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Principais Movimentos da Terra

A Terra realiza dois movimentos principais: Rotação e Translação.


Movimento de Rotação: A Terra gira em torno de um eixo imaginário, tal qual um
pião. Esse movimento dura
24 horas. As conseqüências desse movimento são o dia e a noite.
Movimento de Translação: E o movimento da Terra ao redor do Sol. Esse movimento
se completa em aproximadamente em 365 dias e 6 horas. Tem como conseqüência as
estações do ano.

A estrutura interna da Terra é constituída por três camadas:

Crosta terrestre
A crosta que forma a maior parte da litosfera.Em alguns lugares chega a atingir 90 km,
mas geralmente estende-se por aproximadamente 30 km de profundidade. É
composta basicamente por silicatos de alumínio, sendo por isso também chamada de
Sial. A fronteira entre manto e crosta envolve dois eventos físicos distintos. O primeiro
é a descontinuidade de Mohorovicic que ocorre em virtude da diferença de
composição entre camadas rochosas. O segundo evento é uma descontinuidade
química que foi observada a partir da obdução de partes da crosta oceânica.

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A crosta é a camada mais externa que constitui a superfLaurasície da Terra. A crosta
continental tem cerca de 40 km de profundidade, enquanto que a crosta oceânica tem
cerca de 7 km de profundidade.
Manto
O manto estende-se desde cerca de 30 km e por uma profundidade de 2900 km. A
pressão na parte inferior do mesmo é da ordem de 1,4 milhões de atmosferas. É
composto por substâncias ricas em ferro e magnésio. Também apresenta
características físicas diferentes da crosta. O material de que é composto o manto
pode apresentar-se no estado sólido ou como uma pasta viscosa, em virtude das
pressões elevadas. Porém, ao contrário do que se possa imaginar, a tendência em
áreas de alta pressão é que as rochas mantenham-se sólidas, pois assim ocupam
menos espaço físico do que os líquidos. Além disso, a constituição dos materiais de
cada camada do manto tem seu papel na determinação do estado físico local. (O
núcleo interno da Terra é sólido porque, apesar das imensas temperaturas, está
sujeito a pressões tão elevadas que os átomos ficam compactados; as forças de
repulsão entre os átomos são vencidas pela pressão externa, e a substância acaba se
tornando sólida; estima-se que esta pressão seja algo em torno de 3,5 milhões de
atmosferas)
A viscosidade no manto superior (astenosfera) varia entre 1021 a 1024 pascal
segundo, dependendo da profundidade. Portanto, o manto superior pode deslocar-se
vagarosamente. As temperaturas do manto variam de 100 graus Celsius (na parte que
faz interface com a crosta) até 3500 graus Celsius (na parte que faz interface com o
núcleo).
Núcleo
O interior da Terra atinge temperaturas de aproximadamente 6 000 °C. O calor interno
do planeta foi gerado inicialmente durante sua formação, e calor adicional é
constantemente gerado pelo decaimento de elementos radioativos como urânio, tório,
e potássio. O fluxo de calor do interior para a superfície é pequeno se comparado à
energia recebida pelo Sol (a razão é de 1/30000).
Também chamado de Nife, Centrosfera ou Barisfera e, em planetas como a Terra,
dada sua constituição, pode ainda receber o nome de Metalosfera.

