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FACULDADE SANTA RITA – FASAR

Arquitetura e Urbanismo

RETROFIT COMO SALVAGUARDA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO:


CENTRO CULTURAL NA ANTIGA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE
CONSELHEIRO LAFAIETE

Deiziane Cristina Braga Terra

CONSELHEIRO LAFAIETE-MG
2021
Deiziane Cristina Braga Terra

RETROFIT COMO SALVAGUARDA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO:


CENTRO CULTURAL NA ANTIGA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE
CONSELHEIRO LAFAIETE

Monografia apresentada ao Curso de Arquitetura


e Urbanismo da Faculdade Santa Rita – FASAR,
como requisito parcial para aprovação na
disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso l..

Orientador(a): Profª. Marcela Assunção Faria

CONSELHEIRO LAFAIETE-MG
2021

2
FOLHA DE APROVAÇÃO

Deiziane Cristina Braga Terra

RETROFIT COMO SALVAGUARDA DO PATRIMÔNIO


HISTÓRICO: CENTRO CULTURAL NA ANTIGA ESTAÇÃO
FERROVIÁRIA DE CONSELHEIRO LAFAIETE

Trabalho de Conclusão do Curso apresentado à Banca


Examinadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade
Santa Rita – FaSaR, Conselheiro Lafaiete-MG, 2021.

DATA DE APROVAÇÃO: ____/____/____

Orientador(a): ______________________________________________________
Marcela Assunção Faria

1º Examinador(a): ___________________________________________________

2º Examinador(a): ___________________________________________________

3
DEDICATÓRIA

À minha professora orientadora pelo seu carinho,


amizade, dedicação e compreensão; a minha família
pelo seu amor e incondicional apoio e incentivo; sem
isso eu não teria conseguido realizar este trabalho.

4
AGRADECIMENTOS

A Deus por estar sempre presente em minha existência.

Aos membros da Banca Examinadora, muito obrigado.

À Faculdade Santa Rita – FASAR por ter possibilitado a realização deste curso.

À Direção e ao corpo técnico-administrativo por ter me atendido com presteza e amizade


no decorrer destes anos.

À biblioteca que muito contribuiu para a minha formação.

Aos professores que dedicaram seu tempo para me passar seus ensinamentos e
incentivo.

À minha professora-orientadora que me ajudou de forma segura e eficiente e pelo prazer


de compartilhar seus conhecimentos e entusiasmos.

Aos meus pais pela abnegação que sempre tiveram comigo.

5
EPÍGRAFE

Arquitetura deve falar de seu tempo e lugar,


porém anseia por intemporalidade.

Frank Gehry

6
RESUMO
Motivada pelos problemas de preservação do patrimônio causados pelo esquecimento
da sociedade, algumas propostas surgiram para mudar o modo em que a sociedade
trata essas edificações e suas histórias. Desta forma, ao se pensar na preservação de
um patrimônio, é preciso estabelecer novas funções, levando em conta as
características do local, recursos disponíveis, forma de implantação e usos. Nesta
pesquisa é abordado as diretrizes de um patrimônio e alguns conceitos importantes da
restauração, como o desenvolvimento de novos usos e a valorização da história e da
cultura do local, que são alguns instrumentos importantes para a realização do projeto.
A proposta do centro cultural é baseada nos conceitos estudados na pesquisa e tem
como objetivo um ambiente integrado, com espaços de uso misto, área de vivência,
diversidade de atividades, e um espaço público convidativo em uma área preservada.

Palavras-chave: Patrimônio; preservação; restauração.

7
ABSTRACT
Motivated by the problems of heritage preservation caused by society's oblivion, some
proposals have emerged to change the way society treats these buildings and their
histories. Thus, when thinking about the preservation of a heritage, it is necessary to
establish new functions, taking into account the characteristics of the place, available
resources, form of implementation and uses. This research addresses the guidelines of
a heritage and some important concepts of restoration, such as the development of new
uses and the appreciation of the history and culture of the place, which are some
important instruments for carrying out the project. The cultural center proposal is based
on the concepts studied in the research and aims at an integrated environment, with
mixed use spaces, living area, diversity of activities, and an inviting public space in a
preserved area..

Key words: Heritage; preservation; restoration.

8
Lista de Figuras

Figura 1- Mapa de Minas Gerais ............................................................................... 14


Figura 2- Antiga estação ferroviária de Conselheiro Lafaiete ................................... 17
Figura 3- Vista superior do Centro Cultural Maria Andrade de Resende....................17
Figura 4- Vista superior do Centro Cultural Maria Andrade de Resende .................. 20
Figura 5- Acesso interno da antiga estação ferroviária de Conselheiro Lafaiete. ..... 20
Figura 6- Sala expositiva da antiga estação ferroviária de Conselheiro Lafaiete. ..... 21
Figura 7- Arquivo da antiga estação ferroviária de Conselheiro Lafaiete. ................. 21
Figura 8- Vista superior da estação ferroviária de Campo Grande. .......................... 24
Figura 9 - A estação nos anos 1960 ......................................................................... 25
Figura 10- Interior da estação em ruínas após o incêndio em 2020. ........................ 26
Figura 11- Prancha do projeto arquitetônico de reforma ........................................... 27
Figura 12- Vista lateral da estação ferroviária de Campo Grande após a reforma....28
Figura 13- Interior da estação ferroviária de Campo Grande.. .................................. 29
Figura 14- Interior da estação ferroviária de Campo Grande. ................................... 29
Figura 15- Fachada principal do Castelo de Montjuïc . ............................................. 30
Figura 16- Vista interior do Castelo de Montjuïc ....................................................... 31
Figura 17- Acessos no interior do Castelo de Montjuïc . ........................................... 31
Figura 18 - Prancha de projeto arquitetônico de reforma do Castelo de Montjuïc .... 32
Figura 19- Prancha de setorização Castelo de Montjuïc........................................... 32
Figura 20- Imagem aérea da estação ferroviária de Conselheiro lafaiete ................. 34
Figura 21 - Análise do entorno. ................................................................................. 34
Figura 22- Topografia do terreno e entorno .............................................................. 35
Figura 23- Tabela de controle urbanístico. ................................................................ 36
Figura 24- Fachada Frontal – visada para o túnel de pedestres que liga as ruas
Marechal Floriano Peixoto a Coronel Albino, Centro...................................................36
Figura 25- Fachada Lateral Direita – visada para a ruas Marechal Floriano Peixoto..37
Figura 26- Fachada Lateral Esquerda – visada para a rua Coronel Albino............... 37
Figura 27- Passagem Subterrânea “Ovideo Barbosa” que liga a Rua Marechal
Floriano Peixoto a Praça Getúlio Vargas (Rua Coronel Albino) ................................ 37
Figura 28- R.Marechal Floriano Peixoto - Fachada Lateral da Estação Ferroviária. . 38
Figura 29- Visada interna do acesso da Estação Ferroviária.................................... 38
Figura 30 - Tabela de Programa de Necessidades ................................................... 40
Figura 31 - Tabela de Cronograma para TCC ll. ....................................................... 42

9
Sumário
1.0 INTRODUÇÃO................................................................................ 12
1.1. Considerações Iniciais .................................................................................... 13

1.2. Problemática ................................................................................................... 13

1.3. Justificativa ..................................................................................................... 14

1.4. Delimitação de Objeto e da Área de Trabalho ................................................ 14

1.5. Objetivos......................................................................................................... 16

