Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Prezado estudante!
Esta disciplina tem como foco trazer informações sobre a história da radiologia,
fornecer conceitos sobre o uso e aplicações da radiação ionizante e destacar a
importância da radiologia para a saúde pública. Veremos também os tipos de
equipamentos utilizados na radiologia, as habilidades que o tecnólogo em radiologia
precisar ter para operá-los, os desafios encontrados na profissão e a legislação.
Nesta aula, você vai estudar sobre a história da radiologia, parte essencial sobre a
descoberta dos raios X, elemento importante para o diagnóstico da medicina. Entre os
conteúdos, temos importantes informações sobre o surgimento da radiologia no Brasil,
sobre quem foi o primeiro médico a trabalhar na área radiologia e sobre onde foi
instalado o primeiro equipamento de radiografia.
Veremos, também, a história da radioatividade, que teve sua descoberta após a dos raios
X. Becquerel, um físico, por meio de seus estudos com urânio, descobriu que o
elemento emitia radiação penetrante.
Os raios X foram descobertos por um cientista chamado Roentgen em 1895, por meio
de uma pesquisa experimental que o cientista estava desenvolvendo. Uma pesquisa,
quando é realizada de forma experimental, pode trazer benefícios ou não; muitas vezes
ela pode durar anos sem ter nenhum resultado.
A demora da notícia ocorreu porque, naquele tempo, as notícias chegavam por meio de
telégrafo, e não da internet. Porém, após a chegada da notícia da descoberta dos raios X,
o fato foi bem divulgado no Brasil.
Por volta de 1926, Marie Curie realizou uma visita ao Instituto de Tratamento do
Câncer em Belo Horizonte. Após essa visita, ela proferiu uma palestra na Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) sobre as aplicações da radioatividade na medicina.
Essa visita trouxe um grande impulso para o Instituto, que tratava pacientes portadores
de neoplasias.
Agora, imagine a saúde sem a radiologia! O diagnóstico do médico seria realizado com
exames clínicos, fazendo que o médico utilizasse remédios que não seriam bons no
tratamento. Quando às cirurgias, haveria mais dificuldades, pois o cirurgião não teria
como auxílio a imagem gerada pelos raios X, como é realizada pela técnica de
fluoroscopia.
Para interpretar o fenômeno dos raios X, é importante saber que os raios catódicos
precisam atingir um ponto para os raios X serem criados; é necessário um ponto para
que a energia possa se chocar.
A fim de permitir essa ação do choque dos raios catódicos ou feixes de elétrons, existe,
na ampola utilizada pelos equipamentos de radiografia, o ânodo, polo positivo, que
contém um alvo de metal de tungstênio para o choque dos elétrons.
Já o cátodo, também presente na ampola, é formado por um filamento que, através de
uma alta corrente elétrica e diferença de potencial, gera uma nuvem eletrônica de
elétrons que vão de encontro ao alvo do ânodo. Este, após a colisão, emite 99% de calor
e 1% de raios X.
Outra pesquisa realizada notou que os raios se espalham para todos os lugares quando
produzidos; isso fez que estudos mais aprofundados confirmassem a certeza de que é
necessário haver em um equipamento de radiografia um colimador, que é parte
integrante de uma ampola de raios X.
O colimador tem objetivo de colimar o feixe de raios X obtido na ampola que vai em
direção à parte anatômica do paciente a ser radiografada. Por exemplo, se eu tenho que
realizar uma radiografia de pulmão, tenho um campo delimitado pelo colimador, que,
através da estrutura óssea, fará a base necessária para visualização da parte anatômica; é
diferente do joelho, que tem a área menor que o pulmão e a colimação precisam ser
realizados para não haver raios X dispersos na sala de exame.
Outros estudos detectaram que, se o aparelho que produz os raios X fosse inclinado a
90°, os raios X acompanhariam a inclinação do aparelho. Por isso, os equipamentos
giram a ampola que fica no cabeçote do equipamento (Figura 2), para a inclinação e
penetração do feixe de raios X sobre a parte a ser estudada na imagem solicitada pelo
médico.
A absorção dos raios X foi detectada por meio de estudos, sendo o motivo de
blindagens de proteção na sala de raios X, e do uso de equipamentos de proteção
individual. Se os raios X penetrarem em alguma parte do corpo, ocorrerá a interação
com as células presentes no organismo, tanto em órgãos como em tecidos, fazendo que
essas células sofram danos no DNA, que é o código genético.
Os raios X são formados pelo choque dos elétrons no ânodo; esse choque gera muito
calor, cerca de 99% do que é emitido por ele. Apenas 1% de raios X é emitido pelo
ânodo. Ele é rotatório para que o feixe de elétrons se choque em vários pontos dele,
fazendo que a sua vida útil aumente.
O cátodo, parte integrante da ampola de raios X, tem como função liberar os elétrons
que vão se chocar com ânodo; nesse processo, existe um efeito termiônico, que é gerado
por uma alta corrente elétrica e baixa diferença de potencial.
Todo elemento radioativo tem meia-vida, que é a redução pela metade da sua emissão
em comparação ao seu estado inicial. Um exemplo seria o cobalto 60, que tem sua
duração de vida de 10,6 anos e sua meia vida de 5,3 anos. Segundo a CNEN (2015), o
iodo-131 utilizado para gerar imagens médicas tem meia-vida de 8 dias; após esse
tempo, o paciente tem a dose ingerida reduzida pela metade.
Introdução
Prezado estudante!
A disciplina tem como base trazer informações sobre a radiologia de forma bem
abrangente, focando principalmente nas áreas que utilizam os raios X e a
radioatividade.
Nesta aula, você vai estudar sobre o radiodiagnóstico na radiologia, a terapia com
radiação ionizante e a utilização dos raios X na indústria. Entre os conteúdos, temos
importantes informações acerca dos equipamentos utilizados no diagnóstico por
imagem, como também na indústria e na terapia.
Outra técnica importante que utiliza os raios X é chamada de densitometria óssea; essa
técnica é utilizada para medir a densidade mineral óssea de pessoas idosas, com
fragilidade no tecido ósseo.
Já as radiografias digitais são utilizados nos grandes centros de diagnóstico por imagem
para fornecer imagens radiográficas de forma rápida; ou seja, a imagem obtida de um
fêmur é disponibilizada no computador para alteração de parâmetros, como contraste, e
a imagem é disponibilizada ao médico rapidamente através de bancos que recebem e
arquivam as imagens radiológicas. Essa comunicação facilita a rapidez do laudo
médico.
