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PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO DA
Trabalho Final de Graduação apresentado à Banca examinadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, no semestre de 2015.2 como requisito para obtenção de título de arquiteto e urbanista.
__________________________________________________________________
Prof. Esp. Francisco da Rocha Bezerra Junior (orientador)
Departamento de Arquitetura/ UFRN
__________________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Veronica Maria Fernandes de Lima (Convidada interna)
Departamento de Arquitetura/UFRN
____________________________________________________________
Arquiteta e Urbanista Rosa Pinheiro (Convidada externa)
Nelson Mandela
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AGRADECIMENTOS
Agradecer às vezes pode ser difícil, expressar esse sentimento tão nobre em palavras
pode provar-se uma tarefa complicada, sensível. Não cheguei até aqui sozinha,
muitas pessoas deram sua contribuição e mesmo que eu não cite a todas, sei que
fizeram parte da minha caminhada, e mais importante, elas também sabem.
Aos meus avós e em especial, ao avô Alberto Machado, por sempre me dar
conselhos, e permitir tomar minhas decisões e apoiá-las diariamente. Por se fazer
presente na distância, nos detalhes.
As minhas irmãs e irmão, por se interessarem sempre pela minha profissão, mesmo
não sendo a deles, pelas horas de descontração quando mais precisei, pelos abraços
depois de uma conquista, pelos exemplos que são em minha vida.
As minhas tias Regina e Rejane, por me receberem em sua casa, por me fazerem filha
e sobrinha. Obrigada por serem mais que tias, por serem mãe, irmãs, tias, conselheiras
e me ajudarem a passar por esses últimos anos de faculdade me sentindo amada.
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Aos Boêmios, que mais do que amigos, são minha família, especialmente nestes
últimos dois anos. Vocês fizeram a caminhada mais leve e certamente mais divertida.
As minhas queridas Alinne Alessandra, Ingrid Soares e Luiza de Melo, companheiras
desde sempre nas empreitadas dos muitos trabalhos, obrigada, pela amizade, pelo
carinho, pelo apoio. A Gabrielle Barros, Maria Evane, Rayanna Guesc, Babina,
Carolina Santos, Rhenyara Raissa, Filipe Almeida, Mateus Cândido, Mateus Medeiros,
Fernando Cortez, não poderiam existir amigos melhores, obrigada queridos.
A meu amigo de uma vida inteira, Johnson Cesário, obrigada pelos cafés nas
madrugadas, por me ouvir e me apoiar. Obrigada pela força, sem você este trabalho
não existiria.
RESUMO
RESÚMEN
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE MAPAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................................................................15
ESPAÇOS LIVRES E PÚBLICOS .........................................................................................................................................................................20
MORFOLOGIA DO ESPAÇO PÚBLICO .......................................................................................................................................................24
USO E OCUPAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO...............................................................................................................................................26
A PRAÇA E O URBANO ...................................................................................................................................................................................34
CONSIDERAÇÕES GERAIS...........................................................................................................................................................................35
EVOLUÇÃO CRONOLÓGICA .....................................................................................................................................................................39
CONHECENDO PRAÇAS.................................................................................................................................................................................46
CONCURSO COLINAS DE ANHANGUERA ................................................................................................................................................48
PRAÇA DA BALSA VIEJA .............................................................................................................................................................................52
PRAÇA LEVINSON ........................................................................................................................................................................................56
CONSIDERAÇÕES DOS ESTUDOS DE REFERÊNCIA ...................................................................................................................................60
UNIVERSO DE ESTUDO: PONTA NEGRA .........................................................................................................................................................62
ÁREA DE PROJETO: PRAÇA HENRIQUE CARLONI ........................................................................................................................................69
BREVE HISTÓRICO – Ponta Negra ..............................................................................................................................................................70
INFORMAÇÕES GERAIS – Praça Henrique Carloni..................................................................................................................................76
ANÁLISE DA ÁREA DE PROJETO .................................................................................................................................................................85
PROPOSTA PROJETUAL ...................................................................................................................................................................................95
ASPECTOS GERAIS .......................................................................................................................................................................................96
CONCEITO E PARTIDO ARQUITETÔNICO ..................................................................................................................................................98
ZONEAMENTO ..............................................................................................................................................................................................99
14
O
administrativas Norte e Oeste, totalizando 58 e 27
uso de praças, no Brasil, é um traço
praças respectivamente.
cultural antigo, que remete à
época em que as pessoas Dessas praças, a grande maioria está em áreas
colocavam suas cadeiras na calçada, se residenciais, internas aos bairros e com um raio de
encontravam com seus vizinhos e ali permaneciam, interferência não maior que 200 metros de distância –
como uma extensão de suas casas. Aos poucos as caracterizando-as como praças de alcance local,
pessoas sentiram necessidade de aumentar seus mais voltadas aos usuários mais próximos e com pouca
espaços de convivência, e como suas casas não relação com a cidade ao redor.
permitiam, a vida passou a se desenrolar na rua, na Como a maioria dos espaços públicos da
calçada, na praça. cidade, as praças também estão negligenciadas
Segundo dados da Secretaria Municipal de Meio pelos gestores. Ao percorrer algumas delas é possível
Ambiente e Urbanismo - SEMURB (2009), existem em perceber que as condições atuais não são as mais
Natal 246 (duzentas e quarenta e seis) praças, das adequadas, os mobiliários estão quebrados,
quais a maioria está localizada na região leste (74) e enferrujados; a iluminação muitas vezes é precária, as
sul (87) da cidade. Observa-se que, cruzando esta condições de acessibilidade são falhas e a falta de
informação com os dados referentes à renda, o maior segurança para o usuário é subliminar.
