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CENTRO DE ESTUDOS TÉCNICOS O SUL DO PIAUÍ

CNPJ: 26 698 178/0001-30


Avenida: Coronel José Dias, Nº 1030-centro -São Raimundo Nonato Piauí

DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A RADIOLOGIA


PROFESSOR (A):................................................
ALUNO (A):.........................................................

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INTRODUCÃO A RADIOLOGIA.

A Radiologia na área da medicina é o ramo ou especialidade que utiliza as


radiações para a realização de diagnósticos, controle e tratamento de doenças. O uso
da radiação permite a visualização de ossos, órgãos ou
estruturas (sonoras, eletromagnéticas ou corpusculares), gerando desta maneira uma
imagem. O que se iniciou com filmes radiográficos, como veremos, nas últimas décadas
foram acrescentados novos métodos de imagem como a tomografia computadorizada,
a mamografia, a ultrassonografia, a ressonância magnética nuclear e a densitometria
óssea. Todas as tecnologias e novos equipamentos e muitos outros avanços vieram a
contribuir para tornar essa área ainda mais interessante, e extremamente explorável.

[Fig. 1] Símbolo Radiologia.


HISTORIA E DESCOBERTA DARADIOLOGIA
O professor físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen (1845 – 1923), ao cair da noite
de uma sexta-feira, 8 de novembro de 1895 na Baviera, sul da Alemanha, enquanto
trabalhava em seu laboratório acidentalmente, produziu radiação eletromagnética nos
comprimentos de onda correspondentes aos chamados atualmente raios X (por se tratar
de uma radiação invisível e ainda uma incógnita denominou-a Raios-X). Röntgen foi
surpreendido ao ver projetada numa tela sua mão enquanto trabalhava com radiações.
Observou que de um tubo de raios catódicos que
ele trabalhava deveria estar sendo emitido um tipo
de onda que tinha a capacidade de atravessar o
corpo humano. O episódio ficou registrado como a
descoberta oficial da radiação ionizante.

[Fig. 2] Wilhelm Conrad Röntgen.

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Aos cinquenta anos de idade, Röntgen ainda não sabia, mas tivera realizado uma
das mais importantes descobertas científicas da humanidade. Esse investigador
brilhante, perfeccionista e astuto, fascinado por esta observação passou todo o fim de
semana trancado no laboratório onde comia e dormia, e no qual, experimentou materiais
que tinha disponível, do cotidiano, investigou a capacidade destes raios de penetrar em
corpos opacos à luz mesclando entre o tubo e a placa tudo o que pudesse encontrar
praticamente. Sabendo que os raios catódicos sensibilizavam filmes fotográficos,
investigou para saber se estes raios, que ele agora descobria, também tinham esta
propriedade. Testou pedaços de diferentes metais, livros, pesos de balança, sua
espingarda de caça, foram radiografados.

[Fig. 3] Ilustração Röntgen com D. Bertha.

Notando que enquanto segurava os objetos entre o tubo e écran de platinocianeto


de bário tinha visto a imagem dos ossos de sua mão, Rontgen decidiu investigar, foi
quando convenceu D. Bertha, sua esposa, a colocar a mão sobre um filme fotográfico
em chassi de papel e ligou o tubo durante 15 minutos. O filme revelado mostrou
claramente a imagem dos ossos e uma
nova era na ciência estava inaugurada.

[Fig. 4] Radiografia da mão da Sra. Röntgen.

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Em dezembro de 1985 Röntgen dedicou-se a escrever um artigo sobre sua
descoberta, e o sujeitou ao Secretário da Sociedade Físico-Médica de Wurzburg,
solicitando do mesmo, sua publicação na revista SITZUNGSBERICHTE, na edição
daquele mês saiu publicado o "EINE NEURE ART VON STRAHLEN" (sobre uma nova
espécie de raios), o autor relatou detalhadamente suas experiências e observações e
relata que:

1. Os raios X atravessam corpos opacos à luz;


2. Provocam fluorescência em certos materiais;
3. A radiopacidade dos corpos é proporcional à sua densidade e para aqueles de
mesma densidade, à espessura;
4. São invisíveis;
5. Não são refratários, nem refletíveis, nem podem ser focalizados por lentes;
6. Não são defletidos por campos magnéticos;
7. Os raios X originam-se do ponto de impacto dos raios catódicos no vidro do tubo
de gás;
8. Os raios X propagam-se em linha reta;
9. Não sofrem polarização.

