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DISCIPLINA DE GEOLOGIA

Universidade do Estado de Minas Gerais


Data:
Faculdade de Engenharia de Passos
Prof. Eduardo Goulart Collares

Tema da aula: O Globo Terrestre e a Teoria da Tectônica de Placas Aula n0:

1) O GLOBO TERRESTRE

. Pensamento inicial: terra constituída por uma massa rochosa homogênea

. Rejeição desta hipótese: DENSIDADE DA TERRA

dglobo = 5,53
como medir? d = m/V
volume (V): volume de uma esfera: V = 4πr3/3
. experimento de Aristótenes (276-194 aC)
Alexandria (fio de prumo rente) --- (5.000 estagios) --- Siena (fio com ∝)
Circunferência = 5.000 x 360 / ∝

massa (m): lei gravitacional de Newton


“matéria atrai matéria na razão direta das massas e inversa ao quadrado da distância”.
G = k . m1 . m2 / d2 k = 6,47x10-8 .
m=6x1027g
entretanto,
dcrosta = 2,76

logo, densidade da Terra é maior no seu interior

seja por:
- diferença de constituição
- maior compacidade da matéria como consequência da alta pressão reinante.

. COMO SÃO FEITOS OS ESTUDOS DO INTERIOR DA TERRA


- são métodos indiretos: - ondas sísmicas
- meteoritos
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. Ondas sísmicas - são ondas elásticas originadas de abalos sísmicos (terremotos) que
deformam o sólido elasticamente durante a sua passagem.
- falar quais os principais tipos
- como são medidas: - velocidade depende do meio
- em descontinuidades parte é refletida parte refratada
- Diagrama de JEFFREY & BULLEN.

. Meteoritos - são corpos metálicos ou rochosos caidos na superfície da terra, vindos de espaços
interplanetários ou interestrelares.
Principais tipos:
- Sideritos - (metálicos), Fe e Ni - idem núcleo da Terra
- Assideritos - (rochosos), Silicatos de Fe e Al (olivina e piroxênio) - ídem manto
- Litossideritos - (intermediârio). Fe, Ni e silicatos.
_____________________________________________

LITOSFERA
Conceito antigo: (ídem Crosta) - é a parte externa, contínua e consolidada da Terra que se
assenta sobre o manto.
Constituida por Crosta Continental (SiAl) e Crosta oceânica (SiMa) - a espessura raramente
ultrapassa 50Km.
- falar de isostasia

Conceito moderno: (ídem placa tectônica) - é a capa rígida do planeta que flutua sobre um
material dúctil.
- profundidades: 100 - 300 Km nos continentes
100 Km nos oceanos
50 a 60 Km nas dorsais
até 700 Km nas zonas de subducção
- mostrar transparências

2) A TEORIA DA TECTÔNICA DE PLACAS

- leitura do texto: “tectônica de placas e tectônica global”


- Questões:
1 - Qual a explicação para a existência de uma cadeia de montanhas no meio de alguns oceanos
(Ex: Atlântico)?
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2 - Porque os epicentros dos terremotos concentram-se alinhados em áreas específicas da


superfície terrestre?
3 - Qual a causa dos terremotos?
4 - Porque as ilhas vulcânicas encontram-se alinhadas no meio de alguns oceanos?
5 - Porque existem as fossas oceânicas? Zonas marinhas muito profundas proximas aos
continentes?
6 - Porque no assoalho do Atlântico as rochas mais antigas estão mais próximas dos continentes
e as mais novas no meio do oceano?
7 - Como explicar a deriva continental?
8 - como são formadas as grandes cadeias de montanhas (Ex: Andes e Alpes)?
___________________________

O que diz a teoria?


a superfície terrestre seria formada com grandes placas litosféricas em movimento.
As placas seriam delimitadas por:
- dorsais meso-oceânicas
- falhas transformantes
- trincheiras oceânicas
- cinturões orogênicos de montanhas

- transparência do globo com as divisões em placas


- transparência da deriva continental
- transparência da formação de uma placa (dar exemplo do que pode acontecer com a costa
brasileira)
- transparência com perfís das placas (mostrar zonas convergentes e divergentes)
- Estruturas tectônicas remanescentes nas rochas:

a) Estruturas dúcteis
- são originadas em regiões mais profundas da Crosta, onde o material é mais plástico.
Não há ruptura da rocha, apenas um dobramento.
- fazer desenho no quadro mostrando sinclinal e anticlinal
- transparência com esquema das dobras
- transparência com fotos de dobras

b) Estruturas rúpteis
- são originadas em regiões mais superficiais da crosta, onde o material é mais rígido. Há
ruptura do material
- fazer desenho mostrando fraturas, falhas normais, inversas e transcorrentes
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- transparência com esquema das falhas


- transparência com fotos de fraturas e falhas

- falar da importância das fraturas, falhas e dobras na engenharia (Ex: descontinuidades em


escavações; fundações de barragens ; desmonte de rochas para construção civil; etc.)

A ORIGEM DAS MONTANHAS

COLLARES, E. G. (1998)

Para compreender o processo de formação das grandes cadeias de montanhas é necessário ter
conhecimento, inicialmente, dos pontos fundamentais da teoria que revolucionou o pensamento geológico
nas últimas décadas, que é a Teoria da Tectônica de Placas.

De acordo com esta teoria, a superfície terrestre é formada por grandes placas, algumas delas com
milhões de quilômetros quadrados e com espessura que varia de 50 a 300 Km, que estão “boiando” sobre um
manto de material mais denso e viscoso. Estas placas estão em movimento, algumas vezes separando umas
das outras (movimento divergente) e outras em movimento convergente, chocando-se. São nas bordas
convergentes de placas que hoje se encontram as grandes cadeias de montanhas continentais.

O número de placas, entretanto, nem sempre foi o mesmo; acredita-se que inicialmente existia uma
única placa continental, denominada Pangea. A partir daí começou-se a fragmentar até chegar ao número
atual de 13 placas tectônicas.

O processo de formação de uma nova placa tectônica inclui a teoria que explica a origem das grandes
cadeias de montanhas:
1- Inicialmente dá-se o rifteamento, que é a ruptura interna da placa, provocado por anomalias térmicas do
manto.
2- Posteriormente há a separação das porções continentais, formação da dorsal oceânica e início do processo
de expansão do oceano por acreção.
3- A expansão se estende e acumulam-se sedimentos nos fundos oceânicos e principalmente nas margens
continentais.
4- O peso devido ao acúmulo de sedimentos provoca a ruptura no contato entre a crosta continental (menos
densa) e a oceânica (mais densa) e a crosta oceânica entra em processo de subducção (submerge) em
relação a crosta continental.
5- O atrito provocado por este movimento de subducção provoca erupções vulcânicas, abalos sísmicos,
grandes aumentos de temperatura e pressões dirigidas. Todos estes fenômenos juntos provocam o
soerguimento, grandes dobramentos e o metamorfismo das rochas dando origem as cadeias de montanhas
como os Andes e as Montanhas rochosas .
6- A contínua subducção da placa oceânica com relação à continental pode chegar ao fechamento do oceano
e a reaproximação de placas continentais. A colisão entre placas continentais provoca uma espécie de
“enrugamento” nas placas com a geração dos mesmos fenômenos citados no item anterior e a
consequente formação de cadeias de montanhas tais como o Himalaia.

Vale ressaltar que os estágios descritos podem ser interrompidos, sem que se complete o ciclo
jamais.

Além das grandes cadeias de montanhas, descritas pelo processo acima, outras montanhas, de menor
porte, podem originar-se por outros processos tais como atividades vulcânicas, erosões diferenciadas ou
devido a levantamento crustais, falhamentos e dobramentos intraplacas.
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LEITURA COMPLEMENTAR

TAIOLI, F. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de textos, 2000. pag. 101-103.