Poderia ser argumentado que as praças não são públicas e privadas (SANTANA, 2003,
p.144).
cuidadas pois a população já não as utiliza, no
entanto, a afirmação não pode ser feita para todos os
casos. De fato, existe uma deficiência no uso dos Mais além da qualidade física desses espaços,
espaços públicos na cidade, porém muitas das praças devemos lembrar que existe um fator cultural no uso
urbanas são utilizadas como passagem, recanto para dos espaços públicos em geral. Mesmo se tratando de
repousos e permanências breves, sem contar aquelas algo com raiz cultural bastante forte em nossa
que são “adotadas” pelos moradores lindeiros e se população, muitas pessoas argumentam que não vão
transformam em verdadeiras extensões de suas casas às praças por se sentirem pouco seguras nesses
e jardins. ambientes. Fato que pode ser atribuído às
configurações morfológicas dos espaços, elementos
Além disso, os usos nos entornos das praças são
arquitetônicos, infraestrutura de apoio, conforme
os mais variados, em alguns casos, existem comércios,
observado por Trícia Santana.
serviços, igrejas e escolas; elementos que trazem vida
aos locais e fazem a população se locomover por A falta de segurança nos espaços
públicos pode ser associada às suas
entre as praças. características configuracionais e
morfológicas. Tais como barreiras
A simples presença de atributos naturais e arquitetônicas, forma e
positivos no entorno não é o único traçado do lugar, influindo na
fator determinante na valorização de presença de pessoas, na definição e
um espaço público, mas estes devem controle territorial, na acessibilidade,
ser considerados e incentivados nas possibilidades de refúgio e a
através de parcerias entre ações aparência dos espaços (SANTANA,
2003, p. 22).
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acessibilidade, iluminação, conforto termo acústico e morfológicos no tocante ao uso e ocupação do solo,
mobiliário urbano. gabaritos das edificações e outras características.
Nessa perspectiva, objetiva-se ainda, de Além disso, foram aplicados questionários com
maneira mais específica: os usuários da praça em estudo, com a intenção de
definir parâmetros, como faixa etária, horário de uso,
1. Caracterizar as condições morfológicas atuais
frequência em que visitam a praça e quais as
da praça;
demandas do espaço – em relação ao mobiliário,
2. Inserir espaços/atividades na praça, com base equipamentos e usos.
na dinâmica e necessidade dos usuários;
A estruturação geral do trabalho se deu de
3. Contribuir para a reflexão dos espaços públicos,
maneira tal que os dois primeiros capítulos tratam do
em especial as praças;
referencial teórico. O primeiro é dedicado a discussão
A fim de atingir os objetivos determinados para de espaços livres e públicos, o segundo, trata de
este trabalho foi realizada uma revisão bibliográfica, praças e sua relação com o espaço urbano e sua
com leituras e fichamentos, a fim de compreender o evolução ao longo dos anos. Em seguida, está o
desenho de espaços públicos e como estes capítulo 3 que traz alguns estudos de referência
influenciam a malha urbana. Em paralelo, foi feito um projetuais no contexto de praças urbanas.
Para tratar de espaços públicos é necessário Os espaços livres privados adquirem especial
primeiro tratar sobre os espaços livres urbanos – os importância dentro da dinâmica da cidade a partir do
quais, segundo Miranda Magnoli (1982), podem ser momento em que conferem às residências o fator
considerados como “todo espaço não ocupado por “intimidade”, a qual se dá a partir do distanciamento
um volume edificado (espaço-solo, espaço-água, entre uma e outra - recuos dentro das parcelas.
espaço-luz) ao redor das edificações e que as pessoas
No âmbito do conforto ambiental, ambas
têm acesso”.
modalidades de espaços expressam significativas
São espaços de vazios urbanos, sem edificações melhoras na qualidade urbana quando têm
públicas e/ou privadas e quando existem em conjunto vegetação, isso porque proporcionam uma
podem ser entendidos como um “Sistema de Espaços atenuação de temperatura, contribuindo para a
Livres urbanos”, como defende Silvio Macedo (2013). manutenção do microclima local. Além disso,
contribuem como pequenas glebas de preservação,
Dentro da Morfologia Urbana temos que a
uma vez que possuem elementos da flora local,
cidade é determinada por seu traçado, este
podendo também abrigar exemplares da fauna. Vale
constituído pelo sistema viário, parcelamento do solo,
ressaltar ainda a importância da permeabilidade do
edificações e espaços livres. Percebemos então, que
solo e como essas áreas de vegetação podem atuar
esses espaços são elementos fundamentais do tecido
como corredores de ventilação dentro dos espaços
urbano e podem ser representados tanto na esfera
construídos urbanos.
privada – recuos, estacionamentos; quanto na pública
– praças, parques, ruas, entre outros; sendo produzidos
de maneira formal ou informal.
