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CAP.

3 A LITOSFERA: EVOLUÇÃO GEOLÓGICA DA


TERRA

7A “Teoria do Big Bang” ou Grande Explosão


que explica a formação da Terra parte de uma possível
explosão, muito potente, há 13 bilhões de anos. Essa
teoria foi proposta pelo físico George Gamow e o
astrônomo Georges Lemaitre, ambos baseando-se na
Teoria da Relatividade de Albert Einstein e de Melvin
Slipher e Edwin P. Hubble, que observaram o
afastamento da galáxia, uma das outras.
Estima-se que o planeta Terra surgiu há
aproximadamente 4,6 bilhões de anos e que, durante
muito tempo, permaneceu como um ambiente inóspito.
Sua atmosfera era composta por
aproximadamente 80% de gás carbônico, 10% de
metano, 5% de monóxido de carbono, e 5% de gás
nitrogênio. Nosso planeta foi, durante muito tempo,
extremamente quente em razão das atividades
vulcânicas, jorrando gases e lava; ausência da camada
de ozônio; raios ultravioletas, descargas elétricas e
bombardeamento de corpos oriundos do espaço.
Sobre isso, inclusive, sabe-se que a maioria
das moléculas de água existentes hoje foi parte
constituinte de asteroides que chegaram até aqui. Foi
esta água que permitiu, ao longo de muito tempo, o
resfriamento da superfície terrestre, em processos
cíclicos e sucessivos de evaporação, condensação e
precipitação. Quando falamos em tempo geológico, referimo-
Após seu esfriamento, estas moléculas se nos a uma escala de tempo que costuma ser medida
acumularam nas depressões mais profundas do nos milhões ou até bilhões de anos, tal a classificação
planeta, formando oceanos primitivos. Agregadas a das eras geológicas e seus respectivos períodos. Já
outras substâncias disponíveis no ambiente, arrastadas quando falamos em tempo histórico (incluindo, aí, a
pelas chuvas até lá; propiciaram mais tarde o Pré-História), referimo-nos ao período de surgimento
surgimento de primitivas formas de vida. da humanidade, o que corresponde ao uso de medidas
Se o planeta Terra possui cerca de 4,6 bilhões de dezenas, centenas e até milhares de anos. Por
de anos, significa que ele é bem antigo, porém, se exemplo, em uma formação de relevo geologicamente
considerarmos a idade do universo (13 bilhões de antiga, estamos dizendo que ela se formou há alguns
anos), o nosso planeta não é tão “velho” assim; mas se poucos milhares de anos, provavelmente em uma das
compararmos com o tempo de formação das últimas eras geológicas.Se observarmos bem a
civilizações, aí a idade da Terra é muito ampla. sequência de acontecimentos e a duração de cada
Por esse motivo, existem duas principais uma das eras geológicas, poderemos concluir que a
escalas de tempo a do tempo geológico e a do tempo era Pré-Cambriana foi a maior de todas, com quatro
histórico. Como são escalas diferentes, a medição bilhões de anos de duração, sobrando “apenas” cerca
delas também o é, de forma que a proporcionalidade de 561 milhões de anos para as demais eras. Para
entre uma e outra é bastante distinta em termos de compreender melhor essa forma de classificação e
amplitude.] periodização da evolução da escala de tempo
geológico foram elaboradas tabelas com essa escala
onde o tempo geológico Confira as tabelas a seguir:
Com base na composição química dos
materiais rochosos que a constituem, admite-se que a
Terra tem uma estrutura concêntrica com três camadas
separadas por duas grandes descontinuidades:
RESUMINDO: -Crosta- camada mais exterior, constituída por
O Planeta Terra é composto por camadas que materiais rochosos muito heterogéneos, cuja
partem desde a superfície terrestre até o núcleo.Todas composição é rica em silício, alumínio e magnésio.
essas camadas são formadas por diferentes tipos de Divide-se em crosta continental e crosta oceânica.
minérios e gases, embora os principais sejam: ferro, -Descontinuidade de Mohorovicic: separa a crusta
oxigênio, silício, magnésio, níquel, enxofre e titânio. do manto;
-Manto: camada subjacente à crosta, constituída por
material rochoso a altas temperaturas e pressões, cuja
composição é rica em ferro e magnésio. Divide-se em
ESTRUTURA INTERNA DA TERRA manto superior e manto inferior.
As informações que temos sobre a estrutura Núcleo: camada mais interior cuja composição é rica
interna da terra foram obtidas a partir de sondagens em ferro e níquel. Dividido em núcleo interno (sólido) e
subterrâneas (a mais profunda foi de cerca de 12 km), nícleo externo (gelatinoso).
análise do vulcanismo, observação do tectonismo, com De acordo com as propriedades físicas
a criação de hipóteses que confirmem esses efeitos. (essencialmente rigidez e fluidez) dos materiais
Sabe-se que a Terra, uma esfera ligeiramente rochosos que a constituem, considera-se que a Terra
achatada, não é homogênea uma vez que pode-se tem uma estrutura com as seguintes camadas
definir camadas distintas de acordo com a composição concêntricas:
química ou de acordo com as propriedades físicas. - Litosfera camada rígida, abrangendo a crusta e a
O estudo dessas camadas, por mais que utilize parte rígida do manto (manto superior);
diversas tecnologias, é muito limitado dadas as
condições de temperatura, distância e pressão — que - Astenosfera - camada situada imediatamente a
impedem uma exploração detalhada de cada uma seguir à litosfera, constituída por material parcialmente
delas. fundido e com possibilidade de deformação fácil;
observar uma ilustração da evolução da deriva dos
- Mesosfera – camada rígida, abrangendo parte do continentes.
manto superior e o manto inferior, constituída por
materiais rochosos no estado sólido; 2. Teoria das Placas Tectônicas (Tectônica de
Placas)
- Endosfera– camada mais profunda, sendo fluida até
cerca de 5150 km e, depois, rígida. Esta teoria afirma que a crosta da Terra
(litosfera) é fragmentada em grandes e pequenas
TEORIAS SOBRE A FORMAÇÃO DOS placas que se movem sobre uma camada mais interna
CONTINENTES e viscosa formada por magma (astenosfera).
Na parte superior dessas placas, firmemente
1. Teoria da Deriva Continental incrustadas em rochas densas, estão os continentes e
terras emersas e as bacias oceânicas. As zonas
sísmicas ou de terremotos e de vulcanismo encontram-
se na faixa de contato entre as placas que são áreas
de instabilidade geológica.
Explicando: a crosta terrestre é uma camada rochosa
descontínua, que apresenta vários fragmentos,
denominados placas litosféricas ou placas tectônicas.
Essas placas compreendem partes de continentes e o
fundo dos oceanos e mares.
Portanto, as placas tectônicas são gigantescos
blocos que integram a camada sólida externa da Terra,
ou seja, a litosfera (crosta terrestre mais a parte
Teoria criada pelo meteorologista alemão superior do manto). Elas estão em constante
Alfred Wegener, na qual ele afirmou que há, movimentação (se movimentam sobre o magma do
aproximadamente, 200 milhões de anos não existia manto), podendo se afastar ou se aproximar umas das
separação entre os continentes, ou seja, havia uma outras. Esses processos são classificados em:
única massa continental, chamada de Pangeia e um Zonas de divergência – as placas tectônicas
único Oceano, o Pantalassa. afastam-se umas das outras.
Depois de milhões de anos houve uma Zonas de convergência – as placas
fragmentação surgindo dois grandes continentes tectônicas se aproximam, sendo pressionadas umas
chamados de Laurásia e Gondwana, e a partir daí os contra as outras. Esse fenômeno pode ser de
continentes foram se movendo e se adequando às subducção ou obducção.
configurações atuais. Subducção – as placas movem-se uma em direção a
O ponto crucial para o desenvolvimento da outra e a placa oceânica (mais densa) “mergulha” sob
teoria da Deriva Continental, que na sua essência a continental (menos densa).
significa movimentação dos continentes, ou ainda, Obducção ou colisão – choque entre duas placas na
placas que se movem, é a constatação de que a Terra porção continental. Acontece em virtude da grande
não é estática. Então Wegener percebeu que a costa espessura dos trechos nos quais estão colidindo.
da África possuía contorno que se encaixava na costa Esse movimento das placas tectônicas altera
da América do Sul. lentamente o contorno do relevo terrestre, elevando
Outro vestígio que reforça a teoria foi a cordilheiras e abrindo abismos marinhos. Outra
descoberta de fósseis de animais da mesma espécie consequência desse fenômeno (causado pelo encontro
em continentes diferentes, pois seria impossível que das placas) são os terremotos e tsunamis (ondas
esses animais tivessem atravessado o Oceano gigantescas). Em 2004, no oceano Índico, um
Atlântico, a única explicação é que no passado os dois terremoto de 9,3 pontos na escala Richter provocou um
continentes encontravam-se juntos. A seguir pode-se
tsunami que ocasionou a morte de mais de 230 mil
pessoas. Neste tipo de limite, há a separação entre placas. No
Os movimentos das placas tectônicas foram espaço criado entre os dois grandes blocos, ocorre a
comprovados através de pesquisas realizadas com formação de uma nova crosta através da solidificação
satélites artificiais. Foi detectado, por exemplo, que a do magma. Pode ocorrer em continentes ou em
América do Sul afasta-se 3 cm por ano do continente oceanos.
africano. A) Limite divergente nos oceanos
As principais placas tectônicas são: Placa Quando este tipo de limite ocorre em oceanos,
do Pacífico, Placa de Nazca, Placa Sul-Americana, há a criação de gigantescas cordilheiras submersas,
Placa Norte-Americana, Placa da África, Placa conhecidas como dorsais oceânicas. A mais famosa
Antártica, Placa Indo-Australiana, Placa Euroasiática delas é a dorsal mesoatlântica (imagem), que ocorre no
Ocidental, Placa Euroasiática Oriental, Placa das limite entre as placas norte-americana e euroasiática e
Filipinas. estende-se através das placas sul-americana e
africana, cortando uma porção do globo que vai desde
o ártico até o sul da África.