1.6. Objetivo geral ................................................................................................. 16

1.7. Objetivos específicos ...................................................................................... 16

1.8. Metodologia .................................................................................................... 17

2.0. REFERENCIAL TEÓRICO..............................................................20


3.0 ESTUDOS DE CASO.....................................................................22
3.1. Estudo De Caso 01.............................................................................................22

3.1.1. Introdução – caracterização da obra em análise.............................................22

3.1.2. Desenvolvimento – características do projeto.................................................22

3.1.3. Características construtivas.............................................................................27

3.1.4. Conclusão........................................................................................................27

3.2. Estudo De Caso 02............................................................................................28

3.2.1. Introdução – caracterização da obra em análise.............................................28

3.2.2. Desenvolvimento – características do projeto.................................................28

3.2.3. Características construtivas............................................................................30

3.2.4. Conclusão.......................................................................................................30

4. O PROJETO..................................................................................31

4.1. Proposta Projetual..............................................................................................31

4.2. Conceito.............................................................................................................31

4.3 Análise Da Área De Intervenção......................................................................31

10
4.3.1 O terreno......................................................................................................... 31

4.3.2 Análise de insolacão e ventilação....................................................................32

4.3.3 Relevo e topografia..........................................................................................33

4.3.4 Legislação........................................................................................................33

4.3.5 Visadas.............................................................................................................34

4.4 Setorização e Fluxograma................................................................................................36

4.5 Partido...................................................................................................................37

4.6 Programa De Necessidades e Pré-Dimensionamento.........................................38

5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................39

5.1 Cronograma Para Trabalho De Conclusão De Curso ll.................................40

5.2 Referências Bibliográficas............................................................................40

11
1. INTRODUÇÃO

Entende-se por restauração a intervenção com função de reativar a eficiência de um


produto feito pelo homem (BRANDI, 2008), sendo este o seu primeiro corolário, que só
se restaura o que é obra de arte e só é vista como tal quando esta é reconhecida como
uma. As obras de arte segundo Brandi (2008), são todos os objetos e produtos de
testemunho da atuação humana em um certo tempo e lugar, incluindo a historicidade –
testemunho histórico –, a estética – seu estilo artístico – e por ser uma obra de arte.
Com isso, nota a estreita relação entre a obra de arte e a restauração.
Desde muito cedo a humanidade busca conhecer e estudar seu passado por meio de
monumentos, tanto o é que devido ao aumento dessa curiosidade o termo patrimônio
passou por diversas modificações ao longo dos anos que o caracterizou de forma mais
complexa. Percebeu-se, com o tempo, que o estado de conservação de tais
monumentos, então patrimônios, estava em um nível crítico e que, se nada fosse feito,
logo viriam abaixo e a história com eles mantida, ruiria em breves relatos daquilo que
não mais poderia se ver, apenas lembrar. Começa então, a preocupação e a
necessidade de restaurar esses monumentos.
Em primeiro lugar, para analisarmos o conceito de conservação e restauro cultural
destaca-se os estudos de Cesare Brandi, o qual relata que a restauração tem por
objetivo restabelecer desgastes gerados com o tempo em um bem móvel ou imóvel.
Brandi frisa que um dos primeiros a se preocupar com a manutenção do patrimônio
histórico foi Eugène Viollet-le-Duc, arquiteto frânces ,durante o século XIX.
A partir então do século XV, como constatado por Choay (2006), as teorias da
restauração eclodem junto aos ideais de amor à arte advindos do Renascimento.
Teorias opostas enfrentaram-se nas figuras de John Ruskin e Viollet-Le-Duc através de,
respectivamente, uma visão conservacionista e outra não conservacionista. Para que
não se estagnasse enquanto os edifícios ruíam à deriva, teorias conciliadoras e práticas
foram criadas, como a de Camilo Boito. A partir de então a restauração passa a
incorporar aspectos governamentais sobre a necessidade de proteção do patrimônio.
Começam então, os fluxos de visitantes e como consequência, a geração de divisas
para as regiões às quais detinham algum monumento de certa forma conhecido.
A relação entre turismo e patrimônio sempre foi delicada, pois de um lado critica-se a
venda do patrimônio única e simplesmente como uma mercadoria econômica, sem ao
menos incrementar o nível cultural de seus visitantes. Por outro, observa-se a
necessidade do patrimônio para o turismo e desse para a preservação do patrimônio,
alegando que um sem o outro, não é capaz de se auto sustentar. Fator concludente no
entanto é que o turismo traz retorno financeiro para o município ao qual se localiza um
monumento e que, o patrimônio, como objeto do passado, tem entre suas principais
razões de existir, o turismo. É preciso, nesse caso, gerir de forma correta a atividade
turística para que o espólio não se torne apenas uma mercadoria, mas seja fonte de
conhecimento e cultura à seus visitantes e, da mesma forma, o turismo possa contribuir
para a preservação desse patrimônio e gere divisas ao município, fomentando a
qualidade de vida da população local.
Preservar a identidade cultural concentrada em bens materiais e imateriais de um grupo
social ou região é parte fundamental do processo de compreensão dos modos de vida
e sua evolução pelos quais as pessoas passam ao longo dos anos.

12
A preservação do patrimônio cultural abrange diversos aspectos daquilo que é
considerado monumento histórico. No caso dos bens arquitetônicos essa discussão
relaciona-se intimamente com uma de suas características intrínsecas, o uso.

“A arquitetura é a única, entre as artes maiores, cujo uso faz parte de sua essência e
mantém uma relação complexa com suas finalidades estética e simbólica” (CHOAY,
2001, p. 230).

1.1. Considerações Iniciais

O Centro Cultural Maria Andrade de Resende, localizado na estação ferroviária de


Conselheiro Lafaiete, município da região Central, por trazer consigo a história e
memória ferroviária da cidade, foi escolhido como foco deste trabalho.O centro cultural
abriga um museu da ferrovia, uma biblioteca e um memorial emhomenagem a Lafayette
Rodrigues Pereira, o jurista, advogado, jornalista,diplomata e político brasileiro que dá
nome à cidade. O local possui ainda duas salas para exposições e encontros. A estação
ferroviária, que passa agora a funcionar como um centro cultural da memória da ferrovia,
foi erguido em 1833,por ordem de Dom Pedro II.
No presente trabalho, o objetivo foi desenvolver um projeto de restauração, visando a
reinserção do centro cultural na dinâmica urbana através de uma novaproposta de uso.
Juntamente com o projeto foi elaborado um Plano de Gestão da Conservação para o
Centro Cultural Maria Andrade de Resende, conceito novo que associa conservação e
manutenção, baseado nas particularidades do edifício. Desta forma, buscou-se mostrar
que a conservação de bens patrimoniais exige não só um extenso estudo para que seja
feita sua restauração, mas também seja proposto um plano que delegará funções a quem
cuidará do bem, visando a prolongação do seu tempo de conservação.

