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CURSO TÉCNICO EM RÁDIO

NÁDIA FEITOSA MOURA


DENSITOMETRIA
ÓSSEA E
MAMOGRAFIA
PROFESSOR: LOPES
Densitometria Óssea
Introdução
É comum conceituarem osteoporose como sendo sempre o resultado de perda
óssea. Portanto, uma pessoa que não alcançou seu pico máximo durante a
infância e a adolescência pode desenvolver osteoporose sem ocorrência da perda
óssea acelerada. Considera-se de grande importância o desenvolvimento da
massa óssea na infância e adolescência, sendo este tão importante quanto a perda
óssea. A densitometria é um método de diagnostico que avalia o grau de
mineralização óssea do esqueleto ou dos seguimentos do esqueleto, e os seus
resultados são comparados com a densidade de mineração óssea (DMO) da
media populacional. Os estudos por segmentos é mais frequente, sendo comum a
avaliação da densidade óssea da coluna lombar e do colo femoral.
FIGURA 1: Paciente em decúbito dorsal na realização do exame de  densitometria
óssea.
O exame de Densitometria Óssea institui-se como um método eficiente, simples,
rápido e não requer nenhum preparo especial e nem estar em jejum para se medir
a densidade mineral óssea, e comparar com padrões para idade e sexo, além de
detectar o grau da osteoporose, indicar a probabilidade de fraturas e auxiliar no
tratamento médico.

Conceito
Densitometria óssea: conceito
O mecanismo por trás de uma densitometria óssea é simples, já que o
exame emprega radiação ionizante para obter imagens dos ossos.

No entanto, a densitometria utiliza uma quantidade bem menor de raios X


que uma radiologia comum, devido à tecnologia embutida no
equipamento que viabiliza o teste.
A técnica, de nome DXA (Dual-Energy X-Ray Absorptiometry), permite a
observação detalhada do tecido ósseo, evidenciando se uma área está
fraca ou muito porosa.

Apesar de ser útil para o estudo de diversas partes do organismo, a


densitometria se concentra em três regiões mais suscetíveis a
fraturas: colo do fêmur, vértebras e o rádio distal.

Como é feito o exame de densitometria óssea.


Como é feito o exame de densitometria óssea?
Primeiro, o paciente se apresenta na clínica ou hospital onde marcou o
exame, sem nenhum preparo, ou seja, nada de jejum, nada de
suspender medicamentos.

Então, um radiologista, médico geral ou técnico em radiologia conduz o


paciente até uma sala onde fica uma mesa de exame semelhante à de
um raio X, na qual o paciente se deita.

Após ser ligado, o aparelho de densitometria percorre a parte superior do


corpo, emitindo radiação ionizante.

Na parte de baixo da mesa, ocorre a captação dos registros do exame e


a transferência dos dados para o computador, geralmente de modo
automático.

Esse exame fornece dados para a análise específica da perda de cálcio


nos ossos, feita por um especialista local ou através da telemedicina.
Os avanços da densitometria óssea no
diagnóstico da osteoporose
A densitometria óssea trouxe segurança no diagnóstico e
acompanhamento da osteoporose, sendo paralelamente utilizada por
frequentadores de academia para medir a composição corporal.
Os avanços foram impulsionados pelo emprego da tecnologia DXA, que
viabiliza que o aparelho de densitometria emita radiação ionizante
utilizando tubos de raio X especiais.

Isso significa que o equipamento possui múltiplos detectores de imagens


e softwares com algoritmos inovadores, que transformam o corpo em
compartimentos para serem avaliados de forma separada, como é o caso
do osso, gordura e massa muscular.

A própria sigla DXA está relacionada com os múltiplos tubos de raio X,


que captam imagens em vários ângulos, favorecendo a identificação da
osteoporose.

APARELHO DE DENSITOMETRIA
Em 1987 substituindo a fonte de gadolinium por um tudo de raio-x, foi
desenvolvido o DEXA (Dual energy x-rays absorptiometry). Com esse novo
método passou se a medir mais sitio além da coluna lombar e fêmur. A 1ª
geração do aparelho DEXA utiliza um feixe de radiação colimado e um detector
localizado no braço do aparelho. Esse conjunto segue longitudinal e
transversalmente, varrendo o seguimento num trajeto em serpentina. As imagens
se constroem a partir da soma das linhas de varreduras.