Tal publicação rendeu-lhe o merecido primeiro Prêmio Nobel de Física no ano de


1901.

[Fig. 5] Medalha que retrata Alfred Nobel.

A publicação nos meios científicos acarretou centenas de outros trabalhos ainda


no primeiro ano. Porém, passaram vinte e cinco anos até que novas descobertas das
características destes raios fossem descobertas.

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Assim iniciou-se as radiografias diagnosticas, e odontológicas, uma vez que cerca
de 20 dias após a publicação de Röntgen, foi feita a primeira radiografia dental, pelo Dr.
Otto Walkhoff, de Braunschweig, Alemanha. Ele conseguiu utilizando placa de vidro com
emulsão fotográfica, envolvida em papel preto e lençol de borracha. Ele expor sua própria
boca por cerca de 25 minutos, e obteve a primeira radiografia odontológica da história.

[Fig. 6] Radiografia da boca do Dr. Otto Walkhoff.

Daí para frente novos progressos iam sendo conquistados, em 1896 na Inglaterra
o Dr. Nelson fez a primeira radiografia de um projétil de arma de fogo foi realizada no
interior do crânio de um paciente.
Em 1896 a primeira radiografia foi realizada no Brasil, como a história não relata
dia e mês, é atribuída a vários pesquisadores; Silva Ramos, em São Paulo, Francisco
Pereira Neves, no Rio de Janeiro, Alfredo Brito, na Bahia; e físicos do Pará, conclui-se
que cronologicamente a diferença seja muito pequena entre as datas que cada um
realizou a primeira radiografia.

Áreas da radiologia

Os campos da radiografia são vastos, e podemos dividir em especialidades, tais


como:

 Radiologia médica: Para estudos de órgãos e estruturas de humanos, como exame


complementar de diagnóstico ou como método de intervenção terapêutica.

 Radiologia odontológica: Para estudos da odontolog ia.


[Fig. 7] Ilustração Radiologia médica.

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 Radiologia veterinária: Para estudos e diagnóstico dos animais.

[Fig. 8] Ilustração Radiologia veterinária.

 Radiologia industrial: poderosa ferramenta de controle de qualidade, utilizada nas


indústrias, linhas de produção, indústria automotiva, indústrias navais, siderúrgicas,
aviação, materiais bélicos, como explosivos, petrolíferas, na indústria como um todo.
 Radiologia metalúrgica: Para estudos de peças, placas e soldas.
 Radiologia esterilização: No tratamento de eliminação de bactérias e fungos.

[Fig. 9] Ilustração Esterilização Por Radiação.

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 Radiologia ambiental: Para atenções dadas ao tratamento de solos.
 Radiologia científica: No que se refere à docência, estudos e pesquisas.
 Radiologia alimentícia: No tratamento de eliminação de bactérias e fungos na
área alimentícia. Nesta área é preciso se tomar um grande cuidado, pois a radiação
usada e de alta potência na casa de (10 MeV), para matar todo e qualquer tipo de
fungos e bactérias. O problema e que eleva o preço dos alimentos. A durabilidade
dos alimentos aumenta 1/3 para muitos alimentos ex: cebola de cabeça como
conhecida.
 Radiologia de projetos: Quando envolve equipamentos médicos.
Como podemos ver há várias áreas para explorar na radiologia, tantas áreas de
diagnóstico por imagem como a área industrial e afins.