1.2. Problemática

Preservar a identidade cultural concentrada em bens materiais e imateriais de um grupo


social ou região é parte fundamental do processo de compreensão dos modos de vida
e sua evolução pelos quais as pessoas passam ao longo dos anos. Sabe-se que nem
sempre é possível preservar essa identidade com a mesma velocidade com a qual ela
é modificada. Além da modernidade, que demanda constante evolução e faz com que
antigas construções sejam demolidas para que novas sejam colocadas em seu lugar,
ainda existe o problema da depredação causada àquelas construções as quais ainda
permanecem completa ou parcialmente edificadas. Observa-se que o motivo da
realização de atos depredativos aos monumentos históricos provém em grande parte da
falta de informação quanto à importância que tal edifício possui para a comunidade. Faz-
se então necessária a preservação e conservação desses bens em conjunto com a
aplicação de um sistema de educação patrimonial que permita a interpretação desse
edifício para que então a história e identidade à qual ele faz parte sejam mantidas. O
patrimônio edificado é parte fundamental do processo de compreensão histórica, pois
reaviva de forma presencial a história de determinado povo.
Em Conselheiro Lafaiete, apesar de exemplos de restauração como o Museu Antônio
Perdigão, e o Solar Barão de Suaçuí, as práticas de preservação cultural são pouco
usuais. A cidade ainda necessita de um conselho de defesa e de leisque amparem o
patrimônio histórico, que em sua maioria se encontram em desuso ou já
descaracterizados.

13
A proposta de um projeto de restauração para o Centro Cultural, é motivado pelo
reconhecimento de sua relevância, não só pelo seu valor arquitetônico, mas
também por ser um testemunho da história lafaietense, fazendo parte da vivência
e da memória de várias gerações e, ainda hoje, uma referência urbana singular.
Assim, a restauração e o Plano de Gestão da Conservação proposto para o Centro
Cultural Maria Andrade de Resende expressam a importância da preservação do
patrimônio cultural como ação contribuinte para a identidade e coesão social.
Para adensar a reflexão a fim de que se possa compreender o sentido da valorização e
interpretação patrimonial bem como a importância do envolvimento da população no
processo, faz-se necessário primeiramente compreender o sentido de patrimônio e sua
evolução ao longo dos anos. Dessa forma apresenta-se então a seguinte problemática:
Como a restauração, aliada à interpretação patrimonial, contribuem para a valorização
dos edifícios históricos? Para elucidar tal problemática essa pesquisa buscará resolver
o seguinte problema em uma micro escala espacial: Como a restauração e a
interpretação contribuirão para valorização do Centro Cultural ‘’Maria Andrade de
Resende’’ - antiga estação ferroviária de Conselheiro Lafaiete? Tal análise darse-á
especificamente pelo estudo dos projetos de restauro do Centro Cultural e, em um
segundo momento pela proposição de ações de interpretação patrimonial aplicáveis aos
dois objetos de estudo.

1.3. JUSTIFICATIVA

O terreno escolhido para a proposta está localizado em Conselheiro Lafaiete, região


sudeste de Minas Gerais. A cidade abrange uma área total de 369,544 km² e tem uma
população de 129.606 habitantes, segundo o censo do IBGE de 2020. Limita com
Congonhas, Ouro Branco, Itaverava, Santana dos Montes, Cristiano Otoni, Queluzito e
São Brás do Suaçuí. E está a 96km da capital do estado, Belo Horizonte.
Conselheiro Lafaiete é parte da Mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte, com
potencial, o município integra o circuito turístico Villas e Fazendas, que faz com que
receba turistas provenientes de diversas localidades em busca de sua cultural e uma
boa gastronomia.
Além de sua gastronomia, Lafaiete conta com outras atrações como o patrimônio
histórico, cultural, e diversas exposições.

FIGURA 1 – Mapa de Minas Gerais (Fonte: Wikipedia)

14
Sendo assim, com base nas características turísticas e culturais da região, além de ter
uma disponibilidade de áreas de patrimônio com grande potencial de revitalização, a
antiga estação ferroviária de Conselheiro Lafaiete foi escolhida como a melhor opção
para a implantação do centro cultural.
Além disso, o terreno escolhido conta com vantagens que foram diferenciais na hora da
definição do local, como o fato de fazer limite com o eixo central que liga os bairros do
município, outro motivo foi por se tratar de uma área de proteção patrimonial, e um
zoneamento favorável para o turismo. O Centro Cultural Maria Andrade de Resende
onde guarda esse bem tão importante para o patrimônio ferroviário, é um espaço
singular por seu papel na história, seus espaços de interesse cultural, sua atividade e
importânciadas atividades que ali ocorreram. Sua localização deve ser um dos territórios
mais democráticos da cidade, pela diversidade de grupos sociais que moram, trabalham
ou dele se utilizam. Visto como um local de passagem, mesmo sendo em um bairro
populoso e movimentado, o centro cultural sofre um processo de abandono, que
colabora para a subutilização e má conservação do espaço público e do patrimônio ali
existente, o que degrada, desqualifica e compromete a paisagem urbana.
O Centro Cultural deve ser ocupado, através de projetos diversificados em diferentes
níveis e escalas. Sendo assim, o projeto proposto se insere, buscandoqualificar o espaço
público e ocupar adequadamente uma parcela urbana subutilizada do patrimônio do
município.
Duas questões são bastante pertinentes no que se refere ao centro: o viaduto Duartina
Nogueira, uma obra de valor arquitetônico e urbanístico sem precedentes que
recentemente passou por uma restauração e encontra-se emuso e o Túnel de pedestres
que passa em baixo da linha férrea, ligando a Rua Marechal Floriano Peixoto a Praça
Getúlio Vargas, onde se encontra o acesso do centro cultural, que em virtude da
restauração da antiga estação ferroviária
– Centro Cultural Maria Andrade de Resende será apropriado. A intenção é aproveitar
uma área cujo potencial é pouco explorado para inserir um equipamento de uso coletivo,
que supra as necessidades não só da comunidade acadêmica e cultural mas também
do público local. A sociedadeganha um novo espaço de cultura e lazer, com segurança
e o Patrimônio Histórico Arquitetônico fica assegurado, tendo em vista sua apropriação
pelos usuários.

1.4 Delimitação Do Objeto E Da Área De Trabalho

Este projeto de pesquisa delimitou-se em colher informações sobre como a restauração


e intervenção na antiga estação ferroviária pode influenciar as atividades culturais em
Conselheiro Lafaiete, tendo como referência de projeto um Centro Cultural destinado a
todas as atividades culturais para a sociedade lafaietense. O principal agente de
intervenção seria a MRS Logística, tendo em vista que se trata de um projeto de um
centro cultural na antiga sede da estação ferroviária de Conselheiro Lafaiete. Para
viabilizar a execução da restauração desta sede sugere-se a possibilidade de uma
parceria público-privada, a qual será realizada pela prefeitura e a MRS. Os objetivos
estão relacionados a desenvolver um projeto de qualidade, utilizando da infraestrutura
adequada para sua utilização. Além de proporcionar uma interação maior com a
sociedade como um todo, permitindo acesso ao público aos eventos realizados no
Centro Cultural. Dessa forma, a cidade de Conselheiro Lafaiete terá um centro cultural,
que será de suma importância para a manutenção e disseminação da cultura da cidade,
além de promover um ponto turístico para a localidade. É importante mencionar,

16
também, que esse projeto deve ser divulgado por meio de campanhas realizada pelas
mídias locais, com o intuito de valorizar a obra e proporcionar visitas constantes,
principalmente de crianças e adolescentes, para que desde novos possam compreender
a importância da preservação cultural Prestando um papel fundamental na viabilidade
da revitalização da estação ferroviária, tendo em vista um novo tipo de uso para o local,
que sugere o uso em horários alternativos ao comercial. Trazendo maior público e
consequentemente maior segurança. Assim, a instalação de uma sede cultural no centro
ferroviário trará inúmeras vantagens à cidade.

