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Introdução
Geologia pode ser entendida como a ciência da Terra. Visando aprofundar os conhecimentos que temos
sobre o planeta sob uma perspectiva geológica – estudando desde as composições das rochas e do interior do
planeta, até sobre as paisagens naturais ou antrópicas).
A origem da Terra
A criação do Sistema Solar se baseia na Hipótese da Nebulosa. Essa hipótese defende a teoria de que o nosso
Sistema foi gerado a partir de movimentações de uma nuvem de poeira e gases e após diversos processos uma
grande quantidade de matéria que foi se unindo. Com o passar do tempo, originou-se o que hoje nós conhecemos
como Terra e os demais corpos do espaço.
As camadas da Terra
Crosta terrestre: É a camada mais externa da Terra. Sua espessura pode variar de 10km a 40km, em média. A
maior elevação é o Monte Everest e a maior depressão é a Fossa das Marianas.
Manto: é a camada mais extensa da Terra, com espessura que pode chegar até 2650km. Constituído por
rochas, em estado sólido e pastoso (por conta das altas temperaturas).
Núcleo: formado pelo núcleo interno (sólido) e o núcleo externo (líquido), ambos são constituídos,
principalmente, por ferro e níquel.
Litosfera: parte sólida superior do
manto + crosta terrestre.
A Teoria da Pangeia foi proposta por um cientista que juntos evidências – como o encaixe de algumas costas
dos continentes e a presença de fosseis e relevos em diferentes locais do mundo.
Obs.: O modelo que melhor explica a deriva dos continentes e a tectônica de placas e a existência de correntes de
convecção no manto. A parte mais quente sobe, por ser menos densa, e desce após se resfriar. Esse constante movimento
gera uma corrente. As placas sólidas se deslocam como se estivessem em uma esteira.
Tectônica de placas: esse modelo indica que a litosfera é dividia em placas rígidas que se movem sobre a astenosfera, em
um sistema dinâmico. Esse modelo explica a formação e expansão dos oceanos em zonas de divergências de placas e a
origem de cadeias montanhosas em zonas de convergência ou confronto de placas.
Corrente de convecção: é o movimento que o magma faz ao ser aquecido e resfriado. Esse movimento da corrente gera
esforços nas placas (tração, compressão ou cisalhamento).
Limite Divergente: ocorre quando as placas se afastam uma das outras devido a movimentos em direções
divergentes (esforço de tração predominante). Esse movimento gera o adelgaçamento das placas (as placas
vão ficando mais finas), o que pode gerar um rompimento da placa (Rifteamento) – e futuramente, as placas
podem se afastar.
Limite Convergente: as placas se movimentam uma em direção à outra, chocam-se e continuam a se mover.
Nesse caso os limites se destroem ou as placas ficam encavaladas, uma sobre a outra. Esse choque leva o
surgimento de grandes cadeias de montanhas e vulcões. Esse encontro de placas gera uma zona chamada de
Zona de Subducção de Placas. Principal esforço é o de compressão.
o Convergência entre uma placa oceânica e uma placa continental a placa oceânica, por ser mais
densa, afunda. À medida que essa placa afunda, as altas temperaturas do manto fundem as rochas
da crosta, que é liberado em uma erupção vulcânica no continente. Ex.: Cordilheira dos Andes.
o Convergência entre duas placas oceânicas a placa mais antiga, e consequentemente mais densa,
fica embaixo da outra. As erupções vulcânicas no meio do oceano formam ilhas. Ex.: Ilhas do
Pacífico.
o Convergência entre duas placas continentais nenhuma delas é densa o suficiente para afundar.
Por isso, no ponto de convergência as placas se consomem formando grandes cadeias montanhosas.
Ex.: Himalaia.
Limite Conservativo: Ocorre quando as placas passam uma ao lado da outra, sem gerar ou destruir a
Litosfera. São zonas fraturadas na crosta que se movem lado a lado, gerando as chamadas falhas
transformantes. Ocorrências constantes de terremotos. Esforço predominante é o de cisalhamento.
As escalas do tempo geológico são divididas em: Éons, Eras, Períodos, Épocas e Idades.
Datações
Datação relativa: Utilizada para dizer há quanto tempo um evento ocorreu, colocando em uma ordem
sequencial, mas sem apresentar unidades especificas. Basicamente é feita através de comparações –
utilizando, por exemplo, uma rocha mais velha e outra mais nova. Os princípios adotados envolvem relações
espaciais e conhecimentos de evolução biológica e análise de fósseis.