22
e avenidas, largos e praças, passeios e esplanadas [...]. elementos estruturantes da malha urbana e têm
Esse conjunto organiza-se em rede a fim de permitir a função primordial na integração e continuidade
e, de certa forma, com maior participação no da Cidade” (1960), definiu cinco aspectos como
desenho do tecido urbano. elementos de apropriação da malha urbana
(caminhos, limites, bairros, pontos nodais e marcos), os
A rua, em particular, tem funções relacionadas
autores Hartman e Strom também usam a ideia de
à conexão e continuidade territorial da cidade, tendo
pontos nodais e caminhos, porém denominando-os
fundamental importância na vida urbana a partir do
como nós e conexões.
momento em que é a responsável pela interligação de
pontos dentro da cidade. Os nós são definidos espacialmente
por meio de porções do solo urbano
O espaço livre público, a rua em que podem servir como ponto focal,
especial, tem papel estruturador na ponto de atração e/ou destino para
constituição da forma urbana, pois usos recreativos. Dentre os principais
reflete as formas de mobilidade, elementos constituintes dos nós estão
acessibilidade e circulação, diferentes categorias de espaços
parcelamento e propriedade da terra livres, como parques, praças, terras
urbana (MACEDO et al, 2013, p.09). devolutas de propriedade pública[...].
As conexões possibilitam as ligações
da paisagem e suas variadas florestas
através da conformação de
Conforme o exposto pode-se concluir então que corredores e cinturões verdes. Ao
mesmo tempo em que preservam,
os espaços livres públicos têm a função de estruturar o conservam e protegem os recursos da
meio urbano e desempenham funções diversas, entre paisagem, podem favorecer múltiplos
usos, principalmente para recreação
elas a de conectividade e continuidade do território. e transporte alternativo. Dentre os
elementos que atuam como
Dito isso, de maneira análoga a classificação de conexões, destacam-se os corredores
viários, as conectividades visuais, os
Kevin Lynch, quando o autor, em seu livro “A imagem corredores verdes, os corredores azuis,
e os corredores amarelos (STROM,
26
1 Segundo classificação do médico Humphry Osmond (1950), espaços que os denominados sócio petalados causam o efeito contrário,
sócio fugidios são aqueles que tendem a afastar as pessoas, enquanto aproximação.
27
acesso: físico, visual e simbólico; os quais combinados (2006) defende que existem três tipos, atividades
podem gerar um espaço mais convidativo ao uso. necessárias, atividades opcionais e atividades sociais.
diretamente nas atividades que serão desenvolvidas espaço urbano público é de boa qualidade as
no espaço público, interferem na sensação de pessoas se sentem mais convidadas a usá-lo, dessa
segurança dos usuários ou se serão capazes de forma, a proporção entre as diferentes atividades é
acessar aquele espaço. No âmbito das atividades que mais parecida. Ao contrário de quando o espaço
público é ruim, e as pessoas se detém as atividades Além das atividades citadas pelo arquiteto, há
necessárias em detrimento das outras duas. ainda aquelas de cunho cultural, manifestações
religiosas, feiras, eventos esportivos, manifestações
Figura 3: Qualidade do entorno vs. atividades
políticas, entre outras. Atividades que quando
colocadas lado a lado tecem a malha dos espaços
públicos e representam a identidade de cada local.
Figura 6: Praça do Mercado Público de Porto Alegre – RS. Um espaço urbano somente se
constitui em um espaço público
quando nele se conjugam certas
configurações espaciais e um
conjunto de ações. Quando as ações
atribuem sentidos de lugar e
pertencimento a certos espaços
urbanos, e, de outro modo, essas
espacialidades incidem igualmente
na construção de sentidos para as
ações, os espaços urbanos podem se
constituir como espaços públicos:
locais onde as diferenças se
publicizam e se confrontam
politicamente (LEITE, 2002, p.116).
espaço (LIBERALINO, 2007, p.42 apud e podem ser sazonais ou contínuas quando o espaço
MEDEIROS, 2015, P.23).
físico oferece estrutura para tanto, um exemplo de
Essa apropriação do espaço pode ser
ocupação passiva pode ser a apreciação de
entendida de várias maneiras, como apontado por
elementos artísticos. Já as ocupações ativas requerem
Silvio Macedo et al (2009) quando diz que:
maior envolvimento por parte das pessoas, são
[...] A apropriação se reveste de aquelas que trazem uma maior interação entre os
variadas formas, tipos,
temporalidades, escalas, pode ser participantes, como a prática de esportes, jogos de
lícita ou ilícita, positiva ou negativa,
criança.
intensa ou episódica, depende de
uma série de fatores que vão desde a
atuação do poder público até a Vale salientar que ao longo dos anos os espaços
topofilia2 (MACEDO et al, 2009 apud públicos sofreram mutações em relação a seus
MEDEIROS, 2015, p. 24).
significados e usos dentro da esfera urbana. Azevedo
(1997, apud BERTULEZA, 2014, p.21) cita que “deixaram
É importante também diferenciar as ocupações de ser uma referência como unidade espacial”,
de cunho temporário daquelas que ocorrem de forma passando a “distinguir-se em áreas específicas de
permanente, assim como ocupações passivas versus acordo com o grupo social que os integra”.
ativas.
[...] no século XX, principalmente as
Segundo Stephen Carr (1992), as ocupações nações industrializadas, houve fortes
mudanças nas condições para os três
passivas são aquelas que envolvem observações, ócio usos principais do espaço público.