1. OSTEOPENIA

A osteopenia consiste na perda precoce de densidade óssea que torna os ossos


mais fracos. Por isso, se não for tratada de forma adequada, a osteopenia pode
virar osteoporose , que é um problema mais grave no qual os ossos estão
muito fracos e podem partir com pequenas pancadas. Para saber se existe
risco de desenvolver osteopenia é aconselhado fazer um exame que avalia a
densidade dos ossos, conhecido como Densitometria óssea.
Os resultados deste exame podem ser:

Resultado
 Significado
do exame

Superior a
Densidade normal
–1

Entre -1 e -
Osteopenia
2,5

Inferior a –
Osteoporose
2,5

3 OSTEOPOROSE
A osteoporose é um distúrbio osteometabólicocaracterizado pela diminuição da
densidade mineral óssea, com deterioração da microarquitetura óssea, levando a
um aumento da fragilidade esquelética e do risco de fraturas. As principais
manifestações clínicas da osteoporose são as fraturas, sendo as mais frequentes as
de vértebras, fêmur e antebraço. Estas têm grande importância na sociedade
brasileira considerando o seu envelhecimento progressivo com graves
consequências físicas.

Os desafios para os profissionais de saúde estão na identificação dos fatores de


risco, na educação dos pacientes e na intervenção proativa ao longo de toda a
vida, tanto em homens quanto em mulheres, a partir dos 50 anos, estima-se que a
doença atinja seis mulheres para um homem. A partir dos 60 anos, a estimativa
diminui para duas mulheres para cada  homens com a doença.

Práticas ainda timidamente desenvolvidas em nosso meio. Para realizar o


diagnóstico precocemente, contamos com a densitometria óssea (DO), método
não-invasivo e de rápida execução. Tratando-se de exame de grande acurácia
precisão, determinados cuidados técnicos se fazem necessários durante sua
realização.
FIGURA 2: Verificação da calcificação óssea.

Os idosos são os mais afetados pelas doenças nos ossos, principalmente, a


osteoporose, por isso, a densitometria óssea deve ser realizada periodicamente
(pelo menos uma vez por ano) por mulheres acima de 65 anos e por todos os
homens acima de 70 anos.

Além desses, se encontram no grupo de risco:

 Mulheres na pós-menopausa;
 Pacientes com doenças da tireoide;
 Pessoas com história familiar de fratura ou de osteoporose;
 Fumantes, sedentários ou etilistas;
 Pacientes com doenças reumáticas, cálculo renal ou doença
gastrointestinal, bem como aqueles em uso constante de
corticosteroides.

O exame é fácil e indolor; pode ser feito com qualquer roupa, evitando-se apenas
botões, zíperes e fivelas de metal. Durante o exame, o paciente permanece
deitado por cerca de 20 minutos.

O exame pode:

 Confirmar um diagnóstico de osteoporose em pessoa que já teve


fratura;
 Determinar a taxa de perda óssea;
 Controlar os efeitos do tratamento em controles anuais.
A doença progride lentamente e raramente apresenta sintomas, por isso a
necessidade de fazer o acompanhamento médico e exame de rotina.

A importância da densitometria
óssea na terceira idade
A importância da densitometria óssea na terceira idade
Com o envelhecimento da população e o aumento da expectativa de
vida, a densitometria óssea se torna um exame fundamental, tanto para
homens como mulheres na terceira idade.

Isso porque, após os 50 anos, aumentam as chances de fraturas


espontâneas e a perda de massa óssea é acentuada.

A osteoporose atinge ambos os sexos e pode ser evitada ou corrigida a


partir de um diagnóstico precoce, principalmente na fase de osteopenia.

Através do exame de densitometria óssea, é possível classificar o grau


de perda da densidade óssea e acompanhar a saúde do idoso, evitando
fraturas.

O que exatamente é avaliado em um exame de


densitometria óssea?
O que exatamente é avaliado em um exame de densitometria óssea?
Abaixo, descrevo as oito principais as finalidades para o exame:
1. Medir a densidade mineral óssea, que mostra a perda de cálcio
2. Avaliar fraturas de colo de fêmur
3. Detectar perda de massa óssea
4. Estabelecer diagnóstico de osteoporose
5. Avaliar o tratamento de osteopenia
6. Avaliar o tratamento de osteoporose
7. Avaliar o risco de fraturas
8. Avaliar fraturas vertebrais.

