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HISTÓRIA
DA
RADIOLOGIA
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CURSO TÉCNICO EM RADIOLOGIA
História da Radiologia
A alta tensão do ânodo, necessária para a descarga elétrica, era produzida por uma bobina de
indução. Os raios catódicos, produzidos pela descarga interna do tubo, moviam-se
perpendiculares à superfície do cátodo e iam chocar-se contra a face de vidro cilíndrico.
Hoje, sabe-se que esses raios eram correntes de elétrons. Esses elétrons são liberados pelo
rápido movimento dos íons do gás bombardeando a superfície do cátodo aquecido. Os íons
são produzidos durante a descarga do gás. Os elétrons chocam-se contra a superfície de vidro,
perdem sua energia, o vidro fica aquecido e pode-se observar efeitos luminosos (luz verde ou
azul, dependendo da composição química do vidro).
Outros cientistas também produziram essa radiação durante suas experiências, porém não
tiveram o mérito de reconhecê-la. Filmes que estavam guardados nas proximidades de seus
equipamentos ficaram inutilizados. Crooks, por exemplo, achou que os filmes eram de má
qualidade. O mérito de Röntgen foi ter investigado com profundidade a natureza da nova
radiação, num curto espaço de tempo. Em seu primeiro, famoso e provisório comunicado (28
de Dezembro de 1895) sobre um novo tipo de radiação, ele publicou o resultado de suas
pesquisas científicas; a superfície aquecida da parede de vidro é a fonte de raios-X. Dali eles se
propagam em linha reta e penetram na matéria. Nem todas as matérias podem ser penetradas
com a mesma facilidade. Placas grossas de metal pareceram ser opacas, enquanto que ossos
apresentaram-se transparentes para uma determinada alta tensão escolhida. Placas
fotográficas foram expostas a raios-X e em pouco tempo podiam apresentar a fotografia de
uma mão.
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Sua descoberta valeu-lhe o prêmio Nobel de Física em 1901. Na época – começo do século XX
– ocorreu uma revolução no meio médico, trazendo um grande avanço no diagnóstico por
imagem.
Desde esta época até os dias de hoje surgiram várias modificações nos aparelhos iniciais,
objetivando reduzir a radiação ionizante usada nos pacientes, pois acima de uma certa
quantidade sabia-se que era prejudicial à saúde. Assim surgiram os tubos de Raios X,
diafragmas para reduzir a quantidade de Raios X e diminuir a radiação secundária que, além de
prejudicar o paciente, piorava a imagem final.
Em 1898, o casal Curie (Pierre e Marie Curie) anunciou, na Academia de Ciências de Paris, a
descoberta do rádio. Naquela mesma época, Madame Curie demonstrava que as radiações,
descobertas por Becquerel (a atividade radioativa dos sais de Urânio) poderiam ser medidas
usando técnicas baseadas no efeito da ionização.
Em março de 1911, Hensxhen radiografou o conduto auditivo interno alargado por um tumor
do nervo acústico (VIII par.).
Em julho de 1927, Egaz Moniz desenvolveu a angiografia cerebral pela introdução de contraste
na artéria carótida com punção cervical. Ao apresentar seu trabalho na Sociedade de
Neurologia de Paris, ele disse: “Nós tínhamos conquistado um pouco do desconhecido,
aspiração suprema dos homens que trabalham e lutam no domínio da investigação”.
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A evolução dos equipamentos trouxe novos métodos. Assim surgiu a Planigrafia linear, depois
a Politomografia onde os tubos de Raios X realizavam movimentos complexos enquanto eram
emitidos.
No final da década de 40, surgiu à idéia de usar a tensão alternada para acelerar partículas
carregadas originando, mais tarde, o acelerador de partículas.
Em meados da década de 50, foi construído um LINAC (Linear Acelerator) com a finalidade de
tratar tumores profundos, pelo Stanford Microwave Laboratory, sendo instalado no Stanford
Hospital, localizado em São Francisco – EUA.
Por volta de 1970 através de catéteres para angiografia, começou-se a ocluir os vasos tumorais
surgindo assim a radiologia intervencionista e terapêutica. Assim, nos dias de hoje, usam-se
catéteres que dilatam e desobstruem até coronárias, simplesmente passando-os pela artéria
femoral do paciente, com anestesia local, evitando nesses casos, cirurgias extracorpóreas para
desobstrução de artérias (famosas pontes de safena).
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1-Se propagam no ar (ou vácuo);
7- Atravessam um corpo tanto melhor, quanto maior for a tensão (voltagem) do tubo (kV);
9-Podem provocar mudanças biológicas, que podem ser benignas ou malignas, ao interagir
com sistemas biológicos.
Existem situações (raras) em que alguns elétrons muito energéticos se chocam diretamente
com os núcleos, convertendo toda a sua energia cinética em um fóton de alta energia e
freqüência (a rigor, esta seria uma outra forma de geração de radiação, onde a energia do
fóton gerado é igual à energia do elétron incidente, o que se configura como um fóton de
máxima energia).
A maioria dos fótons obtidos possui baixa energia, sendo que somente uns poucos têm a
energia equivalente à diferença de potencial (voltagem) aplicada ao tubo. Muitos fótons de
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baixa energia pode ser perigoso para o paciente irradiado, pois estes fótons de baixa energia
interagem com os tecidos vivos, sem contribuir para a formação da imagem radiográfica.
O espectro, distribuição das energias dos fótons gerados por uma radiação de freamento, é
mostrado na figura a seguir, onde se pode observar que a radiação não é monoenergética, mas
sim polienergética, pois temos fótons de diferentes energias, em quantidades diferentes.