Novos padrões de tráfego, comércio
2Topofilia é definida por Tuan (1980, p.106) como “o elo afetivo entre a
pessoa e o lugar ou ambiente físico”.
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das ruas e praças pelo carro passam a ser levadas ao produção econômica, ordem política, criação
debate público” (MOREIRA, 2006 apud BERTULEZA, cultural” (SALDANHA, 2005 apud SILVA, 2014, p. 11).
2014). Dessa forma, os espaços públicos ganharam
mais importância e passaram a ser alvo de renovações
e estudos.
A PRAÇA E O URBANO
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De maneira geral, pode-se dizer que a praça é The square ou plaza. Este é um modelo
local primordial do convívio social, é o local do diferente de espaço aberto urbano,
tomado fundamentalmente das
encontro das diferenças, o expoente dos espaços cidades históricas europeias. A plaza
pretende ser um foco de atividades
públicos. no coração de alguma área
“intensamente” urbana. Tipicamente,
Segundo o arquiteto Sun Alex (2008), ela será pavimentada e definida por
edificações de alta densidade e
“simultaneamente uma construção e um vazio, a
circundada por ruas ou em contato
praça não é apenas um espaço físico aberto, mas com elas. Ela contém elementos que
atraem grupos de pessoas e facilitam
também um centro social integrado ao tecido encontros: fontes, bancos, abrigos e
urbano”. Seguindo essa vertente, Carneiro e Mesquita coisas parecidas. A vegetação pode
ou não ser proeminente (LYNCH, 1981,
afirmam que praças “são espaços livres públicos, com p.442 apud ALEX, 2008, p.23).
Em seu texto, Leitão (2002) também aborda o expressa características que a tornam única.
conceito de praça, mostrando que estas são Neste caso, praças com finalidade de encontro
“unidades urbanísticas fundamentais para a vida estão inseridas num contexto de maior fluxo de
urbana, tendo sua função diferenciada por sua pessoas.
especificidade, variando de acordo com mudanças
O nível sócio econômico da população: Os
sociais importantes e nas novas formas de
aspectos econômicos e sociais interferem na
comportamento e necessidade da comunidade”
maneira como as praças são apropriadas. Nesse
(LEITÃO, 2002, p.21).
sentido, uma praça em uma comunidade de
Isto significa que cada espaço tem a utilidade menor poder monetário, geralmente, supre a
urbanística definida e usos específicos que indicam necessidade de lazer e traz a possibilidade de
como as pessoas se apropriam desses lugares. Assim, tirar os jovens da marginalidade pela oferta de
as funções das praças devem ser entendidas através esportes. Em contraponto, uma praça inserida
de suas características morfológicas internas e em um bairro mais abastado, geralmente, é
atreladas a morfologia urbana externa para oferecer usada como local de caminhada e não tanto
um retorno à população. para prática de esportes gerais.
Para determinar as funções das praças, a autora A importância simbólica: Nesses espaços o mais
recorre a três indicadores de especialidade: importante é o caráter emocional da relação
pessoa/espaço. São praças com apelo à
As características do entorno: O lugar onde a
memória coletiva da população.
praça está inserida, além de definir a paisagem,
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Figura 9: Praça renascentista - Piazza del Popolo, Itália As primeiras cidades latino-americanas de
organização colonial tinham como centro –
geográfico e social, a praça, a qual estava envolvida
pelos prédios principais – igreja, prefeitura, escola e
cemitério.
tradicionalmente essa dívida é válida, Ainda dentro desse estilo, teve-se a linha clássica
mais recentemente a praça tem sido
confundida com jardim. A praça – rígida em seus desenhos geométricos; e a romântica
como tal, para reunião de gente e – livre em curvas sinuosas e de vegetação exuberante.
para exercício de um sem-número de
atividades diferentes, surgiu entre nós,
de maneira marcante e típica, diante
Com o século XX chegam as transformações
de capelas ou igrejas, de conventos sócio econômicas do crescimento urbano, exigindo
ou irmandades religiosas. [...]
Realçava os edifícios; acolhia os seus traçados mais racionais, modernos. De modo a
frequentadores (MARX, 1980, p.50
priorizar a funcionalidade, as praças agora estão
apud ALEX, 2008, p.24, realce pela
aluna). voltadas ao lazer ativo, com quadras, brinquedos,
área de jogos e afins.
Ao longo dos séculos as praças foram sendo No fim do século então, com o grande aumento
modificadas, passaram pelo ecletismo, modernismo no número de veículos e pessoas, as cidades
até o contemporâneo, segundo aponta Robba e enfrentam um problema de cunho social e espacial e
Macedo (2003). o desenho de praças passa a ser mais livre, busca
atender as necessidades socioculturais da atualidade.
No eclético, a praça multifuncional colonial
Surge então a linha projetual contemporânea que
deixa de existir e em seu lugar aparecem os jardins do
mescla aspectos dos períodos anteriores, adicionando
século XVIII, depois a praça ajardinada, para
os usos comercial e de serviço aos espaços que antes
contemplação e descanso construídas nos primeiros
eram apenas contemplativos e de lazer.
anos do século XX.
