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COMPUTADORIZADA E PET CT
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Sumário
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3
CUSTOS .......................................................................................................... 28
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 41
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NOSSA HISTÓRIA
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INTRODUÇÃO
A medicina nuclear é uma especialidade médica que utiliza compostos (ou
moléculas) marcados com radionuclídeos, os radiofármacos, para fins de
diagnóstico e terapia.
Esses compostos seguem caminhos funcionais ou metabólicos
específicos dentro dos pacientes, o que confere a essa modalidade diagnóstica
uma característica de natureza biológica que as outras modalidades não
possuem.
A detecção externa da radiação emitida pelo radiofármaco permite
diagnosticar precocemente muitas doenças, enquanto que as alterações
anatômicas, muitas vezes, não se manifestam senão em estágios relativamente
avançados, como no caso de diversos tipos de câncer.
Outra característica importante dos exames realizados com
radiofármacos é a sua alta sensibilidade, isto é, é possível obter informações
biológicas com concentrações de radiofármacos em níveis de nano ou
picomolares.
Além disso, a marcação de diferentes moléculas com um único
radionuclídeo permite avaliações e estudos de um mesmo órgão ou sistema em
seus aspectos tanto macroscópicos quanto moleculares.
Tais estudos podem ser realizados através de imagens obtidas in vivo ou
através de ensaios laboratoriais. Atualmente, a maior parte dos estudos
radionuclídicos clínicos é de imagens, em especial as tomográficas.
Neste artigo, serão relatados, inicialmente, alguns fatos históricos sobre o
desenvolvimento da medicina nuclear, seguidos de uma apresentação dos
aspectos físicos da tomografia por emissão de pósitrons (positron emission
tomography, PET); finalmente, será abordada a situação desta modalidade no
Brasil.
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UM POUCO DE HISTÓRIA
Pode-se dizer que a história da medicina nuclear começou com as
descobertas da radioatividade natural por Henri Becquerel, em 1896, e de
elementos radioativos naturais por Marie e Pierre Curie, em 1898 (descobertas
pelas quais os três cientistas receberam o Prêmio Nobel de Física de 1903).
Entretanto, foi o "princípio do traçador", proposto pelo químico húngaro
George de Hevesy, em 1913, que realmente forneceu o fundamento biológico
para a especialidade.
Ele confirmou o princípio através de experiências com nitrato de chumbo
marcado com o nuclídeo radioativo Pb, mostrando sua absorção e seu
movimento em plantas. Por esse feito, Hevesy recebeu o Prêmio Nobel de
Química de 1943.
Em 1927, Herrmann L. Blumgart e Soma Weiss realizaram a primeira
medida da velocidade sanguínea, mediante a injeção de uma solução de
radônio-C em um braço e a subsequente verificação, com uma câmara de
Wilson, de sua chegada no outro braço.
Um avanço significativo na quantificação de substâncias como os
hormônios no sangue foi alcançado com a técnica de ensaios radioimunológicos
(radioimmunoassay, RIA), desenvolvida por Solomon A. Berson e Rosalyn S.
Yalow. Por esse trabalho, Yalow foi a primeira física a receber um Prêmio Nobel
de Medicina e Fisiologia, em 1977.
Em 1932, a invenção e a construção do cíclotron, por Ernest O. Lawrence
e M. Stanley Living Stone, possibilitaram a produção de radionuclídeos artificiais,
através do bombardeamento de núcleos-alvos por partículas positivas
aceleradas (Prêmio Nobel de Física para Lawrence em 1939).
Entretanto, a produção de quantidades suficientes de radionuclídeos para
uso médico só se iniciou com o advento dos reatores nucleares, desenvolvidos
durante a Segunda Guerra Mundial.
O reator de Oak Ridge (Estados Unidos) começou sua produção em
escala comercial em 1946, e o de Harwell (Reino Unido), em 1947.
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malignas com maior índice de cura; aproximadamente 85% dos pacientes são
curados com cirurgia, ablação com iodo radioativo e supressão do TSH (ATA et
al., 2009). Embora usualmente possuam bom prognóstico, recidivas são
bastante frequentes.
Cerca de 20% dos pacientes apresentarão recorrência local, no próprio
leito tireoidiano ou em gânglios cervicais e de mediastino; e 5 a 10%
desenvolverão metástases à distância, mais comumente para
pulmões, ossos e cérebro (SHOUP et al., 2003).
Acompanhamento adequado pós-tratamento inicial do CDT para
detectar doença persistente ou recorrente e metástases distantes é
necessário, permitindo a tomada de decisões que possam modificar o
curso da doença (PACINI et al., 2012).
