou o tempo para a
Terra esfriar. Estimativa : 100 milhões de ano. Erro: A radioatividade continua a
fornecer calor para o interior da Terra.
A idade da
Terra
A idade da
Terra

Fonte:file:/EarthLearning/141_Age_Earth.pdf
A idade da
Terra

Fonte:file:/EarthLearning/141_Age_Earth.pdf
O tempo isotópico

Em 1896 um físico francês, Henri Becquerel descobriu a radioatividade do


urânio. Menos de um ano depois, a quimica francesa Marie Curie descobriu e
isolou outro elemento radioativo – o rádio.

1905 – o físico Rutherford sugeriu que a radioatividade poderia ser usada para
medir a idade exata de uma rocha.

Datação isotópica – consiste em usar elementos radioativos


naturais para determinar as idades das rochas. Muitos tipos de
átomos que ocorrem na natureza possuem núcleos que se
desintegram para um estado de menor energia.
Isótopos estáveis e isótopos radioativos

Na natureza são conhecidos isótopos instáveis e estáveis. Os


instáveis ou radiogênicos resultam dos processos de
desintegração radioativa e são particularmente interessantes para
a datação do tempo geológico pois podem ser aprisionados nos
minerais.

Sendo assim pode-se fazer datação radiométrica de rochas que


contenham elementos radioativos e consequentemente isótopos
instáveis. Estes se originam a partir das transformações
espontâneas, que envolvem a emissão de partículas ou de energia
e que ocorrem no núcleo dos átomos instáveis.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Isótopos estáveis e isótopos radioativos

Os átomos podem se desintegrar de diferentes modos,


transformando-se em formas de menor energia que são os
isótopos radiogênicos do elemento original.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Conceitos

Datação radiométrica – é a medida da quantidade de tempo


passado por meio de análises de minerais e rochas

Radioatividade - é o processo de desintegração espontânea de


alguns tipos de átomos que ocorrem na natureza. Verifica-se em
laboratório que a taxa média da desintegração radioativa não é
afetada nem por aquecimento, resfriamento ou mesmo trocas
referentes a pressão e estado químico.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Como usar a radioatividade para determinar
a idade de uma rocha?

Os físicos descobriram que átomos dos elementos radioativos


(urânio, rádio, torio) e muitos outros elementos são instáveis.

O núcleo de um átomo radioativo desintegra-se


espontaneamente formando um átomo de elemento diferente e
emitindo radiação (partículas alfa e beta).
Alguns conceitos

Número atômico – número de protons do núcleo, é constante e determina


o elemento quimico

O núcleo também contêm neutrons e estes podem variar sem alterar o


número de prótons.

C – 6 protons – 6 ,7 ou 8 neutrons

Massa atômica - soma de protons e neutrons do núcleo

Isótopos – Diferentes tipos de átomos de um elemento que contêm


diferentes número de neutrons. Um isótopo é identificado por sua massa
atômica.
C12, C13, C14
Radioatividade

Surge por causa da instabilidade dentro do núcleo atômico. Se a


razão entre o número de neutrons (n) e o número de protons (p)
é muito pequena ou muito grande, o núcleo atômico de um
isótopo radioativo irá se transformar espontaneamente para um
núcleo de um isótopo mais estável de um elemento quimico
diferente.

Este processo é chamado decaimento radioativo.

C14 -> N14


U238 -> Pb206
Radioatividade

No processo de desintegração radioativa o núcleo do elemento


pai pode emitir partícula, alfa, beta ou ainda capturar um elétron
quando da desintegração. Além disso pode simultaneamente
emitir raios gama.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Tipos de decaimento radioativos
Desintegração alfa – emissão pelo núcleo de uma partícula atômica
pesada consistindo de 2 protons e 2 neutrons chamada particula alfa; o
número de massa diminui de 4 e o número atômico de 2. Acontece com
isótopos que tem números atômicos grandes. Aumento na razão n/p

Emissão pósitron – emissão de uma partícula com a mesma massa de um


elétron mas com carga positiva. Tal partícula é chamada pósitron (β+),
decresce o número de prótons de 1 e aumenta o número de neutrons de 1.