CUIDADOS
* A densitometria óssea da
coluna em pacientes idosos não é confiável, por
apresentar valores superiores devido a compressão
da vértebras por artrite e alterações secundárias.
* As contra-indicações da densitometria óssea são as
mesmas de um RX simples.
* O exame utiliza aproximadamente 25% da dose de
radiação de uma radiografia
simples de tórax.

Posicionamentos na Densitometria Óssea


Os sítios mais utilizados no exame são a coluna Lombo-Sacra e o
Fêmur direito. O exame também pode ser realizado utilizando outros
sítios, como o fêmur esquerdo ou dois ossos fêmur juntos, além do
ante-braço direito e esquerdo ou corpo inteiro.
Coluna Lombo-Sacra

O exame da coluna lombo-sacra é avaliado o segmento de L1 a L4,


com a coluna lombar em posição póstero-anterior. Essa posição
consegue diagnósticar a osteoporose e também apresenta melhor
sensibilidade para o acompanhamento de tratamentos de pacientes
com osteoporose.

Fêmur

O exame do fêmur é realizado em partes da região próximal. É


analisado em três regiões: colo de fêmur, trocânter maior e a região
do Triângulo de Wards (pequena área próxima do osso trabecular). O
software também fornece a medida de densidade mineral de todos o
fêmur próximal e fêmur total.
O exame de Densitometria Óssea é muito realizado por atletas em
fase de pré-temporada. Dentre os exames médicos de rotina, a
densitometria é utilizada para avaliar o nível de gordura e de massa
muscular.

Mamografia
A mamografia, também denominada mamograma ou mamografia digital, é um
raios X das mamas. O rastreamento mamográfico é realizado para verificar se
existem sinais de doença na mama na ausência de sintomas ou alterações da
mama. A mamografia pode detectar câncer em seus estágios iniciais, antes
mesmo que um nódulo possa ser sentido à palpação, e quando o tratamento
pode ser mais bem sucedido. Nas mamografias de rastreamento geralmente são
obtidas imagens de cada mama em dois ângulos diferentes. 

A mamografia também é usada para determinar qualquer alteração em relação


a exames de rotina ou de rastreamento anteriores. Neste caso, a mamografia é
considerada diagnóstica e pode incluir a obtenção de imagens adicionais. 

A mamografia pode não demonstrar que uma área anormal é câncer, mas
fornece informações sobre se serão necessários outros exames. Os principais
tipos de alterações de mama encontrados na mamografia são calcificações,
nódulos e massas. 
Calcificações são depósitos minerais minúsculos dentro do tecido mamário, que
aparecem como pequenas manchas brancas e podem (ou não) ser causados
pelo câncer. 

Outra alteração importante observadas na mamografia é a presença de massas


que podem (ou não) conter calcificações. Essas massas podem ser cistos,
tumores sólidos benignos, mas também pode se tratar de lesões neoplásicas. De
qualquer forma essa massa deve ser biopsiada para um diagnóstico definitivo. 
É muito importante levar os exames anteriores, para que o radiologista possa
comparar as imagens obtidas com as anteriores, de modo a confirmar se algum
tipo de lesão já existia (ou não) anteriormente.

Obtenção da Imagem

A mamografia utiliza um equipamento projetado apenas para examinar o tecido


mamário, que emite radiação em doses mais baixas do que uma radiografia
convencional. Como essa radiação não atravessa facilmente o tecido, esse
equipamento utiliza um sistema com duas placas para comprimir a mama, de
modo que o tecido seja distribuído e se obtenha a imagem usando menos
radiação. 

A mamografia digital é como uma mamografia convencional, onde os raios X são


usados para criar uma imagem da mama. A diferença está na forma de
obtenção e armazenamento da imagem. Na mamografia convencional as
imagens são impressas em filmes radiográficos. Enquanto que as imagens
digitais são gravadas e armazenadas em arquivos no computador. Após o
exame, o radiologista analisa as imagens direto na tela do computador, onde
pode ajustar o tamanho, brilho ou contraste para visualizar com maior nitidez
determinadas áreas. As imagens digitais também podem ser enviadas
eletronicamente para o médico. 
Mamografias digitais estão cada vez mais disponíveis. No entanto, as mulheres
não devem deixar de realizar mamografias convencionais, na indisponibilidade
de uma mamografia digital. 