É recomendado que o seguimento dos pacientes seja individualizado
de acordo com o risco de recorrência da doença. Tradicionalmente,
dosagens seriadas de tireoglobulina sérica (Tg), ultrassonografia
cervical (US) e cintigrafia diagnóstica com 131I ou 123I (PCI) têm papel
importante no seguimento pós-cirúrgico (LIND; KOHLFURST, 2006;
ATA et al., 2009; PACINI et al., 2012).
Embora a PCI tenha ocupado, durante muitos anos, papel central no
seguimento do CDT, suas indicações hoje são mais restritas.
Ela permite a localização da recidiva local ou de metástases à distância e
auxilia nas decisões subsequentes sobre o tratamento com iodo radioativo, mas
seus resultados dependem da habilidade do tecido neoplásico em captar na
presença de concentrações elevadas de TSH e, também, do tamanho das
metástases.
Detecta recorrência de CDT com alta especificidade, mas apenas
moderada sensibilidade (LIN; KOHLFURST, 2006) e pode mostrar
resultados negativos em 10 a 20% dos pacientes com níveis séricos
detectáveis de Tg (MA et al., 2005).
PET scan utilizando 18F-FDG teve as primeiras utilizações no CDT
metastático há mais de 20 anos (JOENSUU; AHONEN, 1987), quando
foi identificado que algumas lesões metastáticas eram visualizadas
apenas com 18F-FDG, outras só com I131 e outras com ambos.
Feine e colaboradores (1996) cunharam o termo “flip flop” para esse
padrão de alternância de captação pelas metástases, onde a captação
de FDG nas lesões iodo-negativas poderia representar crescimento de
células tumorais mais agressivas (LIND et al., 2003).
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CUSTOS
A perspectiva adotada na avaliação foi a do SUS como financiador público
da assistência à saúde, tendo sido considerados todos os custos médicos
associados com a utilização dos métodos convencionais e 18FDG-PET-TC,
estabelecidos conforme o desfecho em tela. Todos os custos foram expressos
em reais de 2013.
Os custos diretos incluíram apenas os do diagnóstico da recorrência
metastática do CDT. Nos casos de seguimento com reavaliação diagnóstica
após um ano, foram considerados os custos correspondentes a, no máximo,
mais nove ciclos de reavaliação, em função do horizonte temporal de dez anos
estabelecido para o estudo.
Os custos das dosagens séricas de Tg suprimida e estimulada
representaram um somatório do valor pago pelo teste e pela pesquisa de
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seriam detectados pela imagem PET seria ainda menor, com as consequentes
repercussões negativas na RCEI da estratégia.
Foi feito ainda o pressuposto de que apenas 50% dos pacientes com
resultados de cintigrafia negativa seriam submetidos ao PET-TC, com essa
probabilidade variada na análise de sensibilidade entre 20 e 100%.
Mesmo em países onde a tecnologia encontra-se presente nas tabelas de
reembolso, há restrições e regulação ao seu uso para o câncer de tireoide.
Nos EUA, por exemplo, a cobertura da PET e PET-TC pelo
Medicare/Medicaid no seguimento pós-tratamento e definição de
condutas terapêuticas posteriores está restrita a cânceres tireoidianos
de origem folicular previamente tratados com tireoidectomia e ablação,
que apresentem Tg sérica superior a 10ng/ml e PCI negativa
(CENTERS..., 2006a).
Todas as demais indicações da PET no seguimento do CDT apenas
são cobertas se vinculadas a iniciativas do chamado Coverage with
Evidence Development, no qual a cobertura é condicionada à coleta de
evidências adicionais sobre a efetividade das tecnologias
(CENTERS..., 2006b).
O tratamento dos casos de recorrência detectados não foi contemplado
no estudo, que optou por uma unidade de desfecho mais simples, centrada nos
casos detectados por cada uma das estratégias modeladas.
A opção por não incluir os procedimentos subsequentes decorreu da
variedade de tratamentos existentes, que são função inclusive da localização da
recorrência e das condições individuais de cada paciente.
A única exceção foi a inclusão do tratamento empírico com I 131 como
um nó terminal em alguns ramos das árvores de decisão, porque um conjunto
de indivíduos, que possuem resultados negativos com a PCI ou a PETTC
(realizada após PCI negativa), saem da coorte por esse caminho.
Por fim, deve ser discutida a medida de efetividade selecionada: caso
detectado pelas estratégias de seguimento do CDT. Este desfecho intermediário
não pode ser facilmente traduzido em resultados finalísticos em saúde, como
mortes evitadas, ganho em sobrevida, ou qualidade de vida.
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REFERÊNCIAS
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