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Relevo associado a Rochas Magmáticas

Introdução
O relevo atual não foi sempre assim, pois a superfície da Terra é dinâmica, a Terra é um
planeta “vivo”, através dos processos endógenos e exógenos, a superfície do planeta foi
se modificando ao longo do tempo geológico, deixando marcas de sua história nas
sucessivas camadas que foram dando origem ao relevo atual solar. As forças endógenas
e exógenas são responsáveis por modelar e/ou esculpir a superfície do planeta Terra. As
formas de relevo que visualizamos no dia a dia são o resultado da atuação dessas forças
ao longo de milhões ou bilhões de anos.

Relevo

O relevo pode ser definido como as formas da superfície de um planeta. O relevo se


origina e se transforma sob a interferência de dois tipos de agentes: os agentes internos e
externos. Os primeiros, também chamados de endógenos, atuam de dentro para fora,
como o vulcanismo e o tectonismo.

O papel dos processos endógenos na formação do relevo

Os processos endógenos ou geodinâmicos internos, correspondem aos processos


geológicos que atuam no interior da Terra. O fluxo da matéria do interior para o exterior
ou vice-versa é contínuo e constitui o ciclo das rochas, no qual as massas rochosas são
impulsionadas para a superfície, acentuando o relevo e impedindo o aplainamento
generalizado oriundo dos processos exógenos.

A conjunção dos processos endógenos, presentes durante toda a evolução da história


geológica da Terra, ocasiona a dinâmica da litosfera e, consequentemente, a formação
das cadeias de montanhas, das fossas oceânicas, do deslocamento de porções
continentais e das atividades magmáticas em grandes extensões da crosta terrestre.

Em zonas tracionadas por correntes convectivas ascendentes, a crosta oceânica é


formada por sucessivas injeções de magma básico, dorsais são estruturadas, e o assoalho
submarino é arrastado, simetricamente, para fora da cordilheira oceânica, levando
consigo porções continentais mais leves e de natureza siálica. (PENHA, 2009).
Ainda de acordo com o mesmo autor, em zonas compressivas, presumivelmente geradas
por correntes convectivas descendentes, ocorre a formação de cordilheiras, favorecendo
assim o aparecimento de cinturões orogenéticos, zonas de subducção e,
consequentemente, a formação de arcos de ilhas e fossas oceânicas. Desse modo, podem
ser visualizadas as colisões de crosta oceânica, bem como, continental. Assim,
movimentações tectônicas intensas são encontradas, ocasionando dobramentos e
falhamentos da crosta em larga escala, bem como a presença de terremotos e vulcões.

A ascensão do magma, na litosfera, pode ocorrer de forma ativa, ocasionando a


formação de corpos intrusivos de aspecto globular, que forçam e deformam as rochas
envolventes, possibilitando a formação de corpos circunscritos com características
dômicas (meia esfera), bem como, pode ocorrer de forma passiva, sem deformar ou
arquear as rochas encaixantes. (PENHA, 2009). Ainda de acordo com o mesmo autor, é
evidente que tais condições intrusivas podem influenciar as formas do relevo, seja pela
erosão diferencial, seja pela deformação das formações rochosas envolventes, quando
esses corpos magmáticos ficam expostos na superfície por meio da denudação.

Exemplo de processos endógenos – que atuam na parte interna(dentro) da terra -


movimento das placas tectônicas, libertação de material do interior da terra que forma
rochas, cordilheiras montanhosas e a própria crosta terrestre.

A atuação dos fenômenos Magmáticos no relevo

As rochas ígneas ou magmáticas resultam do processo de resfriamento e/ ou


consolidação do material em estado de fusão proveniente do manto, o chamado magma.
Estas podem ser intrusivas ou plutônicas (solidificação no interior da crosta) e
extrusivas ou vulcânicas (solidificação na superfície).