Introdução
Prezado estudante!
A disciplina tem como base trazer informações sobre a radiologia de forma abrangente,
focando principalmente áreas que utilizam os raios X e a radioatividade para o
diagnóstico ou controle de qualidade.
Nesta aula, você vai estudar sobre a medicina nuclear e a radioterapia, áreas voltadas
para o diagnóstico e terapia das doenças, principalmente o câncer; também sobre a
utilização da radiação ionizante em alimentos, visando à maior duração em estoque e ao
controle de pragas.
Outro acontecimento que fez o equipamento de cobalto cair em desuso foi o acidente
radioativo de Goiânia, que resultou em muitas mortes. Após a desativação de uma
clínica de radioterapia, um cofre blindado com o elemento radioativo chamado césio-
137 ficou dentro do prédio abandonado e foi encontrado por um catador de recicláveis.
A radiação gama e os raios X são muito utilizados para irradiação de alimentos, porque
fazem que eles durem mais na prateleira e estoque das indústrias. Como exemplo,
podemos citar a cebola, o alho, o inhame e a batata utilizada para fabricação de
salgadinhos pela indústria. Quando a batata é irradiada, ela dura mais em estoque, ou
seja, dificilmente vai brotar, facilitando o processo de corte. A inibição do brotamento
ocorre porque a radiação causa a morte das células germinativas.
Existem frutas, verduras e grãos vulneráveis ao ataque de insetos. Por exemplo, o grão
do feijão, quando estocado, pode ser atacado por um inseto chamado caruncho. As
larvas do inseto podem se alojar no grão e comê-lo. Assim, a radiação é utilizada para
esterilizar o inseto, eliminando sua reprodução.
Conhecer informações importantes sobre
a radioterapia, medicina nuclear e
irradiação de alimentos
A delimitação do campo de irradiação era realizada por nanquim, um tipo de tinta que
fica à mostra a depender do local de tratamento no paciente. Essa tinta foi substituída
pela tatuagem, ou seja, é colocado um tipo de tinta de tatuagem no local do tratamento
e, com uma agulha, a pele do paciente é perfurada, fazendo que a tinta tenha fixação a
pele. O resultado é um ponto bem pequeno para delimitar o local de tratamento.
Veja na Figura 2 uma fusão de imagem do pulmão de uma paciente; perceba um nódulo
pleural hipercaptante no lobo médio direito. Esse nódulo foi diagnosticado como
tuberculoma, que é um resíduo no pulmão de pacientes que tiveram tuberculose.
Todo tratamento realizado em radioterapia passa por um planejamento 3D, para acertar
o alvo exato do tumor, e para ajudar em tratamentos como o IMRT, que é um
tratamento com intensidade modulada de feixe, no qual se utilizam colimadores
multifolhas para irradiar a mesma parte do corpo com doses variadas, protegendo áreas
de risco que não podem receber altas doses de radiação.
Todo paciente que é injetado em medicina nuclear, ou seja, que recebeu administração
de radiofármaco, precisa aguardar um determinado tempo para início do exame,
obedecendo sempre o protocolo. Após o término, precisa permanecer determinado
tempo na sala dos injetados para depois ser liberado pelo serviço de medicina nuclear.
Essas ações são medidas de radioproteção; mesmo que o radiofármaco utilizado para o
exame tenha uma meia vida curta, é necessário a proteção do paciente, que precisa
aguardar os critérios médicos de liberação. Todos os acessórios utilizados para produção
e administração do radiofármaco são colocados em uma sala chamada sala de rejeito
radioativo. Essa sala é estabelecida pela legislação vigente em medicina nuclear
(CNEN, 2013).
Os rejeitos gerados no serviço de medicina nuclear não podem ser descartados em lixo
comum; eles precisam ser segregados, ou separados, classificados de acordo a sua
categoria e identificados. Se houver rejeitos que tenham meia vida acima de 60 dias,
eles precisam ser encaminhados à CNEN. Rejeitos abaixo de 75 Bq/g podem ser
descartados em lixo comum; para que isso ocorra, é importante monitorar a radiação
emitida por eles.
O acelerador linear utilizado na indústria para irradiar alimentos não contamina nenhum
alimento; após a irradiação e desligamento do equipamento, os raios X se dissipam e
deixam de existir. Só haverá raios X novamente quando o equipamento estiver ligado e
pronto a realizar a produção.
Introdução
Prezado estudante!
Nesta aula, você vai estudar sobre a importância da radiologia na medicina; verá que a
radiologia é uma área importante para o diagnóstico e tratamento médico e para a
detecção de doenças que não são diagnosticadas em exame clínico.
Veremos também como o Sistema Único de Saúde (SUS) utiliza a radiologia para
detectar, rastrear e tratar doenças, favorecendo o tratamento e a cura do paciente.
A decisão médica quanto ao tipo de exame realizado para o diagnóstico tem papel
fundamental no tratamento; entre os exames solicitados, podem-se citar: radiografia,
tomografia, ultrassonografia, ressonância e cintilografia.
Então, fica claro que todo cidadão tem direito de realizar exames de radiologia. Porém,
o grande problema é a demora do SUS em prestar o auxílio. Esse tempo pode chegar até
12 meses para um exame de ressonância magnética. Importante ressaltar também que
nem todos os hospitais mantidos pelo SUS têm todos os equipamentos de imagem,
fazendo que o paciente tenha que se deslocar para grandes centros.
O tumor ósseo maligno que afeta os ossos é chamado de osteosarcoma; para a leitura da
imagem obtida, é importante o médico saber onde está a lesão e o seu tamanho, a
resposta do osso à lesão, e se há alguma massa nas partes moles na região do tumor.
Muitos acham que a radiografia não vai trazer a detecção de doenças, o que é um
equívoco. Por exemplo, na ortopedia, a radiografia é aliada na obtenção de imagem de
fraturas; melhor ainda se o equipamento estiver associado à imagem digital.
Em alguns hospitais do SUS no Brasil pode haver ainda algum serviço de radiologia
que tenha a revelação convencional através da processadora automática, mas são
poucos; a maioria utiliza a radiografia digital.