Como se preparar para o Exame


O melhor momento para agendar uma mamografia é uma semana após a
menstruação, quando as mamas tendem a estar menos sensíveis. 
Não é necessário qualquer preparo especial para a realização do exame. No
entanto, no dia da mamografia, não se deve usar desodorante, perfume, talco,
pomadas nas axilas ou nas mamas, pois podem interferir com a imagem. 

Realização do Exame

A mamografia é um exame ambulatorial. Será solicitado que a paciente tire a


roupa da cintura para cima e também qualquer objeto metálico, como brincos
ou colares. Durante a realização do exame a paciente permanecerá em pé e o
equipamento se adaptará a sua altura. O técnico de radiologia posicionará a
mama em uma plataforma e o equipamento comprimirá a mama com uma
placa de plástico ajustável, para a obtenção da imagem. A compressão é
desconfortável, mas rápida e tolerável. A paciente deve segurar a respiração no
momento do disparo dos raios X, em seguida a pressão na mama é
imediatamente liberada. 
A mamografia geralmente envolve duas incidências de cada mama, uma antero-
posterior e a outra latero-lateral.

Duração do Exame
A mamografia de rotina dura aproximadamente 15 a 30 minutos. A mamografia
diagnóstica leva cerca de 30 a 45 minutos. 

Possíveis Complicações e Efeitos Colaterais

A mamografia utiliza baixas doses de radiação e é segura. O baixo risco da


exposição às radiações, durante uma mamografia, para provocar câncer é
largamente compensado pelos benefícios da detecção precoce do câncer de
mama. 
Para algumas mulheres, as mamografias poderão ser dolorosas; no entanto,
para a maioria a compressão causa um incomodo passageiro, que pode ser
tolerado. 
Existem relatos de ruptura da prótese mamária durante a mamografia, embora
estes casos sejam raros. Pacientes com implantes mamários, devem informar o
técnico antes da realização do exame.

Informações Adicionais

As mamografias por si só não permitem o diagnóstico de todos os tipos de


câncer de mama. Por esta razão, a paciente deve sempre consular um
mastologista, que fará o exame clínico das mamas. Também é muito importante
que a mulher conheça suas mamas e comunique quaisquer alterações que
perceber a seu médico.
Um resultado de mamografia negativo (sem sinais de nódulos ou calcificações)
nem sempre significa que não há câncer ou que o câncer não vai se desenvolver
mais tarde.
A necessidade de uma biópsia não significa que você tem câncer. Na verdade,
menos de 1 em cada 10 mulheres que precisam repetir o exame, tem câncer.

Incidências mamográficas
São realizadas como rotina duas incidências mamográficas
ortogonais em cada mama: as incidências mediolateral-oblíqua
(MLO) e craniocaudal (CC). Os motivos para a realização de duas
incidências são:

  aumento da sensibilidade pela diminuição das áreas não


expostas ou áreas cegas.
 diminuição dos resultados falsos positivos. A identificação
do mesmo achado em 2 incidências ortogonais sugere
a investigação com incidências mamográficas
complementares, ultrassonografia e/ou comparação com
exames anteriores.
 localização dos achados nos eixos longitudinal (superior-
inferior) e horizontal (lateral-medial).

 Localização dos achados mamográficos

1 = Quadrantes superiores                                                        3 =
Quadrantes laterais

2 = Quadrantes inferiores                                                         4 =
Quadrantes mediais

Devido à angulação do tubo entre 45 e 600 na incidência MLO, o que é lateral


sobe e o que é medial desce. Esse artefato de posicionamento pode ser
compreendido na figura abaixo.

 
Artefato devido ao posicionamento da ncidência MLO
Assim , a imagem em vermelho representa uma estimativa da posição real do
nódulo no eixo longitudinal (superior-inferior). O nódulo é medial, assim ele
aparece em posição mais inferior na incidência MLO. Quanto mais medial, mais
baixo ele é representado.

