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Universidade Federal Fluminense / PROEX / COLUNI

Pré-Universitário Oficina do Saber


Disciplina: Geografia Data:
Código Google Classroom: ocyiqss

LITOSFERA II

ESTRUTURA GEOLÓGICA
A estrutura geológica e mineralógica da crosta terrestre está na base do modo de vida das
populações humanas, uma vez que fornece dezenas de recursos necessários à vida, como a produção
de alimentos (obtidos por meio do cultivo do solo), os materiais utilizados na construção de moradias
(tijolos, cimento, ferro), a geração de energia (petróleo, urânio), entre inúmeros outros. Confira a
seguir as principais estruturas geológicas da litosfera:

São os terrenos mais antigos da crosta terrestre, formados pelo choque de massas
continentais ocorrido há centenas de milhões de anos durante a era Pré-Cambriana (Arqueozoica e
Proterozoica). Os escudos cristalinos são constituídos de rochas magmáticas, ou seja, trata-se do
magma – material líquido-pastoso proveniente do manto – em estado sólido. As rochas magmáticas
dividem-se em duas categorias: as extrusivas, como o basalto, que são formadas com o esfriamento
rápido do magma na superfície terrestre; e as intrusivas, como o granito, que são resfriadas
lentamente dentro da crosta terrestre.

Os escudos cristalinos também exibem as rochas metamórficas, que são o resultado da


transformação das rochas magmáticas, sedimentares ou mesmo de outras metamórficas, por meio
de processos químicos e físicos nas grandes profundidades da Terra. O mármore, por exemplo, é
formado do calcário quando esse é submetido a altas temperaturas e pressão.

Foram formadas nas eras Paleozoica e Mesozoica, com a erosão das rochas dos escudos
cristalinos – após o desgaste dos maciços, seus sedimentos foram depositados em regiões mais
baixas. O acúmulo desses detritos, somado aos restos orgânicos, leva à formação de rochas
sedimentares pelo processo de litificação. Essa deposição é feita em camadas. O calcário, presente
em cavernas, o arenito e o carvão são exemplos de rochas sedimentares.

Trata-se das formações mais recentes da crosta terrestre, surgidas do choque de placas
ocorrido entre o fim da era Mesozoica e o início da Cenozoica. As rochas são mais flexíveis e situam-
se na zona de contato entre as placas tectônicas. Nessa região de grande instabilidade e frequentes
movimentos sísmicos encontram-se montanhas e vulcões ativos e extintos.

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São áreas da superfície localizadas em altitude inferior à das regiões próximas (depressão
relativa) ou abaixo do nível do mar (depressão absoluta). As depressões podem ser formadas de
várias maneiras: por deslocamento do terreno, remoção de sedimentos, dissolução de rochas ou até
por queda de meteoritos. O Mar Morto, situado 416 metros abaixo do nível do mar, é a maior
depressão do globo. Ele banha Israel, Jordânia e Cisjordânia e leva esse nome em razão da elevada
concentração de sal de suas águas – dez vezes superior à dos demais oceanos –, o que impede a
existência de qualquer forma de vida.

Também chamadas de dobramentos modernos, são grandes áreas elevadas resultantes do


choque de placas tectônicas. Os maiores picos do mundo ficam na Cordilheira do Himalaia, um
complexo montanhoso que se estende por cinco países asiáticos: Paquistão, Índia, Nepal, Butão e
China. Sua formação, iniciada há cerca de 70 milhões de anos, resulta do choque entre a placa
tectônica Indiana e a placa Eurasiática. O curioso é que a placa Indiana continua a se mover, fazendo
com que o Himalaia se eleve a uma taxa de 5 milímetros por ano.

São elevações de altitudes variadas, em que predomina o processo de erosão e cuja


composição rochosa pode ser de rochas sedimentares, cristalinas ou metamórficas. Os planaltos
apresentam superfície irregular, como serras e chapadas, e são delimitados por áreas rebaixadas em
um de seus lados. O continente africano se destaca pela presença de planaltos, com altitudes
predominantes entre 400 e 2 mil metros. Na porção leste/nordeste, destacam-se os planaltos da
Etiópia e o dos Grandes Lagos.

