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MEDICINA E MANEJO DE RÉPTEIS
Elaboração: Profa Luana Célia Stunitz da Silva – Médica Veterinária,
Especializada em Clínica Médica e Cirúrgica de Animais Selvagens
INTRODUÇÃO
Este curso possui como informação adicional listagem com os nomes
dos répteis ameaçados de extinção segundo três diferentes listas de renome,
além também da Instrução normativa do IBAMA que trata sobre a questão dos
criadouros comerciais de répteis.
Ao final do curso, você encontrará a avaliação a ser respondida para
verificarmos sua aprendizagem. Bons estudos.
TAXONOMIA
Reino Animalia
3
Filo Chordata
Classe Reptilia
Ordem Testudinata/Chelonia (290 spp.): tartarugas,
cágados e jabutis.
Subordem Cryptodira (retraem o pescoço)
Subordem Pleurodira (lateralizam o pescoço)
Ordem Crocodylia (23 spp.): jacarés, crocodilos e caimãs.
Ordem Squamata (5841 spp.)
Subordem Ophidia (2900 spp.): serpentes ou cobras.
Subordem Lacertilia (Sauria) (4675 spp.): lagartos e
lagartixas.
Subordem Anphisbaenia (140 spp.): cobras-cegas.
Ordem Rhynchocephalia
Subordem Sphenodontida (2 spp.): tuataras
CARACTERÍSTICAS GERAIS
• Ausência de diafragma;
• Respiração pulmonar sendo promovida pela musculatura intercostal
(nos quelônios pelos movimentos dos membros);
• Hemácias nucleadas;
• Ausência de pêlos, penas, glândulas mamárias e sudoríparas;
• Corpo coberto por escamas;
• Fertilização interna;
• Reprodução através de ovos (ovíparos), neonatos (vivíparos) ou
partenogênese (reprodução assexuada);
• Anexos embrionários (âmnio, cório, alantóide);
• Ausência de formas larvais como nos anfíbios;
• Crescimento rápido nos primeiros anos e lento nos últimos, sendo
capazes de crescer durante toda a vida;
• Excreção de sais de urato e ácido úrico na urina (uricotélicos).
PARTICULARIDADES DO GRUPO
4
- TERMORREGULAÇÃO
- SISTEMA PORTA-RENAL
sistema porta renal (cauda, pernas e região pélvica), deduzindo que a droga
aplicada irá sofrer ação da filtragem renal antes de cair na circulação sistêmica.
Entretanto recentes estudos farmacocinéticos descritos concluíram que não
foram observadas diferenças significativas entre as aplicações efetuadas na
região anterior e posterior em tigre-d’água-exótico (Trachemys scripta elegans),
não sendo então necessário obedecer a esta antiga regra (Holz, 1999).
Todavia, especialmente quando se utilizam drogas potencialmente
nefrotóxicas como antibióticos do grupo dos aminoglicosídeos, entre eles a
gentamicina que pela sua eficiência em germes gram-negativos é amplamente
utilizada em répteis, reitera-se a recomendação de evitar a parte posterior do
animal aplicando-se então em seu terço anterior, estando sempre aliada a uma
fluidoterapia concomitante (Holz, 1999).
- ANATOMIA
base de cada escudo (Molina et al., 2001; O’Malley, 2005; Cubas & Baptistotte,
2006).
Apenas os quelônios e alguns lagartos apresentam bexiga urinária que
se encontra conectada à cloaca através de uma curta uretra. Nos demais
animais existem somente a cloaca que se divide em três partes: coprodeum, o
qual coleta as fezes, urodeum, onde os ureteres e o sistema reprodutor
desembocam, e o proctodeum onde as excretas são armazenadas previamente
antes da excreção (Barten, 1996; O’Malley, 2005). Tanto a bexiga bem como a
cloaca apresenta funções de reserva e reabsorção de líquido em casos de
escassez de água, por exemplo (Cubas & Baptistotte, 2006).
- FISIOLOGIA
CATIVEIRO
ALIMENTAÇÃO
não deve ser baseada somente nesse item, mas sim uma gama de diversos
outros itens incluindo tal camarão.
CONTENÇÃO FÍSICA
Fonte: Kolenikovas C.K.M., Grego K.F. & Albuquerque L.C.R 2006. Ordem
Squamata – Subordem Ophidia (Serpente), p.68-85. In: Cubas Z.S., Silva
J.C.R. & Catão-Dias J.L. Tratado de Animais Selvagens Medicina Veterinária.
Editora Roca, São Paulo
CONTENÇÃO QUÍMICA
COLHEITA DE SANGUE
- Quanto colher?