A medicina nuclear no SUS não apresenta distribuição em todo território nacional; essa
modalidade compõe o quadro de modalidades do SUS, mas não existe um bom
investimento por parte do governo nela.
Todos os procedimentos de medicina nuclear pagos pelo SUS são realizados na esfera
privada, ou seja, o SUS não dispõe de serviços próprios para a aquisição de imagens
utilizando radiofármacos, ainda que a maior produtora de radiofármacos do Brasil,
chamada IPEN, seja do governo federal.
É necessária uma política dentro do SUS para difundir mais os serviços de medicina
nuclear em todo país, pois a população necessita do diagnóstico da técnica para
elucidação de doenças.
O RIS, dentro do hospital, é integrado ao sistema PACS e HIS. Este último é o sistema
de informações hospitalares, ou seja, o RIS recebe a imagem em padrão DICOM,
distribui para o PACS; e o PACS, para o HIS, fazendo que todo sistema de imagens
médicas seja integrado ao complexo hospitalar.
Veja, na Figura 3, uma radiografia de tórax que apresenta uma pneumonia do lobo
médio direito; o laudo médico indicou ser uma pneumonia, já que o exame de
tomografia descartou tumor.
Pacientes de municípios pequenos que não têm, pelo SUS, acesso à tomografia,
precisam se deslocar para centros maiores para serem submetidos ao exame para o
diagnóstico do AVC. A tomografia é importante no diagnóstico e tratamento dessa
patologia.
Contudo, para utilizar a radiação ionizante no dia a dia, é preciso ter informações
relevantes quanto a sua utilização, já que a interação com essa energia ao longo de anos
pode trazer alguns problemas de saúde, sendo importante a aplicação da
radioproteção.
Para conseguir arquivar e enviar essa quantidade grande de imagens produzidas por um
único equipamento, é necessário que existam sistemas, como o PACS, que arquiva e
transmite as imagens em padrão DICOM.
Nenhuma imagem de radiologia pode ser acessada diretamente do PACS se não for pelo
RIS. Através do RIS é que se tem acesso às imagens arquivadas no PACS; também a
informações de laudos dos pacientes.
Estudo de caso
Você foi contratado por um hospital para realizar o exame de PET-CT em pacientes que
necessitam dessa imagem para o diagnóstico de tumores em várias partes do corpo,
incluindo a glândula tireoide.
Deve-se tomar cuidado com o tempo de aguardo do paciente, pois pode acontecer do
radiofármaco não chegar ao local desejado e a imagem metabólica não ser mostrada
como solicitado no pedido médico.
Será necessário saber qual a primeira e segunda imagem a ser obtida na PET-CT, qual o
radiofármaco a ser administrado antes do exame, o que vai ser detectado pela PET,
quando é solicitado o exame de PET-CT e por onde essas imagens podem ser
arquivadas e distribuídas.
_____
Reflita
ocê precisa refletir sobre os itens essenciais para realizar um exame de PET-CT:
Introdução
A disciplina História da Radiologia tem o objetivo de abordar os fatos marcantes da
área de radiologia, assim como mostrar uma introdução bem específica à área de
radiologia.
Equipamentos de Ressonância,
Tomografia e Raios-X digital
Os equipamentos atuais, embora caros, fornecem cerca de 650 imagens por segundo,
com cortes de imagem diferentes, com um exame bastante rápido para o paciente,
favorecendo o diagnóstico de pacientes que estão em situação de emergência.
Com os raios X digital, não é diferente: o equipamento também precisa ser mantido em
temperaturas baixas para esfriar partes do equipamento que ficam em alta temperatura
para gerar as imagens, como o caso do gerador, da ampola e a parte informatizada do
equipamento.
Precisamos sempre lembrar que o equipamento que tem em sua formação partes
eletrônicas, informatizadas e de produção de raios-X, precisa estar em temperatura ideal
para que seus componentes internos fiquem protegidos e não tenham problemas de
funcionamento de forma prematura.
Para o exame de ressonância magnética, podem ser utilizados equipamentos com campo
magnético de 1,5 ou 3 teslas – este último oferece melhor definição de imagem do que o
de 1,5 tesla. O equipamento com campo magnético de 3 tesla detecta melhor pequenas
lesões do que o de 1,5 tesla, pelo motivo de entregar o dobro do sinal, o que favorece o
diagnóstico médico, já que as imagens são geradas com melhor qualidade.
Quando as radiografias não ficavam boas, outra era realizada, causando exposição da
radiação ao paciente. Porém, com o aparelho de raios X digital, as imagens são
produzidas em segundos e disponibilizadas para o diagnóstico médico.
Aplicar os conhecimentos em
equipamentos de ressonância magnética,
tomografia computadorizada e raios-X
digital
Os raios X digital fornece a imagem digital não só no bucky em pé, mas também na
mesa em que o paciente realiza posicionamentos. A mesma tela de fósforo existe no
bucky da mesa, que é posicionado na área anatômica de estudo. Essa imagem pode ser
produzida de forma direta e indireta. Na direta, a radiografia é formada diretamente na
tela do computador; na indireta, são utilizados cassetes que são expostos à radiação
ionizante e, em seguida, são levados a uma leitora para a leitura da imagem digital.
Foque nos seus estudos para tirar um excelente proveito da aula, pois essas informações
serão de extrema importância para o seu aprendizado, já que a área de radioterapia
contrata muitos tecnólogos em radiologia para realizar a terapia com a radiação
ionizante.
A radioterapia é uma área da radiologia que utiliza equipamentos para tratar o câncer, os
quais geram radiação com o objetivo de destruir as células tumorais, através de uma
dose calculada no local do tumor. A radiação é aplicada em um curto período para
destruir as células tumorais e preservar as sadias, além de evitar que os pacientes
tenham grandes efeitos causados pela radiação ionizante de alta intensidade.
Alguns fatores são importantes para ocorrer a resposta das células à radiação, como a
sensibilidade do tumor, a oxigenação, tempo total da dose administrada e a qualidade e
a quantidade de radiação empregada no tratamento.
Todo tratamento radioterápico, antes de ocorrer, passa por um planejamento, que
determinará o volume-alvo, a dose empregada no tratamento, e os campos de tratamento
de incidência do feixe de radiação. Os equipamentos utilizados para realizar a irradiação
vão desde os que produzem radiação através da energia elétrica, liberando feixes de
raios X ou de elétrons, e outros a partir de fontes de radioisótopos, como, por exemplo,
pastilhas de cobalto que geram raios gama.