FIGURA 2 – Antiga estação ferroviária de Conselheiro Lafaiete (Fonte: Google Imagens)

FIGURA 3 – Vista superior do Centro Cultural Maria Andrade de Resende (Fonte: Google Imagens)

17
1.4. Objetivos

1.5.1. Objetivo geral

O objetivo geral é: Analisar a importância da restauração e da interpretação patrimonial


para a valorização do edifício, aproveitar o potencial dessa localidade, chamar atenção
para os espaços com infraestrutura subutilizada nos centros, buscando uma cidade mais
sustentável que segundo a análise de Rommulo Barrato, afirma ser essencial a
preservação da figura pré-existente, dando ênfase ao contexto ambiental, sendo o mais
importante a manutenção da originalidade da obra, onde a concentração de atividades
e população caracteriza economia e qualidade de vida. Servir como incentivo a
revitalização do Centro Cultural reforçando o importante papel da cultura através da
valorização de espaços públicos, onde as artes são criadas e mostradas a sociedade.
O centro cultural possui problemas de infraestrutura que devem ser
reformados/revitalizados. E suas instalações precisam uma restauração para o retorno
de sua utilização pela sociedade e comunidade que usufrui dele. Assim, vamos criar um
centro cultural e histórico das ferrovias, esse centro histórico, de acordo com os estudos
de Cesare Brandi deve sempre manter a sua originalidade.

1.5.2. Objetivos específicos

Será dada maior ênfase na relação do projeto com o contexto urbano, para que a
proposta possa servir como incentivo para futuras intervenções na área de estudo.
Devem ser destaques as soluções relativas à implantação do projeto, distribuição do
programa e sua relação com o entorno, atingindo um nível de detalhamento de
anteprojeto arquitetônico. Ainda assim, serão selecionados alguns setores parciais com
maior relevância para a realização de detalhes construtivos. A proposta será ilustrada
de forma que garanta integral compreensão do tema e programa. Ao longo do
desenvolvimento do projeto, mudanças e acréscimos de novos desenhos podem ser
necessárias, mas o que se propõe a entregar futuramente são os seguintes elementos:
Diagramas e esquemas volumétricos;
Plantas de locação e localização;
Planta de situação;
Planta de cobertura;
Plantas baixas dos pavimentos;
Cortes transversais e longitudinais;
Elevações;
Cortes e detalhamentos construtivos;
Diagramas de fluxos e circulação;
Perspectivas internas e externas;
Maquete eletrônica da edificação
Analisar quais os públicos de maior interesse na intervenção do Centro Cultural;
Verificar as possíveis atividades a serem realizadas no local;
Conhecer o público que usariam o Centro Cultural para realizar suasatividades;
Documentar as atividades culturais realizadas no local;
Preservar o patrimônio histórico e cultural da cidade;
Compreender como a intervenção irá influenciar os cidadãos de Conselheiro Lafaiete

18
1.6. Metodologia

O trabalho será dividido em três etapas que serão definidas de acordo com o nível de
desenvolvimento do projeto. A primeira etapa consiste no levantamento de dados
fundamentais para o desenvolvimento do projeto, sintetizada neste documento. Na
segunda etapa, haverá o desenvolvimento da solução geral proposta para a edificação.
Já na terceira etapa, aparecerá a descrição da solução adotada, o detalhamento
construtivo da proposta e o desenvolvimento do projeto através da apresentação dos
elementos citados notópico 2.1.
Com o objetivo de auxiliar no processo projetual deste trabalho e levantar reflexões a
respeito das soluções adotadas em projetos de restauração, foram destacados dois
estudos de caso: Restauro da Estação Ferroviária de Campo Grande na Vila de
Paranapiacaba e a Reabilitação do Castelo de Montjuïc. Como referência para a
elaboração do projeto, o estudo de ambos foi primordial para o entendimento do
funcionamento e distribuição do programa deste tipo de edificação, além de orientar e a
organização espacial edefinição do layout. Tais estudos contribuíram significativamente
para nos âmbitos teórico, prático e técnico, norteando as decisões que embasaram o
projeto a ser apresentado. Para o desenvolvimento do projeto foram coletadas
informações junto a Secretaria de Obras de Conselheiro Lafaiete, onde foram solicitados
documentos, referenciais e informações sobre a edificação, após a solicitação e uma
breve explicação, aguardamos o envio dos mesmos para p desenvolvimento da
pesquisa. Em virtude da pandemia, algumas pesquisas e entrevistas necessitaram ser
por meio online, bem como fotos da edificação existente, sem visitas in loco no
momento, conforme figuras a seguir.

19
FIGURA 4 – Fachada principal da antiga estação ferroviária de Conselheiro Lafaiete. (Fonte: Vertentes
Minas Gerais)

FIGURA 5 – Acesso interno da antiga estação ferroviária de Conselheiro Lafaiete. (Fonte: Vertentes Minas
Gerais)

20
FIGURA 6 – Sala expositiva da antiga estação ferroviária de Conselheiro Lafaiete. (Fonte: Vertentes
Minas Gerais)

FIGURA 7– Arquivo da antiga estação ferroviária de Conselheiro Lafaiete. (Fonte: Vertentes Minas
Gerais)

21
2. REFERENCIAL TEÓRICO

A pesquisa dividir-se-á em duas etapas metodológicas distintas:


1. Pesquisa bibliográfica para aprofundamento teórico sobre tema. Serão analisados
livros e artigos científicos voltados ao tema de patrimônio histórico, turismo,
restauração e interpretação patrimonial. Serão utilizados materiais bibliográficos
disponíveis tanto fisicamente quanto digitais, por meio da internet.
2. Pesquisa documental. Serão pesquisados documentos referentes ao tema
abordado como jornais, revistas, projetos, ofícios, imagens e toda documentação
necessária a respeito do tema.
Os documentos serão pesquisados em órgãos diretamente ligados à administração
do edifício estudado, como a Prefeitura Municipal, e Secretaria de Estado de Cultura.
Poderão também, nesta etapa, ser realizadas entrevistas com pessoas ligadas aos
órgãos citados para obtenção de informações.
O levantamento bibliográfico foi realizado objetivando a exação de todo conhecimento
necessário para análise dos temas abordados, desde as teorias da restauração e
arquitetura, à conceitualização de monumento, monumento histórico, patrimônio,
identidade cultural e memória social. Em um segundo momento, foi realizada a
pesquisa documental, que balizou a coleta de informações necessárias para
compreender a atual situação dos recortes de estudo estabelecidos para este
trabalho. Uma vez coletadas as informações documentais, foi possível a este
pesquisador analisá-las fundamentado pelos conhecimentos adquiridos através da
pesquisa bibliográfica, podendo dessa forma proceder para a próxima etapa do
trabalho, que foi a dissertação quanto à importância da restauração dos edifícios
históricos estudado, bem como a elaboração do projeto arquitetônico. Por fim, foi
realizado o cruzamento dos dados com vistas à produção conclusiva da pesquisa.
Restaurar, conservar e preservar são processos complexos. Para tal, durante a
elaboração do trabalho far-se-á necessária uma explanação entre os conceitos
primordiais do que é patrimônio, de restauração e da relação entre turismo e
patrimônio. Assim justifica-se esta pesquisa, na busca pelo desenlace da problemática
apresentada, pois, restaurar e proteger o Centro Cultural ‘’ Maria Andrade de
Resende’’- antiga estação ferroviária de Conselheiro Lafaiete são formas perduráveis
de manterem-se vivas a história e tradição do município e sua população. Primeiro
porque manterá viva parte da história local, segundo porque, a primeira é uma
construção única no município e a segunda porque constitui parte do desenvolvimento
urbano e econômico do município, e, obviamente, porque trabalhando-se de maneira
correta, ambos poderão vir a ser fontes de cultura para seus visitantes e de divisas
para o município.
Dessa forma, é imprescindível apontar os autores que contribuíram para a elaboração
da proposta apresentada durante esse período. Em primeiro lugar, para analisarmos
o conceito de conservação e restauro cultural destaca-se os estudos de Cesare
Brandi, o qual relata que a restauração tem por objetivo restabelecer desgastes
gerados com o tempo em um bem móvel ou imóvel. Brandi frisa que um dos primeiros
a se preocupar com a manutenção do patrimônio histórico foi Eugène Viollet-le-Duc,
arquiteto francês, durante o século XIX. Ademais é mencionada as mudanças de
perspectivas sobre o conceito de restauração no decorrer do tempo. Até o século
XVIII, os restauros só eram destinados a obras de caráter religioso, com o surgimento
na arqueologia no final do século qualquer estrutura do passado poderia ser

