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Sumário

Geologia de Engenharias – CIV 331.................................................................................................................................2


Introdução...................................................................................................................................................................2
Unidade 1 – A Formação da Terra...............................................................................................................................2
Tempo Geológico....................................................................................................................................................2
A origem da Terra....................................................................................................................................................2
Minerais e Ciclo das Rochas....................................................................................................................................4
O que são minerais?................................................................................................................................................4
Rochas..................................................................................................................................................................... 4
Unidade 2 – O intemperismo, o solo e as águas..........................................................................................................5
Intemperismo: físico, químico e biológico...............................................................................................................5
Geologia Estrutural..................................................................................................................................................6
Geologia – Aula Prática...................................................................................................................................................8
Projeções Estereográficas...........................................................................................................................................8
Atitudes de Planos...................................................................................................................................................8
Análise cinemática de taludes.....................................................................................................................................8
Talude...................................................................................................................................................................... 8
Análise cinemática...................................................................................................................................................8
Modos de ruptura...................................................................................................................................................8
Geologia de Engenharias – CIV 331

Introdução
Geologia pode ser entendida como a ciência da Terra. Visando aprofundar os conhecimentos que temos
sobre o planeta sob uma perspectiva geológica – estudando desde as composições das rochas e do interior do
planeta, até sobre as paisagens naturais ou antrópicas).

Unidade 1 – A Formação da Terra


Tempo Geológico

A origem da Terra
A criação do Sistema Solar se baseia na Hipótese da Nebulosa. Essa hipótese defende a teoria de que o nosso
Sistema foi gerado a partir de movimentações de uma nuvem de poeira e gases e após diversos processos uma
grande quantidade de matéria que foi se unindo. Com o passar do tempo, originou-se o que hoje nós conhecemos
como Terra e os demais corpos do espaço.

Com a utilização de aparelhos sismológicos e os estudos realizados ao redor do mundo conseguimos


comparar os dados e chegar a conclusões de como seria o interior da Terra, já que perfurações não são algo possível.

As camadas da Terra

 Crosta terrestre: É a camada mais externa da Terra. Sua espessura pode variar de 10km a 40km, em média. A
maior elevação é o Monte Everest e a maior depressão é a Fossa das Marianas.
 Manto: é a camada mais extensa da Terra, com espessura que pode chegar até 2650km. Constituído por
rochas, em estado sólido e pastoso (por conta das altas temperaturas).
 Núcleo: formado pelo núcleo interno (sólido) e o núcleo externo (líquido), ambos são constituídos,
principalmente, por ferro e níquel.
Litosfera: parte sólida superior do
manto + crosta terrestre.

Mesosfera: região sólida do


manto que fica entre a zona de
baixa velocidade e o núcleo.

Tectônica das placas


O movimento dos continentes e as teorias que envolvem esse fenômeno é explicado, justamente, pela
dinâmica (movimento) das placas tectônicas que ocasionam terremotos, dá origem a vulcões e implica na formação
de novas cadeias montanhosas e novos oceanos. Tudo isso é estudado e explicado pela Teoria da Tectônica das
Placas.

A Teoria da Pangeia foi proposta por um cientista que juntos evidências – como o encaixe de algumas costas
dos continentes e a presença de fosseis e relevos em diferentes locais do mundo.

Obs.: O modelo que melhor explica a deriva dos continentes e a tectônica de placas e a existência de correntes de
convecção no manto. A parte mais quente sobe, por ser menos densa, e desce após se resfriar. Esse constante movimento
gera uma corrente. As placas sólidas se deslocam como se estivessem em uma esteira.

Tectônica de placas: esse modelo indica que a litosfera é dividia em placas rígidas que se movem sobre a astenosfera, em
um sistema dinâmico. Esse modelo explica a formação e expansão dos oceanos em zonas de divergências de placas e a
origem de cadeias montanhosas em zonas de convergência ou confronto de placas.

Corrente de convecção: é o movimento que o magma faz ao ser aquecido e resfriado. Esse movimento da corrente gera
esforços nas placas (tração, compressão ou cisalhamento).