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Ao lado é apresentada uma tabela com um Tabela 1: Relação dos estilos de praça
A partir do exposto pode-se concluir que hoje as retorno bastante satisfatório na opinião da população
praças não seguem mais uma estrutura rígida de em geral.
desenho, se moldam a depender do local onde serão
Ainda nesse contexto, os autores supracitados,
implantadas de levando em consideração os desejos
afirmam:
da população que as usará.
Na atualidade, o maior investimento
Percebe-se também que, quando os projetos se faz para reformar praças em bairros
nobres ou centrais. Algumas praças
são delegados unicamente ao poder público, as são reformadas por decisões políticas,
questões arquitetônicas e estéticas perdem que na grande maioria dos casos,
trazem melhorias urgentes e
qualidade, os profissionais são estimulados a necessárias para a cidade, mas
também, são frequentes os casos em
preocuparem-se mais com demandas financeiras – que o espaço, mesmo que antigo,
em questões de custos e qualidade de materiais e ainda funciona com pleno vigor e
validade, não necessitando de
mão de obra – do que com os aspectos formais e reformas ou alterações, apenas um
programa de manutenção eficiente e
funcionais para o bem estar de quem irá usufruir desses constante (ROBBA e MACEDO, 2003,
espaços e como estes irão comportar-se ao longos dos P.48 apud MINDA, 2009, P.50).
Sobre esse tema, Robba e Macedo (2003) Segundo Sun (2008) as transformações das
defendem que em razão de sua grande visibilidade, os praças dificultam a consolidação de uma identidade
propagandas eleitorais uma vez que geram um convívio social e a cidadania, assim como a
construção da democracia.
45
CONHECENDO PRAÇAS
47
Após a setorização, foram definidos dois pontos focais localizados nas principais vias de acesso ao bairro,
como observado na figura acima, na qual é possível perceber que o desenho do entorno infiltra-se na praça,
proporcionando uma integração entre projeto e cidade.
É a partir dos pontos focais que são traçados os eixos que organizam a praça, delimitados pelo desenho do
piso e por elementos do paisagismo. Na porção norte será implantado um palco elevado que se abre para a
grande esplanada de eventos com área de jatos d’agua. Já na área sul, implanta-se o ponto de apoio à
administração, com sanitários, bicicletário, posto da guarda municipal e três salões de apoio que poderão abrigar
atividades comunitárias, programas culturais e esportivos. Conta ainda com duas quadras poliesportivas, pista de
skate, parque infantil para diferentes idades, mesas de jogos, ginástica, inclusive para a melhor idade e uma ciclovia
que abraça o setor.
Fonte: Archdaily.
50
A praça é apresentada em diagramas que mostram as diferentes camadas do projeto. A primeira exemplifica
como será a circulação dentro da praça, depois é demonstrado o partido arquitetônico adotado (pontos focais)
e assim em diante. Abaixo alguns dos diagramas:
Fonte: Archdaily
51
Fonte: Archdaily
52
Este é um projeto que, apesar de ser uma praça urbana, em escala bastante menor do que
apresentado como fruto de um concurso e não ter sido a do projeto apresentado.
executado ainda, está bem representado e se faz
entender em todas as suas fases. Percebe-se que foi
PRAÇA DA BALSA VIEJA
pensado para implantar-se de maneira suave ao
bairro, como se estivesse ali desde o começo.
Figura 16: Implantação Praça da Balsa Vieja. relações sociais, até os espaços mais íntimos onde
reunir-se para relaxar, ler ou conversar.
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily.
55
Fonte: Archdaily.
56
Figura 20: Planta da Praça Levinson. Figura 21: Vista da Praça Levinson
Fonte: Landezine.
59
O
bairro está localizado na Zona Norte, ao desenvolver um laudo pericial para a Zona
Administrativa Sul do Município de Natal, de Proteção Ambiental 6 (a qual abarca o Morro do
caracterizado como Zona de Careca e adjacências), subdividiu o bairro em 4
Adensamento Básico segundo o Plano Diretor (PD) do setores. O primeiro diz respeito à Vila, “com uma
município – Lei Complementar n° 82 de 21 de junho de configuração espacial marcadamente orgânica”; o
2007. Limita-se a norte com o bairro de Capim Macio e segundo, definido originalmente pela ocupação da
Parque das Dunas, a sul com o município de orla e consolidado nas décadas de 1950 e 1960, com
Parnamirim, a Leste com o Oceano Atlântico, e a uso predominantemente residencial (casas de
Oeste com o bairro de Neópolis. veraneio) e uma população de média e alta renda; o
terceiro setor corresponde aos conjuntos Ponta Negra
Segundo Anuário da Prefeitura do Natal (2014),
e Alagamar; e por fim, o quarto setor é caracterizado
o bairro de Ponta Negra possui uma área de 1382
pelo aparecimento do padrão vertical que toma
hectares - sendo um dos maiores da cidade em
impulso a partir do ano 2000 e está distribuído em
extensão territorial - onde residem aproximadamente
diferentes frações do bairro.
25 mil pessoas (com base no censo de 2010) resultando
em uma densidade habitacional de 18,12
habitantes/ha. Ainda de acordo com o Anuário 2014,
o bairro tem 70% de seu território com drenagem de
águas pluviais e 75% pavimentados.