B) Limite divergente nos continentes


Já quando ocorre nos continentes, os limites
divergentes provocam a criação de vales, chamados
especificamente nestes casos de vales em riftes. Em
estágios mais avançados, estes vales são cobertos
LIMITES ENTRE PLACAS TECTÔNICAS pelo mar, formando mares fechados e/ou interiores,
como é o caso do Mar Vermelho e do Golfo da
Os continentes e os assoalhos oceânicos estão Califórnia.
em contínuo movimento. Este movimento se dá através Um tipo de limite divergente se dá no leste
das correntes magmáticas nas camadas mais internas africano, desde o chifre da África até a Tanzânia. Este
da Terra (correntes de convecção), que acabam acidente geológico ocasionou em uma região propensa
alterando a posição dos imensos blocos de rocha que à atividade sísmica e vulcânica (conforme figura a
flutuam sobre o magma, as chamadas placas seguir).
tectônicas.
Assim, esta movimentação das placas acaba por inferir
em constantes choques em suas regiões de encontro,
o que ocasiona em atividades sísmicas e vulcânicas ao
redor do globo. Os limites entre tais placas tectônicas,
porém, podem seguir diferentes orientações,
determinando, desta forma, a classificação que será
exposta abaixo.
1. LIMITES DIVERGENTES OU
CONSTRUTIVOS
2. LIMITES CONVERGENTES OU DESTRUTIVOS
Neste caso, há um choque e uma constante
aproximação entre duas placas tectônicas, onde uma
delas acaba sendo "engolida" pela outra. Neste tipo de
limite, podemos ter as três situações listadas abaixo:

A) Choque de placa oceânica com placa oceânica


Quando este encontro ocorre no oceano, uma
das placas mergulha sobre a outra, empurrando a que
C) Choque de placa continental com placa
fica embaixo direto para o magma, onde terá seu
continental
material fundido. Neste processo, há a criação de uma
As placas continentais, em geral, apresentam
grande depressão no fundo dos oceanos: as fossas
duas características básicas: a natureza quebradiça e
marítimas. Denominam-se as regiões onde ocorrem
suas densidades e espessuras parecidas. Assim,
estes fenômenos de zonas de subducção.
quando ocorre o choque entre duas placas do tipo, não
É muito comum também que o material fundido
há, como nos casos supracitados, um "mergulho" de
no processo de "engolimento" de uma das placas
uma placa sob a outra. O que acontece é um constante
acabe novamente se solidificando, podendo inclusive
esmagamento de suas rochas, provocando o
ocorrer a formação de ilhas. É o caso, por exemplo, do
surgimento de cadeias de montanhas.
arquipélago do Japão.
Estas regiões, também denominadas zonas de
obducção, são suscetíveis a terremotos de larga escala
devida a característica quebradiça das rochas, como
citado acima.
Um exemplo é o Himalaia, originado, há milhões de
anos, do choque entre a Placa Indiana e a Placa
Euroasiática.