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São áreas de superfície relativamente plana, formadas por rochas sedimentares e nas quais
predominam os processos de deposição e acúmulo de sedimentos. Na maior parte das vezes, as
planícies são encontradas em baixas altitudes. Em geral, localizam-se próximas do litoral, como a
planície do norte europeu, ou de grandes rios ou lagos, como ocorre com a planície do Rio Amazonas.
Mas é bom ficar atento: não é a altitude de um relevo que determina se ele é uma planície; o principal
fator definidor é o acúmulo de sedimentos. Nas regiões elevadas, por exemplo, existem as planícies
de montanha, que são formadas de rocha sedimentar e delimitadas por aclives.

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RELEVO SUBMARINO
Escondido sob o cobertor das águas marinhas, o solo oceânico apresenta um rico relevo de
montanhas, planaltos e fossas profundíssimas. Como essas formas não estão expostas à erosão de
agentes externos, como o vento e as chuvas, os perfis são mais contrastantes e escarpados. Podemos
destacar três porções desse relevo submerso:

Formada por terras submersas que se prolongam das terras emersas, como uma orla em torno
dos continentes. Topograficamente, ela é uma superfície quase plana, formada pelo acúmulo de
sedimentos de origem continental. Vai até os 200 metros de profundidade, que também é o limite
da penetração da luz solar.

Formada por elevações de forma regular que surgem ao longo dos oceanos, como a Dorsal
Mesoatlântica. Essa cadeia de montanhas submersas tem mais de 10 mil quilômetros de
comprimento e se estende no sentido norte-sul pela região central do Oceano Atlântico. Sua
formação se deve ao afastamento das placas tectônicas, que permitiu que o magma chegasse à
superfície. Em alguns pontos, os picos se elevam acima do nível do mar e formam ilhas, como é o
caso do arquipélago de Fernando de Noronha, no Brasil. Há outras cordilheiras submarinas nos
oceanos Índico e Pacífico, todas com uma característica em comum: formam-se em locais onde as
placas tectônicas estão se afastando umas das outras. O afastamento é lento (menos de 2
centímetros ao ano), impulsionado pelas correntes convectivas do magma, que se eleva e forma
novas rochas ao se resfriar.

Também conhecidas como fossas abissais, são gigantescos abismos submarinos formados
quando uma placa tectônica é forçada para debaixo de outra, após uma colisão. O local mais
profundo dos oceanos é a Fossa das Marianas, um enorme vale submarino com 10.920 metros de
profundidade, localizado a leste das Ilhas Marianas, no Oceano Pacífico. Ela tem por volta de 2,5 mil
quilômetros de extensão e fica na fronteira entre duas placas tectônicas, a do Pacífico e a das
Filipinas. Caso o Monte Everest fosse colocado dentro da Fossa das Marianas, ainda restariam mais
de 2 mil metros de água entre seu pico e o nível do mar.

RELEVO EM MOVIMENTO
O relevo é resultado da dinâmica de fenômenos internos e externos sobre a camada mais
superficial da Terra, a litosfera. Depressões, planícies, planaltos e montanhas foram esculpidos no
decorrer de milhões de anos – e continuam em constante transformação. A qualquer momento, por
exemplo, terrenos podem ser elevados por pressões de dentro do planeta ou mesmo ser gastos por
agentes do intemperismo, mudando de cara e ganhando novas curvas.

Duas ações combinam-se para modelar o relevo: as forças internas ou endógenas, que dão as
linhas mestras do relevo, e as externas ou exógenas, que modificam as formas já existentes. Veja a
seguir as forças que esculpiram – e continuam esculpindo – os contornos do planeta.

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Também chamadas de endógenas, são as forças responsáveis por dar forma ao relevo. São
três os agentes internos do globo: o tectonismo, o vulcanismo e os abalos sísmicos.

 TECTONISMO
São os lentos deslocamentos das placas tectônicas, que podem ser verticais ou horizontais.
Quando é vertical (epirogênese), levanta ou abaixa a crosta durante um prolongado espaço de
tempo. É o que ocorre, por exemplo, na Península Escandinava, que se eleva alguns centímetros todo
ano.