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Pangeia
A Terra tem a idade geológica calculada entre 4,5 e 5 bilhões de anos. A geologia,
ciência que se dedica ao estudo do planeta, divide a idade geológica em eras, épocas,
períodos, idades e fases.
No início a Terra apresentava sobre a sua superfície um material derretido quente,
muito quente, formado em grande parte por ferro, níquel e outros metais pesados, que
com o decorrer do tempo foram se concentrando em seu núcleo .
Há cerca de 3,9 bilhões de anos , o resfriamento permitiu a solidificação das rochas,
dando origem a uma camada sólida externa sobre a superfície terrestre , que é a
crosta.
Até o começo do século 20, era consenso entre os cientistas de que, desde que a
superfície terrestre se solidificou, os continentes estiveram sempre na mesma posição
em que estão até hoje. No entanto evidências científicas mostraram que isto não é
verdade.
Após estudar muito o assunto o meteorologista alemão Alfred L. Wegener lançou uma
hipótese diferente, afirmando que, no passado (200 milhões de anos ) os continentes
formavam um único bloco, denominado de Pangéia e um só imenso oceano,
Pantalassa. Em virtude das forças internas da terra a Pangéia teria sido dividida por
um longo braço de mar, dando origem a duas grandes massas continentais:
Gondwana e Laurásia.
Gondwana ao sul, abrangeria as atuais áreas da América do Sul, Índia, África, Nova
Zelândia, Austrália, Antártida, Madagascar, além do Sri Lanka.
Laurásia, ao norte, incluiria as da América do Norte, Groenlândia, Ásia e Europa.
No período Cretáceo (136 a 65 milhões de anos atrás) este teria se dividido em várias
partes, inclusive tendo se deslocado até atingir a configuração atual. Esta hipótese de
Wegener é denominada hipótese da Deriva Continental.

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Evidências
Wegener alegava que uma das evidências de que os continentes poderiam ter se
separado estaria no próprio contorno deles.
Comparando a costa da América do Sul com a África você pode observar que os dois
continentes são complementares. Além da semelhança entre os dois continentes
existem outros indícios.
Há sinais de uma gigantesca glaciação ocorrida há uns 250 milhões de anos e esses
sinais são encontrados em todas as áeas terrestres do hemisfério sul atual, como no
Brasil, na África e na Índia. Indicando que estes continentes estiveram unidos no
passado e sujeito as mesmas condições climáticas.
O fóssil do pequeno réptil Mesossauro encontrado no Brasil e na África é uma
explicação de que os continentes estiveram juntos.
Brasil e África têm ainda rochas sedimentares iguais, isto é, rochas que foram
depositadas entre 350 milhões e 150 milhões de anos atrás.
Há cerca de 300 milhões de anos, florestas substituíram o gelo e originaram depósitos
de carvão. No sul do Brasil e da África, a Austrália e a Índia existem depósitos de
carvão com a mesma idade.
Novas provas vieram do mar, com a invenção do submarino e a eclosão da Segunda
Guerra Mundial , neste período era importante do ponto de vista militar conhecer o
fundo do mar. Descobriu-se grandes elevações e depressões da crosta terrestre no
fundo do oceano, algumas dessas depressões chegam a atingir 11 mil metros de
profundidade onde há uma intensa atividade tectônica alterando a posição dos
continentes.

Placas tectônicas

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Tectônica de Placas
A palavra tectônica é de origem grega e significa contruir, portanto tectônica de placas
quer dizer que a superfície terrestre é construída por placas. Algumas dessas placas
formam o fundo do oceano, como a placa do pacífico, outras placas são o "assoalho"
dos continentes , como a placa Sul Americana onde esta situado o território brasileiro.
Principais Placas da Tectônica
Placa Sul Americana - onde situa-se o Brasil e quase toda a América do Sul. Placa de
Nazca, Placa Norte-Americana, Placa Africana, Placa Euro-Asiática, Placa do Pacífico,
Placa Indo-Australiana, Placa Antártica.
Espessura e Mobilidade
As placas tectônicas tem espessura variável, nas regiões oceânicas são mais finas, as
espessuras variam entre 10 km nas dorsais (cordilheira submarina) , até algumas
dezenas de quilômetros. Já nas regiões continentais são mais espessas e podem
chegar a 250 km de espessura. É interessante reconhecer que as placas tectônicas
estão assentadas sobre o manto que tem um comportamento viscoso, isto é pastoso,
fazendo com que as mesmas se movam (escorregam), afastando-se ou chocando-se
nas zonas de contato com as outras placas.
Conseqüências
O movimento das placas tectônicas que se deslocam sobre a astenosfera (parte
pastosa) interagindo ao longo do tempo entre si em um processo geodinâmico que
tem como conseqüência a origem das montanhas e bacias geológicas, provocando
terremotos, vulcanismo, magmatismo e outros eventos geológicos todos decorrência
desses movimentos das placas.