Desintegração beta – o núcleo emite um elétron de alta velocidade, um


dos seus neutrons transforma-se em proton e o número atômico aumenta de
1. Reduz a razão n/p

Captura de elétrons - um proton do núcleo captura um eletron orbital,


transforma-se em um neutron e o número atômico decresce de 1. Aumenta a
razão n/p.
Tipos de decaimento radioativos
Emissão de raios gama – raios gama apresentam comprimentos de ondas
curtos e alta energia eletromagnética. Os raios gama não tem massa, não
afeta o número atômico ou o número de massa.

A emissão de raios gama acontece quando o decaimento por um dos outros


métodos produz um isótopo com um estado de alta energia. Emitindo o raio
gama, o novo isótopo formado move-se para um estado mais estável de mais
baixa energia.
Sensoriamento Remoto do Ambiente - Jensen (2011)
Como usar a radioatividade para determinar
a idade de uma rocha? (I)
➢ Quando uma dada quantidade de uma substância radioativa
desintegra-se ou decai, os isótopos-pais vão se alterando ao
acaso e não de uma só vez.

➢ Uma massa de átomos-pais vai se desintegrando para formar


átomos filhos. A probabilidade de desintegração é um
número determinado.

➢ A taxa de desintegração não varia com mudanças de


temperatura, pressão ou quimicas que acompanham os
processos geológicos na Terra.
Como usar a radioatividade para determinar
a idade de uma rocha? (I)
➢ As taxas de decaimento são estabelecidas em termos da
Meia-vida de um elemento – quantidade de tempo
necessário para que o número de átomos pais seja reduzido
pela metade.

➢ Na geologia – variam de milhares a bilhões de anos. Os


métodos de datação radiométrica estão baseados na
acumulação de filhos atômicos produzidos por um pai
radioativo ou na redução de um nuclídeo radioativo pai.
Como usar a radioatividade para determinar
a idade de uma rocha? (I)

➢ Na geologia o único processo que ocorre a uma taxa


estatisticamente previsível e estável é a desintegração
radioativa.

➢ A desintegração radioativa é evento estatístico, pois não se


pode prever nem a identidade de um átomo particular que irá
se desintegrar nem o momento exato que o evento ocorrerá.
No entanto, a intensidade de radiação é proporcional ao
número de átomos radioativos presentes.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Como usar a radioatividade para determinar
a idade de uma rocha?

PAI FILHO

Rb - 87 Sr - 87

Um neutron do átomo de
Rb-87 desintegra-se
ejetando um elétron e
produzindo um próton e o
átomo muda para Sr-87
Lei básica da radioatividade
Número de átomos radioativos em qualquer mineral declina numa taxa
precisa ao longo do tempo. Essa taxa de decaimento é estabelecida
como uma série de meias-vidas.
Como usar a radioatividade para determinar
a idade de uma rocha? (II)

➢ Se conhecermos a taxa de decaimento e pudermos contar o número de


átomos-filhos recém-formados assim como o de átomos pais que
restaram, pode-se então calcular o tempo transcorrido.

➢ Com efeito, pode-se voltar no tempo em que não havia isótopos-filhos,


somente aqueles elementos-pai ainda não desintegrados.

➢ É utilizado um espectrômetro de massa para medir a razão isótopos-pai e


isótopo-filho

➢ O comprimento do tempo deste relógio, desde o início, expressa em anos,


desde que o decaimento radioativo começou no mineral é chamado idade
radiométrica.
Isótopos e idades dos materiais terrestres

➢ Os diferentes métodos de datação permitem datar muitos


tipos de materiais terrestres para muitos propósitos

➢ Formações rochosas na busca de minerais e petróleo


➢ Amostras de água para entender padrões de circulação
oceânica
➢ Núcleos de gelo para criar gráficos de variações climáticas
➢ Bolhas de ar presas em rocha e no gelo para medir mudanças
na composição da atmosfera
Etapas principais na
determinação
radiométrica

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
O que é determinado quando a idade
radiométrica é calculada?

➢ Se alguns dos átomos filhos são perdidos, a idade radiométrica é


erroneamente calculada. Em altas temperaturas, átomos pai podem
difundir para fora do mineral.

➢ As amostras minerais mais eficientes para determinação da idade


radiométrica são as rochas igneas extrusivas.

➢ A formação de minerais como resultado da cristalização da lava ou


cinza vulcânica quando é resfriada a temperatura da superfície são
processos rápidos se comparados em termos de tempo geológico.
Considerando uma rocha ignea extrusiva, a perda por difusão não é
problema. Uma idade radiométrica em tal caso, é a idade da rocha
vulcânica.
O que é determinado quando a idade
radiométrica é calculada?