TÉCNICAS DE PROCESSAMENTO

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O que é processamento radiográfico:
É o termo usado para descrever a sequência de eventos realizados e requeridos
para converter a imagem latente, contida na emulsão sensibilizada do filme, em uma
imagem radiográfica visível e permanente, este processo denomina-se processamento.
Baseia-se na imersão do filme radiográfico em soluções processadoras/reveladoras. A
sequência do processo é; revelação, lavagem intermediaria, fixação e lavagem final para
o processamento manual, e para processamento automático; revelação, fixação e
lavagem final. O filme é submetido à secagem em ambos os processos. Para uma boa
interpretação radiográfica é fundamental uma técnica adequada no processamento do
filme radiográfico.

[Fig.10] Exemplo de Processamento Radiográfico.

Onde ocorre o processamento radiográfico:


A rotina de processamento radiográfico ocorre dentro da câmara escura, e adota
uma restrita e especifica rotina para que o filme seja processado com qualidade e hábil
para a análise da imagem para diagnostico através da mesma.

CÂMARA ESCURA

É o lugar especifico onde se desenvolve os processos de manuseio e revelação


das películas/filmes radiográficos.
A maior característica pela ausência de luz natural, sendo permitida apenas uma
luz de segurança, de cor alaranjada/avermelhada e de baixa intensidade (6,5 a 10 W),
posicionada a uma distância de 120 cm do balcão.
A câmara escura deve ser construída próximo a sala de exames, visando à
agilização do exame radiográfico.

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Ela é dividida parte úmida (tanques de reposição de químicos, mangueiras,
torneira, etc.) e parte seca (balcão, chassis, filmes, etc.). O piso deve ser construído com
azulejos opacos, para facilitar a limpeza e evitar o acúmulo de poeira, e assim facilitar na
manutenção.
A porta de acesso a câmara escura deve possuir um sistema de segurança de
trancas para evitar a abertura acidental. Podendo ser aberta apenas pelo profissional
que está dentro da sala.
Um sistema exaustor é necessário e obrigatório, pois os gases provenientes dos
químicos são tóxicos, com esse dispositivo, o ar é sempre renovado.

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[Fig.11] Modelo de Câmara Escura.

Iluminação de Segurança

Os filmes são manuseados e abertos


sob iluminação de segurança, e somente sob
ela, é uma luz especial com um filtro de
segurança e lâmpada vermelha de
15watts a uma distância maior que 1,2
metros.
Os filtros de segurança das luminárias
devem ser do tipo adequado (vermelho/âmbar),
como os filmes verdes são mais sensíveis as condições de iluminação de segurança das
câmaras escuras (pela proximidade do verde e do vermelho no espectro de cores). É
essencial que a manipulação dos filmes ocorra de forma rápida, uma vez que a
iluminação de segurança pode aumentar rapidamente o véu desses filmes.
As luzes de segurança são utilizadas em locais escuros onde os cassetes de filme
radiográfico são carregados e transportados para a processadora. A luz de segurança é
emitida em um comprimento de onda (correspondente ao vermelho) que pode ser vista
por nossos olhos, mas que não acarretam exposição no filme.

[Fig.12] Modelo de Luz da Câmara Escura.

Portanto, deve-se controlar a cor da luz, brilho, localização ou distância dos filmes
e duração do tempo de manipulação dos filmes de forma a minimizar a exposição dos
mesmos. Embora os filmes tenham uma sensibilidade muito baixa às luzes de
segurança, elas podem induzir fog (densidade ótica presente não relacionada à

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exposição do filme). Sensibilidade à Luz de Segurança A cor da luz deve ser controlada
por meio de filtros de luz. A luz vermelha é indicada quando se trabalha com filmes
sensíveis à luz verde, para tal, usa-se filtros do tipo GBX.

Temperatura

A temperatura ideal deve


estar em torno de 18º C a 24º C, com
umidade relativa do ar de 40% a 60%. O
higroscópio é o instrumento utilizado
para medir a umidade e temperatura
relativa do ambiente.