Terremotos
Os terremotos são tremores ou abalos causados pela liberação repentina da energia
acumulada durante longos intervalos de tempo em que as placas tectônicas sofreram
esforços para se movimentar.
Os maiores terremotos já registrados no planeta ocorrem em áreas de subducção,
onde uma placa afunda abaixo de outra. Entre esses incluem-se o o maior de todos os
terremotos, ocorrido no Chile em 1960, que alcançou a marca de 9.5 graus Richter, o
terrremoto de 9.2 graus, em Prince William Sound, Alaska, em 1960, o de Andreanof,
também no Alaska, em 1957, com 9.1 graus e o de magnitude 9.0 graus, ocorrido na
península de Kamchatka, na Rússia, em 1952.
O devastador terremoto do dia 26 de Dezembro de 2004, que alcançou a marca de 9
graus na escala Richter , provocando as ondas gigantes na Ásia, ocorreu na interface
entre as placas da Índia e Burma e foi causado pela liberação de energia que se
desenvolve na subducção da placa Índica sobre a placa de Burma.

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Que Poderosa Energia Moveria Estas Placas ?
A principal explicação para o movimento das placas tectônicas é que em função da
desintegração radioativa de átomos que ocorre no interior do planeta gerando o calor,
que mantém o magma em estado fluido e um processo denominado correntes de
convecção tenderia a levar o magma para a superfície, pressionando as placas ,
explicando também a origem do vulcões.

Localização no Espaço
A Terra é o terceiro planeta do sistema solar, tendo como referência o Sol. Somente
nela é possível encontrar água no estado líquido, sendo que mais de 70% de sua
superfície é coberta por essa substância. Outra característica peculiar da Terra é que,
até o momento, é o único planeta que abriga seres vivos.
Durante muitos anos, a forma da Terra foi motivo de debates e elaboração de teorias.
Na Antiguidade, alguns estudiosos acreditavam que esse planeta era plano, no
entanto, muitos sábios já afirmavam que a Terra apresentava formato “arredondado”.
O aprimoramento das técnicas cartográficas e o desenvolvimento tecnológico foram de
fundamental importância para esclarecer tal fato.
Com a utilização de instrumentos altamente avançados, como, por exemplo, os
satélites artificiais e as sondas espaciais, foi possível estabelecer que a Terra possui
cerca de 510 milhões de quilômetros quadrados. Outra importante confirmação refere-
se à sua forma: um geoide, com leve achatamento nos polos.
De acordo com a União Astronômica Internacional (UAI) e a União de Geodésia e
Geofísica Internacional (UGGI), esse achatamento é pequeno, visto que o diâmetro da
Terra no sentido da linha do Equador é de 12.756 quilômetros, enquanto entre os
polos Norte e Sul é de 12.714 quilômetros, ou seja, uma diferença de apenas 42
quilômetros.
Pontos Cardeais e Colaterais
A superfície terrestre é irregular, característica que impossibilita a sua representação
no plano (papel) sem que haja deformações. Seu formato está em constante
modificação, consequência das ações erosivas, dos vulcões, do movimento das placas
tectônicas, dos ventos, das chuvas, do homem, etc.
A Terra continua sendo alvo de muita curiosidade do ser humano, que busca
desenvolver novos métodos para aperfeiçoar sua caracterização. Nesse sentido, altos
investimentos são direcionados com o intuito de reduzir as distorções durante a
representação desse planeta.
Para nos orientarmos, não basta sabermos em que direção estamos. É necessário
precisar o ponto ou lugar em que estamos na superfície da Terra, através das
Coordenadas Geográficas, através do uso das coordenadas que são determinadas
pelos paralelos e meridianos da Terra. As medidas em graus das coordenadas
geográficas de um lugar dão sua latitude e longitude.

