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Luciano Candisani

Répteis
Dra. Nina Furnari Luciano Candisani

Laboratório de Psicoetologia da USP - ninafurnari@yahoo.com.br


Taxonomia dos répteis
Subfilo Vertebrata
Classe Reptilia
Subclasse Anapsida
Ordem Testudines (Chelonia) - 13 famílias
(tartarugas, cágados e jabutis)

Subclasse Diapsida
Infraclasse Lepidosauria: répteis escamados:
Ordem Rhyncocephalia
Família Sphenodontidae (tuatara)
Ordem Squamata (lagartos e serpentes) – várias famílias

Infraclasse Archosauromorpha
Ordem Crocodylia
Família Alligatoridae
Família Crocodylidae
Família Gavialidae
Infraclasse Lepidosauria
Subclasse Diapsida
Infraclasse Lepidosauria – c/ escamas, muda periódica, astragalo e
calcaneo fusionados, fenda cloacal transversal. 4 mil ssp lagartos, 2 de
tuatara e 2700 ssp de serpentes.
Infraclasse Lepidosauria
Não confunda salamandra com lagarto....
Infraclasse Lepidosauria
Ordem Ryncochephalia
Família Sphenodontidae
(Sphenodon guntheri - foto e S. puntactus). Habitam
zonas de floresta e praias de cerca de trinta ilhas da Nova Zelândia.
grupo-irmão dos Squamata
Tuatara
(lagartos e serpentes)

-Características entre aves,


lagartos e tartarugas.

- Várias espécies no
Mesozóico (fósseis marinhos)
Habitam ilhas da costa da NZ

Vivem em tocas de aves


marinhas, há territorialismo
entre machos e entre fêmeas
Infraclasse Lepidosauria
Ordem Ryncochephalia
Família Sphenodontidae (Sphenodon) - tuatara

- Dentes fundidos aos maxilares, não têm pênis nem aberturas auditivas
externos (mas ouvem). Crânio com aberturas temporais diferentes das dos
lagartos e osso quadradojugal (perdido nos Squamata).

- Animais de clima frio, que não suportam


temperaturas acima dos 27°C.
Ordem Ryncochephalia
Família Sphenodontidae (Sphenodon) – Tuatara

- Atingem cerca de 35 cm e temperatura corporal em atividade de até


6° C (mais baixa que nos lagartos).

- Machos maiores que fêmeas (aprox . 700g x 400g) e com crista


dorsal mais desenvolvida.

- Carnívoros (comem insetos, lagartos e vermes e até aves marinhas).


Noturnos.
Ordem Ryncochephalia
Família Sphenodontidae (Sphenodon) – Tuatara

- Ovíparos, se reproduzem no final do verão (6-10 ovos, incubação de


1 ano!). Demoram mais de 10 anos pra atingir maturidade sexual e
fêmeas se reproduzem a cada alguns anos.

- Filhotes tem dente para romper casca.

- Existe DST (temp. alta - sexo maior)

- Vivem cerca de 60 anos, podem chegar


aos 100 anos.

- Crescem continuamente até aos 35 anos.

- Espécies estão ameaçadas (poucos indivíduos, perda de habitat e


competição com roedores e lontras introduzidos em 1300 pelos
polinésios. Em 1840 estavam quase extintos...hoje se recuperam.
Ordem Ryncochephalia
Família Sphenodontidae (Sphenodon) – Tuatara

- Têm um olho pineal na testa, coberto por uma escama, capaz de


perceber claro e escuro através da pele do alto da cabeça (glândula
pineal).

- Trocam a camada externa da epiderme regularmente, como as


serpentes (mudas).