6.3 O Surgimento da Teoria da Tectônica Global

No final dos anos 50, estudos de magnetismo das rochas do fundo oceânico, realizados na porção
nordeste do Oceano Pacífico, mostraram anomalias magnéticas (desvios dos valores do campo magnético em
relação à média medida), que exibiam em mapa padrão simétrico bandado, com as sucessivas bandas
indicando alternadamente anomalias positivas e negativas ( Cap. 4). Em 1963, F. J. Vine e D. H. Mathews,
ambos da Universidade de Cambridge, sugeriram que as bandas magnéticas observadas eram relacionadas a
bandas magnetizadas de lavas vulcânicas do fundo oceânico, geradas durante a expansão deste fundo e que
guardavam o registro do campo magnético terrestre na época de extrusão das lavas submarinas.
Esta interpretação trouxe subsídios a favor do conceito da expansão do assoalho oceânico postulado
por Harry Hess da Universidade de Princeton (EUA) no início da década de 1960, quando a atenção dos
pesquisadores estava voltada para o estudo de bacias oceânicas. Foi neste contexto que surgiu a hipótese de
expansão do fundo oceânico, publicada em 1962 no trabalho de Harry Hess, "History of the Ocean Basins".
Com base nos dados geológicos e geofísicos disponíveis, este autor propunha que as estruturas do fundo
oceânico estariam relacionadas a processos de convecção no interior da Terra. Tais processos seriam
originados pelo alto fluxo calorífico emanado na dorsal meso-oceânica, que provocaria a ascensão de
material do manto, devido ao aumento de temperatura que o tornaria menos denso, conforme ilustrado na
Fig. 6.4, onde se encontra representada uma célula de convecção. De acordo com o modelo de Hess, este
material,ao atingir a superfície, se movimentaria lateralmente e o fundo oceânico se afastaria da dorsal. A
fenda existente na crista da dorsal não continua a crescer porque o espaço deixado pelo material que saiu
para formar a nova crosta oceânica é preenchido por novas lavas, que, ao se solidificarem, formam um novo
fundo oceânico. A continuidade deste processo produziria, portanto, a expansão do assoalho oceânico. A
Deriva Continental e a expansão do fundo dos oceanos seriam assim uma conseqüência das correntes de
convecção.
Assim, em função da expansão dos fundos oceânicos, os continentes viajariam como passageiros,
fixos em uma placa, como se estivessem em uma esteira rolante. Com a continuidade do processo de geração
de crosta oceânica, em algum outro local deveria haver um consumo ou destruição desta crosta, caso
contrário a Terra expandiria. A destruição da crosta oceânica mais antiga ocorreria nas chamadas Zonas de
Subducção, que seriam locais onde a crosta oceânica mais densa mergulharia para o interior da Terra até
atingir condições de pressão e temperatura suficientes para sofrer fusão e ser incorporada novamente ao
manto.

6.4 Placas Tectônicas

Como visto em capítulos anteriores, o planeta Terra esta reologicamente dividido em domínios
concêntricos maiores, sendo o externo constituído pela Litosfera. A parte superior da litosfera é chamada de
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crosta e a parte inferior, mais interna, é composta por rochas do manto superior, sendo que uma das
diferenças principais entre elas é sua composição química. A crosta da Terra é constituída pela crosta
continental, que inclui predominantemente rochas de composição granítica e pela crosta oceânica, que
contém rochas basálticas. As rochas crustais ocorrem sobre o manto superior.
A espessura média da crosta varia de 5 a 10 km para a oceânica e entre 25 e 50 km para a
continental, sendo que sob as grandes cordilheiras, como os Himalaias, esta espessura pode atingir até 100
km. Estas camadas de crosta mais uma porção rígida do manto superior sotoposta constituem a litosfera.
A litosfera tem espessuras variadas, com uma média próxima a 100 km. É compartimentada por
falhas e fraturas profundas em Placas Tectônicas. A distribuição geográfica destas placas na Terra é ilustrada
na Fig. 6.5.

O limite inferior da Litosfera é marcado pela Astenosfera que consiste de uma zona no manto
superior, conhecida também como "Zona de Baixa Velocidade", por causa da diminuição de velocidade das
ondas sísmicas P e S devido ao estado algo plástico desta zona, pois entre 100 e 350 km de profundidade
(topo e base da astenosfera) as temperaturas alcançam valores próximos da temperatura de fusão das rochas
mantélicas. O processo de fusão parcial inicia-se produzindo uma fina película líquida em torno dos grãos
minerais, suficiente para diminuir a velocidade das ondas sísmicas. Desta forma o estado mais plástico desta
zona permite que a litosfera rígida deslize sobre a Astenosfera, tornando possível o deslocamento lateral das
placas tectônicas.

6.4.1 A natureza das placas tectônicas

As placas litosféricas podem ser de natureza oceânica ou mais comum ente compostas de porções de
crosta continental e crosta oceânica. Como exemplo deste tipo de placa podemos citar as Placas Sul-
Americana, Africana e Norte-Americana. As placas de natureza oceânica podem ou não incluir pequenos
fragmentos de crosta continental, o que pode ser exemplificado pela imensa Placa do Pacífico, de natureza
oceânica, que contém uma pequena parte da Califórnia, onde se situa a cidade de Los Angeles. De uma
forma geral, as placas desta natureza incluem somente crosta oceânica, a exemplo da Placa de Nazca.
As características das crostas oceânicas e continentais são muito distintas, principalmente no que diz
respeito à composição litológica e química, morfologia, estruturas, idades, espessuras e dinâmica (Caps. 3, 4
e 5). A crosta continental tem uma composição litológica muito variada, pois compreende rochas de caráter
ácido até ultramáfico, o que lhe confere uma composição média análoga às das rochas granodioríticas a
dioríticas (Cap. 16). A crosta continental pode ser subdividida em superior e inferior, sendo a superior
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composta por rochas sedimentares, ígneas e metamórficas de baixo a médio grau, e a inferior constituída
predominantemente por rochas metamórficas de alto grau de natureza básica a intermediária.
A crosta continental está sendo formada há pelo menos 3,96 bilhões de anos, como mostram as
idades de gnaisses na região centro-norte do Canadá. Por isso apresenta estruturas complexas, produzidas
pelos diversos eventos geológicos que afetaram as rochas após a sua formação. Em geral, a espessura média
da crosta continental é da ordem de 30 a 40 km, adelgaçando-se à medida que se aproxima da zona de
transição com a crosta oceânica.
A crosta oceânica tem uma composição litológica muito mais homogênea, consistindo de rochas
ígneas básicas (basaltos), cobertas em várias partes por uma fina camada de material sedimentar. É bem
menos espessa do que a crosta continental, em geral da ordem de 6 a 7 km, adelgaçando-se à medida que se
aproxima das dorsais meso-oceânicas.

6.4.2 Tipos de limites entre placas litosféricas

Os limites das placas tectônicas podem ser de três tipos distintos:


a- Limites Divergentes: marcados pelas dorsais meso-oceânicas, onde as placas tectônicas afastam-se
uma da outra, com a formação de nova crosta oceânica.
b- Limites Convergentes: onde as placas tectônicas colidem, com a mais densa mergulhando sob a
outra, gerando uma zona de intenso magmatismo a partir de processos de fusão parcial da crosta que
mergulhou. Nesses limites ocorrem fossas e províncias vulcânicas, a exemplo da Placa Pacífica (Cap. 17).
c- Limites Conservativos: onde as placas tectônicas deslizam lateralmente uma em relação à outra,
sem destruição ou geração de crostas, ao longo de fraturas denominadas Falhas
Transformantes (Cap. 19). Como exemplo de limite conservativo temos a Falha de San Andreas, na América
do Norte, onde a Placa do Pacífico, contendo a cidade de Los Angeles e a zona da Baixa Califórnia se
desloca para o norte em relação à Placa Norte-Americana, que contém a cidade de São Francisco.
É em torno destes limites de placas que se concentra a mais intensa atividade geológica do planeta,
como sismos (Cap. 3), vulcanismo (Cap. 17) e orogênese. Atividades geológicas semelhantes também
ocorrem no interior das placas, mas em menor intensidade.
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AGITE PARA SABER O QUE TEM DENTRO


Ondas sísmicas contam o que há no interior do planeta

A Terra parece uma caixa de presentes: quando é chacoalhada, dá para adivinhar o que
tem la dentro. Os terremotos fazem esse trabalho porque produzem dois tipos de ondas. As
longitudinais são parecidas com as ondas de som e podem se propagar tanto no liquido quanto no
sólido. As transversais só caminham em meio sólido e são mais lentas que as longitudinais.
Ao redor de todo o planeta existem sismógrafos, equipamentos capazes de captar os dois
tipos de ondas. Ligados a computadores, eles registram as ondas que chegam e enviam
informações para centros de geofísica. Graças a esse processo sabe-se que essas ondas se
movem mais rápido em áreas frias e mais devagar em regiões quentes, o que ajuda a localizar as
porções das camadas aquecidas e mapear as correntes de material que sobem no manto. Foi
estudando as ondas sísmicas que se descobriu que a parte externa do núcleo é liquida e que o
restante é sólido.
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Data:
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Tema da aula: Processos geológicos de dinâmica Interna Aula n0:

- O que são os processos geológicos da terra?