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Movimentos da Terra
O planeta Terra realiza dois movimentos principais. Em um primeiro movimento,
chamado de translação, ela traça uma órbita em torno do Sol. Realiza também um giro
em seu próprio eixo, chamado de rotação.
Cada volta ao redor do Sol representa um ano, enquanto cada giro em torno de seu
próprio eixo define um dia.
O que é rotação?
A rotação é o movimento que a Terra faz em torno de seu próprio eixo. Cada giro da
Terra ao redor de si mesma dura 23 horas, 56 minutos, 4 segundos e 9 centésimos.
Por isso, convencionou-se que o dia tem vinte e quatro horas.
O eixo da Terra é uma linha imaginária que transpassa o planeta do polo norte ao sul.
Esse eixo possui uma inclinação de cerca de 23,5 graus.
Planeta Terra
O planeta Terra possui uma inclinação de 23,5º e realiza sua rotação no sentido anti-
horário
Conforme a Terra realiza o movimento de rotação (sentido anti-horário), parte de sua
superfície fica exposta ao Sol, sendo responsável pelo dia e noite.
Tomando como referência o diâmetro da Linha do Equador, pode-se afirmar que o
movimento de rotação ocorre a uma velocidade média de 1674 km/h. Essa velocidade
não pode ser sentida dentro da atmosfera.
O que é translação?
A translação é o movimento realizado pela Terra em torno do Sol. Isso ocorre pelo
campo gravitacional gerado pela massa do Sol, fazendo com que a Terra fique presa a
sua órbita.Deste modo, um giro completo da Terra em volta do Sol dura cerca de 365
dias, 5 horas e 47 minutos. O planeta se move no espaço a uma velocidade orbital
média de 29,78 km/s.
Como o ano civil é contado apenas em dias, a cada quatro anos realiza-se o ano
bissexto para compensar as quase seis horas anuais que ficaram de fora. Nele, é
acrescido mais um dia (29 de fevereiro) ao calendário.

Movimento da terra
A Terra realiza uma rota elíptica ao redor do Sol
A Terra realiza uma trajetória muito semelhante a um círculo em torno do Sol, mas por
não se tratar de um círculo perfeito, é chamada de trajetória elíptica.
Ao contrário do que algumas pessoas acreditam, as estações do ano não ocorrem por
conta da distância da Terra para o Sol. Os fenômenos responsáveis para as
mudanças de estação são os solstícios. Ou seja, a posição de cada hemisfério em
relação ao Sol.

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Isso ocorre de forma contrária entre os hemisférios. Quando é verão no hemisfério sul,
é inverno no hemisfério norte, quando é outono no hemisfério sul, é primavera no
hemisfério norte e assim sucessivamente.
Linhas imaginarias

Paralelos – São círculos da esfera terrestre traçado de forma perpendicular ao eixo


dos pólos no sentido leste-oeste. O Equador – também chamado de paralelo zero
(0°) – divide a Terra em dois hemisférios (meia esfera): o hemisfério norte e o
hemisfério sul. Alguns paralelos recebem denominações especiais: os trópicos de
Câncer e de Capricórnio e os círculos polares, Ártico e Antártico.
Meridianos - Os meridianos são linhas perpendiculares ao Equador, traçadas sobre a
esfera terrestre de norte a sul, unindo os pólos. O Meridiano Principal, o meridiano
de Greenwich divide a Terra em dois hemisférios: o hemisfério leste e o hemisfério
oeste.
Coordenadas Geográficas - Pode-se localizar com precisão qualquer lugar da
superfície da Terra a partir das coordenadas geográficos que são determinadas pelos
paralelos e meridianos. As medidas em graus das coordenadas geográficas de um
lugar dão sua latitude e longitude.

Latitude - É a distância em graus de um lugar qualquer da superfície terrestre até o


Equador.
Longitude - É a distância em graus de um lugar qualquer da superfície terrestre até o
Meridiano de Greenwich.