- ORDEM CHELONIA
a) Dermatites
b) Pneumonia
c) Salmonelose
Tem-se sugerido que grande parte dos répteis, senão todos são
portadores assintomáticos de Salmonella sp., mas isso apenas tende a ocorrer
para animais em cativeiro porque os de vida livre até então examinados não
apresentaram tal bactéria em sua flora normal. Sugerindo-se que o isolamento
deste agente está relacionado com as condições de manejo impostas aos
animais. Devido ao seu potencial zoonótico, ou seja, de transmissão aos seres
humanos preconiza-se a adoção de medidas de higiene como forma de
profilaxia (Kirchgessner & Mitchell, 2009).
d) Distocia
f) Prolapso de cólon
g) Prolapso de oviduto
i) Hipovitaminose A
j) Gota úrica
Portanto os sinais clínicos irão variar conforme o órgão atingido, mas no geral
os animais apresentam anorexia, apatia, constipação e relutância em andar por
conta da dor articular. A forma de diagnóstico se baseia na anamnese e no
exame clínico, sendo auxiliado por radiografias. E como tratamento efetua-se a
hidratação do paciente, a aplicação de fámacos anti-hiperuricêmicos, como
alopurinol e probenecid (não usar em animais desidratados) e o
estabelecimento de uma dieta correta. Entretanto uma vez instalada a gota
úrica raramente os cristais serão reabsorvidos, assim o tratamento visa à
prevenção de futuras deposições desses sais de urato e ácido úrico (Molina et
al., 2001; Cubas & Baptistotte, 2006; Kirchgessner & Mitchell, 2009).
k) Doença ósseo-metabólica
l) Fraturas de casco
sejam tratados a mortalidade poderá chegar a 100% dos casos (Molina et al.,
2001; Lange, 2004).
- ORDEM SQUAMATA
-- Subordem Ophidia
a) Doenças bacterianas
b) Doenças fúngicas
c) Doenças virais
d) Ectoparasitas
e) Endoparasitas
f) Traumatismos
g) Disecdise
antiga aderida. Sempre dando atenção aos olhos e cauda que também podem
ter a pele retida (Lange, 2004; Kolenikovas et al., 2006).
h) Deficiência protéica
43
i) Gota úrica
j) Obesidade
44
k) Queimaduras
l) Neoplasias
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a) Dermatites
b) Gastrenterites
c) Endoparasitas
d) Ectoparasitas
f) Doença renal
g) Cálculos císticos
h) Gota úrica
i) Queimaduras
-ORDEM CROCODILIA
a) Desordem reprodutiva
c) Salmonelose
d) Micoplasmose
f) Hipoproteinemia
i) Gota úrica
j) Traumatismos
Nome Ordem/
Espécie Família IUCN IBAMA CITES
Vulgar SubOrdem
Acanthochely Cágado-
Pleurodira Chelidae LRnt
s radiolata amarelo
Acanthochely Tartaruga
s -do- Pleurodira Chelidae LRcd
macrocephala pantanal
Acanthochely Cágado-
Pleurodira Chelidae LRnt
s spixii preto
Atractus Colubrida
Serpentes
maculatus e
Atractus Colubrida
Serpentes
serranus e
Bachia Gymnopht
Sauria
bresslaui almidae
Boa
Jibóia Serpentes Boidae Ap2
constrictor
Bothrops cf.
Jararaca Serpentes Viperidae CR
jararaca
Bothrops Urutu-
Serpentes Viperidae
alternatus cruzeiro
Bothrops Jararaca-
Serpentes Viperidae
bilineatus verde
Bothrops
Cotiara Serpentes Viperidae
cotiara
Bothrops
Urutu Serpentes Viperidae
fonsecai
Bothrops Jararaca
Serpentes Viperidae CR
insularis ilhoa
Bothrops
Cotiarinha Serpentes Viperidae
itapetiningae
Bothrops Jararaca-
Serpentes Viperidae
neuwiedi pintada
Bothrops
Serpentes Viperidae VU
pirajai
Jacaré-
Caiman Alligatorid
de-papo- Crocodilia AmEx Ap1
latirostris ae
amarelo
Calamodonto
Colubrida
phis Serpentes VU
e
paucidens
Calamodonto Colubrida
Serpentes EN
phis sp. e
Tartaruga
Caretta Cheloniid
- Cryptodira EN AmEx Ap1
caretta ae
cabeçuda
Cercosaura Calanguin Gymnopht
Sauria
ocellata ho almidae