B) Choque de placa oceânica com placa continental


Quando o choque ocorre entre uma placa
oceânica e uma placa continental, há o mergulho da
primeira, que é mais densa, sob a segunda. A
consequência direta disto é a deformação da placa
continental, causando um enrugamento que, somado
3. LIMITES TRANSFORMANTES OU
com a grande atividade vulcânica, acaba criando
CONSERVATIVOS
grandes cordilheiras.
Nos limites transformantes, há um movimento
Podemos citar como exemplo a Cordilheira dos Andes,
horizontal entre duas placas vizinhas, não havendo,
resultado do encontro entre a placa de Nazca e a placa
portanto, colisão direta entre elas. Porém, é típico
Sul-Americana.
nesta situação a ocorrência de sismos (terremotos) já
que encontros de pequena escala entre as rochas
acabam acontecendo.
O movimento lateral esquerdo ou direito entre
duas placas ao longo de uma falha transformante pode
produzir efeitos facilmente observáveis à superfície.
Devido a fricção, as placas não podem pura e
simplesmente deslizar uma pela outra. Em vez disso, a
tensão acumula-se em ambas as placas e quando
atinge um nível tal, em qualquer um dos lados da falha,
que excede a forca de atrito entre as placas, a energia
potencial acumulada e libertada sob a forma de
movimento ao longo da falha. As quantidades maciças
de energia libertadas neste processo são causa de
terremotos, um fenômeno comum ao longo de limites
transformantes.
Dentre os limites transformantes mais
conhecidos, podemos citar a falha de San Andreas,
nos EUA, e da Anatólia, na Turquia.

Os três grandes grupos de rochas que


compõem a crosta do planeta Terra, quanto à sua
natureza, são: o das rochas magmáticas ou ígneas,
o das metamórficas e o das sedimentares.
As magmáticas ou ígneas formam-se da
consolidação do magma. Quando formadas em
profundidade, são chamadas de intrusivas ou de
plutônicas. Os granitos são exemplos desse tipo de
rocha. Quando formadas na superfície, são
Falha de San Andreas (Califórnia EUA) 1. 290 km de
denominadas vulcânicas ou eruptivas, e o basalto,
extensão
que ficou "famoso" devido à sua correlação com a terra
RESUMINDO LIMITES:
roxa, muito fértil, é um bom exemplo.
As sedimentares, que podem ser formadas
por deposição de detritos, originados da ação
erosiva, de qualquer outra rocha. A areia de praia é um
exemplo de terreno sedimentar que pode vir a formar
uma rocha sedimentar desse tipo, um arenito, se
sofrer um processo de consolidação. Existem também
as rochas formadas por precipitação química e por
acúmulo de restos orgânicos.
Os combustíveis fósseis, como o petróleo e o
carvão, foram formados durante processos específicos
CAP 4 ESTRUTURA GEOLÓGICA E
de sedimentação de material orgânico. São chamados
FORMAS DE RELEVO TERRESTRE
de "fósseis", no sentido amplo do termo, pois possuem
restos ou vestígios de seres que existiram em épocas
muito anteriores à atual.
As metamórficas resultam da transformação
de outras preexistentes, tanto das magmáticas, quanto
das sedimentares. Como exemplo, temos alguns
gnaisses, formados a partir do metamorfismo dos
granitos, e o mármore, formado a partir do calcário,
que é uma rocha sedimentar.
América do Norte; os Alpes, na Europa; e a Cordilheira
do Himalaia, na Ásia.
Isso ocorre porque os dobramentos modernos
são, na verdade, trechos de formação recente
originados pela elevação do terreno em razão da
interação das placas tectônicas e fenômenos
decorrentes. O Brasil, por apresentar uma formação
geológica antiga, não apresenta esse tipo de estrutura
geológica.

As bacias sedimentares, por outro lado,


ESTRUTURA GEOLÓGICA DA TERRA distribuem-se em diferentes partes do mundo, existindo
também no território brasileiro. Elas recobrem cerca de
A litosfera – camada rochosa do planeta Terra 75% da superfície terrestre e são caracterizadas pela
– apresenta inúmeras dinâmicas e variações. A sua sua formação na Era Paleozoica (500 milhões de anos
composição estrutural, contudo, é classificada em três atrás), com a acumulação dos sedimentos gerados
diferentes tipos de estruturas geológicas que se pelo desgaste das rochas em função da ação dos
dividem em todo o mundo: os crátons (ou escudos agentes externos de formação do relevo.
antigos), as bacias sedimentares e os dobramentos É nas bacias sedimentares que ocorre a
modernos (ou cadeias orogênicas). possibilidade de haver acúmulo de petróleo e carvão
mineral, bem como a existência de fósseis, apesar de
isso não ser algo determinante. Elas comumente se
formam em áreas oceânicas e transformam-se em
continentes por causa da movimentação das placas
tectônicas.

