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Serpentes - morfologia

- Tamanho corporal: de 15 cm a 10 m (geralmente com dimorfismo


sexual de tamanho – fêmeas maiores).

- Dois grupos: cobras com olhos desenvolvidos, cobras com olhos


vestigiais (Anomalepididae, Leptotyphlops, Typhlops)

- Pupila: redonda (arborícola), elíptica, fenda (noturno)

- Visão variável (arborícolas com visão melhor)


Serpentes - morfologia
- Focinho: forma variada...relação com hábito

- Narinas: lateral ou voltada para cima (animais aquáticos)

- Fosseta loreal e labial (alguns boídeos): sensor térmico


Serpentes - morfologia
- Cauda: lisa, com chocalho, formatos variados (longa em
arborícolas, curta em fossoriais, achatada em aquáticos)
Serpentes - locomoção
Especializações
locomotoras tem relação
com tipo de substrato e
modo de predação.

Encaixe perfeito de
vértebras

movimentação
a ampla

-
Serpentes - locomoção

Serpente “voadora” (plana


entre árvores por conta do
formato) - Chrysopelea,
(Colubridae) - Sudeste da
Ásia, sul da China , Índia e
Sri Lanka .
Serpentes - sistemas
-Sistema digestivo: presença de saliva (tóxica ou não), pregas no
estômago permitem dilatação deste, suco digestivo potente (só não
digerem casca de ovo, unhas, pelos, dentes, penas).

-cloaca transversal: saída do sistema urinário, digestivo e reprodutor.

- serpentes não mastigam (dentes para segurar e empurrar)

-Deglutição de grandes presas ocorre por conta das adaptações das


maxilas e crânio (diferente dos lagartos ápodes)

Perda da barra temporal inferior e do quadradojugal: aumento da


movimentação (8 pontos de flexibilidade no crânio). Nos lagartos
os dois ramos da mandíbula são unidos por uma osso, nas
serpentes a união se dá por músculos e tegumento.
Serpentes - sistemas
- Forrageamento e alimentação (carnívora): minhocas, artrópodes
(insetos e larvas, lacraias, aranhas, escorpiões), anfíbios, répteis,
aves e mamíferos.

- Estratégias de predação - captura da presa (bote simples)


- constricção
- veneno ou saliva tóxica

- Constricção: jibóias e pítons e alguns colubrídeos. Músculos


curtos restringem velocidade na locomoção….saída pode ter sido
o desenvolvimento de secreção tóxica!

- Serpentes peçonhentas (inoculam


veneno) x não peçonhentas (não inoculam)

- Serpentes venenosas podem


não ser peçonhentas!
Serpentes
- Dentição
Serpentes - sistemas

•Sistema respiratório: traquéia e pulmão alongado (esquerdo


praticamente ausente).

-Pulmão pode servir para flutuação nas espécies aquáticas.

- Narinas não sentem cheiro!

•Sistema circulatório: coração com ventrículos interligados por um


septo.

•Sistema excretor: rins secretam ácido úrico, que é excretado pela


cloaca (não possuem bexiga).

•Sistema reprodutor: fêmeas possuem ovidutos, machos possuem


testículos e hemipênis.
Serpentes- reprodução
- Hemipênis duplo e ornamentado. É inflado com sangue.
Espermatozóides podem ser estocados por anos! Corte de
minutos a horas. Ornamentação: caractere taxonômico.

- Comportamento de dança combate entre machos.


Serpentes - Reprodução

- plug copulatório em várias espécies (formado por esperma –


tampa o oviduto). Nem sempre plug funciona e pode haver
mistura de esperma

- estratégia para evitar múltipla paternidade: guarda copulatória!

- Há hierarquia entre machos em certas espécies (em geral,


machos que vencem os combates copulam com as fêmeas).

- Há uma espécie que faz partenogênese.