As Zonas Climáticas - Os paralelos especiais exercem papel muito importante na


definição das zonas climáticas, que são demarcadas por eles. Tais paralelos são os
seguintes:

Zonas polares ou glaciais norte e sul – são limitadas pelos círculos polares,
possuem altas altitudes. São zonas muito frias.
Zonas temperadas – com latitude medias, estão compreendidas a norte entre o
circulo polar ártico e o tropico de câncer e a sul entre o circulo polar antártico e o
tropico de capricórnio. Possui temperaturas mais amenas que as zonas polares.
Zona tropical – compreendida entre os trópicos de câncer e capricórnio, também é
chamada de zona intertropical. E a região do planeta que recebe mais raios solares,
portanto, a mais quente.

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Planeta Terra
Por centenas de anos, a maioria das pessoas pensava que a terra era o centro do
universo, e que o sol, a lua e outros planetas giravam a sua volta.
O Geocentrismo (Geo=Terra) é uma teoria que considera a terra o centro do
Universo.
Alguns cientistas não concordaram com a idéia de que a terra fosse o centro do
Universo. O cientista Nicolau Copérnico era um deles. Durante seus estudos,
Copérnico constatou que o sol permanecia imóvel no Centro de um conjunto de Astros
formados pela Lua, pela terra e por outros planetas, constituindo o que conhecemos
atualmente como Sistema Solar. Essas explicações deram origem ao Heliocentrismo
(Helio=Sol).
O cientista que provou a veracidade das idéias de Copérnico foi Galileu Galilei.Galileu
construiu um instrumento que possibilitou a comprovação do movimento que a terra
executa em torno de seu próprio eixo e em torno do sol. As explicações de Galileu
contrariavam as concepções defendidas pelos filósofos da época e pela igreja. Ele
acreditava que o sol e não a terra era o centre do universo, sendo com isso, acusado e
processado por heresia pela igreja católica.
"Paisagem é uma categoria de análise da Geografia que nos auxilia no estudo e
compreensão do espaço a partir de um recorte específico. Ela é definida como tudo
aquilo que nós podemos identificar e interpretar por meio dos nossos sentidos (visão,
audição, olfato, tato e paladar) em um determinado lugar. As paisagens são alteradas
de tempos e tempos, e nelas podem coexistir elementos materiais de diferentes
épocas.

A partir dos seus diversos componentes, as paisagens podem ser classificadas como
naturais, que tiveram pouca ou nenhuma interferência humana, e culturais ou
antrópicas, resultantes da transformação da atividade humana."

Paisagem

O que é paisagem?
A análise e compreensão do espaço geográfico, objeto de estudo da Geografia, são
feitas a partir de um conjunto de categorias que nos permite apreender os fenômenos
que ocorrem a partir de diferentes abordagens. Essas categorias são: região, território,
lugar e paisagem.

Em um primeiro momento, a palavra paisagem pode ser associada a tudo aquilo que
nos é aprazível aos olhos. No entanto, quando adicionamos o viés geográfico, esse
termo também contempla a percepção por meio dos sentidos, mas adquire um
significado bem mais abrangente.

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A paisagem geográfica, assim, pode ser definida como todos os elementos do espaço
que os nossos sentidos conseguem captar ou perceber e interpretar."
"Algumas definições apresentam a paisagem como sendo o conjunto de elementos
que são visíveis no espaço, isto é, tudo aquilo que nossos olhos conseguem enxergar
em um determinado local. Entretanto, a configuração desses lugares é feita a partir
não somente de pessoas e objetos físicos, como edificações, carros, postes, árvores,
rios, etc., mas também por meio da interação entre esses diversos componentes, o
que gera sensações (como sons e cheiros), que são identificadas a partir dos nossos
outros sentidos (olfato, tato, audição e paladar)."
"Embora para aqueles que a observam a paisagem represente o momento presente,
ela se transforma no tempo e carrega em si a materialização dessa passagem
temporal. A maneira como a sociedade interage com os elementos a sua volta, as
diversas formas de trabalho e as técnicas que representam um determinado período:
todos esses aspectos se encontram expressos nas paisagens, nas quais presente e
passado podem coexistir.

Um exemplo são os centros das grandes cidades, que na maioria das vezes
preservam estruturas de épocas anteriores (prédios antigos, por exemplo, muitas
vezes com funções diferentes da pensada originalmente) junto de elementos atuais,
representantes do período técnico recente.