Atualmente os equipamentos que geram elétrons são os mais difundidos, ou seja, mais
utilizados, devido a medidas de radioproteção, pois aparelhos que utilizam pastilhas de
cobalto podem sofrer problemas para recolher o elemento radioativo ao cofre, fazendo
com que sua emissão fique prolongada após o tratamento do paciente.
Além de a radioterapia ser utilizada para irradiar tumores, a técnica é utilizada como
paliativa para alívio das dores do paciente e controle das metástases, de forma pré-
operatória, com objetivo de ressecar as células para retirada do tumor em cirurgia.
Este elemento foi muito utilizado dentro dos equipamentos, mas, por limitações de uso,
como a distância de tratamento curta, muita penumbra, e energia baixa, entrou em
desuso, sendo substituído pelo cobalto-60. A única vantagem do césio-137 era a sua
meia vida longa (cerca de 30 anos).
Já o cobalto-60, que fica blindado dentro dos equipamentos de terapia, tem meia vida de
5,4 anos e energia de 1,34 MeV. Esse elemento radioativo fica contido em uma cápsula
de aço inoxidável com diâmetro de 2 cm.
Os aceleradores lineares são utilizados para obter uma maior energia de radiação através
da aceleração de elétrons entre dois eletrodos com grande diferença de potencial,
utilizando geradores de tensão variável, ou seja, o importante é aumentar a energia do
elétron. O nome acelerador é dado ao equipamento devido à presença de um tubo
cilíndrico em que os elétrons são acelerados até atingirem a energia ideal para o
tratamento da neoplasia que está acometendo o paciente.
A braquiterapia, utilizou muito o rádio 226, mas foi o cobalto-60, Césio-137 e o Irídio-
192 que tomaram proporção de uso na técnica. Esses elementos radioativos ficam
contidos no cofre do equipamento de braquiterapia.
Na braquiterapia de alta taxa de dose o Irídio-192 é o mais utilizado pela sua energia de
1,07 MeV, esse elemento radioativo está contido dentro do equipamento que, de forma
remota, é exposto, sendo ótimo para a radioproteção.
Foque nos seus estudos para tirar um excelente proveito da aula, pois essas informações
serão de extrema importância para sua vida profissional, já que a área de radiologia
industrial contrata muitos tecnólogos em radiologia para realizar radiografia de peças e
controle de qualidade em produtos.
Qualquer projeto mecânico passa pelo controle de qualidade, no qual são utilizados os
equipamentos que fornecem as imagens detalhadas das peças mecânicas fabricadas. O
emprego tanto da radioatividade como dos raios X para gerar a imagem visa trazer
segurança às pessoas que consomem esses produtos ou que se alimentam, como é o caso
da irradiação de alimentos.
A radiologia industrial, com o fornecimento de imagens, garante que as peças fabricadas
nas indústrias siderúrgica, aeronáutica, naval (Figura 1) e automobilística não tenham
defeitos que possam comprometer a fabricação do produto.
A radiação gerada pelo equipamento mostra o que ele pode ou não fazer. A
quilovoltagem (KV), por exemplo, está baseada na diferença de potencial entre o cátodo
e o ânodo; já a miliamperagem está voltada à corrente do tubo de raios x.
Interpretar os equipamentos de
radiologia industrial
Alguns acessórios fazem parte dos equipamentos de raios x: o cabo de energia, por
exemplo, aciona o gerador a unidade de comando, já que a distância do comando
precisa ser grande, pois é uma medida de proteção à radiação. A metragem padrão para
o cabo de energia é de 40 metros.
Cada irradiador tem sua blindagem fabricada em acordo com o poder de emissão do
elemento radioativo utilizado, já que as energias dos elementos radioativos são
diferentes – a blindagem que é eficiente para o cobalto-60, por exemplo, não é eficiente
para o Irídio-192.
Então, fica proibido utilizar um irradiador que foi fabricado para determinado
radioisótopo, tendo em seu interior outro, sendo importante que profissionais treinados e
especialistas na área executem o serviço de gamagrafia industrial.
A fabricação do irradiador gama passa por testes de qualidade, que visam proteger a
fonte na blindagem, em situações de quedas, incêndio e alagamentos, favorecendo a
proteção do meio ambiente, a radiação.
A tomografia industrial é um ensaio não destrutivo realizado na indústria, o tubo de
raios x do equipamento gira ao redor da peça, trazendo a imagem obtida pela varredura
na tela do computador.
A imagem obtida pela tomografia industrial permite através de software obter a imagem
3D da peça examinada, essa possibilidade melhora bastante a detecção de imperfeições
que foram formadas no momento de fabricação da peça metálica.
A técnica de tomografia industrial no Brasil não é tão difundida igual a técnica de raios
x e do irradiador gama, mas como o cliente precisa da qualidade dos produtos, a técnica
já está sendo empregada e com um tempo tomará a mesma proporção da gamagrafia.
A radiografia digital sem o uso do filme radiográfico também já está sendo utilizada na
indústria, pois fornece a imagem rápida diretamente na tela do computador para ser
examinada, esse sistema pode ser igual ao médico, sendo formada a imagem através dos
raios x ou da radiação gama de forma direta e indireta.
Para o transporte de irradiadores gama (Figura 7.3) são exigidas algumas condutas que
são estabelecidas nas Normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) 5.01 e
5.04, a Norma CNEN 5.01 trata sobre o Regulamento para o Transporte Seguro de
Materiais Radioativos, e a Norma CNEN 5.04 trata sobre o Rastreamento de Veículos
de Transporte de Material Radioativo.
Sendo assim, a empresa que presta serviços terceirizados de radiologia industrial precisa
deslocar o irradiador gama em carro específico, rastreado e com as condutas citadas nas
Normas CNEN 5.01 e 5.04.
Para o transporte do irradiador gama, é importante ter o controle da exposição de
pessoas, bens e meio ambiente, levando em consideração a contenção do equipamento
no deslocamento, o calor e o controle de taxa de dose externa (BRASIL, 2021).
Interpretar as habilidades e
competências do tecnólogo em radiologia
O responsável pela instalação aberta (RIA) fica responsável por essas medidas, como o
profissional que vai executar a técnica e o pessoal da segurança do trabalho, que emite a
permissão de trabalho.