Armazenagem das caixas de filmes

Devem ser guardadas na posição


vertical, evitando assim a eletricidade
estática, que é produzida pelo atrito
dos filmes. Essa posição também evita
que os filmes sejam pressionados
uns aos outros.

Filmes Radiográficos

São feitos de uma película feita de poliéster, revestidos em ambos os lados por
uma emulsão de cristais de prata.
É também duplamente coberto por gelatina, que tem a função de proteger a
emulsão de acidentes mecânicos. Quanto ao tamanho dos filmes, são eles: 13 x 18 cm;
18 x 24 cm; 24 x 30 cm; 30 x 40 cm; 15 x 40 cm; 35 x 35 cm; 35 x 43 cm.

[Fig. 13] Ilustração de Filme Radiográfico.

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Sensibilidade do Filme radiográfico

Uma característica extremamente importante dos filmes radiográficos é sua hiper


sensibilidade. O que
vai determinar a
quantidade de exposição do
filme é sua sensibilidade, para
determinar quanto tempo ele
deve ser exposto para
produzir uma imagem.
Sensibilidade
alta para filme radiográfico
(ou velocidade alta)
significa que o filme
necessita de menos exposição
que um filme de baixa sensibilidade. A comparação de sensibilidade se dá através das
quantidades de exposição para produzir uma densidade ótica de valor unitário acima do
nível de densidade base+fog.
Ou seja, uma mesma exposição produzirá uma densidade ótica maior em um filme
de sensibilidade maior, em relação a um de menor sensibilidade. Portanto, a produção
de um valor de densidade unitário (D=1) no filme mais sensível requer uma exposição
menor.

Chassis

Item utilizado para o transporte do filme radiográfico, evitando que ele seja velado
pela ação da luz. Sua composição externa é feita de alumínio, seu interior possui duas
faces, sendo revestidas por espuma e um écran em cada lado, que funciona como um
intensificador dos raios x, para que as imagens radiográficas sejam produzidas.

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Processos necessários para obtenção da imagem do filme radiográfico:
Quatro processos são necessários para obtenção da imagem do filme
radiográfico; revelação, fixação, lavagem e secagem. Esses processos são
necessariamente realizados para formação da imagem latente (que se dá através da
absorção de fótons de luz pelos íons de brometo de prata).

Componentes do processamento radiográfico:


 Filme: filme radiográfico propriamente.
 Processadora: onde o filme é colocado para ocorrer à revelação, fixação e secagem
do filme.
 Revelador: converte a imagem latente em imagem visível.
 Fixador: remove os aletos de prata, com intuito de preservar (fixar) a imagem no
filme.
 Água: usada para não
[Fig. 14] Ilustração de Chassi Radiográfico.
contaminar o fixador, remover o
excesso de fixador.

REVELAÇÃO MANUAL E AUTOMÁTICA

[Fig. 15] Ilustração processamento.


O que é Revelação em Radiografia?

É uma das etapas de realização do Processamento Radiográfico na qual se


estabelece a diferença entre as áreas do filme que foram ou não expostas à luz, sendo
usados os seguintes ingredientes básicos para o exercício dessa atividade:

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 Solventes: o solvente básico em um revelador é a água que dissolve e ioniza as
substâncias químicas do revelador.

[Fig. 16] Ilustração Solventes.

 Agentes Reveladores: é um composto químico, capaz de converter os grãos


expostos de haleto de prata em prata metálica.

[Fig. 17] Ilustração Reveladores.

 Aceleradores ou Ativadores: Aumentam a atividade da reação química, sendo


substâncias alcalinas (pH elevado acelera a reação). Exemplos disso é o
carbonato de Na ou K (revelador normal) e hidróxido de Na ou K (revelador
rápido).

 Preservativos: retarda a oxidação, mantém a proporção de revelação e ajuda a


evitar manchas na camada de emulsão do filme.

 Retardadores: os íons que são usados como retardadores, protegem os grãos


não expostos contra a ação do revelador.