➢ Rochas igneas intrusivas e rochas metamórficas resfriam mais


lentamente que as rochas extrusivas. Idades radiométricas
para tais corpos são menos certas porque atomos pai podem
difundir para fora do mineral em altas temperaturas e
conduzir a idades falsas.

➢ Há um mineral (Zircão – ZrSiO4), os quais os atomos pai não


podem difundir mesmo em temperaturas de metamorfismo
de alto grau ou magmatismo e que podem ser usados para
determinar idades radiométricas de rochas igneas intrusivas e
metamórficas.
Isótopos radioativos minerais

➢ Isótopos radioativos de uranio


➢ Isótopos radioativos de torio
➢ Isótopos radioativos de potássio rochas igneas e metamórficas
➢ Isótopos radioativos de rubídio

➢ Isótopos radioativos de carbono (matéria orgânica)


Principais isótopos

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
O melhor método de datação

A escolha do método de datação a ser utilizado depende:

1) do material que se quer datar (rocha ou mineral),


2) das características geológicas da região onde a amostragem
foi realizada
3) da presença do isótopo pai e do isótopo filho constituindo
um sistema fechado.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Potássio/Argônio
➢ Potássio tem três isótopos naturais: K39, K40 e K41
➢ Somente K40 é radioativo e tem meia-vida de 1,3 bilhões de anos

➢ Quando um mineral contendo potássio cristaliza a partir de um magma ou


cresce dentro de uma rocha metamórfica ele armazena uma amostra de
K40 em sua estrutura.

➢ Átomos de argônio e cálcio podem ser armazenados de muitas formas tais


como substituição atômica por outros átomos ou em fraturas
submicroscópicas em seus minerais.

➢ Em altas temperaturas, argônio rapidamente escapa de um mineral e não


consegue ser armazenado. Quando o conteúdo de argônio de um mineral
é medido, o que é determinado é o argônio acumulado durante o tempo
desde que o mineral começou a armazenar e reter argônio.
Datação radiométrica – Potássio/Argônio
➢ A datação K/Ar é aplicada com mais sucesso em rochas vulcânicas e
piroclásticas porque elas cristalizam e resfriam rapidamente. Como
resultado elas tem idades de formação que são coincidentes com suas
idades de armazenamento.

➢ As análises de Ar podem ser realizadas com grande precisão, o que


possibilita que o método possa ser usado, sob circunstâncias ideais, para
rochas vulcânicas tão jovens quanto 100.000 anos.

➢ O momento em que o mineral inicia a acumulação de Ar é chamada


“setting time”. Se o mineral é reaquecido, talvez por metamorfismo,
algum ou todo argônio pode difundir e o “tempo” do mineral é reiniciado.
Deste modo, o argônio original complica a determinação mas cria a
oportunidade de determinar a época do metamorfismo.
Datação radiométrica – Rubídio/Estrôncio

Permite a datação de rochas muito antigas, incluindo amostras


de rochas lunares até rochas com poucos milhões de anos.

O rubídio não é um elemento comum na natureza e não forma


mineral isolado, ou seja ocorre como impureza em minerais de K
(potássio) os quais se associa devido a semelhança de raios
atômicos.

O isotopo radioativo Rb87 desintegra-se para o isótopo Sr87 em


um único passo e com meia vida de aproximadamente 48,8 G.a.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Rubídio/Estrôncio

Encontra-se Rb em minerais potássicos como as micas,


feldspatos potássicos, piroxênios, anfibólios e olivinas, entre
outros. Nesses minerais também ocorre Sr em sua forma
original, não radioativa (Sr86) o qual deverá ser precisamente
determinado como parte do processo de datação.

Essa quantidade será subtraída quando do cálculo final da idade


da amostra, para evitar erros, uma vez que não foi originada
pela desintegração do Rb87 contido.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Rubídio/Estrôncio

➢ Rubídio não é um elemento muito comum na crosta.


Aproximadamente 28% de todos os átomos de rubídio são Rb87,
um isótopo que decai, através de emissão para Sr87. O Sr
original sempre contêm Sr86 não radiogênico que é facilmente
detectado.