- Filogenia:
Lepidosauria – Ordem Squamata
Subclasse Diapsida Crescimento
Infraclasse Lepidosauria determinado (ossos
param de crescer
quando centros de
Ordem Squamata (lagartos e serpentes) crescimento se
Iguania ossificam)
- Família Agamidae
- Família Chamaleonidae Principais grupos de
- Família Iguanidae lagartos divergiram no
final do Jurássico
Scleroglossa
- Família Gekkonidae Sinapomorfias: órgãos
copulatórios pares
- Família Scincidae
(hemipênis). Barra
- Outras famílias temporal inferior
- Amphisbaenia ausente. Quadrado-jugal
- Ophidia (serpentes) e forâmen quadrado
ausentes. Processo
posterior do jugal muito
reduzido ou ausente
Lepidosauria – O. Squamata
Lagartos

- 5634 espécies de variados tamanhos,


grupo parafilético

- Habitats variados (deserto a pântano, floresta,


montanha) , todos os continentes exceto
Antártida e região Ártica.

- Especializações (ex: camaleões)


Lagartos

- Alimentação: predam insetos (espera ou busca ativa), herbívoros


(geralmente os de grande porte, exceto Varanidae).

- Maioria ovípara sem cuidado parental.

- 6 espécies partenogenéticas (todos os indivíduos são fêmeas).

- Redução de membros ocorreu diversas vezes no grupo (ex:


Ophiodes) – relacionada ao ambiente. Amphisbaenia – fossorial,
cavador. Ophiodes – cobra de vidro.
Lagartos

- Mecanismos de defesa mais comum: fuga e camuflagem,


autotomia da cauda.

- Machos são agressivos e territorialistas (machos maiores,


brilhantes e mais decorados são preferidos das fêmeas e detém
maiores territórios).

- Machos mais ativos do que fêmeas.


QUESTÕES EBA

1) Descreva 5 características morfológicas e fisiológicas típicas dos


répteis.

2) A conquista do meio terrestre pelos vertebrados dependeu de


uma série de adaptações selecionadas nestes organismos. Uma
destas adaptações foi o surgimento de um tipo de ovo capaz de se
desenvolver fora da água. Esta conquista aparece a primeira vez
em:

a) Mamíferos
b) Aves
c) Répteis
d) Anfíbios
e) Peixes
QUESTÕES EBA

3) As afirmações abaixo referentes aos Lepidosauria estão corretas,


exceto:

a) A camada externa da epiderme é trocada em intervalos de tempo.


b) Alguns exemplares possuem casco e plastrão externo à cintura
pélvica.
c) Existem espécies ovíparas e vivíparas.
d) Abrangem o grupo dos tuatara, lagartos e serpentes.
e) São tetrápodes escamados com crânio diápsida.
4) Os répteis se adaptam com facilidade à vida em regiões desérticas. Por
excretarem o nitrogênio pela urina incorporado em uma substância pouco
solúvel em água, seu volume de urina diário é pequeno e, conseqüentemente,
sua ingestão de água é menor. Esse não é o caso do homem, que excreta o
nitrogênio através de um produto muito solúvel em água. Os gráficos abaixo
representam a excreção urinária de produtos nitrogenados. Em cada um
deles, no eixo da abscissa, estão indicados os produtos eliminados e, no eixo
da ordenada, as respectivas quantidades excretadas em 24 horas.

Os gráficos que correspondem, respectivamente, aos seres humanos e aos


répteis são os de números:

a) 1 e 3
b) 1 e 4
c) 3 e 2
d) 4 e 2
e) 3 e 1
Lagartos partenogenéticos

- alterações em um gene (c-mos) permitiriam a transformação dos


óvulos em embrião, mesmo sem um espermatozoide.

Calango da restinga: uma das poucas


espécies brasileiras de lagartos
formadas apenas por fêmeas (há 40
ssp de lagartos no mundo que fazem
partenogênese)

- O gene c-mos produz uma proteína que bloqueia o final da


divisão celular do óvulo até a chegada do espermatozoide. Este,
ao fertilizar o óvulo, desativa a proteína, a divisão celular termina
e um embrião se forma. A hipótese é que o c-mos não funcione
direito em algumas espécies e isso faz com que o óvulo
continue a se dividir, mesmo sem o espermatozoide.
Lagartos partenogenéticos

- É possível, ainda, que ocorra pequena variabilidade genética em


alguns filhotes (por recombinação entre os cromossomos do óvulo).

