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LASERTERAPIA AVANÇADA
FOTOBIOMODULAÇÃO
ASPECTOS HISTÓRICOS
A aplicação da luz como tratamento foto-terapêutico é bastante antigo.
Em 1903, Finsen recebeu o Prêmio Nobel pelo avanço no “Tratamento do
Lupus Vulgar utilizando fonte de luz ultravioleta”. Por essa razão, alguns
autores como Aggerbo em 1960. consideraram Finsen como pai da Foto-
medicina moderna.
Einstein postulou as bases teóricas sobre a manipulação controlada de
ondas de luz, e publicou suas idéias em 1917. Esta teoria foi verificada por
Landberg em 1928, mas somente entre 1933 e 1934 Townes e Weber falaram
pela primeira vez em amplificação de microondas. Nessa mesma época houve
um grande avanço no desenvolvimento de fibras ópticas e material óptico de
uma maneira geral. A teoria da amplificação através da emissão estimulada foi
patenteada em 1951 por Fabrikant (um físico russo) e sua equipe, mas
permaneceram sem publicá-la até 1959 e por isso não pôde influenciar os
trabalhos que se desenvolviam nos Estados Unidos.
FUNDAMENTOS
A luz pode ser descrita como uma emissão eletromagnética, e como tal,
tem algumas características que a identificam plenamente. Essas emissões
são conhecidas, genericamente, por radiações ou ondas eletromagnéticas, e
estão contidas em uma grande banda ou faixa, que está subdividida de acordo
com algumas características físicas peculiares. Existem as que não podemos
ver, tais como as ondas de rádio AM e FM,e existem aquelas que podemos ver,
tais como as luminosas, compostas por fótons, tais como a luz emitida pelas
lâmpadas dos lustres das casas. As emissões estão organizadas segundo o
que se chama de “Espectro de Radiações Eletromagnéticas”, baseado em uma
característica particular: o comprimento de onda. Esse espectro é composto
por radiações infravermelhas, radiações visíveis, radiações ultravioletas,
radiações ionizantes (raios x e raios gama), além de outros tipos de radiação
que não dizem respeito a este trabalho.
LASER x LED
Terapia a Laser de Baixa Intensidade (TLBI) é apresentada como um
recurso terapêutico de baixo custo e eficiência comprovada no tratamento de
úlceras, capaz de acelerar o processo de reparo em tecidos distintos por meio
do emprego de fontes de luz de baixa potência, como diodos emissores de luz
(Light Emitting Diode – LED).
Os diodos emissores de luz (LEDs) são semicondutores complexos que
convertem corrente elétrica em um espectro luminoso estreito não coerente.
Em 1993, uma empresa japonesa começou a produzir luz branca a partir da
combinação da lua azul, vermelha e verde, o que abriu um importante campo
para essa tecnologia. A luz emitida vai do comprimento de onda do ultravioleta
ao visível e ao infravermelho, que vai dos 247 aos 1300 nanômetros (nm). As
cores mais usadas são: Azul (400-470nm), Verde (470-550nm), Vermelho (630-
700nm), Infravermelho (700-1200nm). Uma diferença significante entre lasers e
LEDs é o modo como a energia luminosa é liberada. O pico de energia liberada
no LED é mensurado em mili Watts, já o laser é em Watts, porém, apresentam
o mesmo comprimento de onda. Os LEDs não liberam energia suficiente para
causar danos aos tecidos humanos e não oferece o mesmo risco de acidentes
aos olhos que o laser. A terapia luminosa por luz visível e infravermelha é
julgada como sendo de risco insignificante pela Administração de
O LED dispersa a luz por uma superfície maior comparada com o laser e
pode ser usada onde grandes áreas são indicadas ao tratamento, resultando
em redução no tempo de tratamento. Segundo os parâmetros utilizados, os
efeitos biológicos dependem de: comprimento de onda, dose (fluência),
intensidade (densidade de potência), tempo de irradiação, modo contínuo ou
pulsado da onda, e padrões de pulso, por exemplo. Clinicamente, fatores como
frequência, intervalo entre os tratamentos e número total de tratamentos são
considerados. Quanto à segurança, o LED é seguro, não é térmico, nem tóxico
e invasivo, e não há relato na literatura de efeitos colaterais. Porém, a atenção
deve ser enfatizada em pacientes com epilepsia ou com fotofobia quando se
utiliza LEDs de modo pulsado.