Os equipamentos novos que são oferecidos exigem treinamentos por applications logo
após a sua instalação: pode ser o de mamografia, cintilografia, ressonância magnética,
arco cirúrgico, raios X digital e tomografia computadorizada (Figura 3).
Conhecer as habilidades e competências do tecnólogo em radiologia é extremamente
importante, mas também a sua saúde na radiologia. Os autores Cátia Brand, Rosane
Fontana e Antônio Santo no artigo intitulado A Saúde do trabalhador em radiologia:
algumas considerações, pretendem através de uma pesquisa realizada com profissionais
das técnicas radiológicas, trazer informações sobre a saúde desses profissionais.
Acesse o link do artigo para conhecer mais profundamente este tema fundamental para
seus estudos:
Os equipamentos utilizados no
radiodiagnóstico, radioterapia e na
indústria, e as habilidades e
competências do tecnólogo em radiologia
Os equipamentos utilizados dentro da radiologia nas áreas de radioterapia,
radiodiagnóstico e indústria são extremamente importantes para a geração de imagens e
a realização de tratamentos com a radiação de alta intensidade, como é o caso da
radioterapia.
Na maioria dos ensaios não destrutivos com o irradiador gama, é necessário que o local
esteja delimitado por corda, sinais luminosos, placas com alerta de radiação ionizante no
entorno e, antes da realização do serviço, é importante avisar aos trabalhadores do local
que é necessário a saída para a exposição da fonte.
Já se sabe na medicina que, sem a imagem gerada pelo tecnólogo em radiologia, fica
difícil obter o diagnóstico da doença ou do sintoma que o paciente está se queixando,
dificilmente se chega a alguma conclusão com diagnóstico clínico.
Estudo de caso
Você foi contratado por um estaleiro naval para atuar na área de radiologia industrial.
Esse estaleiro fabrica grandes navios para a marinha brasileira, como barcos para pesca,
iates e todo tipo de embarcação. Ele emprega muitas pessoas e, como presta a
manutenção de submarinos e navios, o uso da radiação ionizante para verificar partes da
embarcação é importante para o controle de qualidade.
Depois da solda realizada na estrutura metálica, o ensaio não destrutivo realizado pela
gamagrafia industrial é feito com o objetivo de detectar descontinuidades na solda das
estruturas metálicas do navio.
Para que ocorra o ensaio não destrutivo pela gamagrafia industrial, é preciso que o
tecnólogo em radiologia tenha em mente a experiência adquirida e o que é necessário
ser realizado para a exposição da fonte de radiação.
A radioproteção precisa ser levada a sério, porque, na maioria dos estaleiros, existem
outros tipos de profissionais que trabalham constantemente, como é o caso do soldador,
engenheiro, topógrafo, encanador, eletricista e carpinteiro.
______
Reflita
Você precisa refletir sobre os itens essenciais para realizar a gamagrafia industrial no
estaleiro naval:
Então é proibido utilizar um irradiador que foi fabricado para determinado radioisótopo,
tendo em seu interior outro, sendo importante que profissionais treinados e especialistas
na área executem o serviço de gamagrafia industrial.
Por medidas de radioproteção, a Norma 6.04 da CNEN cita que, na área livre, ou seja,
fora da área restrita, precisa ser realizada a mediação da radiação através de um
contador chamado de Geiger Muller. Todas as medidas aferidas precisam ser anotadas e
disponibilizadas no documento.
Para a realização da gamagrafia, é necessário utilizar alguns acessórios que servem para
demarcar a área do ensaio não destrutivo, como a corda, cones, placas de sinalização
com símbolo internacional da radiação ionizante e pisca luminoso. O melhor horário
para realizar o ensaio é no período da noite, mas pode ocorrer durante o dia também.
As fontes de irradiação que podem ser utilizadas dentro do irradiador gama para o
ensaio de gamagrafia são o selênio, com 0,405 MeV, utilizado em 4 a 30 mm de aço; o
Irídio-192, com 0,065 MeV, com profundidade de 40 mm de aço; e o cobalto-60, com
profundidade para 200 mm de aço. O cobalto-60 é o que mais tem intensidade de
penetração, ou seja, tem energia de 1,33 MeV (ANDREUCCI, 2010).
Introdução
Estamos iniciando a Unidade III, Aula 9, da disciplina de História da Radiologia. Essa
Unidade abordará a legislação do profissional em radiologia; o Código de Ética dos
profissionais das técnicas radiológicas; o Conselho Federal de Radiologia; e o Conselho
Regional de Radiologia.
Essa lei trouxe várias vantagens para o tecnólogo e para o técnico em radiologia, visto
que restringe a carga horária para 24 horas semanais, visando a saúde e a segurança dos
profissionais em relação à exposição à radiação ionizante. Duas férias de 20 dias
consecutivos, gerando um total de 40 dias de férias por ano e exames periódicos
semestrais também entram como ganho para a categoria, bem como o adicional de
insalubridade de 40% sobre o salário-base, o que, na prática, não é cumprido na íntegra,
pois alguns locais pagam menos de 40%.
Introdução
O Código de Ética reformulado traz direitos e deveres dos profissionais das técnicas
radiológicas, buscando deixar mais claro os comportamentos aceitos e apoiados pelo
Conselho. Um exemplo claro disso é o profissional das técnicas radiológicas conhecer
quais são suas atribuições para não executar atividades fora de suas competências, pois,
caso aconteça algum problema, o Conselho não apoiará o profissional, podendo este, até
mesmo, perder o registro no referido Conselho.
Nas relações dos profissionais das técnicas radiológicas, o alvo de toda a atenção do
Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia é o cliente/paciente, devendo o
profissional agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade técnica e
profissional. Fica vedado ao Tecnólogo, Técnico e Auxiliar em Radiologia, obter
vantagem indevida, aproveitando-se da função ou em decorrência dela, sejam de caráter
físico, emocional econômica ou política, respeitando a integridade física e emocional do
cliente/paciente, seu pudor natural, sua privacidade e intimidade. É expressamente
vedado fornecer ao cliente/paciente informações diagnósticas verbais ou escritas sobre
procedimentos realizados (CONTER, 2022).
Esse último artigo (6º) é muito importante, pois existe legislação pertinente, dispondo
que o laudo ou diagnóstico final dos exames, só pode ser emitido pelo médico, e, é
obrigatório que o exame tenha sido solicitado por outro médico, sendo vedado ao
médico radiologista emitir laudo de exame sem prescrição médica (CONTER, 2022).