Datação absoluta: fornece datas específicas para as rochas e os eventos. É realizada usando métodos como:
medição feita sobre a taxa de decaimento dos isótopos radioativos e a medição utilizando o Carbono 14.
Dureza: resistência do mineral ao risco ou abrasão. Existe uma escala, Escala de Mohs, que classifica essas
durezas de 1 a 10 (1 = talco e 10 = diamante).
Traço: Cor do pó do mineral que se observa quando riscada uma superfície de porcelana branca e dura.
Clivagem: uma forma característica quando se quebra (toda vez que esse mineral se partir vai ter esse
formato).
Fratura: Funciona como uma cicatriz ou uma marca que fica no mineral quando ele se quebra, independente
da geometria original.
Brilho: aspecto do mineral. A quantidade de luz que é refletida. (Metálico, perolado, fosco etc.).
Cor: Literalmente a cor do objeto (preto, branco, rosa etc.). Frequência de luz refletida.
Peso Específico: razão entre massa e volume.
Obs.: A cristalização de minerais durante a solidificação do magma (resfriamento) se dá através de uma sequência,
conhecida como série de Bowen.
Rochas
Um agregado de um ou mais minerais. Constituem grande parte da Litosfera (crosta + manto superior). São
resultantes de um processo geológico cujo arranjo depende das diferentes condições de pressão e temperatura.
Rochas Ígneas: resultantes do resfriamento do magma (material rochoso fundido). Pode ser subdividida em:
o Intrusivas ou plutônicas são formadas no interior da crosta, em câmaras magmáticas (ex.:
granito). Teve tempo para se formar (um tempo geológico) e condições de pressão e temperatura se
alteravam aos poucos.
o Extrusivas é aquela que se cristaliza quando entra em contato com a atmosfera e se solidifica
rapidamente. Ex.: Basalto.
o Extrusiva vulcânica elas são formadas através de vulcões, quando ele entra em atividade.
Obs.: a consequência direta entre uma rocha ígnea intrusiva e extrusiva é a textura fanerítica onde a rocha intrusiva teve
mais tempo de se formar e por isso os minerais são mais fáceis de identificar ao contrário das rochas extrusiva (possui
minerais menores).
Rochas Sedimentares: formadas a partir da compactação e/ou cimentação de sedimentos (partículas e/ou
compostos) produzidos pela ação intempérica sobre uma rocha pré-existente. Esses sedimentos vão sendo
depositados em locais e sofrem processos geológicos (químicos, físicos, biológicos etc.) o que causa um
aumento de temperatura e pressão e consequentemente gera um processo de transformação em rocha
(Litificação).
Classificação: Clásticas (litificação de partículas), químicas (precipitação dos radicais salinos, produzidos pelo
intemperismo químico) e orgânicas (acúmulo de sedimentos orgânicos que por compactação podem ajudar
nessa formação).
Sedimento: material de rochas e solos que é fragmentado através da ação do intemperismo ou erosão e que transportado
por algum agente geológico.
Rochas Metamórficas: transformação de um protólito (rocha original) no estado sólido sem que haja
mudança na composição química, apenas a mineralogia muda devido ao rearranjo na organização
cristalográfica. Ocorre pela mudança de pressão e temperatura de uma rocha pré-existente (um dos três
tipos).
Metamorfismo Intemperismo,
sedimentação
e transporte
Rochas
Sedimentares
Intemperismo físico: desagrega os minerais ou as rochas em pequenos pedaços, sem alterar a sua
composição química.
Obs.: Erosão é um processo pelo qual as partículas formadas após a ação do intemperismo são incorporadas e
transportadas pela água, vento ou gelo.
Fatores Condicionantes
Tipo de estrutura (uma rocha ígnea? Magmática? Sedimentar?);
Topografia (mais inclinada ou mais plana? As reações químicas do intemperismo ocorrem com mais
intensidade em locais onde é possível maior infiltração da água);
Clima (a variação da temperatura e a distribuição das chuvas regulam a velocidade das reações químicas);
Tempo de exposição (quanto mais tempo exposto mais susceptível à ação do intemperismo).
Perfis de intemperismo
Diferentes estágios de alteração, de acordo com a intensidade de atuação dos processos intempéricos sobre a rocha,
levando à formação de perfis de alteração (ou de intemperismo). Classificados em:
Geologia Estrutural
É o estudo de dobras, falhas e outras descontinuidades presentes na litosfera. A grande presença de falhas e
dobras na crosta sugere que as rochas foram submetidas a forças que mudaram o estado original da rocha. Podem
ser classificadas em:
Elástica: deformação reversível ou não permanente; quando uma força é aplicada sobre um sólido e este é
esmagado e amassado (deformado). Ao remover essa força, o sólido volta à condição anterior.
