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Tempo Geológico
A Origem da Terra
A criação do Sistema Solar origina-se da Hipótese da Nebulosa, que tem como base
os princípios do filósofo alemão Immanuel Kant. Segundo essa hipótese, o Sistema Solar
teria surgido a partir de movimentações de rotação de uma nuvem de gases,
predominantemente hélio e hidrogênio, e poeira fina. O formato do Sistema Solar e do Sol
em si, como o conhecemos, originou-se da lenta rotação dessa nuvem e de sua contração
devido à gravidade, ocasionando uma aceleração na rotação das partículas constituintes e
um consequente “achatamento” da nuvem. Ao longo de milhares de anos, o deslocamento
de matérias ao centro devido às forças gravitacionais tornou-se cada vez mais denso e com
temperaturas mais elevadas, atingindo milhões de graus, iniciando o que se denomina
fusão nuclear, um processo contínuo até os dias atuais. Segundo Press et al. (2006), essa
contração do Sistema Solar deixou resquícios de gás e poeira - um disco chamado
nebulosa solar. Depois, a nebulosa começou a esfriar e os gases viraram corpos líquidos e
sólidos. Por causa da força de atração gravitacional, esses corpos começaram a colidir uns
com os outros e a se unir pelo processo de acreção, formando corpos maiores. Assim
surgiram a Terra e os demais planetas do Sistema Solar.
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O estudo das ondas sísmicas assim como das variações de fluxo de calor gravidade
e magnetismo permitem a compreensão, a organização e o funcionamento da estrutura da
Terra. Com base nesses estudos, classificamos o seu interior em três principais camadas:
a crosta, o manto e o núcleo, havendo entre elas as descontinuidades captadas pelas ondas
sísmicas.
Crosta terrestre
É a camada mais externa do planeta, composta por rochas. Sua análise é feita a
partir da coleta de amostras nos continentes (crosta continental) ou no fundo dos oceanos
(crosta oceânica). A composição da crosta continental é diferente da crosta oceânica.
A crosta que fica abaixo dos oceanos é a mais fina camada (em média, 6 Km) e
composta somente por rochas básicas (composição basáltica). O estudo da crosta oceânica
é dificultado pela extensa camada de água (cerca de 4 Km) e pelos 200 metros de
sedimentos marinhos que ficam depositados sobre ela.
Manto
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Como a temperatura nessa camada é muito elevada, no centro do manto as rochas
chegam a se fundir, mudando de estado sólido para pastoso. Já nas porções superior e
inferior do manto, as rochas estão em seu estado normal. Isso porque, apesar da
temperatura elevada, a pressão também é muito alta e tende a deixá-las no estado sólido.
A parte sólida superior do manto e a crosta compõem a Litosfera.
Núcleo
É formado por duas camadas - uma mais externa, feita de rocha fundida, e outra
central, que é sólida. O núcleo exterior tem cerca de 2.270 Km de espessura. O núcleo
interior é uma esfera maciça de 1.216 Km de diâmetro.
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Existem evidências que comprovam a Teoria do Supercontinente, dentre as quais:
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parecidos. Um exemplo está na coincidência entre as montanhas apalachianas da América
do Norte e as montanhas caledonianas da Escandinávia.
Fique Atento:
O modelo que melhor explica a deriva dos continentes e a tectônica de placas é a existência
de correntes de convecção no manto. A parte mais quente do manto sobe, por ser menos
densa, e após resfriar, desce. Esse deslocamento no conteúdo do manto cria uma corrente.
As placas sólidas se deslocam, portanto, sobre o manto em movimento, como se estivessem
em cima de uma esteira rolante.
1. Placa Norte-Americana.
2. Placa Sul-Americana.
3. Placa do Pacífico.
4. Placa Africana.
5. Placa Eurasiana.
6. Placa Australiana.
7. Placa da Antártica.
As margens das placas, classificadas de acordo com o seu movimento, podem ser
de três tipos:
1. Limite divergente - ocorre quando as placas se afastam umas das outras devido
aos movimentos em direções divergentes. É como se uma espécie de vão fosse criado
entre as placas, que se separam à velocidade média de 5 cm/ano.
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2. Limite convergente - as placas se movimentam uma em direção à outra, chocam-
se e continuam a se mover. Nesse caso, os limites se destroem ou as placas ficam
encavaladas, uma sobre a outra. A placa mais densa mergulha sob a menos densa e afunda
em direção ao manto. Esse choque leva ao surgimento de grandes cadeias de montanhas
e vulcões, que podem entrar em atividade.
Quando a convergência acontece entre duas placas oceânicas, a placa mais antiga,
que é mais fria e densa, fica embaixo da outra. As erupções vulcânicas no meio do oceano
formam ilhas, como é o caso das ilhas do Pacífico.