Intemperismo
DINÂMICA Tectonismo DINÂMICA Erosão
INTERNA Magmatismo EXTERNA Transporte/Deposição
Metamorfismo Processos da água,
vento e gelo

DINÂMICA INTERNA

1) MAGMATISMO
Conceito: São as diferentes maneiras de mobilização e solidificação do magma, resultando na
formação dos corpos rochosos ígneos.

MAGMA: é o material em estado de fusão, existente no interior da Terra e que, por solidificação,
dá origem às rochas ígneas (ou magmáticas). Provém de regiões profundas da crosta e também
do manto.
- Podem ter composição variada, conforme a profundidade e o material que lhe deu origem.

PRINCIPAL CLASSIFICAÇÃO DOS MAGMAS:


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ÁCIDOS INTERMEDIÁRIO BÁSICO ULTRABÁSICO


/__________________/________________/___________________/______________ 0
30% 60% 90% Fe/Mg
- Si, Al, K, Na, - Fe, Mg
0 0 0 0
- Temp.: 600 C - 1000 C - Temp.: 1000 C - 1400 C
- > viscosidade - > fluidez
- continental - oceânico
- Quartzo, K-feldsp. - Plagioclásio, piroxênio, anfibólio

PROCESSOS Vulcanismo
MAGMÁTICOS Plutonismo

a) Vulcanismo (magmatismo extrusivo)


É o conjunto de processos que leva à saída de material magmático em estado sólido,
líquido e/ou gasoso à superfície da terra.
- A chegada do magma à superfície da Terra pode ser por:
- CONES VULCÂNICOS
- FISSURAS
(fazer figura no quadro)
- Deposição do magma:
- LAVAS: magma flui por um rio de lama, pela chaminé vulcânica ou pela fissura
- TUFOS: material (magma + resto de rochas) é expelido ao ar antes de depositar.
(fazer figura no quadro)

- Características do processo:
- o resfriamento é rápido, originando rochas com grãos de tamanho microscópicos.
- quando o resfriamento é extremamente rápido, a massa é amorfa, formando os vidros
vulcânicos.

b) Plutonismo (magmatismo intrusivo)


- São fenômenos magmáticos que se processam no interior da Crosta Terrestre e que, por
solidificação gradual, dá origem às rochas magmáticas plutônicas.
- A forma dos corpos plutônicos:
- vai depender da estrutura geológica e do tipo de rocha na qual o magma penetra:
SILL - camadas tabulares, aprox. horizontais
DIQUES - formas tabulares, aprox. verticais
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BATÖLITOS - são gdes massas consolidadas formados por plútons.


LACÔLITO: são corpos em forma de “cogumelo”
(vide transparência)

- Características do processo:
- reafriamento é lento, por ocorrer abaixo de uma cobertura espessa de rochas + antigas,
formando, assim, cristais gdes que podem ser obs. à vista desarmada.
- a sequência de cristalização dos minerais é gradual (transp SÉRIE DE BOWEN).
_____________________________________________________________________

2) METAMORFISMO

Definições:
- Metamorfismo (1): É o processo de modificações mineralógicas e estruturais de rochas, em seu
estado sólido, em resposta à condições físicas e químicas que diferem das condições
prevalecentes durante sua formação (WINKLER, 1977).

- Metamorfismo (2): É a transformação sofrida por uma rocha sob a ação de temperatura,
pressão, gases e vapor d’água, marcada por uma recristalização total ou parcial, novas texturas,
ou novas estruturas ou pelo seu conjunto (LEINZ, 1978).

- No metamorfismo, dentro de uma mesma composição química original, novas associações


minerais ou uma nova recristalização são formadas.
- metamorfismo está sempre ligado à altas pressões e/ou temperaturas.

- TIPOS DE METAMORFISMO
1) De extensão local
a) Metamorfismo de contato
- ocorre junto às intrusões magmáticas (TRANSPARÊNCIA)
- ligado às altas temperaturas
- recristalização (Ex: Hornfels)

b) Metamorfismo cataclástico
- ocorre junto às zonas de cisalhamento
- ligado a pressões dirigidas
- foliação milonítica
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2) De extensão regional
a) Metamorfismo Dinamotermal
- ocorre junto às regiões de convergência de placas (cadeias de montanhas)
- pressões e temperaturas intermediárias a altas, atuando por um longo período
- feição mais comum é a xistosidade (minerais estirados).
- Rochas comuns: xistos, gnáisses, migmatitos

VULCANISMO
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Collares, E.G. (1998)

Como introdução à este estudo, vale a pena ressaltar que o vulcanismo não está associado apenas à
grandes catástrofes e ações destrutivas na história da terra, sendo, sim, um importante fenômeno geológico
responsável pela formação das rochas e pode ser definido como um conjunto de processos que levam à saída
de material magmático em estado sólido, líquido e gasoso à superfície da Terra.
Um cadastro das atividades vulcânicas atuais mostra que a localização das mesmas estão sempre
associadas às bordas das placas tectônicas, condicionando, assim, a ativação dos processos aos movimentos
relativos entre as placas, o que provoca grandes alterações de pressão e temperatura nestas áreas, facilitando
a formação e ascensão do magma até a superfície da Terra.
O magma, agente principal do vulcanismo, é um material em estado de fusão, apresentando
temperaturas geralmente superiores a 600 0C, proveniente de regiões mais profundas da crosta ou do manto.
Pode Ter composição variada, dependendo do material de origem, temperatura e profundidade do qual
provém. Existem dois tipos considerados mais comuns e bem distintos, os magmas ácidos, mais viscosos,
ricos em Si, K e Al, provenientes de profundidades mais rasas, com temperatura em torno de 600 0C a
10000C e como contrapondo os magmas básicos, mais fluidos, , ricos em Fe e Mg, proveniente de regiões
mais profundas da crosta ou do manto, com temperatura entre 1000 0C e 1400 0C.
O magma pode chegar à superfície de duas maneiras: por meio de orifícios, descrevendo uma seção
aproximadamente circular com diâmetro raramente superior a 1000 m, ou por meio de extensas fendas
(fissuras) na superfície da crosta, que pode ser estender por centenas a milhares de quilômetros.
O primeiro caso tende a formar os cones vulcânicos, que são as estruturas típicas dos principais
vulcões do mundo, tais como o Kilauea – Hawai, o Vesúvio – Itália, o Sofrier – Caribe, Krakatoa – Sumatra
e Java (36000 vítimas), Monte Pelado – Martinica (28000 vítimas). Os cones são gerados pela deposição de
material vulcânico em torno da cratera, material este que pode ser de composição diversa, inclusive com
blocos de rochas derivados das rochas encaixantes. Este tipo de estrutura ocorre predominantemente nas
zonas de convergência de placas tectônicas.
A chegada à superfície por meio das fissuras ocorre principalmente nas zonas de divergência entre
placas tectônicas, como as dorsais meso-oceânicas, que são áreas onde o oceano está se expandindo,
empurrando as placas tectônicas em sentidos opostos. Nestas áreas, o tipo de magma mais comum são os
básicos, originando extensos derrames basálticos.
Uma outra questão importante no vulcanismo é a velocidade com que o magma chega à superfície e
como se depositam. Em velocidades mais baixas, o magma chega a superfície e flui como um rio de lama até
se solidificar, formando rochas com minerais de tamanho microscópicos como é o caso do riolito, do
andesito ou do basalto. Quando o magma ascende, com uma velocidade muito alta, a tendência é carregar
consigo parte das rochas encaixantes, dando origem às rochas piroclásticas, ou então, é expelido ao ar antes
de depositar, formando rochas com bolhas de ar, como a pedra-pome.
Um caso especial é quando o resfriamento é extremamente rápido, não dando tempo de formar
minerais, dando origem assim, a uma massa amorfa. É o caso do vidro vulcânico (obsidiana).
Como vimos, o vulcanismo é um importante processo formador de rochas e tem um papel muito
importante na formação e evolução geológica da Terra. Resta ao homem encontrar mecanismos satisfatórios
para evitar que este fenômeno da natureza continue provocando grandes catástrofes.
Grandes passos já foram dados neste sentido, como o aprimoramento dos métodos geofísicos por
meio da sísmica, para detecção de anomalias e movimentos intraplacas; ou a percepção de componentes
químicos em quantidades anormais na atmosfera (como o SO2).
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Modelo teórico de um vulcão

Gêiseres – origem: a coluna d’água presente nas fissuras tende a aumentar o ponto de ebulição das águas em
grande profundidade. Quando este equilíbrio é rompido, a água se transforma em ar, se expande e empurra a
coluna d’água aquecendo-a.