A ascensão do magma, na litosfera, pode ocorrer de forma ativa, ocasionando a


formação de corpos intrusivos de aspecto globular, que forçam e deformam as rochas
envolventes, possibilitando a formação de corpos circunscritos com características
dômicas (meia esfera), bem como, pode ocorrer de forma passiva, sem deformar ou
arquear as rochas encaixantes. (PENHA, 2009). Ainda de acordo com o mesmo autor, é
evidente que tais condições intrusivas podem influenciar as formas do relevo, seja pela
erosão diferencial, seja pela deformação das formações rochosas envolventes, quando
esses corpos magmáticos ficam expostos na superfície por meio da denudação.

Fig.1 Rochas Magmáticas

Rocha ígneas ou Magmáticas segundo a sua origem

Dependendo de onde e como de arrefece o magma, podemos dividir as rochas ígneas da


seguinte forma:

 Rochas plutónicas ou intrusiva

As rochas ígneas plutónicas ou intrusivas, originam-se a partir da solidificação de


magma no interior da crosta terrestre. O magma arrefece lentamente, permitindo aos
minerais formar grandes cristais visíveis a olho nu. Assim, as rochas plutónicas são
consideradas rochas de granulação grosseira. O granito é um ótimo exemplo de uma
rocha ígnea plutónica. As rochas magmáticas ou ígneas plutónicas como esta têm
origem em intrusões magmáticas chamadas plutões (daí o seu nome). 

Este tipo de rochas só aparecem uma vez que a erosão que cobre a intrusão é
removida pelas rochas. Nas rochas plutónicas, denomina-se afloramento a massa de
rocha que fica exposta. O melhor lugar para ver como afloram este tipo de rochas, são
as montanhas que podem cobrir enormes áreas da superfície terrestre.
Fig.2 Rocha Magmática Plutônica ou Intrusiva - Granito

 Rochas vulcânicas ou extrusivas

As rochas que se formam na superfície terrestre pela solidificação do magma,


geralmente depois de uma erupção vulcânica, denominam-se rochas vulcânicas ou
extrusivas.Como o arrefecimento se produz de maneira mais rápida que nas rochas
intrusivas, os iões dos minerais não podem formar-se em grandes cristais.

As rochas vulcânicas são consideradas de granulação fina e os seus cristais não


podem ser vistos a olho nu. O basalto é uma das rochas mais comuns, muito utilizada
para cimentos e pavimento, por exemplo.

Fig.3 Basalto o principal exemplo de Rocha Magmática Vulcânica ou Extrusiva


As principais formas do relevo terrestre

No que tange ao relevo terrestre, podemos destacar quatro formas fundamentais: as


cadeias de montanhas, os planaltos, as depressões e as planícies. Além de suas
características estruturais, a gênese e o desgaste são importantes elementos utilizados
para diferenciar as principais formas de relevo.

As cadeias de montanhas, os planaltos e as depressões relativas são constantemente


erodidos pelos agentes exógenos, enquanto as planícies e as depressões absolutas
recebem sedimentos das áreas mais elevadas.

 Cadeias de Montanhas

As informações que seguem, as quais fazem alusão às formações montanhosas, foram


extraídas do Dicionário Geológico-Geomorfológico, de Guerra e Guerra (1997, p. 436-
437).

Montanha é uma grande elevação natural do terreno, com altitude superior a 300
metros e constituída por um agrupamento de morros. A orogênese é o ramo da geologia
que estuda a origem e a formação das montanhas.

As montanhas podem ser classificadas segundo alguns critérios:

a) Quanto à origem: montanhas de dobras; montanhas de falhas; montanhas


vulcânicas e montanhas de erosão.

Esta classificação simplista, quanto à origem, tem apenas função didática para a
sistematização de um conhecimento muito mais complexo das formas que
aparecem na natureza. Os tipos, por exemplo, de montanha de dobra e de falha,
dificilmente podem ser separados na natureza, pois é comum o aparecimento
simultâneo de dobramentos e falhamentos, carreamento e, por vezes, até mesmo
o vulcanismo, por ocasião da manifestação das forças orogênicas.