Por fim, temos os crátons, que são


Os dobramentos modernos encontram-se em popularmente conhecidos como escudos cristalinos e
áreas que apresentam conhecidas cadeias maciços antigos, nomes dados aos seus dois
montanhosas, como a Cordilheira dos Andes, a oeste subtipos. Sua formação é a mesma dos dobramentos
da América do Sul; as Montanhas Rochosas, na modernos, no entanto, como são mais antigos,
sofreram maiores desgastes dos agentes externos ou Quando tidas em conjunto, elas formam cadeias
exógenos de transformação do relevo, os mesmos que chamadas de cordilheiras, a exemplo da Cordilheira
originaram as bacias sedimentares. O terreno é tão dos Andes, na América do Sul, e da Cordilheira do
antigo que apresenta as mais antigas rochas Himalaia, na Ásia.
encontradas no planeta. Existem quatro tipos de montanhas: as
vulcânicas, que se formam a partir de vulcões; as de
erosão, que surgem a partir da erosão do relevo ao
seu redor, levando milhões de anos para serem
formadas; as falhadas, originadas a partir de
falhamentos na crosta, que geram uma ruptura entre
dois blocos terrestres, ficando soerguidos um sobre o
outro; e as dobradas, que se originam a partir dos
dobramentos terrestres causados pelo tectonismo. De
todos esses tipos, o último é o mais comum.
Os planaltos ou platôs: são definidos como
áreas mais ou menos planas que apresentam médias
altitudes, delimitações bem nítidas, geralmente
compostas por escarpas, e são cercadas por regiões
mais baixas. Neles, predomina o processo de erosão,
que fornece sedimentos para outras áreas.
O RELEVO TERRESTRE Existem três principais tipos de planaltos: os
cristalinos, formados por rochas cristalinas (ígneas
intrusivas e metamórficas) e compostos por restos de
montanhas que se erodiram com o tempo; os
basálticos, formados por rochas ígneas extrusivas (ou
vulcânicas) originadas de antigas e extintas atividades
vulcânicas; e os sedimentares, formados por rochas
sedimentares que antes eram baixas e que sofreram o
soerguimento pelos movimentos internos da crosta
terrestre.
Planícies: São áreas planas e com baixas altitudes,
normalmente muito próximas ao nível do mar.
Encontram-se, em sua maioria, próximas a planaltos,
O relevo corresponde às variações que se
formando alguns vales fluviais ou constituindo áreas
apresentam sobre a camada superficial da Terra.
litorâneas. Caracterizam-se pelo predomínio do
Assim, podemos notar que o relevo terrestre apresenta
processo de acumulação e sedimentação, uma vez que
diferentes fisionomias, isto é, áreas com diferentes
recebem a maior parte dos sedimentos provenientes do
características: algumas mais altas, outras mais baixas,
desgaste dos demais tipos de relevo.
algumas mais acidentadas, outras mais planas, entre
Depressões: São áreas rebaixadas que apresentam
outras feições.
as menores altitudes da superfície terrestre. Quando
Para melhor analisar e compreender a forma
uma localidade é mais baixa que o seu entorno,
com que essas dinâmicas se revelam, foi elaborada
falamos em depressão relativa, e quando ela se
uma classificação do relevo terrestre com base em
encontra abaixo do nível do mar, temos a depressão
suas características principais, dividindo-o em quatro
absoluta. O mar morto, no Oriente Médio, é a maior
diferentes formas de relevo: as montanhas, os
depressão absoluta do mundo, ou seja, é a área
planaltos, as planícies e as depressões.
continental que apresenta as menores altitudes, com
Montanhas: As montanhas são formas de relevo que
cerca de 396 metros abaixo do nível do mar.
se caracterizam pela elevada altitude em comparação
com as demais altitudes da superfície terrestre.
O RELEVO SUBMARINO
CAP 6. AGENTES FORMADORES E
A superfície terrestre apresenta uma grande TRANSFORMADORES DO RELEVO
variedade de formas e irregularidades. Ao analisar o
fundo dos oceanos também foi detectada uma O relevo terrestre atual é apenas uma fase da
diversidade de formas em sua composição. Com o longa evolução de que resultou o modelado terrestre.
desenvolvimento tecnológico alcançado durante a Isto porque a natureza está em permanente alteração e
década de 1960, foi possível realizar análises quase sempre são muito lentas as mudanças que nela
aprofundadas do relevo submarino e estabelecer uma se operam. É necessário que decorram milhares de
classificação de acordo com as diferentes formas anos para que se notem as modificações naturais do
apresentadas. relevo.

O relevo submarino segue a seguinte divisão: As diferentes formas de relevo que a crosta
Plataforma continental: É caracterizada por terrestre apresenta são provocadas por dois tipos de
ser o prolongamento submerso dos continentes, com agentes ou forças:
apenas algumas modificações promovidas pela erosão •as internas, endógenas ou formadoras do
marinha ou por depósitos sedimentares. Apresenta relevo
profundidade entre 10 e 500 metros, no entanto, sua • as externas, exógenas ou modificadoras do
profundidade média é de 200 metros. Nesta parte do relevo.
relevo submarino são obtidos os recursos minerais,
sobretudo petróleo, e é realizada a maior parte das A DINÂMICA INTERNA DA TERRA
atividades pesqueiras. OS AGENTES INTERNOS OU FORMADORES DO
Talude continental: É uma inclinação mais RELEVO
aprofundada que a plataforma, podendo atingir até 3
mil metros de profundidade.
Bacia oceânica: Corresponde à maior superfície e se
estende a partir do limite do talude continental até,
aproximadamente, 5 mil metros de profundidade. É
formada por extensas bacias.
Dorsais: Constituem as grandes cordilheiras e
acompanham, em certos casos, o contorno dos
continentes. As dorsais encontradas nos oceanos
Atlântico, Índico e Pacífico apresentam altitudes que
variam entre 2 e 4 quilômetros acima do fundo
oceânico, emergindo em diversos pontos sob a forma
de ilhas e arquipélagos. Também chamados de endógenos ou
Fossas abissais: As fossas abissais estão localizadas formadores do relevo, são forças que agem sobre o
próximas aos continentes, e formam as regiões mais relevo, acentuando-lhe ou aumentando-lhe as
profundas do relevo submarino. diferenças e os desníveis. Como ocorrem nas camadas
inferiores da crosta terrestre, ou seja, no interior do
planeta, são também denominados agentes estruturais. É a atividade por meio da qual materiais
Os agentes internos compreendem: o tectonismo, o oriundos do interior da Terra chegam à superfície.
vulcanismo e os abalos sísmicos. Quando esses materiais atingem a superfície terrestre,
As forças que agem sobre o relevo possuem as através de uma fenda ou abertura, ocorre a erupção
mais variadas causas: contração na crosta terrestre, vulcânica. O relevo formado por vulcanismo
devido ao resfriamento; o deslocamento das massas caracteriza-se por não ter relações com a estrutura do
continentais, ocasionando forças laterais e a pressão terreno onde se localiza e por se formar com enorme
do magma. rapidez. Isto porque o relevo é formado de rochas
vindas do interior do planeta, o que dá ao relevo uma
TECTONISMO forma imprevista e artificial.
Algumas áreas de nosso planeta apresentam maior
É o mais lento e duradouro dos agentes concentração de vulcões. São elas:
internos e o que promove as maiores alterações na • o Círculo de Fogo do Pacífico, que vai desde o
paisagem. Ele se manifesta por meio de pressões, Alasca até o Chile, e da costa oriental da Ásia
provenientes do interior da Terra, que afetam a até a Nova Zelândia;
superfície terrestre tanto no sentido vertical quanto no • o eixo do mar Mediterrâneo, que compreende
sentido horizontal, de acordo com a natureza das a Itália, a Grécia Insular e o Cáucaso;
rochas e a direção dessas pressões. • a dorsal do Oceano Atlântico, que é uma
As pressões verticais são denominadas falhas cadeia elevada no fundo do oceano onde as
ou fraturas. As falhas ocorrem quando rochas bastante ilhas representam os picos mais elevados,
rígidas recebem forças além de sua resistência, abrangendo as Antilhas, os Açores, Cabo Verde
provocando desnivelamento do solo, com elevações e e as Canárias;
rebaixamentos, ou seja, movimentos de subida e de • as fossas da África Oriental, que incluem as
descida de grandes áreas da crosta terrestre. costas do mar Vermelho, parte da Arábia,
As pressões horizontais, denominadas dobras, Etiópia, Quênia e Tanzânia.
são movimentos que, embora lentos, encontram rochas
sedimentares menos resistentes, provocando o
dobramento delas.