Formação de gêiser
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CONCEITOS

MINERAL: é um elemento ou composto químico, resultante de processos inorgânicos, de


composição química geralmente definida e encontrado naturalmente na Crosta Terrestre.

ROCHA: é um agregado natural, formado de um ou mais minerais, que constitui parte essencial
da Crosta Terrestre e é nitidamente individualizado.

MAGMA: é o material em estado de fusão, apresentando temperatura geralmente superior a


6000C proveniente de regiões mais profundas da crosta ou do manto.

MAGMATISMO: são as diferentes maneiras de mobilização e solidificação do magma, resultando


na formação dos corpos rochosos ígneos.

METAMORFISMO:

1. É o processo de modificações mineralógicas e estruturais de rochas, em seu estado sólido,


em resposta a condições físicas e químicas que diferem das condições prevalecentes
durante sua formação (WINKLER, 1977).

2. É a transformação sofrida por uma rocha sob ação de temperatura, pressão, gases e vapor
de água, marcada por uma recristalização total ou parcial, novas texturas, ou novas
estruturas ou pelo seu conjunto (LEINZ, 1978).
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TIPOS DE MAGMA

ÁCIDO INTERMEDIÁRIO BÁSICO ULTRABÁSICO

30% 60% 90% Fe/Mg

Baixa profundidade Alta profundidade


Temp. 600 – 10000C Temp. 1000 – 14000C
Mais viscoso Mais fluido
Si, Al, K, Na Fe, Mg, Ca
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SÉRIE DE BOWEN

Olivina (estruturas isoladas de SiO4) Bitownita (feldspato cálcico)

Piroxênios Labadorita (feldsp.calco-


sódico)

Anfibólios (cadeias duplas) Andesina (feldsp.sódio-


cálcico)

Biotita (folhas) Oligoclásio (feldsp.sódio-


cálcio)

Albita (feldspato sódico)

Muscovita
Feldspato
Quartzo (Ortoclásio)
Potássico
Zeólitas

Minerais
Hidrotermais T
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 56

Textura afanítica
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 57

Textura vítrea
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 58
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 59
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 60

CLASSIFICAÇAO DAS PRINCIPAIS ROCHAS ÍGNEAS

Famílias segundo a composição mineralógica


Rochas em geral de cor clara Rochas em geral de cor média Rocha de cor escura
Textura Feldspato principal: ortoclásio Feldsp.principal:plagioclásio Feldsp.principal: Sem
sódico plagioclásio cálcico feldspato
BHP BHP HBP PHO OPHB
Com quartzo Sem quartzo Sem quartzo Com quartzo Sem quartzo Sem quartzo C/quartzo
Fanerítica Granular granitos siemitos siemitos quartzodioritos dioritos sabros peridotitos
nefelínicos piroxenitos
Afanítica riólitos traquitos fonolitos dacitos andesitos basaltos
Vítrea obsidianas vidros basálticos

Grupos destas letras indicam a existência de um ou mais dos minerais ou grupos de minerais que cada uma designa.

B = biotita
H = hornblenda
P = piroxênio
O = olivina
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DISCIPLINA DE GEOLOGIA
Universidade do Estado de Minas Gerais
Data:
Faculdade de Engenharia de Passos
Prof. Eduardo Goulart Collares

Tema da aula: Processos geológicos de dinâmica externa Aula n0:

- intemperismo
- erosão
DINÂMICA - transporte/ deposição
EXTERNA - chuva
- processos da água - rios
- mares
- processos do vento
- processos do gelo

- IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA DINÂMICA EXTERNA:


- responsável pela formação dos solos
- responsável pela formação das rochas sedimentares
- modelamento do relevo
- determina a formação de um manto intemperizado por toda a superfície da terra

- COMO SÃO OS PROCESSOS DE DINÂMICA EXTERNA:

INTEMPERISMO  EROSÃO  TRANSPORTE  DEPOSIÇÃO

INTEMPERISMO

INTEMPERISMO FÍSICO
- variação da temperatura
- congelamento da água
- cristalização de sais
- diminuição de pressão por alívio de carga
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INTEMPERISMO QUÍMICO
- hidrólise
- hidratação
- oxidação
- carbonatação

1) INTEMPERISMO

- Conceito: É o conjunto de processos físicos e químicos que provocam a desintegração e/ou


decomposição das rochas quando sujeitas à ação de agentes atmosféricos, hidrosféricos e
biológicos.
- este conjunto nada mais é do que a interação da litosfera com a atmosfera, hidrosfera e seres
vivos
- na maioria das vezes o intemperismo químico e físico ocorrem simultâneos

- INTEMPERISMO FÍSICO
- ocasionado por agentes mecânicos, promovendo a desintegração dos materiais
- FATORES:
a) Variação da temperatura
- ocorre em todas as regiões mas é mais pronunciado em desertos
- é o chamado efeito SANFONA: a incessante variação da temperatura entre o dia (600 700C) e a
noite (<100C), provoca a EXPANSÃO e a CONTRAÇÃO de alguns minerais da rocha  causando
pequenas fraturas  que vão se alargando até a desintegração total.

b) Congelamento da água
- ocorre em clima temperado e frio
- água penetra na fratura das rochas em estado líquido, CONGELAM, aumentando seu volume +-
10%, com isto exercem pressão nas paredes das fraturas favorecendo a desintegração.
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 64

c) Cristalização de sais
- água + sais dissolvidos circulam pelas fraturas das rochas  com a evaporação, os sais
precipitam e se agregam  promovendo a cristalização (halita)  com o aumento do cristal, este
exerce pressão sobre as paredes das fraturas  desagregando as rochas.

d) Ação física dos vegetais


- crescimento de raízes de plantas pelas fraturas  exercendo esforços nas paredes das
mesmas.

e) Diminuição de pressão por alívio de carga


- ocorre principalmente em rochas plutônicas
- na formação destas rochas, ocorreram altas pressões  fenômenos geológicos que provocam
os levantamentos crustais colocam estas rochas sob as pressões atmosféricas  este alívio
progressivo de pressões provoca o fraturamento e fragmentação das rochas.
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 65

- INTEMPERISMO QUÍMICO
- comum em regiões de clima tropical (quente e úmido)
- provoca a decomposição das rochas
- tende a formar um manto de intemperismo espesso
- o agente fundamental é a ÁGUA + SUBSTÂNCIAS DISSOLVIDAS como: O2, CO2 e nitratos e
nitritos
- as reações químicas produzem novos compostos de MAIOR volume e MENOR densidade

b) Hidratação
- entrada de molécula de H2O em uma substância  aumentando seu volume  e
consequentemente, promovendo a DESINTEGRAÇÃO das adjacências.
- neste processo ocorre ação química e física.

- Fe2O3  Fe2O3 . nH2O


(hematita) (limonita)

c) Oxidação
- decomposição pela ação oxidante do O2 e CO2 dissolvido na água  dando hidratos, óxidos,
carbonatos etc.
- Ex: Fe++ em Fe+++
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 66

- FeS2 + 2H2O + SO2  FeSO4 + 2H2SO4


(pirita) (composto que hidrata e forma a limonita)

a) Hidrólise
- É o processo mais importante  destroi os SILICATOS e formam os ARGILO-MINERAIS
- O H+  proveniente de soluções ácidas ou da dissociação da água ataca os minerais
- H+ penetra nas estruturas cristalinas desalojando Na+, K+, Ca++ etc.  produzindo o desequilíbrio
no interior dos cristais  causando o “desmantelamento”  originando os argilo-minerais.