Entre as formas existentes de se realizar revelações no Processamento Radiográfico


podemos observar a Revelação Manual e a Revelação Automática, sendo a maior
diferença entre elas o fato desta última ter uma etapa a menos.
O filme tem contato com uma solução reveladora que torna a imagem invisível em
visível, atuando sobre os sais de prata sensibilizados pelo Raios-X.

Grampos ou colgadura – segura o filme durante o processamento.

Soluções para revelação – podem ser adquiridos prontos para o uso.

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Câmara escura – local onde é realizado o processamento.

Segue abaixo o tempo que o filme deve ser submetido ao revelador e ao fixador, assim
como à água:

[Fig. 18] Ilustração Tempo cada produto.

A tabela a seguir dispõe de informações quanto ao tempo de exposição do revelador


em relação à temperatura.

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[Fig. 19] Ilustração Tabela de temperatura.

A tabela sendo um tanto antiga revela apenas uma base superficial para se ter
ideia do processo, onde não se deve revelar nem abaixo de 16°C onde a solução estará
muito fria ocasionando uma demora na reação química e, consequentemente, velamento
do filme, nem também revelar acima de 33°C onde uma solução muito quente poderá
estragar o filme (acondicionar na geladeira).

Revelação Automática:
É um método de revelação que vem se tornando cada vez mais utilizado, pois a
demanda por radiografias fez com que os radiologistas e os departamentos de radiologia
no geral fossem desafiados a se tornarem cada vez mais eficientes no uso de instalações
disponíveis para produzir radiografias ideais.
A revelação automática de filme de Raios-X tem se tornado um grande fator no
manuseio com sucesso, deste crescente volume de trabalho. A automatização da
revelação é possível graças à combinação de três elementos: Processadoras;
Substâncias químicas especiais; Filmes compatíveis. Trabalhando em conjunto, estes
elementos oferecem um meio rápido de produzir radiografias adequadamente reveladas.

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[Fig. 20] Ilustração Estrutura básica de uma [Fig. 21] Ilustração Imagem de Processadora
Processadora Automática. Automática Kodak M35

Revelação Manual:
Consiste em realizar o processamento, sendo um método com etapas manuais, como
segue abaixo uma ilustração, representando os passos da realização da revelação
manual do filme radiográfico, retirada do livro Fundamentos de Radiografia da Kodak.

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[Fig. 22] Ilustração Revelação Manual.

Taxa de Reposição:
A taxa de reposição depende do tamanho do filme. Uma processadora usada apenas
para revelar radiografias de tórax necessita de uma taxa maior de reposição que as
usadas para revelar radiografias menores. „

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Contaminação - se o revelador for contaminado com outro químico, como o fixador,
por exemplo, ocorrerão alterações abruptas na sensibilidade do filme (aumento ou
decréscimo), dependendo do tipo e da quantidade de contaminação. É mais provável
que a contaminação do revelador ocorra quando os rolos de transporte são removidos
ou substituídos.

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QUÍMICOS FIXADOR E REVELADOR

O que é Fixador e Revelador em Radiografia?


É a segunda parte do processo, dando sequência à etapa da revelação onde o filme
deve ser imerso totalmente. No processo de fixação o líquido fixador tem por função criar
uma espécie de barreira protetora sobre a imagem para que esta não sofra com a ação
do tempo e possa, assim, ser manipulada sem qualquer cuidado especial pelo técnico,
radiologista e pelo próprio paciente. Uma mistura de 5 produtos diferentes compõe este
líquido. Os produtos e suas especificações estão listados a seguir:

 Neutralizador: O ácido acético (Neutralizador que determina a suspensão da


revelação, neutralizando o revelador. Fornece a acidez requerida) é o responsável
pela interrupção da ação do revelador que fica em atividade na emulsão após o
filme abandonar o recipiente que contém esse produto (revelador). Isto é
fundamental para que o filme não se torne super-revelado e ocorra o seu
velamento.