Plástica ou dúctil: deformação irreversível; ao ser aplicada uma força esse sólido passa a manter a deformação
sofrida.
Rúptil: deformações irreversíveis que ocorrem quando o limite de resistência do sólido é atingido (ele rompe).
Deformações
Mudança na forma e/ou volume das rochas submetidas a tensão. As deformações são comumente
analisadas no gráfico tensão x deformação. Fatores que influenciam e controlam essa deformação são:
Tempo;
Temperatura (o aumento da temperatura faz com que o corpo precise de menos tensão para se deformar;
ganha características plásticas);
Pressão confinante (à medida que aumenta a pressão confiante mais resistente se torna o corpo. Em
determinado momento o corpo começa a apresentar características dúcteis/plásticas);
Composição da rocha;
Teor de água.
Descontinuidade
É o termo utilizado em mecânica das rochas para definir todos os tipos de planos que representem
alterações significativas nas características mecânicas da rocha. Considera-se a rocha como sendo um meio
mecanicamente contínuo, mas ao incorporar o conceito de descontinuidade começamos a trabalhar com o termo
maciço rochoso. (Maciço rochoso = matriz rochosa + descontinuidade). Impacta: permeabilidade, resistência e
deformabilidade.
Fraturas: separam corpos rochosos, mas não houve, ou não foi percebido, movimentação;
Falhas: quando há movimentação e é possível identificar o deslocamento. Elementos das falhas:
o Capa: bloco que está acima da folha;
o Lapa: bloco que está abaixo da folha;
o Plano da folha = espelho da folha;
o Traço da folha = plano horizontal e plano vertical (geometria descritiva);
o Atitudes do plano;
o Rejeito de falha = diferença entre A e A’.
Tipos de falhas:
o Falha normal = quando a Capa desce em relação a Lapa; esforço de tração (gera espaço para a capa
descer)
o Falha reversa ou inversa = quando a Capa sobe em relação a Lapa; esforço de compressão.
o Falha transcorrente = ocorre quando o movimento é lateral; esforço de cisalhamento.
Graben e Horst
o Graben – é o bloco que foi abatido e é delimitado por duas falhas normais.
o Horst – é o bloco permanece no lugar.
As fraturas ocorrem em locais mais rasos da crosta pois as pressões e temperaturas são menores.
Dobras
Em locais mais profundas como a pressão é maior, as rochas ficam mais plásticas e por isso são mais
suscetíveis a ocorrência de dobras, sem que ocorra a ruptura. Classificação:
Projeções Estereográficas
É projetar o objeto 3D no plano horizontal (rebater).
Atitudes de Planos
Seria disposição espacial desse plano. Para definir a atitude de um plano precisamos de dois dados: direção
de mergulho / ângulo de mergulho (nessa ordem). (ex.:250/60)
Direção de mergulho: medida do ângulo formado partindo do Norte (0°) no sentido horário até a direção de
mergulho.
Ângulo de mergulho: ângulo formado entre o plano e a horizontal.
Natural ou encosta: talude formado pela natureza, sem interferência humana. São superfícies naturais e
inclinadas do terreno.
Artificiais: formados por aterros ou modificados por obras. Podem ser de corte ou de aterro.
Análise cinemática
Seria o estudo/cálculo para achar o ângulo de mergulho que permite o talude se manter em pé. Os taludes
em rochas em sua grande maioria possuem descontinuidades como um fator que reduz a sua resistência.
Refere-se a movimentação entre os blocos sem considerar as forças que causam esse movimento. Muitos
cortes em rochas podem estar estáveis em taludes rochosos íngremes mesmo que contenham descontinuidades
com mergulhos acentuados e baixa resistência. Isso porque não há possibilidade geométrica de movimentação ao
longo da descontinuidade. Caso qualquer das condições de equilíbrio seja removida por erosão, escavação ou
desenvolvimento de fissuras o talude pode romper imediatamente.
Modos de ruptura
Planar
Condicionada por uma descontinuidade (em superfícies muito proeminentes). Ex.: superfícies que
contenham foliação, contato saprólito/rocha etc. Para que ocorra a ruptura planar é necessário atender três
condições:
Ângulo de mergulho da descontinuidade tem que ser menor que o ângulo de mergulho do talude (dessa
forma, a descontinuidade vai interceptar o talude);
Ângulo de mergulho da descontinuidade tem que ser maior que o ângulo de atrito;
A direção do plano de descontinuidade pode variar ±30° com a direção do talude.