Quando o movimento de uma placa em relação a outra é horizontal (orogênese), uma acaba
entrando embaixo da outra (a subducção). É o processo que resulta na formação das imensas cadeias
de montanhas e de fossas. Veja exemplos de como as placas tectônicas se movimentam.

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 VULCANISMO
Os vulcões são fendas na crosta terrestre por meio das quais o magma, o material em estado
líquido-pastoso vindo do manto, atinge a superfície. Existem dois tipos básicos de vulcão: o explosivo
e o não explosivo. O primeiro aparece nos pontos de encontro das placas tectônicas, os grandes
blocos que formam a litosfera – seu melhor exemplo está nos vulcões que desenham o Cinturão de
Fogo, em torno do Oceano Pacífico. Esse tipo se caracteriza também pela lava quase sólida, além de
expelir poeira e uma mistura de gases e vapor-d’água. A lava desses vulcões vem das profundezas da
Terra, onde a temperatura elevada derrete a rocha da crosta oceânica e faz com que ela se misture
à água do mar.

É justamente a presença de água que confere o caráter explosivo ao vulcão. Isso ocorre
porque, conforme a lava sobe, o vapor-d’água é liberado da rocha e esbarra numa tampa formada
pelo material endurecido da explosão anterior, aumentando a pressão até explodir de vez. Já os
vulcões não explosivos, como os do Havaí, ficam bem no meio de uma placa tectônica, longe do
choque entre elas. Esse tipo surge quando ocorre alguma fissura na crosta terrestre por onde a lava
pode escorrer. Essa lava é mais líquida e incandescente.

 ABALOS SÍSMICOS
São tremores na superfície terrestre causados pelo movimento das placas tectônicas ou em
virtude da grande energia liberada pelo vulcanismo. Eles se propagam a partir do hipocentro (foco
de contato entre as placas) em ondas pelas rochas, atingindo regiões distantes do epicentro (ponto
na superfície da Terra diretamente acima do local onde se registra a maior intensidade do tremor).
A cada vez que as enormes placas se encontram, grande quantidade de energia fica acumulada em
suas rochas. De tempos em tempos, o arsenal é liberado de forma explosiva – essa liberação pode
ser sentida por meio de terremotos que chacoalham as áreas continentais do globo, geralmente nas
bordas das placas. Quando os abalos sísmicos ocorrem no fundo oceânico, são batizados de
maremoto. Esses últimos podem causar os temíveis tsunamis, ou ondas gigantes.

Também chamadas de exógenas ou agentes esculpidores, são as forças que modelam o relevo
terrestre. Os principais agentes desse grupo são a erosão e o intemperismo:

 EROSÃO
A exposição prolongada a agentes naturais provoca o desgaste das rochas e dos solos. O
processo de desintegração e consequente transporte do material
decomposto recebe o nome de erosão. Veja os principais elementos
causadores desse fenômeno.

Ventos – As dunas dos desertos e as paisagens das praias são


exemplos clássicos de formação por erosão eólica.

Rios (vales, cânions e planícies) – Nos mais


diversos continentes são moldados pelo
movimento sinuoso das águas dos rios

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Mares – O choque das ondas do mar em
paredões litorâneos provoca o desgaste
da superfície, dando origem às falésias.

Geleiras – Os fiordes na Península Escandinava, no norte da


Europa, também são formados pelo deslocamento das geleiras e
pelo desgaste que elas provocam nas montanhas.

 INTEMPERISMO
É o processo de degradação das rochas provocado por fenômenos químicos e físicos.

O intemperismo químico ocorre quando a rocha tem sua composição química alterada pelo
efeito da água e da umidade no decorrer dos anos, provocando sua decomposição.

O intemperismo físico ou mecânico consiste na fragmentação das rochas por meio de alguns
dos seguintes processos:

• solidificação da água: a água em estado líquido se infiltra na fenda das rochas, onde fica
acumulada. Com a queda de temperatura, a água se solidifica, passando a ocupar um volume10%
maior que o do estado líquido, o suficiente para fragmentar a rocha.

• raízes de plantas: o crescimento das raízes das árvores por entre as rochas alarga as fendas
e ajuda a desintegrar sua estrutura.