Critérios de bom posicionamento mamográfico


O mal posicionamento mamográfico é responsável pela maior parte dos
resultados falso negativos relacionados à técnica do exame. O bom
posicionamento visa à exposição mais completa possível da mama. A incidência
MLO privilegia os quadrantes laterais, onde ocorrem a maioria dos cânceres de
mama e tem como "ponto cego"os quadrantes mediais. Dessa maneira, a
incidência craniocaudal privilegia os quadrantes mediais.

Birads

O termo BIRADS é um acrônimo para Breast Imaging Reporting and


Data System, ou seja, é uma sistematização internacional para a
avaliação mamária, interpretação do exame e confecção dos laudos
de exames de imagem especificamente da mama. Esta classificação
deve ser aplicada nos laudo de mamografia, ultrassonografia
mamária e ressonância nuclear magnética das mamas e assegura
maior confiabilidade ao exame. É uma padronização mundialmente
adotada - em qualquer lugar do mundo, qualquer médico
especialista nesta área entenderia uma classificação BIRADS 5, por
exemplo.
O BIRADS é um manual de padronização que permite analisar as
características das lesões mamárias (cistos, nódulos, calcificações) e
estimar o risco de ser câncer de mama. Já aproveitamos para
ressaltar que a maioria dos nódulos e das microcalcificações
mamárias são benignos, ou seja, a presença em si de nódulos ou
microcalcificações não quer dizer de forma alguma que o paciente
está com câncer de mama.
A categorização é usada da seguinte maneira: o profissional médico
que esta fazendo e/ou analisando o exame de imagem irá avaliar as
alterações presentes no teste e classificá-las dentro dos critérios do
BIRADS. A categorização é separada por notas, que vão de zero a
seis:

Risco de
BIRADS Significado câncer Conduta
de mama

Exame limitado - Não é Necessita de


0 avaliação possível exames
incompleta estimar adicionais

Muito
1 Exame normal Controle anual
baixo

Alterações Muito
2 Controle anual
benignas baixo

Controle
Exame
semestral por
3 provavelmente 2%
um período de
benigno
tempo

Necessita
Lesão suspeita
4 20% realização de
para câncer
biópsia

Lesão altamente Necessita


5 suspeita para 95% realização de
câncer biópsia

6 Lesão já com diagnóstico de câncer 100%


BIRADS 1 e 2

O mais comum é exames normais - nota 1 e 2 - passarem para


notas 3 e 4 de acordo ao envelhecimento, podendo estar associados
a doenças benignas e malignas da mama. Ou seja, ao longo da vida
da mulher podem ocorrer algumas alterações na mama que
necessitam de uma conduta mais especifica por parte do médico.
BIRADS 3
Mulheres cujo exame de mama tem nota 3 devem fazer o controle
semestral por 1 a 2 anos. Se estiverem estáveis neste período
poderão ser reclassificadas para BIRADS 2. A pesar de ter um risco
de câncer estimado de 2%, a biópsia não se faz uma necessidade
obrigatória, pois a própria biópsia pode trazer problemas e
malefícios para a paciente. A conduta mais recomendada neste
grupo, conforme recomendação da Sociedade Brasileira de
Mastologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e demais
sociedades médicas mundiais, é o controle semestral com um
médico especialista.
BIRADS 4

Mulheres que apresentam BIRADS 4 necessitam de biópsia. A


biópsia pode ser de agulha fina ou de agulha grossa ( core biopsy ou
mamotomia) a depender de cada caso. Desta biópsia poderíamos
ter as seguintes situações:

 Laudo benigno: basta apenas controle. Terá a sua nota


rebaixada para 2
 Laudo suspeito (presença de alteração): poderá ser
necessária uma pequena cirurgia para adquirir mais material
e descartar de vez a suspeita de câncer
 Laudo maligno: será necessária uma cirurgia oncológica.

BIRADS 5
 Uma mamografia ou demais exames de mama com BIRADS 5
demonstra que a suspeita de câncer neste grupo é altíssima.
Nesse caso, elas necessitam obrigatoriamente de cirurgia. O
médico ou médica pode até optar por uma biópsia antes da
cirurgia, mas esta lesão precisa ser completamente removida
cirurgicamente.
BIRADS 6

Nesse caso, a mulher está apenas fazendo um


acompanhamento. Por algum motivo o médico necessitou
fazer mais exames mamários, e os testes de princípio já terão
nota 6 por questão de normatização do manual BIRADS.
Também é de tratamento cirúrgico.

