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RELEVO

Relevo

 Trata-se do conjunto das formas da crosta terrestre,


manifestando-se desde o fundo dos oceanos até as terras
emersas. Encontramos formas diversas de relevo:
montanhas, planaltos, planícies, depressões,
cordilheiras, morros, serras, inselbergs, vulcões,
vales, escarpas, abismos, Cuestas, etc.

 O relevo é o resultante da ação de dois agentes:os


internos e externos.
O Relevo e Seus Agentes
A formação do relevo e a constante transformação de
suas formas ocorrem devido à ação de:

Agentes internos ou endógenos Agentes externos ou exógenos


São as forças internas do planeta, Existem agentes externos, na
causadas pelas pressão e altas superfície terrestre, que modificam o
temperaturas das camadas mais relevo, não tão rapidamente como os
profundas. Geralmente essas vulcões ou terremotos, mas sua ação
manifestações são violentas e contínua transforma lenta e
rápidas, como é o caso dos ininterruptamente todas as
terremotos e vulcões. Esses paisagens da Terra. A ação dos
movimentos são construtores e ventos, do intemperismo e da água
modificadores do relevo terrestre, sobre a crosta terrestre determinam
podendo levar milhões de anos ou a erosão.
apenas um dia.
Agentes Formadores do Relevo
(Endógenos)
 São responsáveis pela formação do relevo. Os agentes

Internos ou endógenos são processos estruturais que atuam

do interior para o exterior do planeta :

 Tectonismo

 Vulcanismo

 Abalos sísmico
Os Agentes Internos (Endógenos)
São processos que têm sua origem no interior da Terra,
como o vulcanismo, o tectonismo e os abalos
sísmicos.
Vulcanismo
É a atividade pela qual os
materiais vindos do manto
atingem a superfície.

Lavas, cinzas e gases.

Através de fendas ou aberturas da


crosta terrestre.
A acumulação e consolidação da lava
expelida pelos vulcões podem dar origem a
montanhas e ilhas. Vulcão Stromboli, na Itália.
Tectonismo:
 O movimento das placas tectônicas traz, em sua
dinâmica, resultados que podem ser observados na
superfície. Os terremotos, o vulcanismo, as rochas
dobradas e falhadas são exemplos claros de que toda a
crosta esteve e está em constante movimento.

 Esses movimentos são denominados tectônicos e são


classificados em dois tipos:
 Orogênese (movimentos tectônicos no sentido horizontal)

 Epirogênese (movimentos tectônicos no sentido vertical)


Epirogênese
é uma expressão criada por Gilbert, em
1890, a denominação teve como objetivo
principal designar o fenômeno geológico
que resulta em movimentos tectônicos no
sentido vertical. Caso esse movimento seja
para cima, recebe o nome de soerguimento
e para baixo, subsidência.

Orogênese
é um movimento tectônico que ocorre de
forma horizontal, e pode ter duas
configurações: convergente, quando duas
placas se chocam; e divergente, quando
duas placas se afastam. A primeira
provoca o surgimento de dobramentos e
cordilheiras e a segunda responde pela
formação das dorsais (cordilheiras
submarinas).
Abalos Sísmicos
Terremoto ou abalo sísmico é uma vibração da
superfície terrestre produzida por forças
naturais situadas no interior da crosta a
profundidades variáveis. Podem ser também
associados à ação humana quer direta ou
indiretamente nas atividades de extração de
minerais, água ou petróleo.
Quando esses abalos ocorrem nos
continentes são chamados de
terremotos; já quando acontecem nos
oceanos correspondem aos
maremotos, que podem resultar na
formação de ondas gigantescas
denominadas tsunamis.
O tsunami destruiu a cobertura vegetal que havia no litoral sudoeste da
Tailândia (acima, fotos de satélite de 2003 e de 2004, três dias após as
ondas). O padrão de distribuição de sedimentos submarinos também foi
alterado. O depósito arenoso na ponta da praia, por exemplo, foi erodido.
Agentes Externos de Relevo
(Exógenos)
O relevo terrestre encontra-se em permanente evolução,
pois os agentes externos trabalham contínua e
incessantemente modelando a paisagem terrestre.
Principais agentes externos:

Intemperismo

Antropicidade
Intemperismo

É o conjunto de processos químicos e físicos, (ação da


água, do vento, do calor, do frio e dos seres vivos)
que provocam o desgaste e a decomposição das
rochas. Podem ser físicos e químicos.
 Físico – A desintegração e a ruptura das rochas
inicialmente em fendas, progredindo para partículas
de tamanhos menores, sem, no entanto, haver
mudanças na composição química. Exemplos de
processos físicos de meteorização: congelamento da
água, variação de temperatura, decomposição
esferoidal, esfoliação, destruição orgânica.
 Químico – Realizam-se em presença da água e
dependem da ação de decomposição da água
juntamente com o CO2 dissolvido e, em alguns
casos, ácidos orgânicos formados pela
decomposição de resíduos de vegetais. Exemplos de
processos químicos de intemperismo: oxidação dos
solos ferrosos, maresia em áreas litorâneas.
Agentes Externos: Esculpidores da
Paisagem
As formas de relevo criadas pelas forças do interior da Terra sofrem
constantes modificações provocadas por agentes externos do relevo.

Água Vento Seres vivos

O desgaste das rochas causado pelo intemperismo


origina as rochas sedimentares.
Antropicidade
 Consiste na atuação direta ou indireta do ser
humano sobre o planeta.
Agentes modeladores
A incrível força da natureza
esculpindo as rochas

Parque Nacional Grand Canyon, no Arizona, Estados Unidos (2006).


Formas de Relevo

PRINCIPAIS ESTRUTURAS DE RELEVO:

 PLANALTO

 PLANÍCIE

 DEPRESSÃO

 MONTANHAS
Formas de Relevo Continentais
Montanhas: formadas pela ação de forças tectônicas

Jovens: formadas em épocas Velhas: formadas em eras mais remotas.


geológicas recentes. Apresentam Tendo sido afetadas pela erosão, apresentam
maiores altitudes. altitudes mais moderadas.

Montanhas jovens
no Parque Nacional
Los Glaciares, na região
patagônica
(Argentina, 2000)
Formas de Relevo Continentais
Planalto: superfícies onde predomina intenso
processo de erosão.

Situam-se entre 200 metros Apresentam forma aplainada


e 2 mil metros de altitude. ou morros, serras ou
elevações íngremes de topo
plano (chapadas).

Morro do Pai Inácio, na Chapada


Diamantina (Bahia, 2008)
Formas de Relevo Continentais
Planícies: poucas irregularidades e forma quase plana

Baixas altitudes Sedimentação constante devido


(até 100 metros) aos movimentos das águas do
mar, de rios, de lagos etc.

Planícies Planícies fluviais Planícies lacustres


litorâneas
Depressões
Relativa: Partes mais baixas em relação
às formas de relevo que as circundam.
Apresentam uma leve inclinação e são
também caracterizadas por um processo
de erosão, que é um aspecto
determinante na sua formação.

Quando as depressões se encontram


abaixo do nível do mar, recebem o
nome de depressões absolutas.

O mar Morto, na Ásia,


é um exemplo de
depressão absoluta. Depressão Sertaneja /São
Ele está metros Francisco
abaixo do nível do
mar.
As Diferentes Classificações do Relevo Brasileiro
Professor Aziz Ab’Saber / anos 60