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Jibóia-
Epicrates spp. Serpentes Boidae Ap2
arco-íris
Eretmochelys Tarrtauga Cheloniid
Cryptodira CR AmEx Ap1
imbricata -de-pente ae
Eunectes Sucuri-
Serpentes Boidae Ap2
murinus preta
Eunectes spp. Sucuri Serpentes Boidae Ap2
Geochelone Jabuti- Testudinid
Cryptodira Ap2
carbonaria piranga ae
Geochelone Testudinid
Jabuti Cryptodira VU Ap2
denticulata ae
Gomesophis Cobra-do- Colubrida
Serpentes
brasiliensis lodo e
Helicops Cobra d Colubrida
Serpentes
gomesi ´água e
Heterodactylu
Lagarto Sauria Teiidae
s lundii
Hoplocercus Hoplocerc
Calango Sauria
spinosus idae
Hydromedusa Cágado-
Pleurodira Chelidae VU
maximiliani da-serra
Cágado-
Hydromedusa
pescoço- Pleurodira Chelidae
tectifera
de-cobra
Imantodes Dormideir Colubrida
Serpentes
cenchoa a e
Kentropix
Calango Sauria Teiidae
paulensis
Surucucu-
Lachesis muta
pico-de- Serpentes Viperidae VU AmEx
rhombeata
jaca
Lepidochelys Tartaruga Cheloniid
Cryptodira EN AmEx Ap1
olivacea -marinha ae
Liolaemus Lagartixa- Tropidurid
Sauria VU
lutzae da-areia ae
Liolaemus Tropidurid
Sauria VU
occipitalis ae
Liophis Colubrida
Serpentes VU
atraventer e
Mabuya
Lagarto Sauria Scincidae
caissara
Melanosuchus Jacaré- Alligatorid
Crocodilia AmEx Ap1
niger açu ae
Micrurus
Coral Serpentes Elapidae
decoratus
Micrurus
Coral Serpentes Elapidae
frontalis
Paleosuchus Jacaré- Alligatorid
Crocodilia
palpebrosus coroa ae
Peltocephalus Testudinid
Cabeçuda Pleurodira VU
dumeriliana ae
Phalotris Serpentes Colubrida
multipunctatu e
57
s
Philodryas Cobra- Colubrida
Serpentes
arnaldoi verde e
Philodryas Colubrida
Serpentes
lividum e
Phimophis Colubrida
Serpentes
guerini e
Phrynops
Cágado Pleurodira Chelidae EN AmEx
hogei
Tartaruga
Phrynops -do-
Pleurodira Chelidae LRnt
rufipes pescoço
vermelho
Phrynops Cágado-
Pleurodira Chelidae LRnt
vanderhaegei cabeçudo
Placossoma Gymnopht
Calango Sauria
cipoense almidae
Tartaruga
Podocnemis
-da- Pelomedu
erythrocephal Pleurodira VU Ap2
cabeça- sidae
a
vermelha
Tartaruga
Podocnemis Pelomedu
-da- Pleurodira LRnt Ap2
expansa sidae
amazônia
Podocnemis
Pelomedu
sextuberculat Pitiú Pleurodira VU Ap2
sidae
a
Podocnemis Pelomedu
Tracajá Pleurodira VU Ap2
unifilis sidae
Polychrus Polychroti
Preguiça Sauria
marmoratus dae
Pseudoboa Colubrida
Serpentes
serrana e
Pseustis Papa- Colubrida
Serpentes
sulphureus pinto/ovo e
Ptycophys Colubrida
Serpentes
flavovirgatus e
Rachidelus Colubrida
Serpentes
brazili e
Sordelina Cobra- Colubrida
Serpentes
punctata d'água e
Stenocercus Tropidurid
Sauria LRnt
fimbriatus ae
Taeniophalus Colubrida
Serpentes
perssimilis e
Trachemys
Cryptodira Emydidae EN
adiutrix
Tripanurgos Cobra- Colubrida
Serpentes
compressus cipó e
Tropidophis Tropidoph
Serpentes Ap2
paucisquamis iidae
Tupinambis
Teiú Sauria Teiidae Ap1
cf. merianae
Tupinambis Teiú Sauria Teiidae Ap2
58
cf. teguixim
Tupinambis
Teiú Sauria Teiidae Ap2
spp.
Uromacerina Colubrida
Serpentes
ricardinii e
Xenodon Colubrida
Serpentes
guentheri e
Xenopholis Colubrida
Serpentes
undulatus e
As categorias de ameaça indicadas na tabela seguem a nomenclatura
proposta nos documentos originais de cada lista indicada:
IUCN: EX - Extinto;
EW – Extinto em vida selvagem;
CR – Criticamente em Perigo;
EN – Em perigo;
VU - Vulnerável;
DD – Dados Deficientes;
LRcd - Baixo risco Conservação dependente;
LRlc – Baixo Risco;
LRnt- Baixo Risco quase ameaçado;
NE- Não Avaliado.
RESOLVE:
60
Referências
[6] FOWLER, M. E. Zoo and Wild Animal Medicine. 2ed, W.B. Saunders.
1986.