 Produto de limpeza: A retirada dos grãos não


sensibilizados da emulsão deve ser feita por
um elemento que não reaja com os grãos
enegrecidos. Esse elemento é o Triossulfato
de Amônia ou de Sódio (Agente fixador que
elimina os cristais de brometo de prata não
expostos). A prata se acumula na solução
fixadora e pode ser recuperada por um
processo de eletrodeposição em uma
superfície metálica.
[Fig. 23] Ilustração Produto Limpeza.

 Preservativo: Possui a mesma função do preservativo da solução reveladora,


agindo, agora, sobre o fixador para evitar sua oxidação e reduzir sua atividade.
 Endurecedor: Tem a função de contrair e endurecer a emulsão e é composto de
Cloreto de Alumínio (Endurecedor que contrai e endurece a emulsão).

 Água: É o elemento solvente da solução, ou seja, aquele que ajuda a diluir a


concentração dos produtos, transporta os elementos químicos até o contato com
os microcristais e depois ajuda a carregar os microcristais não expostos para fora
da região da imagem.

Uma importante observação a ser levada em conta é o uso do tempo gasto, devendo
ser controlado para que não se ultrapasse do destinado para a realização do processo,
a ponto do agente fixador acabar atacando a prata enegrecida, destruindo assim a
imagem.

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O que é Fixação em Radiografia?

É a segunda parte do processo, dando sequência à etapa da revelação onde


o filme deve ser imerso totalmente. No processo de fixação o líquido fixador tem
por função criar uma espécie de barreira protetora sobre a imagem para que esta
não sofra com a ação do tempo e possa, assim, ser manipulada sem qualquer
cuidado especial pelo técnico

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LAVAGEM FILME RADIOGRAFICO

O que é Lavagem em Radiografia?


A Lavagem tem a finalidade de limpar bem o filme de depósitos restantes dos
processos anteriores que, sob a ação do tempo, ar e umidade, poderiam apresentar
reações químicas e prejudicar a qualidade da imagem formada.
A conservação da processadora deve
obedecer a uma rigorosa e sistemática
Lavagem manual.
limpeza dos racks e
dos tanques.
Diariamente, depois de
terminado o trabalho, a
tampa deve permanecer aberta até
o dia seguinte no início do trabalho. Os
racks devem ser lavados com água comum a cada 30 dias ou 1200 filmes processados.
A lavagem deve ser completa, usando-se detergente próprio do limpador de sistemas.
Coloca-se o produto diluído em 1/10 nos tanques de revelação e 1/20 nos tanques de
fixação, previamente esvaziados, deixando-se, em seguida, enxaguar os roletes e os
tanques, fazendo circular água em todo o sistema de circulação do revelador.

A lavagem ocorre dentro da


processadora.

[Fig. 24] Ilustração lavagem interna.

Após o preparo dos banhos do revelador e do fixador nos tanques internos e nas
quantidades originais dos mesmos, todos os tanques possuem uma divisória que
determina o limite de imersão. Após recolocar os racks e os demais componentes, liga-
se a processadora até atingir a temperatura ideal, passando-se alguns filmes para
limpeza dos racks enxaguados de químicos.

[Fig. 25] Ilustração lavagem manual.

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O tanque reserva para fluxos são normalmente de 100 e de 50 litros, para preparar 76
e 38 litros respectivamente, para a revelação de novos filmes.

[Fig. 26] Ilustração lavagem manual.

Greco et al. (2006) verificaram a


influência da lavagem
Lavagem manual.
final na qualidade da
imagem radiográfica,
além de avaliar o efeito causado pela
ausência deste procedimento. Foram
utilizadas 15 radiografias divididas
em três grupos, conforme o tempo de
permanência na lavagem final: sem
lavagem, dois e cinco minutos de
lavagem final. As imagens foram
avaliadas após o processamento,
reavaliadas após três meses e quatro
anos. Constatou-se que as imagens não se alteraram imediatamente após o
processamento, entretanto, após 3 meses, o grupo que não ocorreu lavagem final
apresentou manchas amareladas; e após 4 anos, foi o grupo de lavagem em 2 minutos.
Concluiu-se que, para obter radiografias de boa qualidade de imagem e estas
permaneçam com suas propriedades para o radiodiagnóstico, recomenda-se a lavagem
final com o tempo mínimo de cinco minutos. “GRECO, A. C. et al. Efeito da diminuição

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do tempo de lavagem final ou sua ausência na qualidade da imagem radiográfica. Rev
da ABRO, v. 7, n. 1, jan./jun. 2006.”