Quanto às montanhas de erosão, restringem-se, mais especialmente, a


testemunhos e são de pequena extensão. Não se deve considerar as formas
resultantes do trabalho erosivo, pondo em destaque as estruturas produzidas pelo
tectonismo e pelo vulcanismo (montanhas de deslocamento e vulcânica), com
montanhas de erosão, pois aquelas têm grande extensão.
b) Quanto à idade: montanhas novas; montanhas velhas e montanhas
rejuvenescidas.
As montanhas novas são aquelas que têm formas aguçadas, cuja origem
ocorreu, de modo geral, na era terciária. Quanto às montanhas velhas, são
aquelas que já sofreram o trabalho de vários ciclos de erosão, tendo suas formas
e suas altitudes bastante suavizadas e rebaixadas. As montanhas rejuvenescidas
são aquelas que, depois de modeladas pela erosão, sofreram nova movimentação
orogenética, dando novamente formas aguçadas.

c) Quanto à altitude: no que concerne à altitude, as montanhas podem ser


classificadas de modo geral em duas categorias:
Montanhas baixas → são aquelas cujo relevo relativo apresenta
desnivelamentos que oscilam de 300 a 900 metros, medidos numa área de 100
km².
Montanhas altas → são aquelas que apresentam desnivelamentos relativos
superiores a 900 metros, medidos numa área de 100 km².

Fig.4 Machu Picchu (Peru). Paisagem localizada nas montanhas da Cordilheira dos
Andes

 Planaltos
São relevos geralmente aplainados, situados em altitudes variáveis. Também
podem ser chamados de platôs. Destacam-se em relação às áreas circundantes.
As bordas dos planaltos são irregulares e apresentam saliências e reentrâncias
resultantes da ação dos agentes erosivos (ação da água e do vento). Em virtude
destes agentes, os planaltos correspondem às formações mais antigas do relevo
terrestre.
É importante destacar que os planaltos, de acordo com a composição das rochas
dos quais são formados, podem ser classificados em planaltos cristalinos,
planaltos sedimentares e planaltos basálticos.

Planaltos cristalinos → podemos dizer que os planaltos cristalinos são


considerados “restos” de antigas montanhas que foram desgastadas pelos
agentes erosivos. São constituídos de rochas cristalinas ígneas intrusivas e
também metamórficas..
Planaltos sedimentares → foram originados de áreas de rochas sedimentares,
que foram soerguidas por movimentos internos da crosta.
Planaltos basálticos → são constituídos de rochas ígneas extrusivas ou
vulcânicas.

Fig.5 Chapada Diamantina (BA), um clássico exemplo da constituição de


planaltos

 Planícies

São áreas relativamente planas, geralmente extensas, e são formadas pela deposição dos
sedimentos. De acordo com o Dicionário Geológico-geomorfológico, existem também
planícies que podem estar a mais de 1.000 metros de altitude. São as chamadas planícies
de nível de base local, ou planícies de montanhas.

As planícies podem ser classificadas, quanto à situação, em: planícies marítimas e/ou
costeiras, continentais e lacustres. Em geral, as planícies ficam ao lado e abaixo dos
planaltos e das montanhas, que são áreas onde há o predomínio da erosão. Podem estar
associadas a várias origens, tais como: vales fluviais, sedimentos trazidos pelos ventos,
geleiras, dentre outros.

Fig.6 -Planicie do Pantanal

 Depressões
São áreas rebaixadas em relação aos relevos circundantes. As depressões
situadas abaixo do nível do mar são chamadas de depressões absolutas, a
exemplo do Mar Morto, na Ásia, localizado a 396 metros abaixo do nível do
mar.

As depressões situadas abaixo das áreas que as circundam e acima do


nível do mar são denominadas de depressões relativas. As depressões podem
ter dimensões, formas e origens bem variadas. Pode-se, por exemplo, chamar um
vale de depressão longitudinal em relação ao relevo circundante. Outro exemplo
é uma fossa tectônica.
Fig.7 Imagem de satélite do Mar Cáspio, depressão absoluta com 92 metros abaixo do
nível do mar

A atuação dos fenômenos Metamórficos

As rochas metamórficas resultam da transformação (metamorfização) de rochas


preexistentes (magmáticas, sedimentares e as próprias metamórficas) em condições de
pressão e de temperaturas muito elevadas. Dependendo da pressão e da temperatura, as
rochas metamórficas poderão mudar ou não a composição mineralógica, mas a textura
obrigatoriamente muda.