Introdução
Nesta aula, abordaremos parte da legislação do profissional em radiologia, enfocando o
Código de Processo Ético Disciplinar do Sistema CONTER/CRTRs dos profissionais
das técnicas radiológicas; regimento eleitoral dos Conselhos Regionais de Radiologia; e,
regulamento de inscrição nos Conselhos Regionais de Radiologia.
O texto foi discutido, longamente, em cada um dos seus pontos, antes de ser finalmente
aprovado. Este regimento foi concebido por profissionais e doutores realmente
conhecedores da matéria. Portanto, pode-se afirmar que será um elemento indispensável
à conduta profissional dos Técnicos e Tecnólogos em Radiologia que atuam neste país.
Quadro 3 | Característica de cada Capítulo do Código de Processo Ético Disciplinar (parte 2).
Fonte: Brasil (2013).
O Registro Profissional no sistema CONTER/CRTRs é essencial para o exercício
profissional legal da profissão de técnico e tecnólogo em radiologia. Ele deverá ser
requerido junto aos Conselhos Regionais competentes, mediante solicitação de inscrição
do interessado, acompanhada dos seguintes documentos:
Uma das novidades deste pleito foi que as candidaturas foram individuais, extinguindo-
se, assim, as chapas eleitorais, tanto no âmbito Nacional, quanto no Regional. O
Decreto nº 9.531/2018, que alterou o Decreto nº 92.790/86, que previa que as
candidaturas para o CONTER fossem individualizadas. Baseados na mesma legislação,
cabe ao CONTER regular as eleições nos Regionais, disposição confirmada pela Justiça
Federal no Processo 5008387-12.2021.4.02.5101 (TRT2/SJRJ), o 7º Corpo de
Conselheiros decidiu pelas eleições individuais, sem chapas, também nos Conselhos
Regionais. O processo eleitoral aconteceu sob o novo Regimento Eleitoral do Sistema
CONTER/CRTRs, aprovado pelo Plenário (BRASIL, 2021).
Introdução
Várias leis dão suporte à existência de nossa profissão, e precisamos conhecê-las melhor
a fim de exercer a profissão com transparência, respeito e credibilidade, de modo a
sermos reconhecidos pela sociedade e pelos profissionais das técnicas radiológicas, pela
eficácia e ética profissional e pelo nosso trabalho.
Toda grande organização precisa pensar metas que possibilitem o seu crescimento e
tragam maior eficiência aos serviços que são prestados. Fundamentada neste princípio, a
nova gestão do Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER) instituiu a
Comissão de Planejamento Estratégico, cujo principal objetivo é aperfeiçoar os serviços
prestados à sociedade, por meio da estruturação dos processos de trabalho internos do
órgão.
Essa incumbência foi dada a funcionários de diversas áreas do órgão, que estipularam
metas a serem atingidas, a médio e longo prazo, baseadas em três fatores fundamentais:
a Missão, a Visão e os Valores. Esses três fatores são importantes porque funcionam
como orientadores das ações e condutas do Conselho Federal de Radiologia. As etapas
do processo e as decisões tomadas foram baseadas em alcançar esses três itens. A
definição da missão, da visão e dos valores foi uma das principais etapas, pois deixou
mais clara a direção que o CONTER precisa seguir.
A legitimidade é conferida à atuação dos profissionais das técnicas radiológicas pela Lei
7.394/1985 e, ainda, as suas respectivas competências, reafirmadas na Resolução nº 2,
de 2012, em que fica definido que competem aos tecnólogos em Radiologia, entre
outras atribuições, os trabalhos de supervisão das aplicações das técnicas radiológicas,
além de, conforme o tipo de equipamento radiológico utilizado, gerir ou assessorar
tecnicamente os serviços, sejam eles instituições públicas ou privadas. É atribuição do
tecnólogo em radiologia coordenar e gerenciar equipes e processos de trabalho nos
serviços de radiologia e diagnóstico por imagem.
Estudo de caso
Para contextualizar sua aprendizagem, imagine que você conhece Alexandre e Ronaldo.
Eles são tecnólogos em radiologia formados na cidade de São Paulo. Alexandre trabalha
somente no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ronaldo, por sua vez, é carioca e
trabalha dois dias no Hospital Albert Einstein – onde conheceu Alexandre – e dois dias
no Hospital Samaritano, em Botafogo, no Rio de Janeiro.
O CONTER foi instalado em 1987, em Brasília, e, desde, então, sua função tem sido
manter a inscrição dos profissionais e das empresas legalmente habilitadas, para atuar
no campo da Radiologia, além de normatizar e fiscalizar o exercício das técnicas
radiológicas no Brasil.
_____
Reflita
Para você compreender um pouco mais sobre legislação que envolve as técnicas
radiológicas no Brasil e refletir sobre as perguntas que serão feitas na solução do nosso
Estudo de Caso, leia o artigo disponibilizado a seguir:
Alexandre, que só trabalha em um hospital (Albert Einstein, SP) deverá estar inscrito na
5ª Região do Conselho Regional de Técnicos em Radiologia - Jurisdição: SÃO PAULO.
Já Ronaldo, que trabalha no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e no Hospital
Samaritano, em Botafogo, no Rio de Janeiro, deverá estar inscrito na 5ª Região,
Jurisdição: SÃO PAULO e na 4ª Região, Jurisdição: Rio de Janeiro.
• Qual formação deve ter um tecnólogo em radiologia e qual a ação que deve
fazer, assim que se formar, para ter um exercício legal da profissão?
A radioproteção é o conjunto de normas que têm como objetivo proteger o ser humano e
o meio ambiente dos possíveis efeitos adversos causados pela radiação ionizante. É
certo que a descoberta da radiação ionizante foi um dos maiores feitos do ser humano,
mas levou um tempo para descobrirmos que o uso indiscriminado da radiação ionizante
traz sérios prejuízos à nossa saúde.
Apesar da radiação ionizante não poder ser vista ou sentida, tem, em seus efeitos, um
caráter nocivo às células vivas. O dano causado pela radiação pode ser acumulativo. Por
isso, é tão importante que o tecnólogo em radiologia não leve dose de radiação a cada
exame que fizer, pois a exposição do profissional das técnicas radiológicas é uma
exposição crônica, ou seja, pequenas doses ao longo de sua vida laboral.