ABALOS SÍSMICOS

VULCANISMO
Os abalos sísmicos são estremecimentos Pacífico, na região do Círculo de Fogo, os Alpes, o
sofridos por algumas áreas da superfície terrestre, em Himalaia, a Ásia Menor, a África Oriental, etc.
função de deslocamentos de camadas inferiores, e que Os abalos sísmicos podem também ocorrer no
se propagam por meio de vibrações. Quando ocorrem fundo dos oceanos: são os maremotos. Os
nos continentes, os abalos sísmicos recebem o nome deslocamentos de camadas da crosta repercutem no
de terremotos; já nos mares e oceanos, denominam-se relevo submarino, provocando ondas de grande porte
maremotos. (tsunamis). Se alcançarem ilhas ou litorais continentais,
Os terremotos manifestam-se como tremores causam enormes prejuízos à população.
da crosta e variam de intensidade. Geralmente, são
muito rápidos e com resultados catastróficos,
principalmente em áreas habitadas. Os terremotos
mais violentos chegam a abrir enormes fendas no solo,
fazendo desaparecer casas e pessoas. Estão
relacionados a causas vulcânicas e tectônicas e aos
desmoronamentos internos.
Existe um aparelho, denominado sismógrafo,
bastante preciso, que é utilizado para registrar a
ocorrência dos terremotos. Como as ondas sísmicas
propagam-se a grandes distâncias, os terremotos
podem ser registrados por sismógrafos situados a
muitos quilômetros de distância do epicentro, que é o
ponto do interior da Terra onde se origina o terremoto.
Por meio desse aparelho, pode-se conhecer a duração,
a intensidade e o lugar de origem do terremoto.
A DINÂMICA EXTERNA DA TERRA
AGENTES EXTERNOS OU MODIFICADORES DO
RELEVO

Os agentes externos (exógenos), ou


modificadores do relevo, caracterizam-se pela ação
lenta e constante sobre a superfície terrestre, o que
resulta em uma tendência a uniformizar o relevo. Uma
curiosidade sobre os agentes modificadores é que
nunca atuam independentemente uns dos outros.
Estão relacionados uns aos outros e a ação de cada
um representa sempre um trabalho em conjunto.
A ação dos agentes externos apresenta quase sempre
três formas ou processos distintos:
• Erosão: altera completamente a paisagem, por
meio do seu trabalho de desgaste e destruição
das rochas;
• Transporte: permite que os detritos e as
partículas desagregadas pela erosão sejam
levados sempre em direção a lugares mais
baixos;
Os principais locais de ocorrência de • Deposição (sedimentação): é a consequência
terremotos em nosso planeta são: a orla do Oceano direta da erosão, uma vez que os detritos, que
decorrem do trabalho desta, acumulam-se no
sopé das montanhas, no fundo dos vales, nas a infiltração da água no solo será baixa,
margens dos rios, nas depressões, etc. A enquanto que em superfícies mais aplainadas
contínua acumulação de sedimentos se ela será maior. Isso é importante, pois quanto
processa em camadas superpostas, mais tempo de contato entre água e rocha,
promovendo o aterro de lodaçais, lagos, mais reações químicas, aumentando assim a
mares costeiros ou fundos de vale, com o intensidade do intemperismo.
passar do tempo. Existem também outros fatores que influenciam
Os agentes externos, responsáveis por toda o intemperismo, tais como a composição mineral
essa alteração na fisionomia da paisagem, são o das rochas, o tempo cronológico, cobertura vegetal
intemperismo, as águas correntes, os ventos, os e a rocha-mãe.
oceanos, as geleiras e os seres vivos.
2. EROSÃO
1. O INTEMPERISMO A Erosão é um processo de transformação dos
O intemperismo, também conhecido como solos oriundo das ações dos agentes externos ou
meteorização, consiste na alteração física e química exógenos que consiste no desgaste na superfície
das rochas e de seus minerais. É um importante terrestre, prosseguido pelo transporte e deposição de
agente no processo de formação de solos e modelador sedimentos. Trata-se de um procedimento natural,
do relevo. entretanto, a ação humana contribui para a sua
Existem dois tipos de intemperismo: intensificação.
• Intemperismo químico: Quebra da estrutura O processo descontrolado de erosão traz grandes
química dos minerais que compõe a rocha ou prejuízos para o meio ambiente, pois atua no desgaste
sedimento (material de origem). As rochas, do solo, dificulta a manutenção de espécies de animais
então, sofrem um processo de decomposição. e vegetais, além de atrapalhar as atividades humanas.
A intensidade deste intemperismo é As erosões possuem vários estágios, dependendo
relacionada com a temperatura, pluviosidade e do nível de profundidade e da gravidade de sua
vegetação, ocorrendo principalmente nas ocorrência. Geralmente, elas se iniciam com o
regiões intertropicais. processo de lavagem superficial dos solos, também
• Intemperismo físico: Desagregação ou chamado de lixiviação ou erosão laminar; depois,
desintegração do material de origem (rocha ou elas se intensificam com o processo de ação das
sedimento) sem que haja alteração química chuvas e dos ventos, surgindo alguns buracos e
dos minerais constituintes. Ele, portanto, causa “linhas” marcadas sobre a terra, as erosões em
uma desagregação de fragmentos cada vez sulcos ou sulcos erosivos.
menores, conservando as características de
seus minerais, aumentando a superfície de TIPOS DE EROSÃO
contato dos fragmentos, o que colabora com o Existem vários tipos de erosão, que são
intemperismo químico. Em regiões desérticas e classificadas conforme os seus princípios causadores.
de clima semiárido esse processo é mais Erosão por gravidade: quando ocorre o transporte e
intenso. deposição de sedimentos da superfície em virtude da
Dentre os fatores que influenciam o intemperismo, ação da gravidade, com a queda de partículas e
tem-se, principalmente: rochas. Acontece, principalmente, em regiões
• Clima: principal agente do intemperismo, pois montanhosas e com alta declividade.
ele determina a quantidade de chuva e
temperatura que atingirá a rocha, alterando
quimicamente seus minerais. O clima também
determina a quantidade de ventos, o que altera
fisicamente as rochas.
• Relevo: Ele determina o fluxo de água e sua
infiltração no solo. Em terrenos mais íngremes,
Erosão marinha: causada pelas águas dos mares e
oceanos, atua na modelagem da morfologia litorânea,
contribuindo para a formação de praia e encostas
através da degradação das rochas. Exemplos:
Falésias, arcos, tômbolos e recifes.