SECAGEM DO FILME RADIOGRAFICO

O que é Secagem em Radiografia?

A rápida secagem da radiografia depende do adequado condicionamento do


filme. A temperatura do secador deve ser a mais baixa possível e não deve exceder o
nível de temperatura recomendado. A secagem busca a eliminação de restos de água e
soluções usadas o processamento radiográfico. Deve ser feita num ambiente sem poeira.
Também, a fonte de ar não deve incidir diretamente sobre a radiografia, pois os cristais
de prata poderão se mover, gerando distorções na imagem.

[Fig. 27] Ilustração Secadora Radiológica.

Secagem manual.

[Fig. 28] Ilustração Radiografia secando.

É a etapa mais simples da revelação, e


também bastante importante. A secagem
indevidamente realizada pode resultar em
marcas de água ou
Secagem manual.
deteorização da
gelatina devido à
excessiva temperatura. As temperaturas de

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secagens devem ser rigorosamente seguidas pelas recomendações do fabricante.
Tem a função de trazer ao estado normal a emulsão de modo uniforme, limpo e
dentro de um intervalo de tempo razoável, nesta fase podem acontecer defeitos, como
deposição de pó ou fios na emulsão, presença de pequenas gotas d’água causando
manchas e falta de espaçamento entre as películas grudando umas nas outras.
Para evitarmos estes defeitos, após a lavagem devemos imergir o filem em uma
solução que contenha agente umedecedor, diminuindo a tensão superficial, reduzindo o
risco de que a água seque de forma desigual. Os secadores consistem em uma cabine
na qual a umidade é retirada do ar através de substâncias químicas e o ar dês-
umedecedor é re-circulado sobre o filme. Assim que estiverem secos, os filmes devem
ser retirados do secador para evitar que se torne quebradiço e deve-se cortar as pontas
para retirar as marcas dos grampos.
As radiografias podem ser penduradas para secar em bastidores em uma área
livre. Independente dos métodos usados para a secagem, os filmes devem estar bem
separados uns dos outros, pois se entrarem em contato durante a secagem, eles podem
apresentar marcas de secagem ou podem grudar-se uns aos outros.

A secagem ocorre dentro


da processadora.

[Fig. 29] Ilustração Interna Processadora.

[Fig. 30] Ilustração Processadora.

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CONTROLE DE QUALIDADE DE PROCESSAMENTO.

Para iniciar o processo de controle


de qualidade o primeiro passo é ajustar as
condições de processamento e se certificar
que o mesmo está correto.

 Condições de processamento:
verificar se estão dentro das
especificações, temperatura, tempo,
tipo de químicos, taxa de reposição, etc. Os fornecedores de filmes e químicos devem
fornecer as condições ideais.

 Verificação do processamento: estando satisfatória as condições ideias


recomendadas, um teste para verificar se a sensibilidade e as características de
contraste do filme condizem com aquelas especificadas pelo fabricante, para cada
tipo de filme deverá ser realizado um teste.

 Processamento Insuficiente: ocorrendo um processamento insuficiente, a


sensibilidade do filme e o contraste serão menores que os especificados. Um
aumento na exposição compensa a perda de sensibilidade, porém o contraste não
pode ser recuperado.

 Processamento Excessivo: quando ocorre processamento excessivo a


sensibilidade aumenta. O contraste de alguns filmes aumenta até certo ponto, depois
diminui. O maior problema nesta situação é o aumento de fog (densidade base+fog)
que contribui para diminuição do contraste.

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