➢ A análise de uma amostra pobre em Rb permite detectar a


razão Sr87/Sr86 que se mantêm no material a ser datado; uma
vez que a quantidade de Sr86 na amostra não muda com o
passar do tempo. Procura-se em seguida uma amostra rica em
Rb para conhecer o valor do Sr86.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Rubídio/Estrôncio

➢ Conhecendo a relação inicial Sr87/Sr86 da amostra pode-se


determinar a quantidade de Sr87 que é original e aquela que é
proveniente da desintegração do Rb87.
➢ A idade é então calculada pela relação filho/pai radioativo. É
uma idade convencional ideal para rochas com minerais
excepcionalmente ricos em Rb.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Rubídio/Estrôncio

➢ Como isto nem sempre é possivel ou surgem dúvidas quanto


ao real valor do Sr87 original, procura-se então utilizar o
Método da isócrona.

➢ Para a sua aplicação são necessárias várias amostras de


rochas cogenéticas (que tem a mesma origem) que
contenham diferentes teores de Rb. Com isso torna-se
possivel a montagem da isócrona.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Método da isócrona - I

➢ No tempo em que as amostras


cogenéticas foram formadas
(tempo zero inicial) as razões
Sr87/Sr86 eram as mesmas para
todas mas era variável o conteúdo
em Rb. (É possivel plotá-las
segundo uma linha horizontal).

➢ Com o passar do tempo, o


conteúdo de Rb deve decrescer
gradualmente pois é transformado
em Sr87 o qual deverá aumentar
proporcionalmente nas amostras.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Método da isócrona - II

➢ Essa situação é acompanhada


pelo deslocamento da linha A-A’
que irá reproduzir o
comportamento atual das
amostras cogenéticas.

➢ A série das amostras continua a


definir uma linha reta cuja
inclinação em relação a reta
horizontal original deve aumentar
sistematicamente com o tempo.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Método da isócrona - III

➢ A linha assim definida é a isócrona


e a inclinação atual indica a idade
radiométrica da rocha.

➢ O ponto onde a isócrona


intercepta o eixo das ordenadas
indica a razão Sr87/Sr86 inicial do
sistema.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Urânio - Chumbo

➢ Os minerais que contêm urânio como componente principal são


raros na natureza, porém minerais que contêm esse elemento em
quantidades traço são comuns, o que os torna indicados para a
aplicação deste método.

➢ O mineral mais indicado neste caso é o zircão (silicato de zircônio


– ZrSiO4) que contêm aproximadamente 0,1% em urânio e ocorre
em rochas de diferentes idades.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Urânio - Chumbo

➢ Todo urânio de ocorrência natural contêm o U238 radioativo mas


tambêm o U235 numa relação de 138:1. U238 se desintegra para
Pb206 e o U235 para Pb207. Os dois elementos são utilizados na
determinação de idades geológicas; no entanto em função da alta
mobilidade quimica do U em ambientes oxidantes, análises em
amostras de rocha total com esse método são problemáticas.

➢ Isto fez com que a metodologia recebesse grande impulso na


aplicação a minerais isolados.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Urânio - Chumbo

➢ Urânio contêm dois isótopos radioativos: U238 e U235, ambos


decaem para isótopos de chumbo. Torio tambem está presente
em pequenas quantidades porque substitui atomicamente o
urânio, decaindo também para chumbo. Três isótopos
radioativos estão presentes e produzem diferentes isótopos de
chumbo, fornecendo então três estimativas de idade.

➢ Decaimento do U é particularmente útil para datar rochas


muito antigas porque os isótopos radioativos de U e Th tem
meias-vidas muito altas. É necessário levar em consideração a
possível recristalização que pode resetar o relógio
radiométrico.
Datação radiométrica – Urânio - Chumbo

➢ Os minerais com urânio que se prestam para aplicação do


método, em geral também contêm chumbo original de tal forma
que a idade poderá exceder a idade real. O Pb204 não é produzido
pela desintegração radioativa, sendo um elemento chave para a
detecção de chumbo original.

➢ Se é detectado no mineral, o Pb204 que constitui uma fração do


chumbo presente então outros isótopos (Pb206 e Pb207) também
deveriam estar presentes quando da formação do mineral.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Urânio - Chumbo

➢ A composição isotópica do chumbo comum pode ser obtida a


partir de amostras que sejam pobres em urânio à semelhança do
método Rb-Sr.

➢ Assim a quantidade de Pb204 pode ser utilizada para calcular as


quantidades de Pb206 e Pb207 originais, de forma que possam ser
subtraídos quando do cálculo da idade radiométrica.