Embora, grande parte dos danos produzidos seja restaurado com o passar do tempo,
ainda pode existir uma parte dos danos que não seja restaurada. Dessa forma, quando o
organismo recebe repetidas doses de radiação, a parte que não foi regenerada pode ter
seus danos aumentados – e o mais importante ocorre no DNA. Quando um dano não é
reparado corretamente, pode ocorrer a morte da célula, a incapacidade de se reproduzir
ou sua transformação em uma célula com características modificadas que proporcionam
crescimento anormal dessas células.
Para o uso dos dosímetros por tecnólogos, técnicos e estagiários, existem regras
definidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) que devem ser
rigorosamente obedecidas.
Para o uso dos dosímetros por tecnólogos, técnicos e estagiários, existem regras
definidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) que devem ser
rigorosamente obedecidas.
Quadro 1 | Regras CNEN sobre uso de dosímetros. Fonte: adaptado de Brasil (2018).
Atualmente, ficou decidido que o limite de carga horária profissional não impede que o
técnico/tecnólogo trabalhe em mais de um emprego: basta que não haja conflito de
horários. A Radiologia tem se reinventado diariamente, por meio do uso de novas
tecnologias. Embora ainda existam riscos à saúde do trabalhador, hoje, o profissional da
área de radiologia tem muito mais a se beneficiar do que a perder caso trabalhe dentro
das normas de radioproteção. A carga horária reduzida e a aposentadoria em menor
tempo são as vantagens que chamam a atenção dos que desejam ingressar na área de
radiologia. Além disso, a jornada de trabalho do técnico/tecnólogo em radiologia, de 24
horas semanais, abre um leque de possibilidades de trabalho aos profissionais das
técnicas radiológicas.
Não há impedimentos a ter mais de um emprego ao mesmo tempo, desde que não haja
sobreposição de horários. Então, os profissionais das técnicas radiológicas acabam indo
de um emprego ao outro, sem ter o devido descanso entre uma jornada de trabalho e
outra. Essa atitude leva a um desgaste físico e emocional dos trabalhadores. Além disso,
ainda há os locais de trabalho com movimento intenso, como as urgências e
emergências, que vivem lotadas de pacientes que necessitam de exames para fechar o
diagnóstico.
Essa síndrome, que também atinge os professores, é conhecida como exaustão física e
emocional que começa com um sentimento de desconforto e aumenta à medida que a
vontade de realizar as atividades laborais, paulatinamente, diminui. Sintomaticamente, o
burnout se reconhece pela ausência de fatores motivacionais, como energia, alegria,
entusiasmo, satisfação, interesse, vontade, concentração, autoconfiança e humor.
Essa condição que a sociedade impõe aos trabalhadores em geral também leva ao
desencadeamento do estresse, que atualmente vem sendo considerado um grande
problema no mundo, causando, assim, preocupações na comunidade científica nacional
e internacional (SÁ, 2014).
Introdução
Nesta aula, abordaremos o tempo de espera dos pacientes, erros cometidos nos exames
realizados e testes de qualidade realizados nos equipamentos de radiodiagnóstico.
Afinal, como lidar com pacientes/clientes, mantendo um bom diálogo com eles e dando-
lhes a atenção necessária e, ao mesmo tempo, ter um atendimento rápido e eficiente?
São questões importantes para satisfazer o público e melhorar o atendimento do
serviço.
Além disso, pode-se citar que a introdução dos equipamentos digitais ajuda a diminuir o
tempo de espera dos clientes, pois, com a tecnologia das placas da radiologia digital,
gera-se uma única imagem em até três segundos, diretamente na tela do computador da
sala de exames para posterior distribuição, em tempo real, a todo hospital ou clínica. O
tecnólogo em radiologia verifica a qualidade da imagem em tempo real durante o
exame.
O recurso possibilita a redução dos custos para as unidades de saúde, porque elimina o
uso dos chassis e filmes, retirando todo o processo de revelação das imagens dos
exames, com o uso de químicos e filmes, trazendo economia de água e benefícios ao
meio ambiente, além de eliminar o tempo de espera no pós-exame para revelação e
verificação da imagem. A tecnologia digital gera um desgaste menor dos equipamentos
de raios x, o que reduz os custos de manutenção preventiva e corretiva dos
equipamentos.
Mesmo o mais experiente e qualificado dos médicos radiologistas não conseguirá fazer
um diagnóstico rápido e preciso quando um exame não é bem-feito pelo técnico ou
tecnólogo em radiologia. Os erros mais comuns que podem acontecer durante a
realização dos exames são: posicionamento inadequado do paciente; utilização de
parâmetros técnicos inadequados; não utilização de meio de contraste endovenoso
quando solicitado pelo médico; utilização de protocolo de exame incorreto; distância
errada da fonte de radiação em relação ao corpo do paciente; filmes com subexposição;
filmes com superexposição.
A lista de possíveis erros é grande e, para eliminá-los, é necessário contar com uma
equipe técnica capacitada, treinada e humanizada. A solução pode ser contratar novos
profissionais ou investir na qualificação técnica e humana dos profissionais que já estão
no serviço.
Para Vidigal (2010), os serviços de radiologia demandam uma melhor qualidade dos
seus serviços, com o menor risco para o paciente/cliente. Entretanto, nem sempre essa
ação é alcançada, pois erros e acidentes podem acontecer. Um dos erros mais
encontrados é a repetição de exames, que pode levar a um aumento da dose no paciente,
a perda de material e tempo do tecnólogo em radiologia.
Atualmente, na maioria das clínicas e hospitais, o que mais encontramos são os setores
de radiologia sendo administrados por outros profissionais, como administradores,
economistas, enfermeiros, dentre outros, ao invés de termos o tecnólogo em radiologia
investido nessa função tão importante. E, como resultado prático disso, temos visto
ações que não levam em consideração a proteção radiológica do trabalhador e dos
pacientes, a subutilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e as escalas
mal-elaboradas. Logo, precisamos trabalhar para mudar esse panorama.