Classificações das placas de acordo com o seu movimento:

 Limite Divergente: ocorre quando as placas se afastam uma das outras devido a movimentos em direções
divergentes (esforço de tração predominante). Esse movimento gera o adelgaçamento das placas (as placas
vão ficando mais finas), o que pode gerar um rompimento da placa (Rifteamento) – e futuramente, as placas
podem se afastar.
 Limite Convergente: as placas se movimentam uma em direção à outra, chocam-se e continuam a se mover.
Nesse caso os limites se destroem ou as placas ficam encavaladas, uma sobre a outra. Esse choque leva o
surgimento de grandes cadeias de montanhas e vulcões. Esse encontro de placas gera uma zona chamada de
Zona de Subducção de Placas. Principal esforço é o de compressão.
o Convergência entre uma placa oceânica e uma placa continental  a placa oceânica, por ser mais
densa, afunda. À medida que essa placa afunda, as altas temperaturas do manto fundem as rochas
da crosta, que é liberado em uma erupção vulcânica no continente. Ex.: Cordilheira dos Andes.
o Convergência entre duas placas oceânicas  a placa mais antiga, e consequentemente mais densa,
fica embaixo da outra. As erupções vulcânicas no meio do oceano formam ilhas. Ex.: Ilhas do
Pacífico.
o Convergência entre duas placas continentais  nenhuma delas é densa o suficiente para afundar.
Por isso, no ponto de convergência as placas se consomem formando grandes cadeias montanhosas.
Ex.: Himalaia.
 Limite Conservativo: Ocorre quando as placas passam uma ao lado da outra, sem gerar ou destruir a
Litosfera. São zonas fraturadas na crosta que se movem lado a lado, gerando as chamadas falhas
transformantes. Ocorrências constantes de terremotos. Esforço predominante é o de cisalhamento.

As Escalas do Tempo – Tempo Geológico


Todo formato geológico ou rocha representa uma série de eventos naturais que aconteceram em um
intervalo de tempo específico da história geológica da Terra. Isso permite que esses eventos sejam comparados
conforme as sequências de intervalos de tempo. Mas não é uma classificação de tempo exata.

As escalas do tempo geológico são divididas em: Éons, Eras, Períodos, Épocas e Idades.

Datações
 Datação relativa: Utilizada para dizer há quanto tempo um evento ocorreu, colocando em uma ordem
sequencial, mas sem apresentar unidades especificas. Basicamente é feita através de comparações –
utilizando, por exemplo, uma rocha mais velha e outra mais nova. Os princípios adotados envolvem relações
espaciais e conhecimentos de evolução biológica e análise de fósseis.
 Datação absoluta: fornece datas específicas para as rochas e os eventos. É realizada usando métodos como:
medição feita sobre a taxa de decaimento dos isótopos radioativos e a medição utilizando o Carbono 14.

Minerais e Ciclo das Rochas

O que são minerais?


São elementos com propriedades físicas e químicas bem definidas. Sua origem depende dos compostos
químicos e das condições de pressão e temperatura predominantes no seu ambiente de formação. Podem ser
classificados em primário – resultantes da cristalização do magma e fluidos hidrotermais – e secundários – grãos que
sofreram intemperismo e transformaram-se em outros materiais.

Podem ser classificados de acordo com características físicas:

 Dureza: resistência do mineral ao risco ou abrasão. Existe uma escala, Escala de Mohs, que classifica essas
durezas de 1 a 10 (1 = talco e 10 = diamante).
 Traço: Cor do pó do mineral que se observa quando riscada uma superfície de porcelana branca e dura.
 Clivagem: uma forma característica quando se quebra (toda vez que esse mineral se partir vai ter esse
formato).
 Fratura: Funciona como uma cicatriz ou uma marca que fica no mineral quando ele se quebra, independente
da geometria original.
 Brilho: aspecto do mineral. A quantidade de luz que é refletida. (Metálico, perolado, fosco etc.).
 Cor: Literalmente a cor do objeto (preto, branco, rosa etc.). Frequência de luz refletida.
 Peso Específico: razão entre massa e volume.

Obs.: Nem todo mineral possui todas essas características.

Obs.: A cristalização de minerais durante a solidificação do magma (resfriamento) se dá através de uma sequência,
conhecida como série de Bowen.

Rochas
Um agregado de um ou mais minerais. Constituem grande parte da Litosfera (crosta + manto superior). São
resultantes de um processo geológico cujo arranjo depende das diferentes condições de pressão e temperatura.

 Rochas Ígneas: resultantes do resfriamento do magma (material rochoso fundido). Pode ser subdividida em:
o Intrusivas ou plutônicas  são formadas no interior da crosta, em câmaras magmáticas (ex.:
granito). Teve tempo para se formar (um tempo geológico) e condições de pressão e temperatura se
alteravam aos poucos.
o Extrusivas  é aquela que se cristaliza quando entra em contato com a atmosfera e se solidifica
rapidamente. Ex.: Basalto.
o Extrusiva vulcânica  elas são formadas através de vulcões, quando ele entra em atividade.

Obs.: a consequência direta entre uma rocha ígnea intrusiva e extrusiva é a textura fanerítica onde a rocha intrusiva teve
mais tempo de se formar e por isso os minerais são mais fáceis de identificar ao contrário das rochas extrusiva (possui
minerais menores).