Comprimento de onda
O comprimento de onda é uma característica extremamente
importante, pois é quem define a profundidade de penetração no tecido
alvo. Diferentes comprimentos de onda apresentam diferentes coeficientes de
absorção para um mesmo tecido. Jacques, em 1995, resumiu os diferentes
coeficientes de absorção para diferentes cromóforos em função do
comprimento de onda (cromóforos são aglomerados moleculares capazes de
absorver luz). Como podemos observar, as radiações emitidas na região do
ultravioleta e na região do infravermelho médio apresentam alto coeficiente de
absorção pela pele, fazendo com que a radiação seja absorvida na superfície,
enquanto que na região no infravermelho próximo (820 nm e 840 nm) constata-
se baixo coeficiente de absorção, implicando em máxima penetração no tecido
(Karu, 1985,1987).
APLICAÇÕES CLÍNICAS
Os laseres são uma realidade tecnológica e os de baixa potência
estão sendo utilizados como coadjuvantes no tratamento de feridas, com o
objetivo de auxiliar a restauração tecidual, melhorando a regeneração e a
cicatrização dos tecidos. Além disso, atuam na inflamação, no edema e
minimizam a dor.
DOSIMETRIA
Para que a laserterapia possa ser bem empregada e para se chegar a
resultados satisfatórios no tratamento, é imprescindível conhecer além da
técnica, a patologia e o perfil do paciente, o que só se consegue com uma boa
anamnese e um minucioso exame clínico.
TECNOLOGIAS EM COBERTURAS
FUNÇÕES DA PELE
As funções da pele passaram a ser mais bem compreendidas após a
década de 1940, sendo que os estudos se tornaram mais esclarecedores a
partir da década de 1960. No entanto, ainda há muito a ser elucidado sobre o
tema. Sabe-se que, ao longo da vida, as funções da pele sofrem importante
prejuízo em função da imaturidade do órgão do recém-nascido e do idoso. Até
o momento, algumas funções têm seu desempenho bem descrito:
Proteção mecânica e comunicação;
Proteção contra RUV e radiação ionizante (parcialmente);
Manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico (relativa
impermeabilidade à água e a eletrólitos);
Função físico-química (pH ácido 5,4 a 5,6 da camada córnea);
Função química (manto lipídico com atividade antimicrobiana);
Função imunológica (células de Langerhans, macrófagagos,
linfócitos e mastócitos);
Termorregulação e hemorregulação;
Metabolismo;
Sensibilidade e percepção.
PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO
Qualquer interrupção na continuidade da pele, que afete a integridade do
tecido tissular definimos como ferida. Também é definida como uma
deformidade ou lesão que pode ser superficial ou profunda, fechada ou aberta,
simples ou complexa, aguda ou crônica.
A cicatrização de feridas consiste em uma perfeita e coordenada cascata
de eventos celulares e moleculares que interagem para que ocorra a
repavimentação e a reconstituição do tecido. Tal evento é um processo
dinâmico que envolve fenômenos bioquímicos e fisiológicos que se comportem
de forma harmoniosa a fim de garantir a restauração tissular. A profundidade
da lesão determina a seqüência de eventos. As feridas podem lesar apenas a
Coagulação
O início é imediato após o surgimento da ferida. Essa fase depende da
atividade plaquetária e da cascata de coagulação. Ocorre uma complexa
liberação de produtos. Substâncias vasoativas, proteínas adesivas, fatores de
crescimento e proteases são liberadas e ditam o desencadeamento de outras
fases. A formação do coágulo serve não apenas para coaptar as bordas das
feridas, mas também para cruzar a fibronectina, oferecendo uma matriz
provisória, em que os fibroblastos, células endoteliais e queratinócitos possam
ingressar na ferida.
Com a lesão tissular, as plaquetas são ativadas pelo colágeno e pela
trombina. Segue-se uma resposta positiva de secreção e agregação,
amplificando a resposta plaquetária, ocorre a liberação do fator de crescimento
derivado das plaquetas (PDGF), substância que tem um papel importante na
Inflamação
Intimamente ligada à fase anterior, a inflamação depende, além de
inúmeros mediadores químicos, das células inflamatórias, como os leucócitos
polimorfonucleares (PMN), macrófagos e linfócitos. Os PMN chegam no
momento da injúria tissular e ficam por período que varia de três a cinco dias;
são eles os responsáveis pela fagocitose das bactérias.
O macrófago é a célula inflamatória mais importante dessa fase.
Permanece do terceiro ao décimo dia. Fagocita bactérias, desbrida corpos
estranhos e direciona o desenvolvimento de tecido de granulação. O uso de
laser de baixa energia em pele de ratos favorece a cicatrização. Alta atividade
fagocitária dos macrófagos é observada após trauma.
Os linfócitos aparecem na ferida em aproximadamente uma semana.