- 2KAlSi3O8 + 9H2O + 2H+  Al2Si2O5(OH)4 + 4H4SiO4 + 2K+


ortoclásio água íon caulinita sílica colóide íon
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d) Carbonatação
- É muito comum em rochas calcárias (grutas)
- o agente responsável é o ácido carbônico
H2O + CO2  H2CO3
- o ácido reage com a calcita (CaCO3)  este fenômeno dissolve as rochas formando as grutas

CaCO3 + H2CO3  Ca(HCO3)2


calcita ácido carbônico bicarbonato de cálcio em solução

- este bicarbonato, sob altas pressões, percorre as fendas e rios no interior das rochas  quando
encontra algum orifício (diminuição da pressão)  o CO2 escapa  libera água  e a calcita volta
a precipitar formando as estalactites e estalagmites

Ca(HCO3)2  CaCO3 + CO2 + H2O

2 – EROSÃO

Conceito: é o processo de remoção do material da crosta terrestre que foi desagregado ou


decomposto pela ação de agentes intempéricos
- a erosão pode ser NATURAL ou ANTRÓPICA (ACELERADA)
obs: a erosão antrópica não será discutida nesta aula
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 68

- EROSÃO NATURAL
- é provocada pela ação das águas, ventos e/ou geleiras. Promove o EQUILÍBRIO DA
NATUREZA.
- tem o efeito de rebaixar a superfície do terreno (efeito contrário ao soerguimento crustal),
remodelando o relevo. Ex: ANDES (recente) RELEVO BRASILEIRO (antigo)
- participa da formação das rochas sedimentares e solos transportados

(observa-se na fotografia acima que a erosão agiu mais fortemente na rocha inferior, mais afetada pelo intemperismo)

3 - TRANSPORTE
- é o ato de conduzir alguma coisa de um lugar a outro
- a forma de transporte de sedimentos vai depender do tamanho das partículas e da força
mecânica do agente transportador
- Pode ser por: SOLUÇÃO, SUSPENSÃO, ROLAMENTO, SALTAÇÃO

4 - DEPOSIÇÃO
- a deposição ocorre quando cessa a ação dos agentes transportadores, ou seja, quando os
agentes não têm mais força para continuar transportando os materiais
- ÁREAS DE SEDIMENTAÇÃO: fundo dos vales; oceanos; lagos; depressões no terreno
- os primeiros materiais a se depositarem são os mais pesados. Os mais leves podem percorrer
longas distâncias

argila silte areia seixo matacão


l_________l__________l_________l_________l________l
0 0,002 0,06 2,0 6,0 mm
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 69

PROCESSOS GEOLOGICOS PROVOCADOS PELA ÁGUA

1 - ÁGUA DAS CHUVAS


- é o agente erosivo mais importante
- É INFLUENCIADO POR:
cobertura vegetal - a vegetação protege o terreno do impacto direto das gotas das chuvas,
reduzindo a erosão
topografia - quanto mais acidentado o terreno, maior a velocidade de escoamento da água e
portanto maior e erosão
tipo de material - terrenos arenosos são de baixa coesão entre as partículas e portanto são mais
erodíveis, quando expostos à chuvas. Os terrenos siltosos também tendem a favorecer erosões
por serem constituídos, na maioria das vezes, por argilo-minerais expansivos.

2 - ÁGUAS FLUVIAIS
- CABECEIRA - é onde a erosão é MAIOR.
- a declividade é elevada e o gradiente de velocidade é maior
- nesta área é comum o transporte de seixos e pedregulhos no fundo  configurando VALES EM
“V” (FASE EROSIVA JOVEM).
- REGIÃO MEDIANA - continua o processo erosivo, porém não mais no fundo, mas nos
FLANCOS  configurando VALE EM “U” (FASE EROSIVA MADURA).
- REGIÃO DA FOZ - velocidade é muito baixa e predomina a DEPOSIÇÃO  VALE EM “U”
(FASE EROSIVA SENIL)
- nestas regiões, nas curvas dos rios (meandros) há EROSÃO nas partes CÔNCAVAS e
DEPOSIÇÃO nas partes CONVEXAS.
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 70

- PRINCIPAIS TIPOS DE SEDIMENTAÇÃO:


PLACERES - depósitos de materiais pesados. Ex: ouro, diamante, cassiterita
PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO - partículas finas. Sedimentação se dá nas cheias dos rios.
DELTAS - ocorre no encontro com o oceano.

3 - ÁGUA DOS MARES


- os sedimentos maiores tendem a se depositarem próximo da costa e os mais finos são levados +
longe.

PROCESSOS GEOLÓGICOS PROVOCADOS PELO VENTO

- muito comum em regiões desérticas


- TRANSPORTE:
- o vento transporta partículas secas e soltas
- transporte por suspensão, saltos ou rolamento
- DEPOSIÇÃO:
- resulta da diminuição da velocidade do vento
- formam-se as dunas
- os sedimentos apresentam grãos arredondados e de brilho fosco
- deposições desérticas originam bons aquíferos.

(arenitos do subgrupo Itararé erodidos pela conjugação eólica e pluvial em Vila Velha – Paraná)
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 71

PROCESSOS GEOLÓGICOS PROVOCADOS PELO GELO

- cerca de 10% dos continentes é coberto pelo gelo


- Já ocorreu no mínimo 3 grandes glaciações: Pré-Cambriano; Carbonífero; Pleistoceno
- Ex: tilitos (sedimentos mal selecionados); ritmitos (exemplo da cidade de Itu)

(Diferentes tipos de feições de abrasão glacial: a) estrias, sulcos e cristas produzidos por geleira neopaleozóica sobre
arenito devoniamo; b) estrias, sulcos e cristas de abrasão glacial sobre tilito de alojamento, Cachoeira do Sul- RS)

Intemperismo
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 72

CICLO SEDIMENTAR:

Responsável pela formação das rochas sedimentares

ROCHA MATRIZ ⇒ INTEMPERISMO ⇒ EROSÃO ⇒ TRANSPORTE ⇒ DEPOSIÇÃO ⇒ DIAGÊNESE


l l_______________________________________________________________l l
l___________________METAMORFISMO OU MAGMATISMO_________________l

DIAGÊNESE: São modificações químicas e físicas sofridas pelos sedimentos, desde a sua
deposição até a sua solidificação, transformando-se em rocha sedimentar.
Abrange a compactação, cimentação, alterações químicas e recristalização
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 73

INTEMPERISMO E FORMAÇÃO DO SOLO

COLLARES, E. G. (1998)

Os maciços rochosos, quando afloram na superfície da terra, sofrem a ação de agentes atmosféricos,
hidrosféricos e biológicos provocando modificações nas suas condições originais, alterando a sua forma
física e composição química, de forma que um maciço, anteriormente rígido e estável, tenda a um material
fragmentado e instável. Esta transformação, que culmina com a formação dos solos, é conduzida pela ação
dos agentes do intemperismo.
Assim, intemperismo pode ser descrito como o conjunto de processos físicos e químicos que
provocam a desintegração e/ou decomposição das rochas quando sujeitas à ação de agentes atmosféricos,
hidrosféricos e biológicos, ou seja, é o produto da interação da litosfera com a atmosfera, a hidrosfera e os
seres vivos.
Para efeito de melhor compreensão dos processos, o intemperismo pode ser dividido em
Intemperismo Físico (que conduz à desintegração das rochas) e Intemperismo Químico (que conduz à
decomposição das rochas). Entretanto, vale ressaltar que os dois tipos normalmente atuam juntos, ou seja, a
ação física provoca a ruptura das rochas inicialmente em fendas, progredindo para partículas de tamanho
menores, o que permite a circulação da água mais substâncias químicas dissolvidas, motivando, assim, a
ação química, que provoca a decomposição do material rochoso.