-Aspidoscelis (desertos da Ásia e América do Norte) só formam


embriões a partir de uma pseudocópula. Libera hormônios que
desativam o c-mos?

-Surgimento de espécies partenogenéticas – hibridização de ssp


próximas.
Famílias de lagartos
Famílias de lagartos

- Relações de parentesco dos Squamata não são bem resolvidas.

-Iguanidae: Am. Sul e Central


690 espécies, 14 cm
até 2 m. 5 dedos, terrestres,
arborícolas e escaladores.
Famílias de lagartos

-Chamaleonidae: muitas adaptações (coloração, pés zigodáctilos,


visão estereoscópica, ...). Habitam florestas e desertos da África,
Madagascar, sul da Europa e da Ásia.
Famílias de lagartos

Agamidae: Velho Mundo, “lagarto-dragão”. Não regenera a


cbauda. Encontrado em ambientes quentes, em geral. Coloração
pode ser alterada em alguns, de forma limitada, para regular
temperatura. Diurnos. Comem insetos, aves, pequenos mamíferos,
vegetais.
Famílias de lagartos

Gekkonidae: lagartixas, insetívoras,


Capacidade de subir paredes lisas.
Originário da África, cosmopolita.

Helodermatidae: únicos lagartos venenosos (gl. veneno na maxila


superior, mas sem musculatura associada),
nativos dos EUA e México, chegando
a Guatemala. Há 2 espécies e
6 subespécies. Hábito semi-árido.
Carnívoros (pequenos mamíferos, ovos de
aves e répteis).
Famílias de lagartos
Lacertiformes:

-- Gymnophtalmidae: pequenos, terrestres,


(alguns semi-aquáticos, alguns arbóreos). Am. Central e do Sul.
Possuem pálpebas transparentes. Patas posteriores podem estar
ausentes ou reduzidas. Habitam de desertos a florestas. 160 ssp.
Pálpebras com aberturas transparentes.

-- Teiidae: Novo Mundo (semelhante aos Lacertidae): teiú, alta


temp. corporal (40 graus em atividade). Variadas formas, linhas no
corpo...

-- Lacertidae: Velho Mundo (Europa, África


e Ásia). 220 ssp. Diurnos. Maioria insetívoro.
Famílias de lagartos

- Varanidae: Indonésia, apenas um gênero (Varanus), todos


carnívoros com excessão de um frugívoro. Ex: dragão-de-komodo
(possui saliva com bactérias letais capaz de matar presas).
Famílias de lagartos

- Xantusiidae: lagartos noturnos, talvez grupo-irmão de


Lacertiformes. Vivem em fendas nas rochas, tem pupilas elípticas.
- Amphisbaenia (“cobra-cega”ou “cobra-de-duas-cabeças”): maioria
ápode de hábitos fossoriais, olhos reduzidos sob escamas, columela
grande (escuta mal na superfície, mas capta frequências baixas do
subsolo), crânio adaptado à escavação.
Lepidosauria – O. Squamata
Serpentes (Ophidia) – 2900 espécies de diversos tamanhos

- Hábitos terrestre, arborícola e aquático (água doce e mar)

- Origem polêmica (descendem de lagartos, mas quais?)

- Algumas espécies retém traços de cintura pélvica e membros

- Ausência de pálpebras e ouvido


Serpentes (Ophidia)
Morfologia:

- Especializações anatômicas ligadas à forma alongada de seu


corpo – redução de um dos pulmões, coração próximo à cabeça,
órgãos pares desalinhados.

- língua bífida é importante para detecção de presas

-
Serpentes - morfologia
Escamas com valor taxonômico (de acordo com ornamentação e
número). Podem ser modificadas.

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