Seu papel não é bem definido, porém sabe-se que, com suas linfocinas, tem
importante influência sobre os macrófagos. Além das células inflamatórias e
dos mediadores químicos, a fase inflamatória conta com o importante papel da
fibronectina. Sintetizada por uma variedade de células como fibroblastos,
queratinócitos e células endoteliais, ela adere, simultaneamente à fibrina, ao
colágeno e a outros tipos de células, funcionando assim como cola para
consolidar o coágulo de fibrina, as células e os componentes de matriz. Além
de formar essa base para a matriz extracelular, tem propriedades quimiotáticas
e promove a organização e fagocitose de corpos estranhos e bactérias.
Proliferação
Dividida em três subfases, a proliferação é responsável pelo
"fechamento" da lesão propriamente dita. A primeira das fases da proliferação
Contração da Ferida
É o movimento centrípeto das bordas da ferida (espessura total). As
feridas de espessura parcial não contam com essa fase. Uma ferida de
espessura total tem contração mesmo quando há enxertos, que diminuem em
20% o tamanho da ferida. Em cicatrizes por segunda intenção a contração
pode reduzir 62% da área de superfície do defeito cutâneo.
Fatores Locais
⇒ Vascularização das bordas da ferida: A
boa irrigação das bordas da ferida é
essencial para a cicatrização, pois
permite aporte adequado de nutrientes e
oxigênio. Entretanto, a boa vascularização
depende das condições gerais e co-
morbidades do paciente, bem como do
tratamento dado a esta ferida.
⇒ Grau de contaminação da ferida: uma incisão cirúrgica realizada
com boa técnica e em condições de assepsia tem melhor condição de
cicatrização do que um ferimento traumático ocorrido fora do ambiente
hospitalar. O cuidado mais elementar e eficiente é a limpeza
mecânica, remoção de corpos estranhos, detritos e tecidos
desvitalizados.
⇒ Tratamento das feridas: assepsia e antissepsia, técnica cirúrgica
correta (diérese, hemostasia e síntese), escolha de fio cirúrgico (que
cause mínima reação tecidual), cuidados pós-operatórios adequados
(curativos e retirada dos pontos), são alguns dos aspectos importantes
a serem observados em relação ao tratamento das feridas.
Fatores Gerais
Os fatores gerais estão relacionados às condições clínicas do
paciente, e estas podem alterar a capacidade do paciente de cicatrizar
com eficiência.
⇒ Infecção: é provavelmente a causa mais comum de atraso na
cicatrização. Se a contagem bacteriana na ferida exceder 105
microorganismos/g de tecido ou se qualquer estreptococo B-hemolítico
estiver presente, a ferida não cicatriza por qualquer meio, como suturas
COLÁGENO
O principal componente da derme é o colágeno, uma família de
proteínas fibrosas que compreendem pelo menos 15 tipos geneticamente
distintos na pele humana. O colágeno é a principal proteína estrutural de
todo o corpo; ele é encontrado nos tendões, ligamentos e revestimento dos
ossos, bem como na derme, e representa 70% do peso seco da pele.
Corresponde ao principal material de resistência contra o estresse da pele.
O colágeno tipo I é o mais freqüente, é sintetizado pelos fibroblastos, e é
mais predominante em ossos e tendões. O tipo III é mais comumente
encontrado em tecidos moles, como vasos sangüíneos, derme e fáscia. A
derme sã contém aproximadamente 80% de colágeno tipo I e 20 % de
colágeno tipo III. Já o tecido de granulação expressa 30 a 40 % de colágeno
do tipo III, sendo considerado colágeno imaturo. A síntese de colágeno
começa horas após o ferimento, mas ela não se torna significativa até
aproximadamente uma semana após a lesão. A ativação dos fibroblastos
para sintetizar o colágeno é derivada de fatores de crescimento e das
próprias condições metabólicas da ferida.
Além do colágeno, os fibroblastos produzem e secretam
glicosaminoglicanos. Normalmente, glicosaminoglicanos se unem às
proteínas para formarem os proteoglicanos, considerados um dos
componentes principais do tecido de granulação, tendo uma função de
apoio para a formação de fibrilas de colágeno
A degradação do colágeno se inicia precocemente e é muito ativa
durante o processo inflamatório. A sua digestão ocorre em ambiente
extracelular e é mediada por colagenases específicas. São conhecidos
Definições adicionais:
A limpeza por irrigação impede a quebra das fibras dos novos tecidos
e garante a limpeza adequada do leito da ferida. No entanto a pressão
excessiva na irrigação pode arrastar os detritos mais profundamente no leito da
ferida aumentando o risco de infecção, enquanto a pressão insuficiente não é
eficaz na remoção dos detritos ou exsudado.
CURATIVO
REFERÊNCIAS LASERTERAPIA
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