Os resultados podem alterar?


É importante ressaltar que as notas podem se alterar com o passar
do tempo, conforme o avanço ou a regressão do câncer. Para as
pacientes com suspeita ou com diagnóstico de câncer de mama
(BIRADS 4 ou 5) é esperado que os exames venham com laudos
BIRADS 2 após completarem o tratamento, denotando que o
problema realmente está eliminado.

Outra dúvida frequente é que os exames de imagem podem ter


classificação BIRADS completamente distintas entre si, por exemplo,
a mamografia pode ser nota 2, a ultrassonografia nota 3 e a
ressonância mamária nota 4 - pois a classificação é aplicada para
cada exame de forma independente. Nesses casos, o médico irá
avaliar qual a melhor conduta.

Uma outra possibilidade é o BIRADS 0, cuja tradução é que o exame


detectou alguma coisa, mas não conseguiu esclarecer o problema.
Esta classificação não é motivo nem para preocupação e nem para
tranquilidade, pois o exame não serviu para se alcançar um
diagnóstico preciso. Nesta classificação se faz necessário a
realização de exames adicionais.
Câncer de Mama

O que é câncer de mama?


Câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no
mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma. O câncer de
mama responde, atualmente, por cerca de 28% dos casos novos de câncer
em mulheres. O câncer de mama também acomete homens, porém é
raro, representando menos de 1% do total de casos da doença.
Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade sua incidência
cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. Estatísticas
indicam aumento da sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto
nos em desenvolvimento. Existem vários tipos de câncer de mama. Alguns
evoluem de forma rápida, outros, não. A maioria dos casos tem bom
prognóstico.

Quais sintomas do câncer de mama?


O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo,
geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de
consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de
mama são:
I. edema cutâneo (na pele), semelhante à casca de laranja;
II. retração cutânea;
III. dor;
IV. inversão do mamilo;
V. hiperemia;
VI. descamação ou ulceração do mamilo;
VII. secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea.

A secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo ser


rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos vermelhos.
Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.
Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados, porém podem
estar relacionados a doenças benignas da mama.
A postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas, que
significa conhecer o que é normal em seu corpo e quais as alterações
consideradas suspeitas de câncer de mama, é fundamental para a
detecção precoce dessa doença.

Como prevenir o câncer de mama?


A prevenção do câncer de mama não é totalmente possível em
função da multiplicidade de fatores relacionados ao surgimento da
doença e ao fato de vários deles não serem modificáveis. De modo
geral, a prevenção baseia-se no controle dos fatores de risco e no
estímulo aos fatores protetores, especificamente aqueles
considerados modificáveis.

Os principais fatores de risco comportamentais relacionados ao


desenvolvimento do câncer de mama são: excesso de peso
corporal, falta de atividade física e consumo de bebidas alcoólicas.

Estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física


é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver
câncer de mama. Controlar o peso corporal e evitar a obesidade,
por meio da alimentação saudável e da prática regular de
exercícios físicos, e evitar o consumo de bebidas alcoólicas são
recomendações básicas para prevenir o câncer de mama. A
amamentação também é considerada um fator protetor.

A terapia de reposição hormonal (TRH), quando estritamente


indicada, deve ser feita sob rigoroso controle médico e pelo
mínimo de tempo necessário.

A amamentação também ajuda a prevenir o câncer de mama.


Ouça o áudio abaixo e descubra como.

Mamografia Digital
Apesar de ser um exame comum entre as mulheres, muita gente ainda
não sabe como é feita a mamografia digital.
Esse não é apenas um método de investigação recomendado, como
exigido dentro dos procedimentos de rotina na saúde feminina.
E há uma boa razão para que seja assim, afinal, você provavelmente
conhece a mamografia como o exame do câncer de mama.
De fato, é um dos principais meios de diagnóstico da doença, que
representa 25% de todos os tipos de câncer no mundo.
Conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é o segundo mais
comum entre as mulheres, ficando atrás apenas de casos de câncer de
pele não melanoma.
O que é uma mamografia digital

A mamografia digital é uma radiografia das mamas, um exame de


diagnóstico por imagem.
Assim como a mamografia convencional, sua versão digital é
realizada por meio de um aparelho de raio-x chamado mamógrafo.
O que acontece é que, depois da exposição da mama ao raio-x, o
aparelho digital transforma a radiação em um sinal elétrico e o envia
para um computador.