Erosão fluvial: erosão causada pela ação das águas


dos rios sobre as superfícies dos cursos d’água e de
encostas. Atuam também no desgaste do solo durante
enchentes periódicas ou períodos de cheias. É
intensificada com a retirada das matas ciliares, ou seja,
as vegetações localizadas nas margens dos rios. Um
exemplo de erosão fluvial é a formação de vales
conhecidos como canyons. Falésia e arco

Erosão eólica: ocorre em virtude da ação dos ventos


sobre a superfície, atuando no transporte dos
sedimentos e partículas menores e degradando
lentamente formações rochosas, conferindo a elas
formas bastante peculiares. Exemplos: Dunas, Loess e
“Relevo de taças").

Grand Canyon – Estados Unidos


Erosão pluvial: ocorre em razão da ação das águas
das chuvas, que desgastam a superfície e transportam
sedimentos. Esse processo atua também na lavagem
dos solos e, quando as águas da chuva encontram um
solo sem vegetação, passam a ser responsáveis pela Dunas
formação de graves tipos de erosão. Podem-se citar
como exemplo as ravinas e as voçorocas.

Ravinas

Voçoroca
Relevo em Taça – Vila
Velha/BRA
➢ Sustento e manutenção das vegetações
Erosão glacial: ocorre graças aos movimentos existentes no planeta: nos solos estão concentrados os
abruptos das geleiras (como as avalanches). Também nutrientes e a água necessários para as vegetações.
atuam no transporte de sedimentos, através de ➢ Prática da agropecuária: as atividades
congelamento e movimentação. Exemplos: Morainas e pertinentes à agropecuária são diretamente
Fiordes. dependentes dos tipos e características dos solos.
➢ Participação direta no ciclo hidrológico os solos
são fundamentais no processo de armazenamento e
escoamento da água.
➢ Provimento de nutrientes e matéria
orgânica: nos solos são realizadas reciclagem de
nutrientes e formação de matéria orgânica de forma
natural.
➢ Fornecimento de materiais: os solos fornecem
materiais para as edificações construídas pelos seres
humanos.
FORMAÇÃO DO SOLO

A formação do solo é um processo lento e


depende de vários fatores, como o tipo de rocha que
Erosão Antrópica: Trata-se tão somente na ação do
origina o solo, o tipo de clima, o relevo da localidade e
homem sobre o meio que causa desiquilíbrio no
a distribuição dos elementos vivos pela superfície. O
ambiente natural como, por exemplo, desmatamentos,
nome do processo de formação dos solos é
agricultura, cortes no terreno que podem acelerar
pedogênese.
deslizamentos de encostas, assoreamento de rios
O início da pedogênese se dá por meio do
entre outros danos.
intemperismo, que promove a desagregação das
SOLOS
rochas pela ação da água, dos ventos, da variação da
temperatura e dos seres vivos. A rocha desagregada
O solo é formado por minerais, água, ar e
para a formação do solo é chamada de rocha-mãe,
matéria orgânica. O processo de formação de um solo
leito rochoso ou rocha matriz.
é lento, ocorre por meio do intemperismo
A formação de um solo pode ser verificada na
(desagregação das rochas) e envolve uma série de
ilustração:
fatores: o tipo de rocha, o relevo, o clima e a
biodiversidade. Trata-se de um elemento fundamental
na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas e para
a sociedade humana.
Solo é a camada mais superficial da crosta terrestre. É
o material natural que se forma por meio da
desagregação das rochas que compõem a litosfera
(crosta terrestre). Comumente chamado de “terra”,
apresenta vários tipos, em função dos diferentes tipos
de rochas existentes na litosfera.

FUNÇÃO DO SOLO

Assim como os demais elementos naturais do Cinco elementos são fundamentais no processo de
planeta, os solos são fundamentais para a estrutura formação dos solos:
natural da Terra e para todos os seres vivos. Podemos
estabelecer como funções principais dos solos:
Tempo: quanto mais tempo passar, maior será a modo geral, considerando-se a composição e
evolução do solo. É preciso um longo período de tempo granulação, os solos são divididos em quatro grandes
para que a formação ocorra. conjuntos:
Rocha matriz: o tipo de rocha é determinante na Tipos de
Características
formação do solo. Ela define a composição mineral do solo
solo. São os solos mais finos, com grânulos com
Relevo: o tipo de relevo influencia diretamente na Argiloso espessura de 0,002 mm ou menos. Possuem
velocidade de formação do solo. Relevos planos geram grande capacidade de reter água.
solos de forma mais rápida do que os relevos Com espessura que varia entre 0,002 mm e
acidentados. Siltoso 0,05 mm, são solos com granulação
Clima: a temperatura e principalmente a quantidade de composta por argila e areia.
chuva podem acelerar ou retardar o processo de
São os solos mais espessos, com
formação de um solo.
Arenoso granulação que varia entre 0,05 mm e 2 mm.
Biodiversidade: a quantidade de elementos vivos
Constituídos por areia.
determina a quantidade de matéria orgânica na
composição de um solo. Orgânico
Apresentam grande quantidade de matéria
Um solo que tenha passado por todas as ou
orgânica.
etapas de formação é chamado de solo maduro e humífero
apresenta os horizontes constituídos. Horizontes são
as camadas de um solo. Veja na figura a seguir como Qual a classificação do solo?
os horizontes ou camadas do solo são estabelecidos: No Brasil, a classificação dos solos é feita pela
Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa
COMPOSIÇÃO DO SOLO Agropecuária), um órgão do governo federal. A
Para que um material seja definido como solo, classificação é feita por meio da análise de elementos
é preciso que existam quatro elementos em sua morfológicos, químicos, físicos, minerais, além de
composição. Portanto, todos os solos precisam conter considerar os fatores envolvidos na formação dos
os seguintes minerais (originados da rocha matriz), solos.
água, ar e matéria orgânica. O solo é importante porque constitui um dos
elementos naturais mais utilizados pelos seres
humanos e é fundamental na manutenção do equilíbrio
dos ecossistemas. Eles sustentam as vegetações,
permitem o desenvolvimento da agricultura e garantem
a subsistência da população humana.