Quando o encontro ocorre entre duas placas continentais, nenhuma delas é densa
o suficiente para mergulhar sob a outra. Por isso, no ponto de convergência as placas se
consomem. Ali se formam grandes cadeias de montanhas, como é o caso do Himalaia, que
foi produzido a partir da colisão entre placas da Índia e da Ásia.
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Deformações Geológicas
Essa força é capaz de modificar o volume e o formato das rochas. Quanto mais
profundas elas estiverem, mais plasticidade haverá em sua deformação. Enquanto as
rochas da superfície sofrem o estresse de forma rígida ou rúptil, as rochas mais profundas
respondem de maneira plástica ou dúctil.
• Anticlinais (convexas) - em geral formam morros, mas o relevo final vai depender
da resistência dessas rochas à erosão.
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• Recumbentes - quando, após uma dobra assimétrica, ocorre a continuidade da
compressão e a rocha deita ou tomba para o lado. Dobras assim são comuns em
montanhas no Himalaia, no continente asiático, e nos Alpes, no continente europeu.
• Verticais - quando, após a rachadura, um dos lados sobe ou desce (como a Falha
de Salvador, no Brasil, que separa a Cidade Alta da Cidade Baixa e fica perto do Elevador
Lacerda).
As Escalas do Tempo
Outra maneira de medir o tempo são as escalas relativas. Elas permitem colocar os
acontecimentos em uma ordem, obedecendo a certos procedimentos muito bem definidos.
Por exemplo, quando afirmamos que a maior parte das bacias petrolíferas brasileiras
conhecidas se formou depois da separação dos continentes. Nesse caso, não estamos
dizendo quando, mas apenas em que ordem um fenômeno veio depois do outro.
Medir o tempo requer, além de diferentes escalas, diversos graus de precisão. Para
cada caso são necessários métodos e equipamentos compatíveis com o evento que se
pretende mensurar.
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Por exemplo, para um astrônomo, a ordem de grandeza de idade varia entre milhões
e bilhões de anos. Para o biólogo, os intervalos podem ser muito menores, da ordem de
anos, meses ou dias. Já os processos e reações estudados por físicos nucleares ocorrem
em intervalos de segundos.
A geologia usa as escalas absoluta e relativa, dentro das mais variadas ordens de
grandeza, com a intenção de reconstruir a história do planeta. Assim, é possível
compreender o funcionamento da Terra nos dias de hoje e realizar previsões.
Tempo Geológico
Todo formato geológico ou rocha representa uma série de eventos naturais que
aconteceram em um intervalo de tempo específico da história geológica da Terra. E para
facilitar o estudo é empregada uma classificação em ciclos e processos. Isso permite que
esses eventos sejam comparados conforme as sequências de intervalos de tempo.
Ciclos e Processos
• deriva continental;
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• transgressões e regressões em escala continental;
Ciclos de longa duração são medidos em dezenas, centenas de milhares até alguns
milhões de anos:
• assoreamento de lagos;
• subsidências.
• tempestades.
• correntes de turbidez;
• impacto de meteoritos;
• catástrofes em geral;
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Escala de Tempo Geológico
Nosso planeta tem mais de 4 bilhões de anos e esse intervalo de tempo é chamado
de tempo geológico. Foi dividido pelos cientistas para fins de estudo e de entendimento da
evolução da Terra em intervalos menores, chamados unidades cronoestratigráficas: Éon,
Eras, Períodos, Épocas e Idades.
Segundo Carneiro, Mizusaki e Almeida (2005), essa escala de tempo foi estabelecida
com base na sucessão biológica, que verifica as mudanças que uma espécie ou grupo de
organismos passam durante o tempo e, após sobreviver por certo período, desaparece,
concedendo lugar a uma nova espécie.
Éon
Éon Arqueano
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• Poucas rochas formadas nesse Éon existem hoje, devido às grandes
transformações que a crosta terrestre sofreu desde então. São rochas principalmente
ígneas intrusivas e metamórficas.
• Não houve grandes continentes até a fase final desse Éon devido à intensa
atividade geológica do planeta.
1. Eoarqueano - de 3,85 bilhões a 3,6 bilhões de anos. Nessa fase, a Terra era
constantemente atingida por meteoritos.
4. Neoarqueano - de 2,8 bilhões a 2,5 bilhões de anos. Nessa era, a atividade das
placas tectônicas pode ter sido bastante similar à de hoje. Existem bacias sedimentares
bem preservadas e evidências de fraturas intracontinentais, colisões entre continentes e
eventos orogênicos formando montanhas ou cordilheiras. Um ou vários supercontinentes
podem ter surgido e também sido destruídos. A água era predominantemente líquida e
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havia bacias oceânicas profundas que dariam origem a formações cobertas de ferro,
depósitos de uma rocha chamada chert, sedimentos químicos e basaltos na forma de
almofadas, as chamadas pillow lavas.