• variação de temperatura: em locais onde a alteração da temperatura diária é mais


constante – como nos desertos ou em regiões próximas aos polos –, as rochas estão sujeitas a
contrações e dilatações frequentes. Com o tempo, esse processo provoca fraturas em sua
composição.

RELEVO DO BRASIL
Apesar de o Brasil ser uma nação relativamente jovem, com pouco mais de 500 anos,
contando a partir da chegada dos portugueses, seus terrenos são de outras eras. Tudo teve início há
cerca de 4,5 bilhões de anos, quando a litosfera começou a se formar, com o resfriamento do magma,
e, mais tarde, com os movimentos das placas tectônicas. Nesses primórdios da história terrestre,
durante a era Arqueozoica, as primeiras rochas deram origem aos escudos cristalinos, ou maciços
antigos, um dos dois tipos de formação geológica que ocorrem no Brasil. Do longo processo de
erosão dos escudos cristalinos surgiu o outro tipo de estrutura geológica do país: as bacias
sedimentares. Presentes na maior parte do território, são constituídas de rochas formadas pela
desagregação de outras rochas e de diferentes materiais.

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Em razão dessa formação antiga, e sofrendo há milênios com a erosão de agentes do
intemperismo como ventos e chuva, as altitudes por aqui são modestas: aproximadamente 40% do
território se encontra abaixo de 200 metros de altitude e cerca de 90% não passa de 900 metros.
Outro fator para termos um relevo considerado tão baixo é a ausência dos dobramentos modernos
que deram origem a imensas cadeias de montanhas, como os Alpes e os Andes. Isso ocorre porque
o Brasil se localiza bem no meio da placa Sul-Americana, longe das zonas de choque entre as placas
tectônicas, onde se dão os movimentos de soerguimento ou afundamento das placas.

Sem as cadeias de montanhas, sobram-nos outros três principais tipos de relevo: planaltos,
planícies e depressões. Com base nisso, no decorrer dos anos, os estudiosos propuseram várias
classificações do perfil geográfico brasileiro. A mais aceita foi estabelecida, nos anos 1990, pelo
geógrafo Jurandyr Ross, da Universidade de São Paulo (USP). Considerando o processo de formação
dos diversos relevos do mundo, e também a altitude das formações do Brasil, Ross chegou à definição
de 28 estruturas no país: 11 planaltos, 11 depressões e 6 planícies. Veja na figura abaixo

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RECURSOS MINERAIS
As rochas são agrupamentos de minerais que formam a crosta terrestre e se desenvolveram
no decorrer de bilhões de anos. Entre as mais de 3,5 mil variedades de rochas, estão os minérios,
dos quais podemos extrair substâncias de interesse econômico. No conjunto dos minérios,
distinguem-se aqueles utilizados para a obtenção de metais, como o alumínio, o ferro, o magnésio e
o titânio. Embora os minérios metálicos tendam a se concentrar em maciços rochosos por toda a

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crosta terrestre, os depósitos mais explorados encontram-se em rochas metamórficas, nos escudos
cristalinos da crosta continental.

O ouro e a platina são os únicos minérios metálicos que ocorrem principalmente na forma de
metais na natureza. Zinco, prata, ferro, cobre e outros metais também podem ser achados no estado
primário, mas normalmente estão associados a outros minerais. Nesses casos, os minérios são
reduzidos pela metalurgia para se transformar em metais. As substâncias minerais são utilizadas
como matéria-prima em diversos processos de manufatura. Alguns exemplos são: o alumínio e o
ferro na construção civil; o manganês na fabricação de fertilizantes e pilhas; as argilas na fabricação
de cerâmicas; o zircônio na fabricação de pisos e revestimentos; e o caulim na fabricação de papel e
celulose, vidros e tintas.

Com aproximadamente 36% de seu território formado por escudos cristalinos, o Brasil possui
algumas das reservas minerais mais ricas do planeta, incluindo minério de ferro, bauxita (alumínio),
cobre, zinco, cromo, níquel, calcário e argila. A maioria dos minérios metálicos do Brasil encontra-se
em Minas Gerais, na região chamada Quadrilátero Ferrífero, e no Pará, na província mineral de
Carajás. Os dois estados respondem por quase dois terços de toda a produção mineral brasileira.