É importante relembrar que são identificados três cenários ou tipos de metamorfismo


fundamentais: regional ou dinamotermal, de contato ou termal e dinâmico ou
cataclástico. No que concerne ao metamorfismo regional, não podemos deixar de
abordar a sua importância como fenômeno plutônico, pois vastas porções da crosta
podem ser afetadas, originando tipos rochosos comuns, como o escudo brasileiro e o
canadense (pré-cambrianos).

As rochas variam em composição, bem como o grau de cristalinidade, sendo o maior


para os gnaisses, onde alguns minerais chegam a ser centimétricos e de grande
influência no relevo de terrenos muito antigos, como o denominado Complexo
Cristalino. (PENHA, 2009). É claro que um gnaisse rico em cristais centimétricos de
feldspato potássico (gnaisse facoidal) manifestar-se-á diferentemente, por exemplo, dos
filitos e os micaxistos, isso porque são mais débeis e susceptíveis à erosão. O quartzito,
por exemplo, quando exposto na superfície, tende sempre a formar relevo positivo e
cristas, nem sempre ocorrentes em arenitos. (PENHA, 2009).

Estrutura geológica do relevo de Cabo – Verde


Características do relevo de Cabo – Verde

O arquipélago de Cabo Verde apresenta formas de relevo bastante diversificadas, tendo


cada ilha a sua especificidade.
Como as ilhas são vulcânicas, o relevo é geralmente muito acidentado. É o que se
verifica nas ilhas de Santiago, Fogo, Brava, S. Nicolau e Santo Antão, onde o relevo é
bastante acidentado, com altas montanhas, vales com altas montanhas, vales estreitos e
profundos, grandes planaltos e achadas.

Ilha de Santo Antão)

Porém, nas ilhas orientais (Sal, Boavista e Maio), a superfície é relativamente plana,
com pequenas elevações e circundadas por extensas praias marítimas.

Fig9 - Praia na ilha da Boavista

A maior elevação do país é o vulcão do Fogo, com 2829 metros de altura. Outros pontos
do país altos situam-se na ilha de Santo Antão – Topo de Coroa, com 1 979 metros e em
Santiago – o Pico de Antónia com 1 373 metros.
Fig.10 Vulcão do Fogo Fig.11 Pico de Antónia

Encontram-se praticamente em todas as ilhas formas vulcânicas estruturais bem


conservadas, como cones, crateras e caldeiras.
Com exceção do Maio, em todas as ilhas podem ser vistos vestígios de cones vulcânicos
em diferentes fases de conservação e a diferentes altitudes. Nas ilhas de Santo Antão,
São Nicolau, Sal e Brava, constituem os pontos mais elevados.
Existem também crateras no Fogo (caso do Pico), no Fundo Grande, na Brava, em
Viana (São Vicente), Tope da Coroa e Cova, em Santo Antão.
Para além das formas de relevo vulcânicas, encontram-se outras associadas a rochas
sedimentares: são os casos das acumulações arenosas depositadas sob a acção do vento,
que se registam em todas as ilhas, muito embora tenham atingido maiores extensões no
grupo oriental.

Em alguns casos, estas acumulações originaram dunas com a sua forma expressiva em
crescente, como na Boavista, onde se pode observar cerca de uma dezena de
exemplares.

Dunas na ilhas da Boavista


Fontes:

file:///C:/Users/User/Documents/livro[388]%20geomorfologia.pdf

https://ingeoexpert.com/pt/blog/2020/11/16/rochas-igneas-tipos-e-caracteristicas/

https://antoniocv.wordpress.com/2015/09/03/o-relevo-de-cabo-verde/

Fig.2-Imagemhttp://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?
foto=1749&evento=6

Fig.3- Imagem https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/rochas-Igneas.htm

Fig.4 e Fig.5 -Imagem https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/formas-relevo.htm

Fig.6 e Fig7- Imagemhttps://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/formas-relevo.htm

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