Éon Proterozoico
• O Proterozoico começou há 2,5 bilhões de anos e foi até 542 milhões de anos atrás.
São dessa fase as rochas que formam o Grand Canyon, no Colorado (EUA).
• Cerca de 900 milhões de anos atrás, os continentes estavam reunidos. Uma única
massa, chamada Rodínia, acabou se fragmentando no final desse Éon, originando os
paleocontinentes Laurentia - América do Norte, Escócia, Irlanda do Norte, Groenlândia,
Báltica, centro-norte da Europa e Sibéria unida ao Cazaquistão - e Gondwana - América do
Sul, África, Austrália, Antártida, Índia, Península Ibérica e sul da França.
Éon Fanerozoico
• Fanerozoico significa “vida visível”. O nome foi dado em razão da grande explosão
de vida em nosso planeta que ocorreu durante esse Éon.
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• É o Éon atual e começou há 542 milhões de anos.
1. Era Paleozoica - vai de 542 milhões a 251 milhões de anos e corresponde a 50%
do Éon Fanerozoico. Nesse período da história existiam seis grandes áreas continentais na
Terra: Báltica, China, Gondwana, Cazaquistânia, Laurentia e Sibéria.
O geólogo Pércio de Moraes Branco (2016) explica, em seu artigo “Breve História da
Terra”, que naquela era a América do Sul, a África, a Índia e a Austrália estavam unidas,
formando o continente de Gondwana. Foi também nessa parte da história que se formaram
as jazidas de carvão, tão importantes para a humanidade.
2. Era Mesozoica - durou de 251 milhões a 65,5 milhões de anos atrás. No início, o
clima era árido, o que deu origem a um grande deserto arenoso. E foi a consolidação dessas
areias, na forma de arenitos - rochas muito porosas e permeáveis -, responsável pela
formação do que hoje chamamos de Aquífero Guarani, depósito de água subterrânea
localizado na América do Sul, distribuído entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
3. Era Cenozoica - iniciou há 65,5 milhões de anos e se estende até os dias atuais.
Divide-se entre os períodos Terciário e Quaternário. Foi no Cenozoico que a superfície da
Terra assumiu sua forma atual. Houve muita atividade vulcânica e a formação das grandes
cadeias montanhosas, como os Andes, os Alpes e o Himalaia.
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Períodos
As eras de cada Éon, exceto do Arqueano, são divididas em períodos. Eles são
chamados de Pré-Cambriano, Cambriano, Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero,
Permiano, Triássico, Jurássico, Cretáceo, Terciário e Quaternário. Veja a seguir as
principais características de cada um deles:
• Cambriano - registros fósseis indicam que houve uma grande diversificação das
formas vivas há 570 milhões de anos, chamada de explosão cambriana. Além de animais
de corpo mole, surgiram, na vida marinha, novos seres com o corpo protegido por
carapaças duras, alguns com pernas e outros apêndices.
• Devoniano - são desse período os insetos voadores mais antigos, assim como os
verdadeiros peixes (com mandíbulas). E no Devoniano Superior, os anfíbios ocuparam a
Terra.
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• Triássico - os vertebrados continuaram a evoluir, diferenciando-se em répteis e
mamíferos, e surgiram os primeiros dinossauros.
• Cretáceo - o fim do Cretáceo foi marcado por uma grande extinção, que fez
desaparecer quase a metade das espécies, como os dinossauros e outros répteis de
grande porte. Dos répteis só restaram crocodilos, lagartos, tartarugas e cobras. A hipótese
sobre a extinção mais aceita é a queda de um meteoro com cerca de 10 Km de diâmetro.
Datações
De acordo com Guerra et al. (2011, p. 170), a partir dos métodos de datação foi
possível atribuir idades absolutas para os eventos geológicos e representá-los por meio das
subdivisões da escala do tempo geológico em anos. Os geólogos utilizam dois tipos de
datação para definir o tempo geológico: a datação relativa e a absoluta.
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Exemplo
• Princípio das relações transversais - uma invasão ígnea ou falha deve ser mais
nova do que as rochas por ela invadidas ou deslocadas.
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Também é o método mais adequado para medir idades do passado geológico recente,
entre 100 e 100 mil anos de idade. Em função disso, é possível datar, por exemplo, as
glaciações mais recentes e os eventos de subida ou descida no nível do mar.
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Os principais minerais formadores das rochas pertencem aos seguintes grupos:
• Sulfetos - os principais minérios, como zinco, níquel e cobre, são membros desse
grupo. Muitos se assemelham a metais e quase todos são opacos.