22
preservada, enquanto que houvesse um valor artístico e cultural. No século XIX, os
ideias românticos influenciaram a forma da arquitetura dos edifícios .Na atualidade ,as
restaurações pretendem preservar ao máximo a originalidade das obras.
Sob um outro ponto de vista, tem-se a análise de Rommulo Barrato, que afirma ser
essencial a preservação da figura pré-existente, dando ênfase ao contexto ambiental,
que é muito abordado na contemporaneidade, sendo o mais importante a manutenção
da originalidade da obra, juntamente com a contenção dos gastos dos recursos
ambientais.
Por fim, é válido abordar a Teoria Brandiana, a qual relata que obras de arte são
quaisquer objetos elaborados pelo homem em um certo tempo e lugar, incluindo a
historicidade e a estética. Com isso, nota-se a densa relação entre a obra de arte e a
restauração. Chega-se, desse modo, a reconhecer a ligação indissolúvel que existe
entre a restauração e a obra de arte, pelo fato de a obra de arte condicionar a
restauração e não ao contrário. ´´(BRANDI,2008,p.31-32).Diante disso ,surgem seus
axiomas. Destacando-se:
1 axioma :Afirma que não se deve alterar bruscamente a obra, visto que o objetivo
final é manter a originalidade.
2 axioma :A restauração não deve cometer nenhum falso artístico ou falso histórico e
nem cancelar nenhum traço da passagem de obra no tempo.
Em suma, esses autores foram essenciais para contribuir com a elaboração do
projeto.

23
3. ESTUDOS DE CASO

3.1. Estudo De Caso 01

3.1.1 introdução – caracterização da obra em análise

A Estação Ferroviária de Campo Grande, na Vila de Paranapiacaba, em Santo André


(SP), a 40 km da capital paulista, volta à vida. A partir de 2021, o prédio histórico, com
300 m² de área construída e 7.500 m² de área externa, será ocupado novamente. A
obra durou 10 meses e envolveu uma equipe interdisciplinar composta por mais de 40
pessoas. O projeto de restauro teve gerenciamento da arquiteta Fabiula Domingues.
Inaugurada há mais de 130 anos, em 1º de agosto de 1889, este edifíciohistórico,
construído pela empresa inglesa São Paulo Railway, integrava o contexto de
crescimento do estado de São Paulo na segunda metade do século XIX.
A pesquisa desenvolvida neste estudo teve com objetivo conhecer mais sobre a
restauração do patrimônio, exclusivamente de uma estação ferroviária, o que se
relaciona totalmente com o meu projeto. Algumas características chamaram atenção,
por se tratar de uma Estação, ela ser totalmente restaurada e refuncionalizada.

FIGURA 8 – Vista superior da estação ferroviária de Campo Grande. (Fonte: ArchDaily)

3.1.2 Desenvolvimento – características do projeto

A sua história teve início em 1889, ano de sua inauguração. A estação ferroviária era
muito utilizada no passado por famílias que viviam no ABC e queriam fazer
piqueniques. Desciam nessa estação e andavam pelos caminhos em volta para
procurar um bom local. A inauguração da estação ferroviária criou as condições

24
necessárias para o extrativismo de madeira que alimentava os fornos das olarias dos
núcleos coloniais de Ribeirão Pires e São Caetano do Sul; também contribuía com a
produção de carvão que atendia às demandas do acelerado crescimento da capital
paulista e de Santos.

FIGURA 9 – A estação nos anos 1960 (Fonte: Acervo Reinaldo Martins)

A estação, no município de Santo André, nas proximidades da Vila de Paranapiacaba,


que no projeto da estrada de ferro tinha por objetivo apenas ser uma parada
intermediária para o abastecimento de água para as locomotivas, foi gradativamente
assumindo a função de escoar a produção de lenha e carvão.
Toda essa área devastada, no passado, está hoje em franco processo de regeneração
e sua história pode ser resgatada por meio do Trecho dos Carvoeiros, em
aproximadamente 10 km de extensão.
Segundo Thomas Corrêa, em 1990 ainda era uma estação com seus móveis dentro e
seu chefe. Logo depois foi fechada e abandonada e foi eventualmente utilizada como
parada quando havia passageiros da CPTM para embarcar ou desembarcar. Seu
prédio ainda é uma das estações originais da SPR.
Os trens metropolitanos da CPTM, a partir de novembro de 2001, somente paravam
ali nos fins de semana. Em 2002 os trens deixaram definitivamente de ir até
Paranapiacaba, parando na estação anterior de Rio Grande da Serra e retornando
para a Luz. Parte da estação já havia desabado e a passarela estava interditada
janeiro de 2007. Em 2010 um incêndio piorou a situação. Em 2019 estava
parcialmente arruinada, mas no final de 2020, foi entregue totalmente restaurada, em
projeto elaborado pela arquiteta Fabiula Domingues.

25
FIGURA 10 – Interior da estação em ruínas após o incêndio em 2020. (Fonte: Google Imagens)

A partir de 2021, a estação será usada como centro de controle operacional das
composições MRS que trafegam pela região em direção ao Porto de Santos ou
retornando no sentido do interior de São Paulo, entre outros destinos. O projeto
cultural de Restauro da Estação Ferroviária de Campo Grande foi patrocinado pela
MRS Logística (concessionária de transporte de carga pela ferrovia), por meio da Lei
de Incentivo à Cultura, com o valor aprovado de R$ 1.746.599,96. A iniciativa teve
apoio da Prefeitura de Santo André e do Comdephaapasa - Conselho Municipal de
Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico- Urbanístico e Paisagístico de
Santo André. Referenciado pelos Objetivosde Desenvolvimento Sustentável – ODS
da ONU, o projeto foi elaborado pelo arquiteto Laerte Gonzalez e a obra executada

26
pela Anwal Engenharia.