Radiação característica
Pelo visto anteriormente, alguns fótons interagem diretamente com os núcleos, convertendo
toda sua energia em radiação, sem modificar o átomo alvo, ou seja, sem ionizá-lo.
Existem situações, no entanto, em que elétron pode interagir com um átomo quebrando sua
neutralidade (ionizando-o), ao retirar dele elétrons pertencentes à sua camada mais interna
(K). Ao retirar o elétron da camada K, começa o processo de preenchimento dessa lacuna
(busca de equilíbrio), por elétrons de camada superiores. Dependendo de camada que vem o
elétron que ocupa a lacuna da camada K, teremos níveis de radiação diferenciados.
Como exemplo, vamos considerar que um elétron da camada L ocupe a lacuna da camada K,
emitindo uma radiação da ordem de 59 keV; se o elétron ocupante vem da camada M, a
energia gerada é da ordem de 67 keV; se o elétron ocupante vem da camada N, teremos uma
radiação da ordem de 69 keV.
Quando se usa como alvo um material com o tungstênio, o bombardeamento por elétrons de
alta energia gera uma radiação com características específicas (radiação característica), pois
esse material possui um número atômico definido (bastante alto), necessitando um nível alto
de energia para retirar os elétrons de sua camada K.
Cada material emite um nível definido de radiação característica, dependendo de seu número
atômico, como são os casos do tungstênio (radiologia convencional) e molibidênio
(mamografia), que possuem radiações características da ordem de 70 keV e 20 keV,
respectivamente.
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A evolução dos modelos atômicos ocorreu por meio do avanço tecnológico e de experimentos
realizados por alguns cientistas, tais como Dalton, Thomson, Rutherford e Bohr.
Visto que não é possível visualizar um átomo isoladamente, os cientistas, com o passar do
tempo, criaram modelos atômicos, ou seja, imagens que servem para explicar a constituição,
propriedades e comportamento dos átomos. Esses modelos explicam o que diz a teoria, mas
isso não quer dizer que fisicamente o átomo seja igual ao seu modelo.
Os primeiros que imaginaram a existência dos átomos foram os filósofos gregos Leucipo e
Demócrito em, aproximadamente, 450 a.C. Segundo eles, tudo seria formado por minúsculas
partículas indivisíveis. Daí a origem do nome “átomo”, que vem do grego a (não)
e tomo (partes).
No entanto, essas ideias não puderam ser comprovadas na época, constituindo-se apenas
como hipóteses. Assim, outras teorias tomaram o seu lugar, e o pensamento de que tudo seria
composto por átomos ficou esquecido durante uma boa parte da história da humanidade.
Mas, no século XIX, alguns cientistas passaram a realizar testes experimentais cada vez mais
precisos graças aos avanços tecnológicos. Com isso, não só se descobriu que tudo era
realmente formado por minúsculas partículas, mas também foi possível entender cada vez
mais sobre a estrutura atômica.
São quatro as principais teorias atômicas estudadas nessa evolução. Vejamos cada uma
resumidamente*:
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Modelo atômico de Dalton
“ A matéria é formada por átomos, que são partículas minúsculas, maciças, esféricas e
indivisíveis.”
Esse modelo fazia uma analogia à estrutura de uma bola de bilhar. Todos os átomos seriam
assim, diferenciando-se somente pela massa, tamanho e propriedades para formar elementos
químicos diferentes.
Por meio de um experimento com uma ampola de Crookes (um tubo de vidro fechado com um
eletrodo positivo e um negativo onde se colocavam gases em pressões baixíssimas e
submetidos a altas voltagens), Thomson descobriu que existiam partículas negativas que
compunham a matéria. Isso significava que o modelo de Dalton estava errado porque o átomo
seria divisível, tendo em vista que ele teria partículas ainda menores negativas chamadas de
elétrons.
Visto que o átomo é neutro, cargas positivas também deveriam existir. Assim, J. J. Thomson
propôs o seguinte em 1898:
“ O átomo é constituído de uma partícula esférica de carga positiva, não maciça, incrustada de
elétrons (negativos), de modo que sua carga elétrica total é nula.”
Por meio dos resultados desse experimento, Rutherford percebeu que, na verdade, o átomo
não seria maciço como propôs os modelos de Dalton e Thomson. Veja o que ele propôs:
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“ O átomo é descontínuo e é formado por duas regiões: o núcleo e a eletrosfera. O núcleo é
denso e tem carga positiva, ou seja, é constituído de prótons. A eletrosfera é uma grande
região vazia onde os elétrons ficam girando ao redor do núcleo.”
Esse modelo recebeu esse nome porque, em 1913, o cientista Niels Bohr (1885-1962) propôs
um modelo que se baseou no de Rutherford, apenas o aprimorando. Entre seus principais
postulados, temos o seguinte:
“Os elétrons movem-se em órbitas circulares, e cada órbita apresenta uma energia bem
definida e constante (nível de energia) para cada elétron de um átomo.”
Essas camadas eletrônicas ou níveis de energia passaram a ser representadas pelas letras K, L,
M, N, O, P e Q, respectivamente, no sentido da camada mais próxima ao núcleo para a mais
externa.
PRINCÍPIOS DE RADIOPROTEÇÃO
Justificativa da prática e das exposições médicas individuais à radiação, pelo qual o benefício
gerado pelo uso da radiação se mostre maior que os danos causados por sua aplicação; e essa
justificativa para exames radiológicos deve ser feita individualmente, ou seja, considerando a
necessidade de exposição e as características particulares do indivíduo envolvido.
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Limitação de doses individuais, que se aplica ao pessoal ocupacionalmente exposto à radiação
ionizante e ao público em geral, mas não a pacientes; esses limites são calculados em doses
anuais, considerando a grandeza das doses efetiva e equivalente, o órgão do corpo humano
afetado pela radiação.