O ciclo das rochas opera por intermédio do mecanismo da tectônica de placas. Esse
ciclo começa com a formação das rochas ígneas, com a cristalização do magma no interior
da Terra. Algumas dessas rochas são levadas para a superfície terrestre e após um
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conjunto de processos mecânicos, químicos e biológicos sofrem desintegração e
decomposição, produzindo sedimentos.
Rochas Ígneas
Assim, Teixeira et al. (2000) afirmam que as rochas ígneas, ou magmáticas, são
sólidos que se formaram de líquidos. São corpos rochosos formados a partir da cristalização
do magma. Os minerais mais comuns das rochas ígneas são os silicatos: quartzo,
feldspato, mica, piroxênio, anfibólio e olivina.
Elas fazem parte de uma das três famílias do ciclo das rochas. Esse tipo de rocha
corresponde a cerca de 70% do volume da crosta terrestre. Elas são classificadas como
rochas intrusivas ou extrusivas, de acordo com sua textura e composição.
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Exemplo
O basalto é uma rocha ígnea extrusiva, com textura vítrea e granulação fina. Ela é
muito importante para a agricultura. O produto de sua decomposição é uma argila de
coloração avermelhada, que dá origem a solos férteis.
Rochas Sedimentares
De acordo com Teixeira et al. (2000), as rochas sedimentares cobrem cerca de 75%
dos continentes e são as mais observadas na superfície. Esse tipo de rocha é formado por
partículas produzidas por processos geológicos como o intemperismo, a erosão, o
transporte, a sedimentação, o soterramento e a diagênese, conforme itens a seguir:
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Ambiente lacustre, com as correntes dos lagos e as ondas como principais agentes
de transporte de sedimentos do tipo areia, lama e precipitados salinos em climas áridos;
Ambiente aluvial com correntes fluviais, principais agentes de transporte de sedimentos
como areia, lama e cascalho; Ambiente desértico, que tem o vento como principal agente
transportador de areia e pó; e Ambiente glacial, onde o gelo e a água de degelo transportam
areia, lama e cascalho, em clima frio e com pouco atividade orgânica.
Rochas Metamórficas
São o terceiro maior grupo de rochas da Terra. Esse nome é dado devido a
alterações no estado sólido de rochas preexistentes. Para Teixeira et al. (2000), sua
formação está associada aos três tipos de limites de placas, mas ela é mais comum nos
limites convergentes devido ao aumento de temperatura e pressão decorrente da colisão
das placas.
• Regional - é o tipo mais comum. Dele resulta a maioria das rochas metamórficas.
Grandes áreas são metamorfizadas por altas pressões e temperaturas durante a orogênese
(movimento horizontal das placas tectônicas). Cinturões de montanhas como os Andes
(América do Sul) e o Himalaia (Ásia Central) são resultados de antigas zonas de
metamorfismo regional.
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As rochas metamórficas são classificadas em dois tipos:
1. Foliadas - mostram formas de orientação dos minerais, que dão uma textura
foliada, deixando a rocha com aparência de riscos ou lâminas desenhadas. Essas rochas
são classificadas de acordo com o tamanho de seus cristais, a natureza de sua foliação, a
intensidade com que seus minerais são segregados em bandas mais claras e mais escuras
e seu grau metamórfico.
2. Não foliadas - nessas rochas os grãos minerais não apresentam uma orientação
preferencial, tendo uma textura não foliada. São compostas por cristas que cresceram como
cubos e esferas. A maioria das rochas metamórficas não foliadas, também chamadas de
granoblásticas, é definida por sua composição mineral em vez de sua textura, em razão de
sua aparência maciça.
Exemplo
As rochas metamórficas podem ser compostas por um único mineral, tais como o
mármore (resultante do metamorfismo do calcário ou do dolomito) e o quartzito (resultante
do metamorfismo do arenito de quartzo).
Exercícios de fixação
1.Como a ciência explica a origem do planeta Terra?
2. Quais são as camadas da estrutura do interior do planeta? Explique cada uma delas.
3.O que é a tectônica de placas?
4.Quais evidências reforçam a teoria da existência do supercontinente Pangeia?
5.Quais tipos de interação podem existir entre as margens das placas tectônicas?
6.O que é um terremoto?
7. Como é medido o tempo geológico?
8.Faça um resumo das eras de cada Éon.
9.Quais deformações geológicas podem acontecer como resultado da interação entre as
placas?
10. Como é possível dividir o tempo geológico em anos?
11. O que são minerais?
12. Quais são os principais minerais que compõem as rochas?
13. O que é o ciclo das rochas?
14. De que modo as rochas são classificadas? Explique cada um dos tipos.
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