Figura 24: Setores do bairro de Ponta Negra segundo diferentes períodos de formação do bairro. No fim da
classificação da UFRN.
década de 1990 foi instituída a Política Nacional de
Turismo, plano que tinha como objetivo a melhoria da
infraestrutura em regiões potencialmente turísticas. No
bairro de Ponta Negra, especificamente, este plano
influenciou na construção da RN-063, também
conhecida como Rota do Sol, via estadual que liga o
bairro às praias dos municípios de Parnamirim e Nísia
Floresta na grande Natal.
saneamento, ocasionando o que Catarina Neverovsky Social – da Vila de Ponta Negra, como demonstrado
(2005 apud Medeiros, 2015), chamou de na figura abaixo.
“refuncionalização” - a modalidade de uso deixou de
Figura 25: Condicionantes legais no bairro de Ponta Negra
ser voltado a residências e segundas residências e
passou a ser voltado ao comércio e serviços;
acarretando também em um aumento no preço do
metro quadrado, que segundo Camila Furukava (2009,
apud Medeiros 2015), passou de uma variação entre
R$800,00 e R$1000,00 em 2003, para R$6000,00 em
2006.
Além disso o bairro é demarcado como área Figura 26: Áreas de operação urbana em Natal.
De acordo com o Anuário de 2013, a população Em relação aos aspectos ambientais, o bairro
do bairro de Ponta Negra, em 2010, era composta por apresenta cobertura vegetal na maioria de sua
53,07% de mulheres e 46,93% de homens. À época a extensão - mais de 55% do total. Dentro dessa área
parcela de faixa etária mais significativa era de 25 a 29 estão inclusas as duas ZPAs do bairro - que
anos, com 11,21% do total, seguido por 20 a 24 anos, representam a maioria da cobertura da zona, como
com 10,39% do total, demonstrando o caráter jovem pode ser visto na figura 32.
do bairro.
Apesar das maiores áreas corresponderem às
Gráfico 1: Faixa etária de Ponta Negra zonas de proteção, quando observamos o bairro sem
contabilizá-las, a quantidade de áreas verdes
continua a ser bastante representativa, há muitas
machas de vegetação entre os elementos construídos,
a saber: entre espaços públicos e privados.
diretamente a qualidade de vida das pessoas, nesse Figura 27: Cobertura vegetal no bairro de Ponta Negra
datações conflitantes, no entanto, existem registros de O adensamento do bairro teve início a partir da
atividades que remontam à época da invasão política de habitação social, instaurada, no Brasil,
holandesa no século XVII. Os primeiros moradores se entre as décadas de 1970 e 1984, financiada de
dedicavam quase que exclusivamente à pesca, com maneira geral, pelo BNH – Banco Nacional de
alguma atividade agrícola voltada à subsistência. Habitação e executada, no RN, pelas cooperativas –
Estima-se que, até o século passado, a INOCOOP (Instituto de Orientação às Cooperativas
Vila de Ponta Negra era habitada por
indivíduos ligados à atividade
Nacionais) e COHAB (Cooperativa Habitacional do Rio
pesqueira. Havia, entretanto, roçados Grande do Norte).
para ajudar na economia doméstica,
além do trabalho de renda de
O Conjunto Ponta Negra foi construído em 1978,
almofadas feito por mulheres. Após a
2ª Guerra Mundial, com a influência seguido pelo Conjunto Alagamar (1979) e Serrambi em
norte-americana de banhos de mar,
foram iniciadas construções de casas 1989. O traçado regular dos conjuntos resultou em um
de veraneio (RIO GRANDE DO NORTE, tipo de parcelamento diferente do restante do bairro.
2007, p.6).
Com um traçado ortogonal e regular,
os conjuntos habitacionais
Até a década de 1940 a área não era muito simbolizavam a ascensão de Ponta
Negra como um bairro privilegiado[...]
adensada, foi a partir da Segunda Guerra Mundial e contrastando completamente com a
tipologia da Vila” (NEGREIROS et al
do hábito de banhos de mar que o bairro ganhou mais 2014, p.16 apud MEDEIROS, 2015,
p.55).
71
Fonte: RN Econômico
1978 apud MEDEIROS,
2015.
73
Além dos conjuntos citados, o bairro é composto Figura 32: Localização Praça Henrique Carloni.
reforma significativa e com uma manutenção pouco Além disso, a praça não tem calçadas em todas
frequente, a praça está em uma situação precária. as suas bordas, obrigando os pedestres a percorrerem
uma maior distância para acessarem o espaço. Neste
Os passeios estão com os ladrilhos se
quesito, destaco a ausência de calçadas nas esquinas
deslocando, não existe mais grama, as árvores não são
– pontos nodais de deslocamento e bastante utilizadas
podadas da maneira correta e nas zonas onde
como pontos de acesso, o que causa ainda mais
deveria haver sombreamento, a cobertura vegetal
desgaste da vegetação nesses locais.
não é suficiente. Os equipamentos de esporte também
estão em condições precárias, sem as tabelas para o Em se tratando de acessibilidade, existem
basquete e sem rede de proteção (ver figura 34, A); a algumas rampas de acesso, no entanto, não foram
pista de skate também está em mal estado, o piso não implantadas corretamente - estão mal localizadas e
é adequado para a prática do esporte e os não existe rampa do outro lado da rua, nas calçadas
equipamentos encontram-se quebrados (ver figura 34, particulares, o que ocasiona uma falha na
B). acessibilidade – ver figura 33 (E). Ademais, a
sinalização tátil existente não atende aos requisitos da
A partir de observações no local, foi percebido
atual norma de acessibilidade – NBR 9050.
que os padrões de comportamento de deslocamento
dos usuários não foram contemplados no traçado dos A vegetação existente é predominantemente
passeios internos, o que ocasiona desvios de rotas de árvores de médio e grande porte. Na porção mais
dentro da praça e se formam “trilhas” dentro dos ao norte estão as espécies casuarina, cajueiros,
espaços de jardins – que podem ser caracterizados mangueiras, alguns coqueiros e leucenas. Na zona
como vestígios comportamentais, ver figura 34 (C).