FIGURA 11 – Prancha do projeto arquitetônico de reforma (Fonte: ArchDaily)

Os arquitetos reproduziram o desenho da estrutura original por meio de levantamento


cadastral e iconografia (imagens antigas). Até os detalhes da decoração da marquise
tiveram de ser refeitos. Foram fabricados novos pináculos invertidos de madeira, que
têm esse nome porque ficam de cabeça para baixo e lembram pinhos pendurados.
Seguindo o estilo vitoriano, o projeto original do edifício inclui grandes janelas na
fachada de tijolos aparentes. As janelas do modelo guilhotina são atribuídas ao
inventor britânico Robert Hooke (1635 -1703) e eram comuns em prédios dos estilos
Georgianos (reinados de George I, II, III e IV de 1714 até cerca de 1830) e Vitorianos
(reinado da Rainha Vitória de 1837 a 1901). Uma obra de restauro pode revelar
surpresas sobre a planta original dos prédios. O posicionamento do sol influenciou a
arquitetura original. A fachada Noroeste, voltada para a área do novo estacionamento,
é uma área ensolarada e onde a maior parte dos peitoris das janelas são de ferro
fundido. Já a fachada Sudeste, onde era a plataforma de embarque e desembarque,
é uma área de sombra sob a marquise, o que explica a opção por peitoris de granito,
mais resistentes à umidade. Para ampliar a entrada de luz e permitir a troca de ar
interno e externo, a Estação Ferroviária de Campo Grande possui uma abertura
redonda próxima ao telhado, chamada óculo, que foi recuperada, retomando a sua
função de ventilação cruzada da estação. Com a marca SPR, da Cia. São Paulo
Railway, os respiradores de ferro fundido estão presentes em vários pontos da base
do edifício para permitir a troca do ar interno com o externo, o que faz diminuir a
variação da temperatura capaz de prejudicar o piso de madeira. Durante a obra, foi
descoberto que três dos respiradores precisariam ser repostos por réplicas
construídas em resina epóxi e lã de vidro. Com capacidade para durar até 400 anos,
as réplicas foram colocadas na fachada Sudeste do prédio, uma área de sombra onde
a umidade poderia afetar as peças antigas de metal.
27
FIGURA 12 – Vista lateral da estação ferroviária de Campo Grande após a reforma. (Fonte: Archdaily)

“Temos muito orgulho do projeto cultural de restauro da Estação de Campo Grande.


A MRS apoia fortemente a preservação da memória ferroviária, e Campo Grande é
um projeto que evidencia nosso compromisso com o patrimônio ferroviário. A estação
voltará a ser operacional, um espaço com atividades ferroviárias, no controle do
tráfego de composições, e também terá espaço para atividades educacionais. Nossa
expectativa é poder apoiar mais ações de restauro
ao longo dos próximos anos”, afirma o gerente geral de Relações
Institucionais SP da MRS Logística, José Roberto Lourenço. “Participar da
requalificação e restauro da Estação Ferroviária de Campo Grande, foi uma grande
honra. Hoje, com a obra concluída, ver a unicidade estilística restaurada e a nova
funcionalidade empregada, significa que conseguimos dar um primeiro e importante
passo para a preservação da memória ferroviária”, comemora a arquiteta Fabiula
Domingues, responsável pela coordenação da obra de restauro. “Nesta gestão, por
meio da Secretaria de Meio Ambiente, a Prefeitura de Santo André tem se empenhado
para viabilizar a recuperação dos relevantes símbolos históricos de Vila de
Paranapiacaba e da região. Devido à dimensão e à complexidade desse patrimônio,
ações em parceria tem se mostrado uma estratégia muito efetiva. De tal modo, a
recuperação da Estação de Campo Grande é também a recuperação de uma parte
significativa da história de Santo André e de todo o Estado de São Paulo. Este
restauro,bem como as outras revitalizações realizadas na Vila de Paranapiacaba pela
Prefeitura, MRS, Iphan, comunidade e outros parceiros, são de suma importância para
recuperação e promoção deste grande complexopatrimonial”, destaca o secretário de
Meio Ambiente em exercício, Alexandre Audino.

28
FIGURA 13 e 14 – Interior da estação ferroviária de Campo Grande. (Fonte: ArchDaily)

3.1.3 Introdução – características construtivas

O projeto cultural da Estação Ferroviária de Campo Grande contemplouo restauro e a


reconstrução total da área interna - telhas, tijolos, madeiramento estrutural,
argamassa de revestimento, piso, portas e janelas. Na área externa, foi recuperada
com novo piso, cercamento com alambrado, preparação do solo para o
estacionamento, nova área de dejetos, postes de luz e uma iluminação monumental,
que valoriza orestauro do prédio e destaca sua beleza estrutural. Obteve um restauro
cuidadoso e minucioso em todas as peças e etapas. Com telhado, piso, janelas,
portas, instalações elétricas e hidráulicas totalmente refeitas, a Estação Ferroviária de
Campo Grande restaurada é um novo patrimônio para a cultura nacional. Fechado por
quase 20 anos, o local estava abalado por um incêndio ocorrido em 2010. No início
de 2020, a estação encontrava-se inacessível e corria o risco de desabar, com grande
quantidade de vegetação, umidade, sujeira e microrganismos (como fungos e bolores)
causadores de doenças. Na recuperação do local, a limpeza foi imprescindível para
que fosse possível visualizar os danos e tomar as providencias de restauro, garantindo
a estabilidade das paredes e a melhora na qualidade do ar. Por meio de minuciosa
atividade manual, de limpeza e restauro, o projeto recuperou todos os elementos
históricos possíveis da arquitetura original. Cerca de duas mil telhas, fabricadas no
século XIX pelas famosas olarias francesas de St. Henry Marseille, foram limpas e
testadas quanto à absorção antes de retornarem à cobertura.

3.1.4 Conclusão

O projeto de estudo em questão teve muitos pontos positivos. Foi contemplado com
uma restauração semelhante ao que realmente era antes do incêndio e seu abandono.
Atualizaram o edifício as necessidades da atualidade e ainda sim conseguiram
recuperar algumas referências do projeto original.

29
3.2. ESTUDO DE CASO 02

3.2.1 Introdução – caracterização da obra em análise

FIGURA 15 – Fachada principal do Castelo de Montjuïc . (Fonte: ArchDaily)

O Castelo de Montjuïc, localizado em Barcelona, Espanha, uma edificação histórica,


com 10416 m² está funcionando novamente a partir da restauração gerenciada pelo
escritório Forgas Arquitectes no ano de 2018. Este castelo, na montanha de Montjuïc,
teve sua construção iniciada em 1653. O rei à época, Felipe IV, desejava construir
uma fortaleza militar para a cidade, e assim, proteger as entradas ao norte e ao leste
da cidade. Cerca de meio século depois, o Castell de Montjuïc testemunhou um dos
momentos mais marcantes de toda a história da Catalunha: a Guerra de Sucessão
Espanhola. A história vivida e guardada pelo Castelo de Montjuïc, sem dúvida, nos faz
entender o modo como os cidadãos de Barcelona pensam em relação a alguns temas.
Hoje, a imponente e secular construção é um ponto turístico declarado Bem Cultural
de Interesse Nacional (1988).
A pesquisa desenvolvida neste estudo teve com objetivo conhecer mais sobre a
restauração do patrimônio, exclusivamente de uma estação ferroviária, o que se
relaciona totalmente com o meu projeto. Algumas características chamaram atenção,
por se tratar de uma Estação, ela ser totalmente restaurada e refuncionalizada.

3.2.2 Desenvolvimento – Características do projeto

O Castelo de Montjuic é uma fortaleza baluarte que assumiu sua forma real no século
XVIII. Sua concessão à cidade permitiu a recuperação do patrimônio nacional
notavelmente valioso (BCIN) usado anteriormente para fins militares, para se tornar
uma instalação pública de cultura e lazer.
Nos últimos anos, foram realizadas intervenções sucessivas, seguindo as principais
linhas de um plano de gerenciamento inicial, tendendo a consolidar o monumento,
melhorando a segurança e acessibilidade e adaptando os espaços existentes aos

30
usos e planejamentos recentemente planejados. fluxo turístico maciço. Isso traz até
800.000 visitantes anuais.