SOLO DO BRASIL

Em função da grande extensão territorial e pela


variedade de elementos naturais, o Brasil possui
enorme diversidade de solos. Os 13 tipos de solos
classificados pelo Sistema Brasileiro de Classificação
de Solos são encontrados no país. Cerca de 70% da
superfície territorial é recoberto por latossolos,
argilossolos e neossolos.
De modo geral, os solos brasileiros são bem
Tipos de solo estruturados do ponto de vista do processo de
Existem vários tipos de solos, que são formação, ou seja, resultam de intensos processos de
classificados em função da composição mineral, intemperismo, mas não são muito férteis de forma
fisionomia, porosidade e quantidade de nutrientes. De natural.
O relevo brasileiro se originou a partir de
estruturas geológicas que são compostas em especial
por formações sedimentares recentes e estruturas
Cap 4. ESTRUTURA GEOLÓGICA E RELEVO DO vulcânicas e cristalinas muito antigas. Houve grande
BRASIL influência dos fatores exógenos em seu processo de
formação e transformação, ou seja, por agentes
O Brasil, que está localizado inteiramente na formadores e modeladores do relevo que agem na
placa Sul-Americana o que lhe garante relativa superfície da Terra.
estabilidade geológica com terremotos menos A formação do relevo brasileiro não sofreu
destrutivos (reflexivos, em sua maioria). possui duas grande impacto pela movimentação tectônica do
estruturas geológicas principais: os escudos cristalinos Período Terciário, entre 65 e 1,5 milhões de anos. Essa
e as bacias sedimentares. movimentação foi a responsável por formar os
No Brasil, 36% do território é composto pelos crátons – dobramentos modernos como o Himalaia e os Andes.
responsáveis pela formação dos planaltos brasileiros –, Devido a isso, o relevo brasileiro se caracteriza
que se dividem em Escudo Brasileiro, na porção por muitas áreas de médias e baixas altitudes. No
central e oeste, e o Escudo das Guianas, no extremo Brasil não ocorreu a formação de dobramentos
norte do país. modernos e os seus escudos cristalinos mais elevados
passaram pelo desgaste dos agentes modeladores do
As bacias sedimentares ocupam os 64% restantes do
território nacional. Trata-se de formações relevo.
geologicamente recentes, caracterizadas pela
composição predominante de rochas sedimentares, Classificações do relevo
resultantes da transformação de rochas
geologicamente mais antigas. Elas se constituem No decorrer da evolução dos estudos
através da superposição de camadas de sedimentos, geográficos a respeito do território nacional, foram
que se solidificam e formam as camadas de rochas feitas diferentes classificações que consideraram
sedimentares. São pobres em minerais, porém, fatores variados e a tecnologia que existia no
dependendo das condições, podem ser ricas em momento.
fósseis ou jazidas de petróleo (como as zonas de
exploração de petróleo existentes no Recôncavo Classificação do relevo brasileiro de Aroldo de
Baiano).
Azevedo

A mais antiga classificação foi feita pelo autor


Aroldo de Azevedo, em 1940, que fez a divisão do
relevo brasileiro conforme o seu perfil topográfico. A
RELEVO BRASILEIRO
classificação dele dividiu o relevo em oito
compartimentos sendo:
➢ Quatro planaltos: áreas em que as altitudes
superam 200 metros e que correspondiam a 59% do
território brasileiro.
➢ Quatro planícies: áreas com altitudes de até
200 metros que equivalem a 41% do território nacional.

Classificação do relevo brasileiro de Aziz Nacib


Ab’Saber

A classificação do relevo brasileiro mais aceita


atualmente é a de Jurandyr Ross. Sua base foram os
estudos geomorfológicos do país realizados até o ano
da publicação (1995), as obras de Aziz Nacib Ab’Saber
e o projeto Radam Brasil. Esse projeto realizou um
sistemático mapeamento e levantamento dos recursos
Foi publicada na década de 1970 por Aziz naturais do Brasil, assim como usou imagens aéreas.
Nacib Ab’Saber. Para desenvolvê-la, ele se valeu de Os critérios utilizados foram o processo de formação
pressupostos da Geomorfologia e fez a divisão do das formas do relevo, a estrutura geológica do terreno
relevo conforme as suas características e formação. e o nível altimétrico. A classificação de Jurandyr Ross
Nessa classificação o país foi dividido em dez dividiu o relevo brasileiro em 28 unidades de áreas de:
compartimentos, sendo sete planaltos e três planícies. planaltos, planícies e depressões.