Serpentes

Reprodução Ovíparas Vivíparas

- Ex: pítons, corn - Ex: jibóias, jararacas,


snake, caninana cascavéis, sucuris

- Temperatura - Processo mais


pode regular, em custoso: 8 a 9 meses
alguns casos, de rep (até 50 bbs),
sexo do embrião atrasa início de outra
reprodução, expõe
- Pouco cuidado fêmea a riscos.
parental

- Esforço
reprodutivo inicial
é menor (60-70
dias para eclodir,
até 100 ovos)
Serpentes – defesa e ataque
- Estratégias de defesa: esconder a cabeça e levantar a cauda
(simula a cabeça), abrir a boca, achatamento do corpo, postura
erguida, chacoalhar guizo, tanatose…

Tomodon dorsatus

Spillotes pullatus Naja naja


Serpentes – defesa e ataque
- Estratégias de ataque: bote (e presença de veneno), engodo
caudal…

- Predadores de serpentes: felinos, canídeos, corujas, aves de


rapina em geral, lagartos, gambá…
Serpentes no Brasil –
Família Boidae
371 espécies de
serpentes para o Brasil Família Viperidae
(2010). – Lista de répteis
brasileiros Família Colubridae

http://www.sbherpetologia.or Família Dipsadidae


g.br/checklist/repteis.htm
Família Elapidae

Outras famílias
Família Boidae Características principais:

- Distribuição: ampla

- Hábito: variável (3 tipos)

- Alimentação: constritoras, dentição áglifa

- Possuem esporões (ossos dos membros


vestigiais - macho tem maior do que a fêmea e usa
para estimulá-la e repelir outro macho).

- Espécies: cerca de 70 ssp, sendo 12 no Brasil

Ex:
Eunectes murinus (sucuri)
Boa constrictor (jibóia)
Corallus caninus (periquitambóia)
Epicrates
Corallus hortulanus
Família Viperidae
Características principais:

- Subfamília Crotalinae:
Escamas dorsais carenadas ou
verrucosas
Dentição solenóglifa
Fosseta loreal
Médio a grande porte

- Distribuição: ampla, não ocorre na Austrália e


Antártida (227 ssp no mundo)

-Hábito: áreas abertas e secas (para cascavéis).

-Lachesis muta
-Crotalus durissus
-Bothrops (mais de 20 espécies)
Família Colubridae

Características principais:

- 34 espécies (foi dividida em Dipsadidae)


- dentição áglifa ou opistóglifa
- hábitos variados.

- Distribuição: ampla, exceto Antártida

Drymarchon corais
Chironius bicarinatus
Mastigodryas bifossatus
Erythrolampus aesculapii
Spillotes pullatus
Família Dipsadidae

Características principais:

- 241 espécies no Brasil


- Dentição áglifa ou opistóglifa
- Muitas subfamílias (Xenodontinae, Elapomorphini, Tockimenini….)
e espécies (mais de 1700 no mundo), hábitos variados.

- Distribuição: ampla, exceto Antártida

Liophis miliaris
Sibynomorphus neuwiedi
Tomodon
Phylodrias
Oxyrhopus
Erythrolampus aesculapii
Thamnodynastes
Família Elapidae M. lemniscatus

Características principais:

- Mundo: 300 espécies, Brasil: 27 espécies de corais-


verdadeiras – só subfamília Elapinae
(Micrurus e Leptomicrurus). Micrurus: proteróglifa, olhos
reduzidos, semi-fossorial, placa loreal ausente.

- Distribuição: todo o país.

- Hábito: locais úmidos, debaixo de troncos, folhas.

M. corallinus

M. hemprichii
Outras Famílias no Brasil....

-Anomalepididae: 7 espécies fossoriais

-Leptotyphlopidae:14 espécies fossoriais

-Typhlopidae: 6 espécies com olhos reduzidos

-Aniliidae: uma espécie fossorial

-Tropidophiidae: 1 espécie
Serpentes e conservação
- Preconceitos e imagem negativa do animal atrapalham políticas de
conservação.