➢ Depois desse procedimento, as idades obtidas pelas razões


U235/Pb207 e U238/Pb206 devem concordar mostrando que o
mineral comportou-se como um sistema fechado.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Urânio - Chumbo
➢ São chamadas idades concordantes e o valor que elas indicam
é a idade radiométrica verdadeira.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Urânio - Chumbo
➢ Se as idades não concordam diz-se que são discordantes e
consequentemente não representam a idade verdadeira do
mineral.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Samário - Neodímio

➢ Teve seu desenvolvimento ligado a pesquisas visando a


datação de amostras lunares e de meteoritos.

➢ O Sm e o Nd são elementos que possuem baixa mobilidade


quimica e se a rocha encontra-se alterada e/ou metamorfizada
não há interferência na relação Sm/Nd sendo então um
método interessante que pode ser aplicado em situações onde
a utilização das demais metodologias é restrita.

➢ As idades para Sm-Nd podem ser obtidas em qualquer tipo de


rocha, desde graníticas até ultrabásicas.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Samário - Neodímio

➢ O Sm tem sete isótopos naturais. O Sm147 e o Sm148 decaem


por emissão alfa para o Nd143 e Nd144. A meia-vida do Sm148 é
muito curta (700.000 anos) para ter um significado
geocronológico mas o decaimento do Sm147 (1,06 x 1011 anos)
permite que seja utilizado para datação

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Samário - Neodímio

➢ De forma análoga ao método Rb-Sr podem ser construídas


isócronas com as relações Nd143/Nd144 e Sm147/Nd144.

➢ Supõe-se que, ao tempo da cristalização, amostras de rocha


total cogenéticas a amostras de minerais com diferentes razões
Sm147/Nd144 teriam o mesmo Nd143/Nd144 inicial (entre 0,506 e
0,516).

➢ Amostras cogenéticas posicionam-se em uma isócrona onde a


inclinação é uma função da idade da amostra e onde a
interceptação da isócrona no eixo Y indica a idade inicial.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Carbono 14

➢ A utilidade do C14 para datação radiométrica foi demonstrada


inicialmente em 1947. Este isótopo faz parte de um grupo de
nuclídeos radioativos de curta duração originados na porção
superior da atmosfera onde partículas cósmicas de alta energia
bombardeiam os núcleos de oxigênio e hidrogênio ali
presentes fazendo com que estes liberem átomos.

➢ Os átomos assim produzidos irão se chocar com átomos de


nitrogênio – também encontrados nas porções elevadas da
atmosfera – resultando na formação de C14, cuja meia-vida é
de aproximadamente 5730 anos.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Carbono

➢ O radiocarbono produzido é oxidado para a forma de dióxido


de carbono (CO2) e passa a fazer parte da atmosfera e
eventualmente da hidrosfera.

➢ Deste modo pode entrar no ciclo geral do carbono na Terra


como também pode ser dissolvido nos oceanos, precipitado
em associação com os minerais carbonáticos ou utilizado pelos
diferentes animais e plantas.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Carbono

➢ Os seres vivos encontram-se em equilibrio com a atmosfera e o


dióxido de carbono radioativo é absorvido e utilizado pelas
plantas entrando finalmente na cadeia alimentar e no ciclo do
carbono.

➢ As pequenas quantidades de C14 radioativo passam a fazer


parte da estrutura dos animais, plantas e minerais propiciando
uma ferramenta extremamente útil para datar com precisão os
ultimos 50.000 anos da história da Terra, admitindo-se que a
taxa de produção do C14 tenha sido constante durante os
ultimos 70.000 anos.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Fonte: https://www.sciencelearn.org.nz/image_maps/3-carbon-cycle
Datação radiométrica – Carbono

➢ Este limite relaciona-se ao fato de que após a morte do


organismo que incorporou C14, este não é mais adquirido e
com o tempo vai progressivamente sendo desintegrado para
N14.

➢ O C14 mistura com C12 e C13 e difunde rapidamente para a


atmosfera, hidrosfera e biosfera. Enquanto um organismo está
vivo e armazenando carbono da atmosfera ele contêm uma
proporção equilibrada de C14 .