 Rochas Sedimentares: formadas a partir da compactação e/ou cimentação de sedimentos (partículas e/ou
compostos) produzidos pela ação intempérica sobre uma rocha pré-existente. Esses sedimentos vão sendo
depositados em locais e sofrem processos geológicos (químicos, físicos, biológicos etc.) o que causa um
aumento de temperatura e pressão e consequentemente gera um processo de transformação em rocha
(Litificação).
Classificação: Clásticas (litificação de partículas), químicas (precipitação dos radicais salinos, produzidos pelo
intemperismo químico) e orgânicas (acúmulo de sedimentos orgânicos que por compactação podem ajudar
nessa formação).

Sedimento: material de rochas e solos que é fragmentado através da ação do intemperismo ou erosão e que transportado
por algum agente geológico.

Protólito: é a rocha original que foi transformada.

 Rochas Metamórficas: transformação de um protólito (rocha original) no estado sólido sem que haja
mudança na composição química, apenas a mineralogia muda devido ao rearranjo na organização
cristalográfica. Ocorre pela mudança de pressão e temperatura de uma rocha pré-existente (um dos três
tipos).

Intemperismo, sedimentação e transporte


Rochas
Rochas Ígneas
Metamorfismo Metamórficas
Fusão

Metamorfismo Intemperismo,
sedimentação
e transporte
Rochas
Sedimentares

Unidade 2 – O intemperismo, o solo e as águas


Intemperismo: físico, químico e biológico
São processos que alteram/modificam (de ordem química ou física) as rochas quando chegam à superfície.

 Intemperismo físico: desagrega os minerais ou as rochas em pequenos pedaços, sem alterar a sua
composição química.

o Alívio de tensões o Umedecimento e o Ação erosiva de


o Aquecimento e secagem água e vento
resfriamento o Escavações

 Intemperismo químico: altera a composição química dos minerais e das rochas.


o Hidrólise o Oxidação
o Hidratação o Carbonatação

 Intemperismo biológico: está associado à atividade de organismos. Ex.: Raízes de árvores.

Obs.: Erosão é um processo pelo qual as partículas formadas após a ação do intemperismo são incorporadas e
transportadas pela água, vento ou gelo.

Fatores Condicionantes
 Tipo de estrutura (uma rocha ígnea? Magmática? Sedimentar?);
 Topografia (mais inclinada ou mais plana? As reações químicas do intemperismo ocorrem com mais
intensidade em locais onde é possível maior infiltração da água);
 Clima (a variação da temperatura e a distribuição das chuvas regulam a velocidade das reações químicas);
 Tempo de exposição (quanto mais tempo exposto mais susceptível à ação do intemperismo).

Perfis de intemperismo
Diferentes estágios de alteração, de acordo com a intensidade de atuação dos processos intempéricos sobre a rocha,
levando à formação de perfis de alteração (ou de intemperismo). Classificados em:

 Uniforme: redução gradual da intensidade do intemperismo de acordo com a profundidade;


 Complexo: consiste em um perfil irregular, desenvolvido em litologias que apresentam camadas com
diferentes suscetibilidades ao intemperismo ou devido a presença de juntas, falhas e dobras.
 Blocos: caracterizado pela presença de blocos em meio à rocha decomposta
 Dissolução: típico de rochas carbonáticas, podendo evoluir para cavernas subterrâneas.

Geologia Estrutural
É o estudo de dobras, falhas e outras descontinuidades presentes na litosfera. A grande presença de falhas e
dobras na crosta sugere que as rochas foram submetidas a forças que mudaram o estado original da rocha. Podem
ser classificadas em:

 Estruturas primárias: formadas junto com as rochas.


 Estruturas tectônicas (secundárias): formadas a partir da movimentação da crosta terrestre, através do
metamorfismo.

Um sólido pode estar submetido a 3 tipos de deformações:

 Elástica: deformação reversível ou não permanente; quando uma força é aplicada sobre um sólido e este é
esmagado e amassado (deformado). Ao remover essa força, o sólido volta à condição anterior.
 Plástica ou dúctil: deformação irreversível; ao ser aplicada uma força esse sólido passa a manter a deformação
sofrida.
 Rúptil: deformações irreversíveis que ocorrem quando o limite de resistência do sólido é atingido (ele rompe).