Professor Aroldo
de Azevedo Anos
40/50

Professor Jurandyr Ross Anos 90


Classificação de Aroldo de Azevedo:
elaborada na déc. De 40, levou em consideração as cotas altimétricas (altitude)
do relevo. Planalto: superfície levemente ondulada com mais de 200 m de
altitude. Planície: superfície aplainada com menos de 200 m de altitude.
Classificação de Aziz AB Sáber:
Classificação publicada em 1958, onde se definia: Planalto : superfície
suavemente ondulada, onde se verifica o domínio do processo
erosivo(desgaste). Planície: superfície onde o processo de sedimentação é
mais atuante e independe do nível altimétrico.
Classificação de Ross
 Proposta pelo professor Jurandyr Ross, divulgada em 1989.
Utiliza os processos geomorfológicos para elaborar a sua classificação,
porem diferente das classificações anteriores, Ross, usa recursos mais
modernos como a aerofotogrametria , (fotos aéreas, projeto Radam Brasil) e
reformulou a classificação do relevo brasileiro, elevando para 28 o número
de grandes unidades de relevo.
Além disso, ao invés de se prender às divisões anteriores entre planaltos e
planícies, introduziu um novo conceito, o de depressão.
 Destaca três formas principais de relevo: planaltos, planícies e
depressões. Define cada macro unidade da seguinte forma:
PLANALTO, superfície irregular, com altitude acima de 300 metros e
produto de erosão;
PLANÍCIE, área plana, formada pelo acúmulo recente de sedimentos;
DEPRESSÃO, superfície entre 100 e 500 metros de altitude, com
inclinação suave, mais plana que o planalto e formada por processo de
erosão.
O relevo brasileiro
Características
Mapa Relevo brasileiro

Predominam os planaltos de baixa


altitude ( até 1200m ) e as planícies.
O relevo brasileiro não possui grandes
altitudes . Este fato pode ser explicado
pela antiguidade de seus terrenos (em
geral, pré-cambrianos ) que vem
sofrendo o ataque dos agentes de
erosão há milhões de anos.
Planalto, Planícies e Depressões são as
principais formas de relevo . O Brasil
não apresenta cadeias de montanhas
ou dobramentos modernos .

As Cores variam de acordo com níveis de


altitude indo dos mais baixos ( verde) aos mais
elevados ( marrom)
Classificação de Aroldo de Azevedo

 Primeira classificação.
 Recursos limitados.
 4 grandes planícies.
 2 grandes planaltos.
 Subdivide o planalto
brasileiro em 3 sub-
unidades.
Classificação de Aziz Ab’Saber

 Feita por um discípulo de


Aroldo de Azevedo.
 Número de planícies
permanece a mesma.
 2 grandes planaltos.
 Subdivide o planalto
brasileiro em 6 sub-
unidades.
Classificação de Jurandyr Ross

 Realizada na déc. 80.


 Resultado do Projeto
RADAM-Brasil.
 Divide o país em 28
unidades de relevo.
 Predomina planaltos
baixos e depressões.
 Planícies com áreas
pequenas e limitadas.
REPRESENTAÇÃO DO RELEVO DO SOLO
É de grande importância a
representação gráfica da
superfície de um terreno
(superfície topográfica) onde se
vai locar uma determinada obra.
A superfície de um terreno,
porém, não é uma forma que
possa ser determinada
geometricamente, isto é, não
pode ser determinada por meio
de uma equação.
Entretanto é necessário que a representação das superfícies
se aproxime ao máximo da realidade para a obtenção de um
melhor aproveitamento dos recursos naturais do local e para
a determinação dos custos do projeto com um mínimo de
erro.
PLANO COTADO
Na realização de um levantamento
topográfico deve-se levantar
pontos no terreno sempre que
houver mudança de inclinação,
para que se possa assimilar o
trecho do terreno a um segmento
de reta.
O resultado desse levantamento será representado em planta
através de diversos pontos marcados conforme sua posição em
relação ao Norte ou a um outro referencial pré-estabelecido.
A cota do ponto deve vir sempre escrita ao seu lado.
Estes pontos são denominados pontos cotados e sua
representação em planta recebe o nome de plano cotado
Plano cotado
CURVA DE NÍVEL

É o lugar geométrico dos pontos de mesma cota, ou


seja, são linhas que ligam pontos, na superfície do
terreno, que têm a mesma cota em relação a um
plano horizontal. O princípio básico da
representação consiste em seccionar a superfície
terrestre por planos paralelos e equidistantes,
cujas interseções projetadas ortogonalmente
num plano horizontal irão determinar as
curvas de nível.
Características das Curvas de Nível
As curvas de nível, segundo o seu traçado, são
classificadas em:
• mestras: todas as curvas múltiplas de 5 ou 10 metros.
• intermediárias: todas as curvas múltiplas da
equidistância vertical,
excluindo-se as mestras.
• meia-equidistância: utilizadas na densificação de
terrenos muito planos.
MESTRA
intermediárias
• Todas as curvas são representadas em tons de
marrom ou sépia (plantas coloridas) e preto
(plantas monocromáticas).
• As curvas mestras são representadas por
traços mais espessos e são todas cotadas.
• Curvas muito afastadas representam
terrenos planos.
• Curvas muito próximas representam terrenos
acidentados.
• Duas curvas de nível jamais devem se cruzar.

