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RELEVO - AGENTES FORMADORES DO

RELEVO

O solo representa a camada superficial da crosta terrestre, na qual


nós vivemos e onde se acham fixados os vegetais. Essa camada
constitui o relevo ou modelado terrestre.
O relevo compreende também uma parte situada abaixo do nível do
mar, encoberta pelas águas.
Relevo é um conjunto de acidentes, irregularidades ou
desnivelamentos na superfície da crosta terrestre. É chamado
de relevo terrestre ou positivo, quando se encontra acima do nível do
mar; é denominado relevo submarino ou negativo, quando se acha
abaixo do nível do mar.
O relevo terrestre atual é, porém, apenas uma fase da longa evolução
de que resultou o modelado terrestre. Isto porque a natureza está em
permanente alteração e quase sempre são muito lentas as mudanças
que nela se operam. É necessário que decorram milhares de anos
para que se notem as modificações naturais do relevo.
As diferentes formas de relevo que a crosta terrestre apresenta são
provocadas por dois tipos de agentes ou forças:
• as internas, endógenas ou formadoras do relevo.
• as externas, exógenas ou modificadoras do relevo.

Agentes formadores do relevo


Os agentes internos, também chamados de endógenos ou
formadores do relevo, são forças que agem sobre o relevo,
acentuando ou aumentando as diferenças e os desníveis. Como
ocorrem nas camadas inferiores da crosta terrestre, ou seja, no interior
do planeta, são também denominados agentes estruturais.
As forças que agem sobre o relevo possuem as mais variadas causas:
• contração na crosta terrestre, devido ao resfriamento;
• deslocamento das massas continentais, ocasionando forças
laterais;
• pressão do magma.
Os agentes internos compreendem: o tectonismo, o vulcanismo e os
abalos sísmicos.
Tectonismo
O tectonismo é o mais lento e duradouro dos agentes internos e o
que promove as maiores alterações na paisagem. Ele se manifesta
por meio de pressões, provenientes do interior da Terra, que afetam a
superfície terrestre tanto no sentido vertical quanto no sentido
horizontal, de acordo com a natureza das rochas e a direção dessas
pressões.
As pressões verticais são denominadas falhas ou fraturas. As falhas
ocorrem quando rochas bastante rígidas recebem forças além de sua
resistência, provocando desnivelamento do solo, com elevações e
rebaixamentos, ou seja, movimentos de subida e de descida de
grandes áreas da crosta terrestre.

Falha geológica
Fonte: Observatório Sismológico da UNB
As pressões horizontais, denominadas dobras, são movimentos que,
embora lentos, encontram rochas sedimentares menos resistentes,
provocando o dobramento delas.
Vulcanismo

Vulcanismo é a atividade por meio da qual materiais oriundos do


interior da Terra chegam à superfície. Quando esses materiais
atingem a superfície terrestre, através de uma fenda ou abertura,
ocorre a erupção vulcânica. O relevo formado por vulcanismo
caracteriza-se por não ter relações com a estrutura do terreno onde se
localiza e por se formar com enorme rapidez. Isto porque o relevo é
formado de rochas vindas do interior do planeta, o que dá ao relevo
uma forma imprevista e artificial.
Algumas áreas de nosso planeta apresentam maior concentração de
vulcões. São elas:
• o Círculo de Fogo do Pacífico, que vai desde o Alasca até o
Chile, e da costa oriental da Ásia até a Nova Zelândia;
• o eixo do mar Mediterrâneo, que compreende a Itália, a Grécia
Insular e o Cáucaso;
• a dorsal do Oceano Atlântico, que é uma cadeia elevada no
fundo do oceano onde as ilhas representam os picos mais
elevados, abrangendo as Antilhas, os Açores, Cabo Verde e as
Canárias;
• as fossas da África Oriental, que incluem as costas do mar
Vermelho, parte da Arábia, Etiópia, Quênia e Tanzânia.
Abalos sísmicos
Os abalos sísmicos são estremecimentos sofridos por algumas áreas
da superfície terrestre, em função de deslocamentos de camadas
inferiores, e que se propagam por meio de vibrações. Quando ocorrem
nos continentes, os abalos sísmicos recebem o nome de terremotos;
já nos mares e oceanos, denominam-se maremotos.
Os terremotos manifestam-se como tremores da crosta e variam de
intensidade. Geralmente, são muito rápidos e com resultados
catastróficos, principalmente em áreas habitadas. Os terremotos mais
violentos chegam a abrir enormes fendas no solo, fazendo
desaparecer casas e pessoas. Estão relacionados a causas
vulcânicas e tectônicas e aos desmoronamentos internos.
Existe um aparelho, denominado sismógrafo, bastante preciso, que é
utilizado para registrar a ocorrência dos terremotos. Como as ondas
sísmicas propagam-se a grandes distâncias, os terremotos podem ser
registrados por sismógrafos situados a muitos quilômetros de distância
do epicentro, que é o ponto do interior da Terra onde se origina o
terremoto. Por meio desse aparelho, pode-se conhecer a duração, a
intensidade e o lugar de origem do terremoto.
Os principais locais de ocorrência de terremotos em nosso planeta
são: a orla do Oceano Pacífico, na região do Círculo de Fogo, os
Alpes, o Himalaia, a Ásia Menor, a África Oriental, etc.
Os abalos sísmicos podem também ocorrer no fundo dos oceanos:
são os maremotos. Os deslocamentos de camadas da crosta
repercutem no relevo submarino, provocando ondas de grande porte
(tsunamis). Se alcançarem ilhas ou litorais continentais, causam
enormes prejuízos à população.
Como vimos, os agentes internos acentuam o relevo, sendo que os
mais decisivos para o modelado terrestre são as lentas
transformações causadas pelo tectonismo, por meio das dobras e
falhas, embora os vulcões, as falhas e os terremotos estejam inter-
relacionados.
Agentes modificadores do relevo
Os agentes externos (exógenos), ou modificadores do relevo,
caracterizam-se pela ação lenta e constante sobre a superfície
terrestre, o que resulta em uma tendência a uniformizar o relevo. Uma
curiosidade sobre os agentes modificadores é que nunca atuam
independentemente uns dos outros. Estão relacionados uns aos
outros e a ação de cada um representa sempre um trabalho em
conjunto.
A ação dos agentes externos apresenta quase sempre três formas ou
processos distintos:
- erosão: altera completamente a paisagem, por meio do seu
trabalho de desgaste e destruição das rochas;
- transporte: permite que os detritos e as partículas
desagregadas pela erosão sejam levadas sempre em direção a
lugares mais baixos;
- deposição: é a consequência direta da erosão, uma vez que os
detritos, que decorrem do trabalho desta, acumulam-se no sopé
das montanhas, no fundo dos vales, nas margens dos rios, nas
depressões, etc. A contínua acumulação de sedimentos se
processa em camadas superpostas, promovendo o aterro de
lodaçais, lagos, mares costeiros ou fundos de vale, com o passar
do tempo.
Os agentes externos, responsáveis por toda essa alteração na
fisionomia da paisagem, são o intemperismo, as águas correntes, os
ventos, os oceanos, as geleiras e os seres vivos.

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