Deformações
Mudança na forma e/ou volume das rochas submetidas a tensão. As deformações são comumente
analisadas no gráfico tensão x deformação. Fatores que influenciam e controlam essa deformação são:

 Tempo;
 Temperatura (o aumento da temperatura faz com que o corpo precise de menos tensão para se deformar;
ganha características plásticas);
 Pressão confinante (à medida que aumenta a pressão confiante mais resistente se torna o corpo. Em
determinado momento o corpo começa a apresentar características dúcteis/plásticas);
 Composição da rocha;
 Teor de água.
Descontinuidade
É o termo utilizado em mecânica das rochas para definir todos os tipos de planos que representem
alterações significativas nas características mecânicas da rocha. Considera-se a rocha como sendo um meio
mecanicamente contínuo, mas ao incorporar o conceito de descontinuidade começamos a trabalhar com o termo
maciço rochoso. (Maciço rochoso = matriz rochosa + descontinuidade). Impacta: permeabilidade, resistência e
deformabilidade.

 Fraturas: separam corpos rochosos, mas não houve, ou não foi percebido, movimentação;
 Falhas: quando há movimentação e é possível identificar o deslocamento. Elementos das falhas:
o Capa: bloco que está acima da folha;
o Lapa: bloco que está abaixo da folha;
o Plano da folha = espelho da folha;
o Traço da folha = plano horizontal e plano vertical (geometria descritiva);
o Atitudes do plano;
o Rejeito de falha = diferença entre A e A’.

Tipos de falhas:

o Falha normal = quando a Capa desce em relação a Lapa; esforço de tração (gera espaço para a capa
descer)
o Falha reversa ou inversa = quando a Capa sobe em relação a Lapa; esforço de compressão.
o Falha transcorrente = ocorre quando o movimento é lateral; esforço de cisalhamento.

Graben e Horst

o Graben – é o bloco que foi abatido e é delimitado por duas falhas normais.
o Horst – é o bloco permanece no lugar.

As fraturas ocorrem em locais mais rasos da crosta pois as pressões e temperaturas são menores.

Dobras
Em locais mais profundas como a pressão é maior, as rochas ficam mais plásticas e por isso são mais
suscetíveis a ocorrência de dobras, sem que ocorra a ruptura. Classificação:

 Estratigrafia: posição da camada na dobra


o Sinclinal = camada mais nova no centro
o Anticlinal = camada mais velha no centro
 Concavidade:
o Antiforme = concavidade para baixo
o Sinforme = concavidade para cima
 Foliação: qualquer estrutura planar onde os espaçamentos entre as camadas são muito pequenos. É um
termo genérico para estrutura metamórfica resultante de esforços comprecionais, originando planos
paralelos (“folhas”) de diversos tipos.
Geologia – Aula Prática

Projeções Estereográficas
É projetar o objeto 3D no plano horizontal (rebater).

Atitudes de Planos
Seria disposição espacial desse plano. Para definir a atitude de um plano precisamos de dois dados: direção
de mergulho / ângulo de mergulho (nessa ordem). (ex.:250/60)

 Direção de mergulho: medida do ângulo formado partindo do Norte (0°) no sentido horário até a direção de
mergulho.
 Ângulo de mergulho: ângulo formado entre o plano e a horizontal.

Análise cinemática de taludes


Talude
Qualquer desnível que delimita uma massa de solo, rocha ou outro material qualquer. Pode ser:

 Natural ou encosta: talude formado pela natureza, sem interferência humana. São superfícies naturais e
inclinadas do terreno.
 Artificiais: formados por aterros ou modificados por obras. Podem ser de corte ou de aterro.

Análise cinemática
Seria o estudo/cálculo para achar o ângulo de mergulho que permite o talude se manter em pé. Os taludes
em rochas em sua grande maioria possuem descontinuidades como um fator que reduz a sua resistência.

Refere-se a movimentação entre os blocos sem considerar as forças que causam esse movimento. Muitos
cortes em rochas podem estar estáveis em taludes rochosos íngremes mesmo que contenham descontinuidades
com mergulhos acentuados e baixa resistência. Isso porque não há possibilidade geométrica de movimentação ao
longo da descontinuidade. Caso qualquer das condições de equilíbrio seja removida por erosão, escavação ou
desenvolvimento de fissuras o talude pode romper imediatamente.

Modos de ruptura
Planar
Condicionada por uma descontinuidade (em superfícies muito proeminentes). Ex.: superfícies que
contenham foliação, contato saprólito/rocha etc. Para que ocorra a ruptura planar é necessário atender três
condições:

 Ângulo de mergulho da descontinuidade tem que ser menor que o ângulo de mergulho do talude (dessa
forma, a descontinuidade vai interceptar o talude);
 Ângulo de mergulho da descontinuidade tem que ser maior que o ângulo de atrito;
 A direção do plano de descontinuidade pode variar ±30° com a direção do talude.

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