• Duas ou mais curvas de nível jamais poderão


convergir para formar uma curva única, com
exceção das paredes verticais de rocha
• Uma curva de nível inicia e termina no mesmo
ponto, portanto, ela não pode surgir do nada e
desaparecer repentinamente.
As Curvas de Nível e os Principais
Acidentes Geográficos Naturais
Depressão e Elevação: são superfícies nas quais as
curvas de nível de maior valor envolvem as de menor
no caso das depressões e vice-versa para as
elevações.
A Figura mostra o esboço de um morro seccionado
por planos horizontais equidistantes de 10m,
produzindo as curvas de nível 20, 30, 40 e 50, que
estão representadas em planta na parte inferior
A representação das curvas de nível deve ser tal
que de 5 em 5 curvas elas sejam desenhadas mais
grossas, para melhor leitura da planta.

Representação de curvas mestras


LINHAS NOTÁVEIS DE UM TERRENO

Quando se observa uma planta topográfica, é


necessário identificar os acidentes topográficos que
determinarão a implantação de um projeto.
Vertente: são as
superfícies laterais das
elevações ou
depressões (são também
chamadas: flancos ou
encostas). As
partes mais baixas das
vertentes chamam-se
fraldas.
Linha de talvegue: é a
linha que une os pontos
mais baixos
de uma região (leito dos
rios). As águas das chuvas
descem pelas
vertentes e se escoam
pelos talvegues.
Linha de cumiada: é a divisor de
que une os pontos mais
águas

altos de uma
região; divide as águas
da chuva para as
vertentes (também
chamada: divisor de
águas).
Garganta: é a interseção
da linha de talvegue com
a de cumiada (também
chamada: colo).

colo
TRAÇADO DE PERFIL
Para se determinar o perfil
de uma superfície
topográfica,
considera-se um plano
vertical imaginário
cortando esta superfície.
A interseção da superfície
com o plano é
denominada de perfil
longitudinal (ao longo do
terreno) ou seção
transversal (perfil
perpendicular ao perfil
longitudinal).
EXERCÍCIOS

Qual a definição de relevo, e quais seus agentes de formação?

Diferencie agentes endógenos de agentes exógenos?

Como são denominados os movimentos de placas tectônicas?

Quais são os agentes externos formadores do relevo e cite


exemplos dos mesmos?

Quais são as formas de relevo presente no Estado de Mato


Grosso?
40

30

20

10
(UFU-2006) O mapa topográfico contém
informações de relevo, codificadas em curvas de
nível, dispostas de forma mais ou menos
concêntricas, conforme a representação cartográfica
abaixo.
A partir das informações contidas
na figura, é possível afirmar que
no local assinalado pela letra A
temos:

a) uma depressão.
b) as maiores altitudes.
c) uma depressão e um lago.
d) um rio.
(PUC-MG) Relacionando os desenhos I, II, III e
os cortes A/B com os perfis topográficos, a
ordem CORRETA encontrada é:

a) I, II, III
b) I, III, II
c) II, I, III
d) III, II, I
e) III, I, II
(UFPE) Observe o gráfico e, a seguir, assinale o item
que indica uma falha de representação.
a) As curvas de nível apresentam equidistância de 20m.
b) A aproximação das curvas de nível indica maior declividade do
terreno.
c) A curva de 200m representa a parte mais elevada do relevo.
d) Cada curva de nível é formada por pontos de idêntica cota
altimétrica.
e) A partir de um conjunto de curvas de nível, pode-se obter um perfil
topográfico.

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