Essa é a principal diferença com relação ao exame tradicional,


realizado sem o uso de um computador.

Nele, os resultados dependem da revelação de um filme – o que


exige a aplicação de produtos químicos.

Um ponto sensível aparece também no armazenamento das


informações, já que qualquer alteração nas imagens exigiria realizar
a mamografia convencional novamente.

O exame digital, por sua vez, elimina esse risco.

As imagens geradas ficam armazenadas em formato digital,


disponíveis para impressão ou futuras consultas, tanto pela
paciente quanto por radiologistas e outros profissionais da saúde.
Portanto, uma das principais vantagens da mamografia digital, que
vou detalhar nos próximos tópicos, é a possibilidade de
armazenamento, tanto em computadores quando em nuvem,
permitindo o acesso remoto.

Por garantir um diagnóstico confiável, com imagens mais nítidas, a


mamografia digital é o principal exame para rastreamento e
investigação das suspeitas de câncer de mama.

Para que serve a mamografia digital?


Como acabei de destacar, a identificação do câncer de mama é o
principal objetivo da mamografia digital, que pode ser realizada
tanto em homens quanto em mulheres.
Sim, eles também podem se valer do exame, embora representem
apenas 1% do total de casos de câncer na região.

Devido à alta tecnologia envolvida, o método é capaz de encontrar


mesmo nódulos pequenos e até microcalcificações.

Também tumores em fase inicial, quando medem menos de 2 cm.

Vale dizer que, nesse estágio, o tumor não é perceptível, mesmo


que o paciente faça o autoexame preventivo.

A radiografia digital das mamas mostra também as características


do nódulo encontrado, como o tipo e tamanho, indicando se é
benigno ou maligno (o que caracteriza o câncer).

Lembrando que, apesar de frequente e com alta mortalidade, o


câncer de mama tem mais de 90% de chances de cura quando é
detectado na fase inicial.

Vantagens da mamografia digital em relação à


mamografia convencional

1. Facilidade na obtenção de imagens


Para começar, destaco a dispensa de filmes e dos produtos químicos
necessários para a revelação das imagens colhidas na mamografia
convencional.

Assim, pacientes não precisam se preocupar com medidas para a conservação


adequada de seus exames.

A eliminação dos filmes para revelação também significa maior preservação do


meio ambiente.

2. Pode ter resultados impressos


Quando necessário, a mamografia digital pode ser impressa em papel de alta
qualidade, pois fica armazenada em sistema PACS de comunicação e
arquivamento de imagens.

Essa tecnologia também permite que as imagens sejam compartilhadas com


outros médicos ou profissionais de saúde.

3. Qualifica o diagnóstico
A mamografia digital melhora a qualidade do diagnóstico, tornando-o mais
confiável quando comparado à mamografia convencional.

O exame tem a capacidade de captar tumores muito pequenos, inclusive em


mamas mais densas, ou seja, que possuem um maior número de glândulas.
Isso torna a versão digital altamente recomendada para mulheres mais jovens
(antes dos 50 anos), pois a densidade das mamas costuma ser maior entre
elas.

4. Imagens mais detalhadas


O diagnóstico é preciso, também, por causa das imagens computadorizadas.

Além de mostrar mais contraste, elas podem ser ampliadas, facilitando a


identificação de lesões e nódulos.

O médico que acompanha o paciente ainda conta com mais recursos para
visualizar os detalhes nas imagens, dando zoom, configurando brilho ou
contraste, por exemplo.

Assim, fica mais fácil diferenciar microcalcificações de tumores, além de


verificar as características de nódulos encontrados.

5. Menores níveis de radiação


E não paramos por aí.

A edição de imagens resulta em menos radiação para quem precisa passar


pela mamografia digital.

Afinal, com uma única imagem, os profissionais de saúde podem analisar o


conteúdo das mamas a partir de diversos ângulos e perspectivas.

Dessa forma, é necessário coletar menos informações, deixando o exame mais


rápido e diminuindo o tempo de desconforto para a paciente.

6. Menor desconforto para a paciente


Por falar em desconforto, ele costuma ser menor para quem realiza
mamografia digital.

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