Intemperismo físico

Como dito anteriormente, o intemperismo físico provoca a desintegração do maciço rochoso, sem
contudo, alterar a sua composição química. O processo mais comum são as contínuas variações da
temperatura, que provocam o chamado efeito “sanfona” nas rochas, ou seja, a incessante variação da
temperatura entre o dia e a noite, provoca a expansão e contração de alguns minerais da rocha, causando
inicialmente pequenas fraturas no maciço que vão se alargando até a desintegração total.
Outros processos físicos secundários podem intensificar o processo descrito acima, e dentre eles
pode-se citar o congelamento das águas que percolam pelas fraturas; a precipitação e cristalização de sais
dissolvidos na água ( como é o caso da halita) ou mesma a ação física provocada pelo crescimento das raízes
de plantas.
Um caso especial de formação de fraturas em maciços rochosos é o que ocorre com determinadas
rochas magmáticas plutônicas que são formadas em ambientes de altas pressões. Estas rochas, quando
chegam à superfície da Terra, devido aos levantamentos crustais, sofrem um alívio progressivo de pressão
até se colocarem sob a pressão atmosférica. Este fenômeno tende a expandir alguns minerais destas rochas,
provocando o seu fraturamento e fragmentação.
Intemperismo químico

O intemperismo químico, tem como agente fundamental a água (principalmente das chuvas) e as
substâncias dissolvidas, tais como, O2, CO2, NO2-, NO3-. Esta solução percola pelas fraturas das rochas,
reagindo com os minerais até então estáveis, transformando-os em outros mais instáveis.
O principal processo de intemperismo químico é devido à hidrólise, que destrói os silicatos
(minerais estáveis) e os transforma em argilominerais (minerais instáveis que ocorrem em solos). Neste
processo, o H+ proveniente de soluções ácidas ou da dissociação da água penetra nas estruturas cristalinas
dos silicatos desalojando as bases (Na+, K+, Ca++, etc.), conduzindo ao desequilíbrio no interior dos cristais e
causando o “desmantelamento” dos mesmos, originando os argilominerais. Uma reação típica deste
fenômeno é a seguinte:

2KAlSi3O8 + 9H2O + 2H+ → Al2Si2O5(OH)4 + 4H4SiO4 + 2K+


ortoclásio água íon caulinita sílica íon
coloidal

Outros processos menos comuns, que só ocorrem em casos especiais são: a Hidratação, que é a
entrada de uma molécula de água na estrutura de um mineral, provocando e expansão do mesmo; a Oxidação
que ocorre principalmente em minerais ferrosos provocando a decomposição pela ação oxidante de O2 e CO2
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 74

e a Carbonatação que é um fenômeno que ocorre em rochas calcárias, motivando a formação das grutas e
suas estruturas, como as estalactites e estalagmites. Neste processo, o ácido carbônico (H2CO3) dissolvido na
água reage com a calcita (CaCO3) e forma o Ca(HCO3)2 (bicarbonato de sódio) que é um composto em
solução sob condições de altas pressões; quando há um alívio nas pressões (como nas cavidades que ocorrem
nas rochas calcárias) a reação ocorre inversamente, precipitando o CaCO3, provocando a formação das
estalactites e estalagmites.

Formação dos solos

Como visto anteriormente, a transformação das rochas em solos está condicionada a aspectos
climáticos tais como as variações de temperatura e principalmente às precipitações. Diante disto, é de se
esperar que em regiões com grandes variações de temperatura e que ocorra chuvas intensas, tais como
regiões de clima tropical e equatorial, formem espessos mantos de solos cobrindo o substrato rochoso
inalterado. Isto fica bem caracterizado quando comparamos paisagens do Brasil com alguns países europeus,
por exemplo.
Além do clima, que é um agente ativo, outro fatores tem papel importante na formação dos solos tais
como o relevo, o material de origem e os organismos.
O relevo porque condiciona a quantidade de infiltração e/ou escoamento das águas das chuvas que
irão reagir com os materiais do maciço; em áreas mais planas, a infiltração tende a ser maior, permitindo a
formação de solos residuais (formados in situ) mais profundos e em contrapartida, em áreas íngremes
predomina o escoamento, o que além de não permitir que a água reaja com o maciço, ainda provoca a erosão
e o transporte do material que aí se encontra. A erosão e o transporte do material destas áreas, irão formar um
outro tipo de solo em uma região adjacente, que é o solo transportado coluvionar. Um outro tipo de solo de
material transportado importante são os solos aluvionares, originados pela ação das águas dos rios.
O tipo de material influencia na velocidade de formação dos solos e na sua composição. Rochas
brandas, como as rochas sedimentares tendem a formar solos em um tempo mais curto, enquanto rochas
duras como algumas rochas ígneas podem levar milhares e milhões de anos para se transformar em solo.
Considerando a composição, rochas ricas em quartzo tais como o arenito e o quartzito tendem a formar solos
arenosos e pouco férteis enquanto rochas ricas em minerais ferromagnesianos como o basalto tende a formar
solos argilosos e férteis.
Outro fator que influencia na fertilidade dos solos são os organismos. Resíduos vegetais tais como
folhas, galhos e raízes são transformados em humus, provocando reações químicas nos solos tornando-os
mais férteis. Também os microorganismos (bactérias nitrificantes) tem um papel importante, transformando
o nitrogênio do ar em nitratos que são úteis às plantas.
Um aspecto importante que deve ser considerado, é que o limite entre solo e rocha não é um limite
abrupto, principalmente em países de clima tropical como o nosso, a passagem é gradativa e facilmente
perceptível. Este pacote com diversos níveis de materiais com diferentes graus de evolução intempérica é
denominado perfil de alteração.
O conceito de perfil de alteração e classificações correlatas tem sido muito utilizados atualmente em
diferentes áreas de atuação e são de grande utilidade para caracterizar os diferentes materiais. Um tipo de
classificação que está sendo usada no Brasil é a seguinte:

solo laterítico (solo maduro)


solo saprolítico (solo jovem)
saprolito (solo de alteração de rocha)
rocha alterada
rocha sã

Os solos lateríticos são solos bem desenvolvidos e normalmente são férteis e de boa
utilização na engenharia enquanto os solos saprolíticos são solos mais compactos e preservam ainda algumas
características da rocha original, portanto mais deficitários para uso agrícola ou na engenharia.
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 75

ÁGUAS CONTINENTAIS DE SUPERFÍCIE

Collares, E.G. (1998)

Da quantidade de água que circula na Terra, apenas 0,1% constituem às chamadas águas continentais
de superfície, distribuídas por rios e lagos. A maior parte está concentrada em subsuperfície (0,6%), nas
geleiras (2,1%) ou nos oceanos (97,2%). Entretanto, o estudo destas águas são de suma importância, tanto
para compreender os processos erosivos e formação de solos transportados e rochas sedimentares, quanto
para estabelecer um espírito de conservação destas águas, uma vez que constituem uma das principais fontes
de água potável do planeta.
O processo de circulação das águas continentais de superfície inicia-se com a formação de pequenos
filetes no terreno em áreas próximas ao topo das encostas e termina com o desembarque de grandes volumes
de água dos rios nos oceanos. Entre um extremo e outro, centenas a milhares de quilômetros podem ser
percorridos e diferentes tipos de materiais são erodidos, transportados e posteriormente redepositados.
Os pequenos filetes que dão origem ao processo são denominados canais primários, intermitentes,
que constituem pequenos sulcos formados por caminhos preferenciais das águas das chuvas que vão
gradativamente se alargando, removendo partículas de solos e rochas até encontrar o lençol subterrâneo, de
onde recebem uma contribuição, transformando-se em canais permanentes. Estes canais desaguam em outros
de hierarquia superior até constituírem um canal de maior vazão denominado canal principal, ou rio
principal.
Para entender os processos de erosão e sedimentação em um rio, os mesmos podem ser subdivididos
em 3 fases de acordo com a velocidade da água e a declividade : Fase Erosiva Jovem; Fase Erosiva Madura e
Fase Erosiva Senil.
A Fase Erosiva Jovem corresponde à região de cabeceira, onde as declividades são elevadas e a
velocidade de escoamento da água é alta. Nesta fase a erosão é intensa e ocorre principalmente no fundo dos
rios, conferindo aos vales uma geometria em “V” fechado. Os materiais transportados são
predominantemente seixos e pedregulhos, levados por saltação ou rolamento no fundo dos rios.
As deposições de sedimentos devidos à esta fase são denominados pláceres e podem constituir
depósitos de materiais pesados tais como ouro, diamante e cassiterita.
Na Fase Erosiva Madura as declividades são um pouco menores bem como o gradiente de
velocidade e ainda predomina aspectos erosivos, porém, ocorrem nos flancos e não mais no fundo dos rios, o
que fornece uma geometria de vales em “U”.
Os materiais erodidos predominantes são as areias e o transporte se dá por rolamento e suspensão.
Na Fase Erosiva Senil predominam aspectos deposicionais, por constituírem áreas relativamente
planas e onde o gradiente de velocidade das águas é muito baixo. Os materiais transportados são siltes e
argilas, levados por suspensão ou em solução. Nesta fase os rios são bastantes sinuosos (meandrantes), e nas
curvas há erosão nas partes côncavas e deposição nas convexas, sendo comum os cursos d’água mudarem de
caminho com o decorrer dos anos, dando origem a lagos em forma de ferradura (meandros abandonados).
Dois tipos de sedimentação valem ser ressaltadas nesta fase; os depósitos aluvionares, que ocorre nas
planícies de inundação dos rios no período das cheias e os depósitos em “deltas”, que são deposições fluviais
e marítimas intercaladas que ocorrem no encontro do rio com o oceano.
Para finalizar, vale a pena ressaltar a importância da conservação das águas continentais de
superfície perante aos agentes degradantes, uma vez que emvolvem o mais fácil e principal fonte de água
potável do planeta. São várias as atividades que vem degradando cada vez mais os leitos dos rios, como as
minerações e portos de areia; a agricultura insustentável que despeja agrotóxicos no terreno sem nenhuma
forma de manejo; as indústrias e principalmente os esgotos domésticos das cidades que chegam ao leito dos
rios em grandes volumes e nenhum tratamento prévio. Apesar do poder de autodepuração dos rios, as cargas
de contaminantes são cada vez mais elevadas, o que torna nossos rios cada vez mais “doentes”.
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CICLO SEDIMENTAR:

ROCHA MATRIZ  INPEMPERISMO  EROSÃO  TRANSPORTE  SEDIMENTAÇÃO  DIAGÊNESE


l l ___________________________________________________________________________l l
l___________________________METAMORFISMO OU MAGMATISMO ______________________ l

ESCALA GRANULOMÉTRICA

argila silte areia pedregulho


l _______________ l _____________ l _______________ l _________________ l
0 0,002 0,06 2,0 mm
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Estrutura de brecha

Estrutura de conglomerado
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 82

DISCIPLINA DE GEOLOGIA
Universidade do Estado de Minas Gerais
Data:
Faculdade de Engenharia de Passos
Prof. Eduardo Goulart Collares

Tema da aula: Rochas (Ígneas , Metamórficas e sedimentares) Aula n0:


AULA PRÁTICA

- Ciência que estuda as rochas:


- petrografia
- petrologia

- Importância do estudo das rochas:


- Processo evolutivo da Terra
- Mineração
- Engenharia: - suporte para obras (fundações)
- abrigo para construcões em seu interior (túneis)
- reservatório de águas subterrâneas
- materiais de construção

- Conceito de rocha (Leinz, 1978)


É um agregado natural, formado de um ou mais minerais, que constitui parte essencial da
Crosta Terrestre e é nitidamente individualizado.
Obs: os minerais se agregam obedecendo leis físicas, químicas e físico-químicas. A
AGREGAÇÃO NÃO SE DÁ AO ACASO.

- Classes de rochas:
- Rochas Ígneas
- Rochas Metamórficas
- Rochas Sedimentares
(TRANSPARÊNCIA do Ciclo Genético das Rochas)

1) ROCHAS ÍGNEAS
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 83

São formadas a partir da consolidação dos magmas.


- São originadas em função: - tipo de magma
- tipo de magmatismo (intrusivo/extrusivo)

- Propriedades utilizadas para classificar as rochas ígneas:


a) Cor  composição do magma  mineralogia
b) textura
c) estrutura

a) Cor (mineralogia)

CLARA - MÉDIA - ESCURA


(leucocrática) - (mesocrática) - (melanocrática)

_______________l_______________l______________l_______________
30% 60% 90% Fe/Mg

Félsica / Intermediária / Máfica / Ultramáfica / Fe/Mg


Ácida Intermediária Básica Ultrabásica Magma
Si, K, Na Si, Na, Ca Fe, Mg, Ca Fe, Mg Elementos
K-felds Plagioc.(Na/Ca) Plagioc. (Ca) Olivina Minerais
Quartzo Anfib./Biotita Piroxênio Piroxênio
Plagioc.(Na) Quartzo(+-)
Biotita

b) Textura
Relacionado com o processo de solidificação do magma

VULCÂNICA - Vítrea
- Afanítica

- Granular - Equigranular
PLUTÔNICA - Fanerítica - Inequigranular
- Porfirítica

c) Estruturas
- Maciça
- Vesículas: cavidades nas rochas devido à presença de ar no resfriamento
- Amígdalas: são vesículas preenchidas por material secundário
- fraturas
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2) ROCHAS METAMÓRFICAS
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 85

- Propriedades:
1) textura: - granoblástica  minerais granulares equigranulares
- lepidoblástica  minerais placóides com arranjos paralelos
- grano-lepidoblástica  minerais placóides com arranjos paralelos
2) estruturas:
- maciça - Ex: mármore, quartzito, anfibolito
- Foliação:
- xistosidade - Ex: xisto e filito
- Foliação milonítica - Ex: milonito
- Foliação gnáissica. Ex: gnaisse
- Clivagem ardosiana. Ex: ardósia
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3 – ROCHAS SEDIMENTARES
1) CLÁSTICAS (ou detríticas)
2) NÃO CLÁSTICAS - A) QUÍMICAS
B) ORGÂNICAS

1) CLÁSTICAS
São resultantes da meteorização física que conduz à desagregação mecânica das rochas, dando
origem aos sedimentos (detritos).
As rochas sedimentares clásticas não são classificadas pela sua mineralogia, mas sim por suas
FRAÇÕES GRANULOMÉTRICAS.

ARGILA SILTE AREIA PEDREGULHO


l_____________l_____________l________________l__________________
0 0,002 0,06 2,0 mm

ARGILITO / SILTITO / ARENITO / CONGLOMERADO/BRECHA

2) NÃO CLÁSTICAS
São originadas da deposição, solução e redeposição (precipitação) de outras rochas.
São classificadas de acordo com sua composição química.

2a) QUÍMICAS
carbonatos - calcários
silicosos - silex, jaspe
salinos - evaporitos

2b) ORGÂNICAS
Turfa (55 - 65% de carbono)
Linhito (65 -80% )
Hulha (80 - 93%)
Antracito (93 - 98%)

OBS: MOSTRAR AMOSTRAS DE ROCHAS E FALAR DA ESTRATIFICAÇÃO.


COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 88
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 89

SÍNTESE DA PRÁTICA DE ROCHAS

 ROCHAS ÍGNEAS
a) Relação cor x tipo de magma:

LEUCOCRÁTICA MESOCRÁTICA (COR MELANOCRÁTICA


(COR CLARA) MÉDIA) (COR ESCURA)

MAGMA ÁCIDO MAGMA MAGMA BÁSICO MAGMA


INTERMEDIARIO ULTRABÁSICO

b) Textura:
VÍTREA – massa amorfa
AFANÍTICA – grãos microscópicos
FANERÍTICA – grãos macroscópicos

c) Estruturas:
MACIÇA
VESICULAR
AMIGDALÓIDE

d) Principais tipos rochosos:


Granito, Basalto, Sienito, Granodiorito, Diorito, Gabro, Diabásio, Andesito.

 ROCHAS METAMÓRFICAS
a) Textura:
GRANOBLÁSTICA – minerais equigranulares
LEPIDOBLÁSTICA – minerais placóides e/ou arranjados paralelos
GRANOLEPIDOBLÁSTICA – níveis granoblásticos intercalados com níveis lepidoblásticos

b) Estruturas (Trama):
MACIÇA
XISTOSIDADE
CLIVAGEM ARDOSIANA
FOLIAÇÃO GNAISSICA
FOLIAÇÃO MILONÍTICA

c) Principais tipos rochosos:


Mármore, Gnaisse, Ardósia, Quartzito, Xisto, Filito, Milonito.

 ROCHAS SEDIMENTARES
a) Clásticas: classificadas conforme o tamanho e forma de seus grãos.
Tipos: Argilito, Siltito, Arenito, Conglomerado, Brecha Sedimentar, Folhelho.

b) Não Clásticas

b1) Químicas: classificadas conforme o composto químico precipitado.