79
Figura 33: Diagnóstico da praça, (A) quadra poliesportiva em péssimo estado; (B) pista de skate inadequada; (C) resquícios
comportamentais; (D) lixeira quebrada; (E) rampa mal implantada.
Mesmo com os problemas de manutenção, a Figura 34: Hierarquia de vias Conjunto Ponta Negra
3Segundo classificação do Código de Obras do Município de Natal: cidade; COLETORA II (distribui o fluxo estrutural e local): Aquela destinada
ESTRUTURAL - Arterial I e II (articulação): Acessibilidade aos lotes lindeiros a coletar e distribuir o trânsito que tenha necessidade de entrar ou sair
e às vias secundárias e locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da das vias de trânsito rápido ou arteriais.
82
O acesso à Praça Henrique Carloni é bastante Figura 35: Rotas dos ônibus.
Essa é uma praça com um grande potencial Figura 36: Praças do Conjunto Ponta Negra.
A
propriamente dita. Isso porque, apesar de ser um
análise da área de projeto teve
importante eixo de circulação, a rodovia estadual não
como base a demarcação de raios
está tão próxima a praça e não se relaciona
de influência direta e indireta, em
diretamente com a mesma. Sendo assim, foi excluída
analogia às definições de Ferdinando Rodrigues
dos raios de influência. O mesmo se pode considerar
(1986), autor que aplica a seus estudos noções de
para a praia, uma vez que um raio de 500m a
“área-de-estudo” e “área-de-projeto”. A primeira,
abarcaria, sem, no entanto, relacioná-la com a praça
delimitada por um raio que pode variar de 300m a
em estudo. Já a Avenida Roberto Freire está próxima o
500m “no centro de gravidade física e funcional da
suficiente para ser considerada pelos raios de
área” de modo a possibilitar um melhor entendimento
influência.
sobre a área-de-projeto, “onde se concentram as
propostas de organização física”. Além disso, a classificação feita pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte leva em
Para o caso da Praça Henrique Carloni, foram
consideração unidades de paisagem e nesta pesquisa
demarcados raios de 400m e 200m, para a área de
o Conjunto Ponta Negra é uma unidade isolada.
influência indireta e direta, respectivamente. Como
Sendo assim, não faria sentido definir um raio que
área de projeto propriamente dita, está a praça em si.
abarcasse algo fora da unidade de paisagem.
A escolha dos raios de análise levou em
consideração a dimensão do Conjunto Ponta Negra e
86
A partir dessa definição, foi feita a análise da representados principalmente por restaurantes e
morfologia, em especial no que se refere ao uso e hotéis. Além disso, há a Área non Aedificandi, a qual
ocupação do solo e gabarito, com observações in não pode ser ocupada e é representada como
loco e levantamento de dados foi possível mapear as espaço livre.
informações.
Ainda dentro do raio de influência indireta
O Conjunto Ponta Negra tem como existem duas praças. Ao norte, a Praça Ecológica de
característica predominante o uso residencial, ainda Ponta Negra, também conhecida como “praça do
como resquício de seu projeto original. Mas gringos”; mais ao sul está a Praça da Penha, chamada
atualmente houve uma mudança de residências pelos moradores de “praça da caixa pequena”, ver
unifamiliares para multifamiliares, com os edifícios que figura 37 após o mapa.
vêm sendo construídos no bairro.
Figura 37: Praça ecológica e Praça da Penha Ao observar o mapa abaixo, pode-se perceber
que os edifícios de gabarito mais alto formam um tipo
de barreira construída entre a praça e o mar, isso
ocasiona uma dificuldade na ventilação da porção
mais interna do Conjunto, pois os ventos
predominantes vêm do oceano e da direção sudeste.
Ainda assim, a praça é bastante ventilada, pois
recebe também ventos provenientes de toda a frente
da Avenida Praia de Ponta Negra.
Figura 38: Caixa d'agua e prédios atrás. Figura 39: Mapa Nolli adensamento.
Gráfico 4: Tipos de usos vários postes estão mais altos que as copas das
árvores, criando algumas zonas escuras. O piso teve
51% de nota 3 (três); a acessibilidade teve 63% de nota
2 (dois); a arborização teve 56% de nota 4 (quatro); a
quadra teve 76% de nota entre 2 e 3; e a pista de skate
teve 66% de nota entre 2 e 3.