Outras unidades da federação também abrigam importantes reservas minerais. Rio Grande
do Sul e Santa Catarina, por exemplo, destacam-se pelo carvão. Já Bahia e Espírito Santo estão entre
os principais produtores de pedras preciosas do Brasil, enquanto Goiás tem significativas jazidas de
cobre. Veja no mapa onde se localizam as principais jazidas minerais no país.

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Principal fonte de energia mundial, o petróleo é um combustível fóssil 1 formado da
decomposição de matérias orgânicas em ambientes marinhos. O acúmulo de restos de animais e
vegetais microscópicos que se precipitam no fundo marinho origina bacias sedimentares, nas quais,
em milhões de anos, a ação de microrganismos, o calor e a pressão intensos reduzem a matéria
orgânica a uma massa viscosa de carbono e hidrogênio – o petróleo. Infiltrando-se por rochas
porosas, ele migra para regiões de menor pressão até sair para a superfície ou topar com uma
camada impermeável. Bloqueado, o petróleo se acumula nos poros e fraturas das rochas
sedimentares, de onde é extraído. As regiões mais propícias para a formação do petróleo são mares
interiores, baías e golfos. As reservas existentes no interior dos continentes resultam de áreas
originalmente marinhas que foram erguidas por meio de movimentos na crosta terrestre ou do óleo
que migrou das rochas geradoras até as rochas armazenadoras através das fissuras.

Desde que foram descobertas as reservas de petróleo no campo de Tupi, na Bacia de Santos,
em 2007, um novo termo passou a frequentar os noticiários: o pré-sal. Trata-se do nome que os
geólogos dão à camada de rochas porosas que se localiza abaixo de uma espessa camada de sal no
subsolo marinho. É lá que ficam os grandes reservatórios de petróleo, em uma faixa que se estende
por 800 quilômetros na área marítima entre o Espírito Santo e Santa Catarina, a mais de 7 mil metros
de profundidade. A exploração do petróleo no pré-sal pode fazer o Brasil dobrar suas reservas, que
estão em torno de 15 bilhões de barris. As jazidas do pré-sal começaram a se formar há mais de 100
milhões de anos, quando o supercontinente Gondwana se partiu, dando origem aos continentes sul-
americano e africano. Na Bacia de Campos, o principal campo petrolífero brasileiro localizado na
camada pós-sal, o óleo está armazenado em rochas com predomínio de silício. No pré-sal, a
substância encontra-se armazenada em rochas constituídas essencialmente de carbonato de cálcio
e magnésio, o que dificulta o trabalho dos geólogos. Mesmo com esses desafios, a extração nos poços
da camada do pré-sal já responde por quase metade do total de petróleo produzido no país,
ultrapassando a marca de 1 milhão de barris por dia.

1 Eles recebem esse nome pois se formaram a partir da fossilização de seres vivos: do plâncton marinho,
no caso do petróleo e do gás natural, e de florestas e pântanos no caso do carvão mineral. As reservas
atualmente exploradas são resultantes da deposição e decomposição ocorridas em tempos geológicos
passados.

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A ÉPOCA DO ANTROPOCENO

Do Big Bang aos dias de hoje, a Terra já passou por intensas transformações nesses quase 5
bilhões de anos. As principais mudanças podem ser observadas através de uma linha do tempo
conhecida como Escala de Tempo Geológica. Ela estabelece os grandes eventos pelo qual o planeta
passou a partir de uma classificação em eras, períodos e épocas.

Faz 11.700 anos que estamos na época do Holoceno. Ou estávamos. As marcas que o homem
vem deixando no planeta são tão intensas que já teriam provocado mudanças que justificariam o
início de uma nova época geológica: o Antropoceno. É o que defende os cientistas do Grupo de
Trabalho do Antropoceno. Este novo tempo geológico teria começado na década de 1950, com a
expansão sem precedentes da população e do consumo.

Como evidências, os cientistas dizem que sedimentos na crosta terrestre e no oceano contém
resíduos de plástico, de concreto e de alumínio, além de fuligem decorrente da queima de
combustíveis fósseis e radiação nuclear. A ação do homem já teria dado origem, inclusive, a 208
novos minerais nos últimos 200 anos.

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