FIGURA 16 – Vista interior do Castelo de Montjuïc . (Fonte: ArchDaily)

FIGURA 17 – Acessos no interior do Castelo de Montjuïc . (Fonte: ArchDaily)

Essas intervenções recuperaram a cobertura como ponto de vista e permitiram o uso


de vários espaços e salas com potencial para sediar exposições ou oficinas. Além
disso, o bastião de St. Carles foi restaurado,o antigo arsenal tornou-se uma área de
boas-vindas e um novo centro de comunicações foi escavado dentro do bastião.
Finalmente, as instalaçõesdo teleférico foram movidas para fora do monumento.

31
FIGURA 18 – Prancha de projeto arquitetônico de reforma do Castelo de Montjuïc . (Fonte: ArchDaily)

3.2.3 Características construtivas

O Castelo possui estruturas que encantam o olhar de todos os visitantes, como o


terraço com a torre de vigilância, os bastiões, e o fosso. É possível ter uma visão
panorâmica da cidade de Barcelona do alto do castelo, mais precisamente do lugar
reservado aos canhões, apontados para o mar.

FIGURA 19 – Prancha de setorização Castelo de Montjuïc. (Fonte: ArchDaily)

3.2.4 Conclusão

O castelo está disponível para visitação a partir de sua restauração e revitalização


necessária. Um bem histórico a ser preservado e admirado por todos. Vê-se como
pontos positivos sua revitalização e refuncionalização para preservar um patrimônio
histórico tão grandiosa como esse.
32
4. O PROJETO

4.1 Proposta Projetual

A proposta do projeto é criar um ambiente de uso misto, onde os moradores possam


ter a tranquilidade de viver em um ambiente preservado, podendo aproveitar das
estruturas do local, como a área externa que conta com uma grande praça a céu
aberto, a salas onde se podem participar de exposições, entre outros. Além disso, o
centro cultural tem uma proposta para os visitantes, que podem conhecer o local,
conhecer sobre a história da estaçao e da cidade, participar de exposiçoes ou até
mesmo ir apenas passar o dia, fazendo um tour ao local, ou entre outras atividades
de lazer que estão disponíveis no local.
As atividades e exposições realizadas no espaço será de responsabilidade do autor
do evento, porém, terão que seguir determinados parâmetros pré-definidos pela
estação, de forma a causar o mínimo impacto possível na área, buscando a
preservação do patrimônio e da manutenção diária.

4.2. Conceito

O projeto na antiga estação ferroviária tem como conceito a elaboração de um centro


cultural, onde se busca o contato direto com a cultura e a história lafaietense, com
uma estrutura educacional para que se possa ser ensinado os princípios que norteiam
a preservação do patrimônio.

4.3. Análise da Área de Intervenção

4.3.1 O terreno

O terreno de estudo está na região central, da cidade, na zona urbana. A figura 20


mostra que no entorno do terreno estão localizados a MRS Logística e o Hotel Meri.
Ainda nas proximidades tem restaurante, como o Fogão a lenha e o Supermercado
Brasil, que conta com uma variedade no ramo alimentício. Ainda em proximidade ao
local de escolha, observa-se, a Pharmativa, o clube de lazer Sider e uma grande
variedade de pontos comerciais, por se tratar de um bairro central da cidade.
O perfil econômico da região varia entre a classe média, na parte baixa da cidade –
Rua Marechal Floriano Peixoto, e classe alta na parte alta da cidade, mais próxima do
terreno em questão.
O terreno faz divisa com as ruas Marechal Floriano Peixoto e Coronel Albino (Praça
Getúlio Vargas), e o acesso acontece por meio de um túnel de pedestres que
conectam as ruas entre si.

33
FIGURA 20 – Imagem aérea da estação ferroviária de Conselheiro lafaiete. (Fonte: Google Earth -
Modificado)

4.3.2 Análise de insolacão e ventilação

O local em que o terreno está inserindo é de predominância urbana, por isso no


entorno existem poucas áreas livres, onde é possível identificar poucos pontos de área
verde o que tornará em evidência o paisagismo e a área externo do projeto. No
entanto, em predominância é de edificações, por se tratar de um centro comercial.
Além disso, o terreno conta com uma vista longitudinal privilegiada que está
totalmente ligada a sua história: a linha férrea, que proporciona uma bela vista
relembrando a história do local.

FIGURA 21 – Análise do entorno. (Fonte: Google Earth - Modificado)

34
Os ventos predominantes na região são do oeste para leste, e apesar de estar
localizado em um ponto com muitas construções próximas, recebe iluminação solar
direta em boa grande parte do terreno.

4.3.3 Relevo e topografia

O terreno conta com uma topografia em declive, onde o acesso está numa curva de
nível mais alta, possibilitando um visual tanto do terreno, quanto do entorno, com
grande vista do entorno e da extensão da linha férrea. (Figura x)

FIGURA 22 – Topografia do terreno e entorno. (Fonte: Acervo Pessoal)

4.3.4 Legislação

De acordo com o Plano Diretor Municipal (PDM) de Conselheiro Lafaiete, o terreno de


estudo está localizado na Zona Comercial 2, ou seja, um local com grande potencial
comercial para atuais e novos empreendimentos.
Os índices urbanísticos exigidos na área são definidos pela tabela abaixo (Figura X).
Destacando a taxa de aproveitamento de 5,5 e a taxa de permeabilidade de 20% . O
gabarito permitido máximo é de 6 pavimentos ou 21 metros de altura.

35
FIGURA 23 – Tabela de controle urbanístico. (Fonte: PDM Conselheiro Lafaiete)

4.3.5 Visadas

Figura 24 - Fachada Frontal – visada para o túnel de pedestres que liga as ruas Marechal Floriano
Peixoto a Coronel Albino, Centro.(Fonte: Google Imagens, 2021.)

36
Figura 25 - Fachada Lateral Direita – visada para a ruas Marechal Floriano Peixoto. (Fonte: Google
Imagens, 2021.)

Figura 26 - Fachada Lateral Esquerda – visada para a rua Coronel Albino. (Fonte: Google Imagens,
2021.)

Figura 27 - Passagem Subterrânea “Ovideo Barbosa” que liga a Rua Marechal Floriano Peixoto a Praça
Getúlio Vargas (Rua Coronel Albino). (Fonte: Google Imagens, 2021.)
37
Figura 28 - R.Marechal Floriano Peixoto - Fachada Lateral da Estação Ferroviária.
(Fonte: Google Maps, 2021).

Figura 29 - Visada interna do acesso da Estação Ferroviária.


(Fonte: Google Imagens, 2021).

4.4. Setorização e Fluxograma

A implantação foi pensada de forma a valorizar o espaço existente em que será


desenvolvido o projeto, aproveitando as características existentes e naturais do loca.
38
Os setores foram divididos em zonas, criando ambientes variados de acordo com o
uso, estabelecendo padrões que são característicos do local.
Essa solução também foi importante para garantir a integridade do local, uma vez que
se busca a preservação do espaço, além de evitar degradação de uma obra tão
importante. De acordo com o que foi definido na implantação, o centro cultural foi
dividido em zonas.

• Zona 01 – Centro Cultural

O Centro cultural está localizado intencionalmente voltado para o acesso principal.


Ambiente de maior fluxo e tanto quanto convidativo Esse ambiente é focado nas
realizações de eventos, exposições, apresentações, palestras e diversas outras
atividades disponíveis, estimulando a cultural do local.