Classificação do relevo brasileiro de Jurandyr Ross


Planaltos: são áreas de médias e elevadas altitudes.
As superfícies são irregulares e os processos de
erosão são predominantes. Nessa classificação há
onze unidades de planaltos brasileiros: Planalto da
Amazônia Oriental; Planalto da Amazônia Ocidental;
Planalto sul-rio-grandense; Planalto da Borborema;
Planalto e Chapadas da Bacia do Parnaíba; Planaltos
Residuais Norte-amazônicos; Planaltos e Chapadas
dos Parecis; Planaltos e Serras de Goiás-Minas;
Planaltos Residuais Sul-amazônicos; Planalto e
Chapadas da Bacia do Paraná; Serras Residuais do
Alto Paraguai; Planalto e Serras do Atlântico Leste.
Planícies: são superfícies planas e com baixa altitude Morro ou monte: forma do relevo que corresponde a
que se formaram a partir do acúmulo de sedimentos de uma elevação no terreno de topo arredondado.
origem fluvial, marinha ou lacustre. De acordo com a Exemplo: Monte Pascoal (BA).
classificação de Jurandyr Ross, o Brasil possui seis Inselberg: forma do relevo que é uma protuberância
áreas de planície que são: Planície do Rio Araguaia; encontrada em áreas que apresentam o clima árido ou
Planície e Pantanal do Rio Paraguai ou Mato- clima semiárido e que foi formada pela maior
grossense; Planície do Rio Amazonas; Planície das resistência à erosão do que a área no seu entorno.
Lagoas dos Patos- Mirim; Planície e Pantanal do Rio Exemplo: Inselberg de Itaberaba (BA).
Guaporé; Planícies e Tabuleiros Litorâneos.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Depressões: se formaram a partir de processos de
erosão em áreas de contato entre os maciços 1. A Terra é como uma cebola: é dividida em várias
cristalinos (materiais de maior resistência) e bacias camadas. Entre essas diferentes formas que
sedimentares (materiais com menos resistência). Estão compõem a estrutura interna do nosso planeta,
nessa classificação onze unidades: Depressão qual (is) dela(s) pode(m) ser considerada(s)
Cuiabana; Depressões Marginal Norte-amazônica; sólida(s).
Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do
Paraná; Depressão do Araguaia; Depressão Marginal A) somente a crosta terrestre
Sul-amazônica; Depressão do Miranda; Depressão B) somente o manto
Periférica Sul-rio-grandense; Depressão do Alto do C) somente o núcleo
Paraguai-Guaporé; Depressão do Tocantins; D) a crosta e o núcleo interno
Depressão Sertaneja e do Rio São Francisco. E) o manto externo e a crosta
As três classificações que apresentamos
anteriormente não incluem montanhas ou cadeias de 2. Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela
montanhas no território do Brasil. O motivo para isso é que NÃO é uma das Eras Geológicas:
que não houve no território brasileiro a formação de
dobramentos modernos. Os picos mais elevados (que A) Cenozoica
são: Pico da Neblina, Pica da Bandeira, Pico 31 de B) Arqueozoica
Março, entre outros) não se originaram desse tipo de C) Litozoica
estrutura geológica, de maneira que não podem ser D) Proterozóica
classificados como montanhas. E) Paleozoica
Outras formas do relevo brasileiro
3. Leia o texto abaixo e assinale o que for correto.
Escarpa: forma de relevo localizada nas bordas dos Já em 1620, o inglês Sir Francis Bacon registrava a
planaltos que apresenta declive acentuado. Existem similaridade entre o contorno litorâneo da África
dois tipos, a escarpa de falha, originada a partir de ocidental e o do leste da América do Sul. Mas
movimento tectônico, e a escarpa de erosão, originada apenas em 1912, o geólogo alemão Alfred Wegener
pela ação dos agentes externos. Exemplo: Escarpa da formulou a hipótese da deriva continental,
Serra do Mar (SP). baseando-se em algumas evidências fósseis e
Cuesta: forma de relevo com declividade suave de um semelhanças entre as estruturas de relevo. (MAGNOLI,
lado e declividade abrupta em outro, originada pela D. Geografia para o Ensino Médio. São Paulo: Atual, 2008.p.30.) O texto refere-se
ação dos agentes externos sobre rochas que à hipótese, mais tarde comprovada, da deriva continental, que consiste:

apresentam diferentes resistências. Exemplos: Cuesta


de Botucatu (SP). A) na transformação dos continentes a partir da ação
Chapada: relevo de altitude considerável, em formato erosiva das águas dos mares e dos oceanos.
tabular e encostas escarpadas, encontradas no B) na teoria de que um dia os continentes formaram um
Nordeste e Centro-Oeste. Exemplo: Chapada único conjunto de terras emersas, denominado
Diamantina (BA). “Pangeia”.
C) na teoria de que a Terra é um sistema estático e
que a posição atual dos continentes evidencia esse
fato.
D) no postulado de que as placas tectônicas
encontram-se em constante movimento, que será
responsável por unir todos os continentes daqui a
alguns milhões de anos. Por que a imagem acima é incoerente?
E) na junção de ilhas oceânicas que, após milhões de
anos, deu origem aos continentes. A) Em tempos pré-históricos, os homens não caçavam
répteis.
4. O relevo terrestre é resultante da atuação de dois B) Os dinossauros não eram presas fáceis para os
conjuntos de forças denominadas agentes do humanos e dificilmente eram capturados.
relevo, que compreendem os agentes internos ou C) Os seres humanos surgiram no período quaternário
criadores do relevo e os agentes externos ou da era Cenozoica, quando os dinossauros já haviam
modificadores do relevo. Podemos considerar sido extintos.
agentes internos e externos, respectivamente: D) Quando os dinossauros surgiram, no terciário, os
seres humanos não viviam mais da caça, e sim da
A) Tectonismo e intemperismo agricultura.
B) Águas correntes e seres vivos E) Os dinossauros viveram na era Paleozoica e os
C) Vento e vulcanismo seres humanos na era primária em diante, que são
D) Águas correntes e intemperismo períodos geológicos distintos.
E) Abalos sísmicos e vulcanismo
8. (FUVEST) Do ponto de vista tectônico, núcleos
5 São as formas de relevo de altitudes mais baixas rochosos mais antigos, em áreas continentais mais
do que aquelas que estão ao seu redor, podendo interiorizadas, tendem a ser os mais estáveis, ou
ser absolutas ou relativas. O texto está se referindo seja, menos sujeitos a abalos sísmicos e
a algumas das características de: deformações. Em termos geomorfológicos, a maior
estabilidade tectônica dessas áreas faz com que
A) Montanhas elas apresentem uma forte tendência à ocorrência,
B) Planaltos ao longo do tempo geológico, de um processo de:
C) Planícies
D) Depressões A) aplainamento das formas de relevo, decorrente do
E) Fossas Marinhas intemperismo e da erosão.
B) formação de depressões absolutas, gerada por
6. O movimento ocasionado pelo choque entre as acomodação de blocos rochosos.
Placas Tectônicas de Nazca e Sul-Americana C) formação de canyons, decorrente de intensa erosão
ocasionou o surgimento: eólica.
D) produção de desníveis topográficos acentuados,
A) do continente sul-americano. resultante da contínua sedimentação dos rios.
B) das cadeias de montanhas do México. E) geração de relevo serrano, associada a fatores
C) da Cordilheira dos Andes. climáticos ligados à glaciação.
D) da Cordilheira do Himalaia.
E) do Grand Canyon.

7. Observe e responda:

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