Tipos: Calcário, Sílex, Evaporitos (NaCl).

b2) Orgânicas:
Tipos: Turfa, Linhito, Hulha, Antracito.
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Composição mineralógica dos principais tipos de rochas ígneas. Entre parênteses estão
representadas as rochas de mesma composição química, mas de caracteres texturais diferentes
por serem de natureza vulcânica.
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NOamostra Classe Cor Mineralogia (%) Textura Estruturas Nome da rocha


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DISCIPLINA DE GEOLOGIA
Universidade do Estado de Minas Gerais
Data:
Faculdade de Engenharia de Passos
Prof. Eduardo Goulart Collares

Tema da aula: Introdução ao estudo dos solos Aula n0:

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DOS SOLOS NA ENGENHARIA

- FUNDAÇÕES (edificações, pontes, estrada, etc)


CONDIÇÕES - CORTES E ESCAVAÇÕES (estradas, minerações, galerias, etc)
NATURAIS - ÁREAS DE RISCO ( escorregamentos e desabamentos)
- CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS (aterro sanitário, etc)

- ATERROS
MATERIAIS DE - BARRAGENS
COSNTRUÇÃO - BASE E SUB-BASE DE ESTRADAS
- LINERS
- CONSTRUÇÃO CIVIL

CONCEITOS:
Geológico: Material resultante da decomposição e desintegração da rocha pela ação de agentes
atmosféricos, hidrosféricos e biológicos.
Mec. Solos: É todo material encontrado na camada superficial da Crosta Terrestre podendo ser
facilmente removido por um instrumento cortante qualquer e formado por elementos pertencente
ás fases sólida, líquida e gasosa.
Agronômico: Constitui uma estreita camada na superfície da Terra, enriquecida com uma mistura
de detritos orgânicos, fonte de um conjunto dinâmico, formado principalmente por
microorganismos e vegetais.
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FATORES DE FORMAÇÃO DOS SOLOS

- CLIMA: É o principal fator.


É um agente ativo, sem ele os outros fatores não se manifestam.
Atua principalmente através das precipitações e variações de temperatura.
- falar dos solos em clima tropical e clima temperado

- RELEVO:
Está relacionado com infiltração X escoamento
- Quanto maior a infiltração, maior deverá ser a profundidade do solo.
- Quanto maior o escoamento (relevo íngrime), maior deverá ser a erosão e transporte de
material.

- TEMPO
Não adiciona, não exporta material e nem gera energia que possa acelerar os processos
intempéricos. Os outros fatores, entretanto, variam em função do TEMPO.
- Idade (cronologia) X Maturidade (evolução)

- ORGANISMOS
- Macroflora: participa nos processos de troca catiônica e estoque de nutrientes; protege contra
erosão, etc.
- Macrofauna: melhora a aeração dos solos (efeito dos cupins, formigas, minhocas, etc); pode
provocar compactação (pisoteio); etc.
- Microorganismos: importantes na decomposição de compostos orgânicos e fixação de
nitrogênio.
- Homem: exerce ação por meio de modificações que imprime na paisagem.

- MATERIAL DE ORIGEM
- Tem influência direta em vários atributos do solo, tais como: textura, cor, composição
mineralógica e composição química.
- Ex1: solos originários de arenitos e quartzitos – textura arenosa, porosos, com pequena
capacidade de retenção de água e baixa fertilidade. São solos erosivos.
- Ex2: solos originários de basalto ou diabásio – solos profundos e argilosos de variada
composição química e mineralógica. Solos coesivos.

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CLASSIFICAÇÕES GERAIS DE SOLOS:

1) QUANTO À ORIGEM E GRAU DE ALTERAÇÃO


2) QUANTO AO TAMANHO DAS PARTÍCULAS

1) QUANTO À ORIGEM E GRAU DE ALTERAÇÃO


1A) SOLOS RESIDUAIS
- o produto da alteração permanece “in situ” (não houve deslocamento de partículas)
- o grau de intemperismo que atinge a rocha se dá de forma escalonada (gradual), determinando
um perfil de intemperismo.

PERFIL DE ALTERAÇÃO DO SOLO:

SOLO RESIDUAL MADURO (SOLO LATERÍTICO)


SOLO RESIDUAL JOVEM (SOLO SAPROLÍTICO)
SOLO DE ALTERAÇÃO DE ROCHA (SAPROLITO)
ROCHA ALTERADA
ROCHA SÃ

1B) SOLOS TRANSPORTADOS


- o produto de alteração da rocha é removido para um outro local
De acordo com o AGENTE TRANSPORTADOR pode ser:
ALUVIONAR - transporte pela água (rios) - dão solos geralmente bem selecionados
COLUVIONAR - ação da gravidade - dão solos geralmente mal selecionados
EÓLICO - ação dos ventos - são depósitos arenosos móveis
GLACIAIS - devido à geleiras

OBS: correlacionar os solos residuais e transportados com o relevo

2) QUANTO AO TAMANHO DAS PARTÍCULAS

- Os dados são relativos ao Ensaio de Granulometria dos Solos

ARGILA SILTE AREIA PEDREGULHO


l_________________l__________________l__________________l_________________l
0 0,002 0,06 2,0 mm

- o ensaio e feito através de um PENEIRAMENTO (partículas grosseiras) e


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SEDIMENTAÇÃO (partículas mais finas).


- na SEDIMENTAÇÃO, como não é possivel fazer o peneiramento, utiliza-se de um artifício para
determinar o tamanho dos grãos: utiliza-se da LEI DE STOKES, que mede a velocidade de queda
das partículas em água.
V = z/t = γs - γw . g.d2
18µ
- assim, medindo-se em tempos consecutivos as densidades de suspensão de uma solução solo-
água obtém-se uma distância (z) de queda da partícula para aquele tempo.
- ASSIM OBTENHO A CURVA GRANULOMÉTRICA DO SOLO

(MOSTRAR TRANSPARÊNCIA COM CURVA GRANULOMÉTRICA E EXPLICAR)

- Com os resultados posso entrar em alguma classificação textural de solos

(MOSTRAR TRANSPARÊNCIA E DAR EXEMPLOS)

Ex1: AREIA - 70% Ex2: AREIA - 35%


SILTE - 20% SILTE - 20%
ARGILA - 10% ARGILA - 45%

- FALAR DA DIFERENÇA:
SOLO BEM DISTRIBUIDO X SOLO BEM SELECIONADO

- COLHENDO INFORMAÇÕES À RESPEITO DA GRANULOMETRIA DO SOLO PODEMOS TER


INDICAÇÕES DO TIPO:
- capacidade de armazenamento de água
- drenabilidade
- viabilidade para o cultivo
- ocorrência de aquíferos superficiais
- capacidade de retenção de resíduos tóxicos
- erodibilidade, etc.
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A FRAÇÃO FINA DO SOLO

- Em termos geotécnicos, a fração fina (argilo-mineral) é a fração mais importante (ativa) de um


solo devido à sua estrutura química.
- os argilo-minerais compõem-se basicamente de SILICATOS DE ALUMÍNIO HIDRATADOS
(podendo ocorrer ainda silicatos de Mg, Fe e outros metais hidratados)
- A estrutura destes argilo-minerais possuem 2 fases cristalinas:
uma SILÍCICA e outra ALUMÍNICA
- AS DIFERENTES ASSOCIAÇÕES DESTAS FASES É QUE VÃO FORMAR OS DIFERENTES
ARGILO-MINERAIS.

(MOSTRAR TRANSPARÊNCIA)

CAULINITA - união dos retículos é forte


ESMECTITA (MONTMORILONITA) - união dos retículos é fraca
ILITA - os íons não permutáveis faz com que a união dos retículos seja um pouco mais mais
estável que a esmectita.
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CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS PARA ENGENHARIA

- as principais classificações utilizadas na geotecnia vai depender da GRANULOMETRIA e da


ATIVIDADE DAS ARGILAS (índice de plasticidade)
- assim é nas Cassificações HRB e Unificada.
- há de se considerar que estas classificações foram originadas para resolver problemas
específicos de seus países de origem.

CLASSIFICAÇÃO MCT DE SOLOS TROPICAIS (NOGAMI & VILLIBOR)


- é uma classificação empírica e voltada para obras rodoviárias.
- calçada nos ensaios: - Mini - MCV (compactação)
- Perda de Massa por Imersão

(MOSTRAR TRANSPARÊNCIA E EXPLICAR SOLOS DE COMPORTAMENTO LATERÍTICO E


NÃO LATERÍTICO)
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COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 98
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 99
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COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 101
COLLARES, E.G FESP/UEMG GEOLOGIA 102

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