Levando em consideração uma escala temporal menor, a paisagem que é observada


nos centros urbanos pela manhã não é a mesma vista ao final da tarde, sofrendo
alterações ao longo do dia. As modificações na paisagem podem ser observadas,
portanto, em diversas escalas de tempo.

Diretamente associada aos sentidos, a paisagem não é idêntica para todos, uma vez
que a percepção dos lugares varia de acordo com o observador. Sendo assim, duas
pessoas em um mesmo local podem descrever a paisagem que estão vendo e
sentindo de formas distintas."
Tipos de paisagem
As paisagens podem ser classificadas em duas categorias: paisagem natural e
paisagem cultural ou antrópica.

Paisagem natural: é aquela que dispõe predominantemente de elementos naturais,


sendo esses pouco ou nada modificados pelas atividades antrópicas. Sua
transformação fica por conta dos próprios agentes naturais.

Paisagem cultural: aquela formada a partir da ação transformadora das atividades


humanas e também por elementos da natureza que sofreram modificações pelos
mesmos agentes ou foram posteriormente incorporados."

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O espaço geográfico
é o meio utilizado e transformado pelas atividades humanas. Em termos gerais, ele se
difere do espaço natural, em função do fato de o último não sofrer diretamente as
consequências das práticas econômicas, sociais, culturais e cotidianas presentes nas
sociedades e envolvendo tanto o meio rural quanto o meio urbano.

Na verdade, existem vários conceitos de espaço geográfico, variando conforme a


abordagem e a corrente de pensamento empregada. Em alguns casos, ele é visto
como um “receptáculo”, um palco das atividades humanas; em outros, ele é concebido
como uma conjunção de elementos da natureza, sendo também conceituado como
reflexo e condicionante das práticas sociais."

"Diferenças entre espaço geográfio, paisagem, território, região e lugar

É importante, porém, que não se confunda o conceito de espaço geográfico com o de


paisagem. Afinal, as paisagens também se diferenciam entre as naturais e as
geográficas, pois elas formam a expressão externa do espaço. Basicamente, podemos
entender que a paisagem é o espaço apreendido pelos nossos sentidos (visão, olfato,
tato, audição e paladar).

Além da paisagem, outro conceito que também é relevante para a compreensão do


espaço é o de território. Esse, por sua vez, também possui várias definições, sendo a
mais empregada aquela que se refere às relações de poder. Assim, o território é visto,
grosso modo, como uma porção do espaço delimitada pela propriedade ou pelo
exercício de um determinado poder ou soberania. A exemplo do território do Brasil, do
qual o Estado brasileiro é soberano, ou o território dos traficantes, em que cada área é
considerada o domínio de um determinado indivíduo.

Outra importante noção, nesse contexto, é a de região. Essa, em linhas gerais, pode
ser compreendida como uma divisão ou delimitação do espaço geográfico realizada a
partir de um critério previamente estabelecido. Por exemplo, podemos dividir a área de
uma cidade em diferentes regiões a partir do nível médio de renda da população de
cada setor, o que permitiria uma melhor compreensão de cada lugar e o
estabelecimento de políticas públicas específicas para cada região.

Por fim, podemos destacar, a partir da compreensão do espaço geográfico, o conceito


de lugar. Esse é entendido, em uma análise mais compreensiva da realidade, como o
espaço percebido pelos indivíduos, com destaque para uma relação de afetividade,
identidade e pertencimento. Por exemplo: a casa onde eu moro, a fazenda onde
passei a infância, o parque de diversões que sempre frequentei, o meu bairro, entre
outros.

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Portanto, podemos perceber que a compreensão do espaço é uma questão ao mesmo
tempo complexa e importante, cabendo à Geografia o estabelecimento de métodos
científicos de sistematização e análise. Vale lembrar que as definições apresentadas
acima não necessariamente representam a opinião de todos os geógrafos, sendo
apenas as conceituações mais aceitas ou utilizadas, havendo, nesse ínterim, vários
debates, contestações e sínteses."

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