PROPOSTA PROJETUAL
96
públicos, praças e principalmente o contexto em que Proporcionar bastante área verde, a fim
duráveis já que terão que suportar as intempéries e Figura 42: Exemplo de piso tátil
igualmente acessível a todos. Sendo assim, considera- A característica mais marcante da proposta é o
se que existirão as devidas sinalizações, tanto fato do traçado interno ter sido transformado de algo
horizontais quanto verticais. rígido e que impedia a livre circulação para um
traçado amplo e que dá às pessoas a liberdade de
Para isso, adotou-se como padrão o uso de piso
circularem livremente.
tátil metálico, tanto por seu apelo estético quando por
suas características de durabilidade. Nos locais onde Este fato também interfere no acesso à praça,
for pertinente, haverá o piso direcional demarcando que antes era restrito a alguns pontos com calçada.
as rotas mais importantes; e nos locais de mudança de Agora, todo o perímetro do terreno tem passeio e o
nível e/ou direção, estarão os de sinalização de alerta.
102
usuário tem a opção de acessar a praça por onde usuários. Além disso, foi rebaixada em 0,40 metro, o
quiser. que possibilitou a criação de uma arquibancada a sua
volta.
As áreas verdes de maior dimensão nas bordas
da praça foram mantidas e as que têm menor Para acessá-la fez-se uma rampa com 8,33% de
dimensão foram remanejadas para diferentes inclinação, o que atende ao disposto na Norma
recortes, trazendo para dentro da praça pequenos Brasileira de acessibilidade – NBR 9050 de 11 de
jardins vegetados e que dão sombra aos usuários. setembro de 2015. Há ainda, um espaço destinado
especialmente para cadeirantes na parte mais baixa
A pista de skate foi totalmente reformulada e
da arquibancada e logo ao lado da rampa, de modo
reimplantada ao lado da quadra. Agora, a pista é
a facilitar o acesso.
composta por um “bowl” e mais três rampas,
equipadas com corrimão e outros elementos O piso da quadra será em placas de
necessários para a prática do esporte. Além disso, polipropileno de alto impacto, especial para quadras
deve-se citar que este elemento deve ser executado externas. Com durabilidade estendida e com sistema
em concreto armado, com acabamento liso e sem autodrenante, o que aumenta o tempo de vida útil,
desníveis em relação ao piso da praça como um todo. mesmo em épocas de muita chuva.
Figura 43: Piso da quadra poliesportiva desses ambientes segue também a norma de
acessibilidade, segundo demonstrado abaixo:
Fonte: flexquadra.
existe uma rampa com inclinação de 8,33%. dos ambientes adaptados deverão seguir o
posicionamento definido na norma, com as distâncias
Os banheiros são divididos entre feminino e
mínimas e áreas de manobra e aproximação –
masculino, com seus respectivos ambientes
detalhes que estão representados na prancha 5.
adaptados com entradas independentes (ver planta
na prancha 5). O padrão se sinalização das portas
104
O playground usado nesta proposta foi É importante ressaltar que o playground será
desenhado pensando em linhas fluidas e na energia implantado numa área de grama e sombra e com
das crianças, se faz um objeto dinâmico e que bancos em volta, para que os pais e/ou responsáveis
provoca curiosidade nos pequenos (figura 49). O possam acompanhar as crianças com conforto e
bloco principal é feito em aço pintado com tinta bem-estar.
eletrostática e com uma rede trançada, por onde as
Quanto a iluminação, foram usados dois tipos de
crianças podem subir e explorar suas capacidades. Há
postes, o mais alto com 6,30m de altura, para fazer a
também, balanços, gira-gira e um bloco de escalada,
iluminação mais generalizada nas margens da praça
todos feitos em aço e pintados da mesma cor.
e em alguns pontos internos específicos – perto dos
Figura 49: Playground proposto equipamentos de esporte, banheiros e posto policial.
Já o poste menor, com 3,15m de altura é voltado a
uma iluminação próxima ao pedestre, mas de maneira
indireta para não causar ofuscamento. Este modelo
está distribuído por toda praça, próximo aos bancos e
destacando os raios do partido adotado – ver
disposição na prancha 4.
material, porém na cor vermelha. E a porção mais Figura 51: Sinalização de estacionamento
Fonte: Rhinopisos
Fonte: NBR 9050, p. 52.
idosos, devem ter sinalização vertical segundo padrão detém a indicar que em um estágio mais avançado
definido na NBR 9050, na qual a borda inferior das de projeto executivo seria necessário determinar as
placas instaladas deve ficar a uma altura livre entre espécies que seriam implantadas e demarcar suas
2,10 metros de altura, demonstrado abaixo: posições exatas. No caso, este trabalho tem um
108
ANDRADE, Luciana Teixeira de; JAYME, Juliana FERREIRA, Marina Monteiro. Proposta de uma Área de
Gonzaga; ALMEIDA, Rachel de Castro. Espaços Lazer na Via Costeira. Trabalho Final de Graduação
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Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura e DAS PRAÇAS PÚBLICAS: ESTUDO DE CASO DA PRAÇA
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Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2003. ENCONTRO DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA, 4, 2009, Curitiba.
SILVA, Alinne Alessandra Costa da. Uso e Apropriação
dos espaços públicos do conjunto de Potilândia.
Relatório Final apresentado à disciplina Planejamento
e Projeto Urbano 06, UFRN, 2015.
APÊNDICES
APÊNDICE A:
Prancha 01 – Planta de diagnóstico
Prancha 02 – Camadas de diagnóstico
Prancha 03 – Planta geral da proposta
Prancha 04 – Camadas da proposta
Prancha 05 – Equipamentos e corte
Prancha 06 – Detalhes
APÊNDICE B:
Imagens renderizadas.