-Destruição do hábitat é causa primária…depois vem a caça e tráfico.

-Como evitar???

-- Criação legal de répteis em cativeiro (alimentação e pet), preservação do


habitat
Serpentes – veneno
- Veneno: mistura de proteínas e toxinas produzido por glândulas
salivares especiais (gl. Duvernay). Existe em certas cobras e 2
ssp de lagartos (Helodermatidae).

- Tipos de veneno variam entre espécies e de acordo com local


(habitat). Pode variar de jovem para adulto (ex: de ação tóxica
para local).

- Alguns animais possuem anticorpos naturais contra o veneno (ex:


gambá, mangusto).

- Ação do veneno: proteolítica (local, pode causar perda de


extremidades por necrose), coagulante (se liga ao fibrinogênio)
de coagulação), neurotóxica (pré ou pós-sinapse) ou hemolítica
(destruição das células do sangue).
Serpentes
peçonhentas

Como reconhecer
no Brasil?

(sem usar critério


da dentição)

Peçonhentas: cerca
de 60 ssp no Brasil
(de 371)
Serpentes – acidentes ofídicos
- Letalidade baixa (0,4%), diagnóstico na maior parte das vezes feito
pelo sintoma. Cerca de 300 mortes por ano.

- Óbitos: 1o lugar Crotalus, 2o lugar: Lachesis, 3o lugar: Micrurus e


4o lugar: Bothrops.

- Maioria dos acidentes nos membros inferiores…como evitar


(panfleto do IB)

AÇÃO FISIOPATOLÓGICA GÊNERO NOME POPULAR


jararaca,jararacuçu, urutu
jararaca do rabo
Proteolítica - Coagulante Bothrops
branco,etc

Proteolítica - Coagulante -
Lachesis surucucu
Neurotóxica
Hemolítica - Neurotóxica Crotalus cascavel
Neurotóxica Micrurus coral verdadeira
Serpentes – acidentes ofídicos
- Acidente botrópico (jararacas): aproximadamente 90% dos
casos. Veneno com ação inflamatória aguda local (proteolítica),
coagulante e hemorrágica (pode provocar necrose, bolhas, dor).

- .
Serpentes – acidentes ofídicos
- Acidente crotálico (cascavéis): veneno neurotóxico e hemolítico
(sem ação local), provoca visão dupla, “cara de bêbado”
(pálpebras caídas, dificuldade de falar e comer), dores
musculares, urina de cor escura e dificuldades respiratórias.
Morte em geral por insuficiência renal e/ou respiratória.
Serpentes – acidentes ofídicos
- Acidente laquético (surucucus) : veneno proteolítico,
neurotóxico e coagulante, provocando braquicardia, hipotensão,
diarreia e hemorragias.
Serpentes – acidentes ofídicos
- Acidente elapídico (corais verdadeiras): apresenta ação
neutotóxica (veneno causa paralisia por ocupar receptores
musculares, impedindo que neurotransmissor se ligue), sem ação
local. Provoca visão dupla, dilatação da pupila, ptose palpebral,
dores musculares e insuficiência respiratória.
Serpentes – acidentes ofídicos
O que fazer em caso de acidente ofídico?

- Deixar a pessoa em posição de repouso, se possível, levá-la ao


hospital ou posto de saúde mais próximo (com ou sem a
serpente).

- Tratamento: medicação pré-soro (anti-alérgico, p. ex).,


soroterapia (via endovenosa) Atua apenas no veneno que ainda
está no sangue, não recupera lesões.

- Produção de soro: I. Butantan (Fazenda São Joaquim, no interior


de SP (cavalos infectados).

- Soros: anti-bótrópico, anti-crotálico, anti-laquético, anti-elapídico e


polivalente.
Serpentes (Ophidia)

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