Para ter bom desempenho do serviço de radiologia é necessário ter um gerenciamento
de alta performance, no setor. Entretanto, o que se tem verificado é que as técnicas de
gestão ainda são mal utilizadas na área da saúde. Dentre os problemas que mais ocorrem
nos setores de radiologia, contamos com: congestionamento de pacientes, horários de
gargalo; atrasos no atendimento; falta de humanização dos profissionais; grande
preocupação com a demanda e pouca preocupação com os aspectos gerenciais;
desconhecimento da legislação da área de radiologia; interação do setor de saúde, com
seus usuários, no âmbito de mídias sociais (PEREIRA et al., 2015).
Há, no entanto, outra forma de encarar essa realidade. O Centro de Diagnóstico por
Imagem, pode, sim, trazer o retorno para a instituição hospitalar, desde que os
investimentos sejam planejados e adotados com critério e a seu tempo, sem que se perca
o elo da eficiência e da modernidade. E quem é esse profissional, que tem o perfil exato
para fazer esse planejamento? O Tecnólogo em Radiologia. Essas ações demandam
planejamento estratégico, conhecimento da área de radiologia, visão de futuro e
empreendedorismo, além de envolver o maior número possível de profissionais da área
de radiologia.
• Organização e planejamento.
• Controle de fluxo e rotina de realização de exames.
• Instalação e manutenção de equipamentos geradores de imagens radiológicas.
• Informatização do setor de diagnóstico e implantação das redes de comunicação
e arquivo de imagens.
• Controle de materiais e insumos utilizados na realização dos exames.
• Gestão de pessoas.
A formação acadêmica do profissional deve ser compatível com a área escolhida, e será
necessário também haver comprovação de ter exercido a atividade de supervisor de
proteção radiológica durante, no mínimo, trinta meses nos últimos cinco anos, na área
de atuação pretendida. Todas essas informações estão dispostas na Norma CNEN N.
7.01, que trata da certificação de supervisores de proteção radiológica, disponível no
site da CNEN.
A importância do tratamento
humanizado
O primeiro passo para tornar o setor de radiologia mais humano é reforçar a educação e
a saúde mental dos profissionais que ali trabalham. É necessário introduzir, nos
treinamentos, situações que os façam refletir e dissolver os conflitos que surgem no dia
a dia de trabalho, para que essas situações não sejam refletidas, no contato com os
pacientes e familiares.
Agora, reflitamos sobre como é importante da Cartilha Humaniza SUS (2003): quando
ignoramos os relatos de nossos pacientes, na enganosa sensação de proteção ao
sofrimento, mergulhamos no isolamento da insensibilidade, que enfraquece as forças
construtivas e a resiliência que está presente em todos os seres humanos.
Monitoração dos trabalhadores,
ambientes e equipamentos em Radiologia
A gestão do setor de radiologia, feita pelo tecnólogo em radiologia, levará todos esses
fatores em consideração, visto que, em sua formação universitária, estão previstas várias
disciplinas nas quais são abordados todos os fatores de proteção radiológica e as
legislações pertinentes. Logo, devemos estar muito atentos às informações
disponibilizadas nesta unidade
Estudo de caso
Desde a descoberta dos raios x, em 1895, pelo cientista Wilhelm Conrad Röntgen
(1845-1923), a radiologia vem sendo utilizada em larga escala, principalmente na área
médica, pois a radiação ionizante possibilita a visualização das estruturas internas do
corpo, através de métodos minimamente invasivos, sem precisar abrir o corpo.
A Radiologia Intervencionista (RI) é uma das técnicas que utiliza a radiação ionizante,
envolvendo intervenções diagnósticas e terapêuticas guiadas por imagens, que
possibilita a realização de procedimentos complexos, reduzindo a ocorrência de
infecções, diminuindo o tempo de recuperação e internação dos pacientes, bem como os
custos hospitalares. Um dos exemplos da aplicação da RI são os procedimentos
realizados na área da Cardiologia.
Assim sendo, surge o conceito de radioproteção, que é o conjunto de normas que cujo
objetivo é proteger o ser humano e o meio ambiente, dos possíveis efeitos adversos
causados pela radiação ionizante. A radiação ionizante, ao atingir os tecidos, age sobre
os átomos e moléculas, provocando sua divisão em íons ou grupo de átomos com sinais
elétricos contrários, o que pode ocasionar alterações químicas no organismo. A radiação
ionizante no nosso organismo age prioritariamente nos cromossomos, provocando
ruptura, perda ou recombinações anormais que podem gerar mutação do material
genético (DNA) da célula.
• Quais são os principais problemas de proteção radiológica enfrentados no dia a dia dos
serviços de radiologia convencional e intervencionista?
• Dos três cuidados da radioproteção (tempo, distância e blindagem), quais são os dois
mais utilizados nos procedimentos da Radiologia Intervencionista?
• Quando um organismo recebe repetidas doses de radiação, a parte que não foi
regenerada pode ter seus danos aumentados, e o mais importante ocorre no DNA.
Quais são os dois tipos de efeitos que ocorrem a partir da exposição à radiação?
• O que são efeitos teratogênicos da radiação ionizante?
_____
Reflita
Em relação a diminuir o tempo de duração dos procedimentos, isso tem sido trabalhado
através da introdução dos equipamentos pulsados e dos treinamentos a fim de
demonstrar que as imagens não precisam ser feitas de forma ininterrupta, o que diminui
a exposição de todos, trabalhadores e pacientes.
Dessa forma, concluímos que o mais utilizado dos três cuidados é a blindagem, sendo
expressamente obrigatório que toda a equipe que trabalha dentro da sala esteja usando
todos os EPIs disponíveis: avental plumbífero fechado na frente e atrás, protetor de
tireoide, óculos plumbíferos. Esses equipamentos de proteção individual devem ser
disponibilizados pelo serviço, em número suficiente para que toda a equipe os utilize
durante os procedimentos.
• Quando um organismo recebe repetidas doses de radiação, a parte que não foi
regenerada pode ter seus danos aumentados e o mais importante ocorre no DNA.
Quais são os dois tipos de efeitos que ocorrem a partir da exposição à radiação?
Efeito somático e efeito genético. O efeito somático é aquele que afeta somente a pessoa
irradiada, podendo ser dividido em duas categorias: efeitos em curto prazo, chamados
de efeitos agudos; e efeitos em longo prazo, chamados de tardios.
Já os efeitos genéticos são aqueles que podem surgir quando as gônadas (testículos ou
ovários) são expostas à radiação ionizante, afetando as futuras gerações das pessoas
irradiadas.