• Zona 02 – Biblioteca Municipal

Entre o centro cultural e o acervo do museu ferroviário, está localizada a Biblioteca


Municipal, que por sua vez também faz parte da história recente da estação ferroviária,
o qual o mesmo já abrigava esse ambiente que atendia 1.500 pessoas por mês e tem
cerca de aproximadamente 26 mil exemplares e ainda abriga o memorial do
Conselheiro Laffayette Rodrigues Pereira.
A proposta projetual segue o conceito de preservação no ambiente, e propõe que esse
espaço tenha um foco educacional, de forma que se organize melhor para os
estudantes e professores. Além disso, a biblioteca também pode ser utilizada pelos
próprios moradores do município e turistas.

• Zona 03 – Arquivo da Estação Ferroviária

O acervo da estação está localizado nos fundos do espaço, tendo acesso a um


importante acervo do local: a Maria Fumaça , de forma de que quem chega a esse
acesso consegue logo visualizar esse ambiente tão convidativo que se faz importante
para a história do local. É formado por composições de salas já existentes, e a antiga
área de embarque de passageiros. Além disso, foi proposto a mínima intervenção
possível, de maneira que a história se misturasse ao seu entorno.

4.5. Partido

Um dos grandes desafios de um projeto de restauração de uma obra histórica e sem


dúvida a comunicação entre o passado e o presente, sem que entrem em conflito.
Partindo deste ponto, esse projeto tem a proposta de buscar o equilíbrio da arquitetura
contemporânea com a restauração do edifício. Buscamos em nosso partido a
utilização de elementos construtivos que funcionem como atenuantes climáticos,
como brises, iluminação zenital, integração com o paisagismo e a área externa, de
acordo com a setorização incialmente esboçada.

39
4.6. Programa de Necessidades e Pré-Dimensionamento

A implantação foi pensada de forma a valorizar o espaço existente em que será


desenvolvido o projeto, aproveitando as características existentes e naturais do
local. Os setores foram divididos em zonas, criando ambientes variados de acordo
com o uso, estabelecendo padrões que são característicos do local. De acordo com
o que foi definido na implantação, o centro cultural foi dividido em zonas. A primeira
é onde estará localizado o centro cultural, e consequentemente o foco das
atividades que irão acontecer na antiga estação ferroviária. Logo em seguida estará
a Biblioteca Municipal, ambiente que já tinha seu lugar no antigo museu ferroviário.
Por fim, a terceira zona estará destinada ao patrimônio, onde se tem os arquivos, A
história da estação e total acesso um dos mais importantes acervos: a Maria
Fumaça. A antiga estação ferroviária conta com um espaço grande dividido em 11
salas entre elas o museu, que tem muitas peças que eram usadas no início da
ferrovia, materiais bibliográficos, documentos, fotografias, móveis e objetos que
também eram usados na antiga estação, a Maria fumaça que é a principal atração
do museu e um guindaste para abastecer de carvão as locomotivas movidas a
vapor. A Figura abaixo mostra previamente o programa de necessidades do local,
pensado em todas as funções e atividades necessárias de cada zona.

Figura 30 - Tabela de Programa de Necessidades. ( Fonte: Acervo Pessoal)

40
5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, a sociedade vive em sua fase mais evoluída, porém a consequência


deste estilo de vida moderno e tecnológico é o esquecimento das suas origens, da
história e do patrimônio existente. Dessa maneira, esquecemos que necessitamos da
história e não cuidamos dos patrimônios obtidos dela. Esquecemos que antes de nós
e do contemporâneo, existiu histórias que nos fizeram chegar onde estamos hoje, por
isso necessitamos valorizar e preservar o que ainda obtemos dela.
Os problemas ocasionados por degradação patrimonial causam uma sucessão de
perdas, o qual algumas são irreparáveis, muitas com a possibilidade de restauração
e revitalização trazendo novamente um novo uso e valorização do patrimônio, mas
essas perdas não são somente do material, da edificação, ou até mesmo espaço como
um todo, mas sim da história e do valor que aquele patrimônio carrega em si, que junto
com a deterioração vai sendo esquecido pouco a pouco.
Os patrimônios devem seguir um padrão de preservação. Esse padrão pode variar
dependendo dos recursos, do local em que são inseridos e das características do
local. Percebe-se também a necessidade de se empregar novos usos as obras. O
aspecto mais importante é o surgimento de novos usos aliado a preservação do
patrimônio, e principalmente o entendimento de como é possível desenvolver novas
funções e valorizar o passado.
Essa pesquisa permitiu a começar a pensar na proposta projetual de um patrimônio
histórico no município do Conselheiro Lafaiete. A proposta é a implantação de um
retrofit, aliando a preservação do local com novos usos atribuído a ele. O local foi
escolhido intencionalmente por se tratar de uma edificação patrimonial fechada e sem
uso por anos, no centro urbano do município.
O projeto idealiza um centro cultural, com baixo impacto na edificação existente, que
conta com espaços para vivência, exposições, e o acervo para conhecer e/ou lembrar
da histórico do local.

41
5.1 Cronograma Para Trabalho De Conclusão De Curso ll

Figura 31 - Tabela de Cronograma para TCC ll. ( Fonte: Acervo Pessoal)

5.2. Referências Bibliográficas

PATRIMONIO PROTEGIDO NO MUNICÍPIO. Arquivo em pdf. Disponível em:


http://conselheirolafaiete.mg.gov.br/v2/wp-content/uploads/2019/10/Material-para-
divulga%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 02/05/2021.

BENS TOMBADOS. Arquivo em pdf. Disponível em:


file:///C:/Users/Cliente/Downloads/RelaoBensTombados2012PDF.pdf. Acesso em:
02/05/2021

O RESTAURO E A ARQUITETURA. Brasil Escola. Disponível em:


https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/brasil/o-restauro-arquitetura.htm. Acesso
em: 02/05/2021.
42
RESTAURO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE CAMPO GRANDE NA VILA DE
PARANAPIACABA / CONTEMPORANEA PAULISTAHTTPS. ArchDaily. Disponível
em: //www.archdaily.com.br/br/953934/restauro-da-estacao-ferroviaria-de-campo-
grande-na-vila-de-paranapiacaba-contemporanea-paulista. Acesso em: 11/04/2021.

REABILITAÇÃO DO CASTELO DE MONTJUÏC / FORGAS ARQUITECTESHTTPS.


ArchDaily. Disponível em://www.archdaily.com.br/br/929788/reabilitacao-do-castelo-
de-montjuic-forgas-arquitectes?ad_medium=gallery. Acesso em: 11/04/2021.

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE
CONSELHEIRO LAFAIETE. Centro Oeste Brasil. Disponível em:
http://vfco.brazilia.jor.br/estacoes-ferroviarias/1960-sudeste-EFCB/estacao-
ferroviaria-Conselheiro-Lafaiete.shtml. Acesso em: 04/04/2021.

CENTRO CULTURAL MARIA ANDRADE DE RESENDE. Viagem, Turismo e


Aventura. Disponível em:
https://viagemturismoaventura.blogspot.com/2017/12/conselheiro-lafaiete-minas-
gerais.html. Acesso em: 04/04/2021.

RESTAURO: O MAIS RECENTE DE ARQUITETURA E NOTÍCIA. ArchDaily.


Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/tag/restauro. Acesso em: 11/04/2021
EPÍGRAFE DE ARQUITETURA. Disponível em:
https://www.pensador.com/epigrafe_de_arquitetura/2/

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