➢ Com sua morte este equilibrio é desfeito (alimentação,


respiração e fotossintese), e o C14 continuamente diminui por
decaimento radioativo.
Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Carbono

➢ O número de emissões em um dado período de tempo é


proporcional ao número de átomos de C14 ainda presentes na
amostra; quanto mais antigo menor deve ser essa atividade, o
que limita ao valor máximo datável de 50.000 anos.

➢ O método C14 é utilizado para datação de matéria orgânica,


madeira, carvão, ossos, turfa e artefatos como roupas e
cerâmicas além de conchas e calcários recentes.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Carbono

➢ Como os valores são muito pequenos é quase impossível a


medição por isótopos. Opta-se então pela contagem da
atividade de emissão beta do espécime a ser datado e sua
comparação com um padrão cuja atividade seja muito bem
conhecida.

Fonte: A determinação da idade das rochas – Carneiro et alli (2005) – Terrae Didadtica
Datação radiométrica – Carbono

➢ Análise de uma amostra por sua idade radiométrica pelo


método radiocarbono tem um problema especial: C14 é
formado a partir de N14 mas C14 também sofre decaimento
beta gerando N14.

➢ Nitrogênio é o gás mais abundante na atmosfera e N14 é o


isótopo mais abundante do nitrogênio, é impossivel obter uma
amostra para datação que não esteja contaminada com N14.
Datação radiométrica – Carbono

➢ De modo a medir uma idade com C14 é necessário fazer duas


suposições:
▪ 1) a taxa de produção de C14 tem sido constante nos
ultimos 70.000 anos;
▪ 2) todas as amostras iniciaram com a mesma razão C14 / C12

➢ Por causa do método ser baseado parcialmente na suposição


de que o C14 na atmosfera tem sido constante, a precisão por
radiocarbono tem que ser checada por amostras. Estas incluem
vigas de madeiras, roupas pré-históricas e mobiliário de
tumbas do antigo Egito, por exemplo, cujas datas são
conhecidas independentemente ou calibradas com a idade de
crescimento anual de árvores.
Datação radiométrica – Carbono

➢ Este método trabalha bem porque a fração de carbono que era


radiocarbono quando da morte era o mesmo que a fração na
atmosfera.

➢ Nenhum carbono foi adicionado após a morte, medindo a


radioatividade restante na amostra orgânica, podemos calcular
quantas meias-vidas atrás o organismo morreu.
Datação radiométrica – Carbono

➢ Há um limite para a datação com C14 devido a explosões de


bombas atômicas. Radiocarbono é um dos isótopos radioativos
produzidos por radiações na atmosfera. Não é possível datar
amostras formadas após 1945.

➢ Por causa de sua aplicação em organismos fósseis (madeira,


carvão, ossos, conchas, etc), radiocarbono é muito valioso para
estabelecer datas para restos humanos pre-históricos e animais
extintos recentemente. Desta maneira é extremamente
importante na arqueologia e paleontologia.

➢ Taxas de eventos geológicos: taxa de avanço da ultima glaciação,


taxa de avanço do mar sobre áreas continentais, taxas médias de
circulação da água em oceano profundo, taxas de soerguimento
da crosta, frequencia de vulcanismo, etc
Isótopo Minerais e
Intervalo de
Meia-vida do materiais que
datação relativa
isótopo (anos) podem ser
(anos)
datados
Pai Filho

10 milhões – 4,6 Zircão


Urânio-238 Chumbo-206 4,5 bilhões
bilhões Apatita

10 milhões – 4,6 Zircão


Urânio-235 Chumbo-207 0,7 bilhão
bilhões Apatita

Muscovita
Potássio-40 Argônio-40 1,3 bilhão 50 mil – 4,6 bilhões Biotita
Hornblenda
Muscovita
10 milhões – 4,6
Rubídio-87 Estrôncio-87 4,7 bilhões Biotita
bilhões
Feldspato
Madeira, carvão,
turfa, ossos, tecidos,
carbonato de cálcio
Carbono-14 Nitrogênio-14 5730 100 – 70 mil de conchas, água,
gelo de geleira
contendo CO2
dissolvido
Outros métodos
➢ Aneis de crescimento em árvores

➢ Bandas de crescimento em corais.


Cada banda representa um ano de
crescimento e surge de um rápido
crescimento durante o verão (bandas
claras) e mais lentas durante o
inverno (bandas escuras).

➢ Taxas de crescimento: 50 mm/século


➢ Monte Branco – Italia – 205 mm
diâmetro – 875 anos

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