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UNIDADE IV
MEDICINA DE QUELÔNIOS
(TESTUDÍNEOS)
E CROCODILIANOS
Elaboração
Rafael Prange Bonorino
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE IV
MEDICINA DE QUELÔNIOS (TESTUDÍNEOS) E CROCODILIANOS..................................................5
CAPÍTULO 1
BIOLOGIA E CRIAÇÃO DE QUELÔNIOS................................................................................. 5
CAPÍTULO 2
CLÍNICA E CIRURGIA DOS QUELÔNIOS .............................................................................. 10
CAPÍTULO 3
CRIAÇÃO E MEDICINA DE CROCODILIANOS....................................................................... 29
REFERÊNCIAS.........................................................................................................................44
MEDICINA
DE QUELÔNIOS
(TESTUDÍNEOS)
UNIDADE IV
E CROCODILIANOS
Capítulo 1
BIOLOGIA E CRIAÇÃO DE QUELÔNIOS
1.1. Biologia
Quelônios são répteis anápsidos: crânio sólido, primitivo, sem aberturas temporais
(fenestrae temporalis) superior e inferior = cavidades do crânio associadas aos músculos
da mandíbula. São as tartarugas, os cágados, os jabutis e outros.
» Cryptodira: retrai pescoço para trás, em “S”. Ex.: jabuti tinga – Geochelone
denticulata.
Animais da ordem Testudines diferem de outras ordens dos répteis por terem a coluna
vertebral fixada à carapaça. Além disso, são os únicos répteis cuja escápula está localizada
ventralmente às costelas (DUTRA, 2014).
“Testudines” e “quelônios” são sinônimos, mas, no meio cientifico, é mais usado o termo
“Testudines”.
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UNIDADE IV | Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos
A cavidade nasal se comunica com a oral pela fenda palatina (coana). Esta ocorre em
todos os répteis, exceto crocodilianos.
Quanto aos aquáticos, estes são carnívoros e representados pelas tartarugas marinhas,
cágados e tigres d’água.
Como todos os répteis, quelônios fazem a troca gasosa por pulmões. Uma característica
curiosa nos répteis em geral é a capacidade de fazer apneia, principalmente entre os
quelônios aquáticos, que mantêm uma reserva de ar em sacos aéreos para realizar a
troca gasosa nos pulmões. Essa hipóxia provocada não é um problema para esse grupo,
pois, primeiro, seu sistema nervoso central pode utilizar vias anaeróbicas e não ser
facilmente danificado por hipóxia; segundo, as tartarugas podem manter um volume
normal de oxigênio mesmo durante carência prolongada, isto é, possuem uma pressão
de oxigênio alveolar pouco crítica.
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Entretanto, pode haver uma pequena troca gasosa pela pele, pela orofaringe ou pela cloaca
em tartarugas aquáticas, resquício evolutivo de seus ascendentes anfíbios (DUTRA, 2014).
A anatomia e a fisiologia cardíaca apresentam as mesmas características das serpentes.
Quanto à fisiologia, o sistema renal pode variar de acordo com a espécie. Quelônios
terrestres de ambientes áridos tendem a ser uricotélicos (excretando nitrogênio
principalmente como ácido úrico e uratos) ou ureouricotélicos (excretando
uma combinação de ácido úrico e ureia), enquanto espécies semiaquáticas são
aminoureotélicas (FRYE, 1991).
O casco protetor tem o formato de placas soldadas; é constituído por uma porção dorsal,
a carapaça, e por uma porção ventral, o plastrão, que fazem parte do exoesqueleto
dos quelônios. Lâminas córneas recobrem essa estrutura óssea e são trocadas
periodicamente, em partes.
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T1. Nutrição
Uma tartaruga mantida em ambiente frio não pode manter um metabolismo ativo, o
que leva à diminuição do consumo de comida e água. A taxa metabólica em tartarugas
é de aproximadamente 25 a 35% da taxa metabólica de um mamífero (MILLER, 2008).
Sua necessidade alimentar compreende de 15 a 30% do seu peso vivo. As necessidades
aumentam com a atividade de predação, reprodução, crescimento e produção de
proteínas (cicatrização).
As tartarugas aquáticas começam suas vidas como carnívoras e terminam como onívoras
na vida adulta. Carnívoros verdadeiros incluem as tartarugas mordedoras (C. serpentina)
e tartarugas de casco mole (Apalone sp.), ainda que tenham sido encontrados materiais
vegetais no conteúdo gástrico dessas espécies. As tartarugas caixa (T. carolina) são
onívoras, alimentando-se de musgos, minhocas, frutos e pequenos invertebrados.
Carne de peixe é o ingrediente mais utilizado das rações peletizadas. Entretanto, são
carentes em vitaminas essenciais e minerais. As rações extrusadas perdem as vitaminas
no beneficiamento pelo calor. Por isso, o ideal é uma suplementação de alimentos
vegetais frescos. O erro mais comum é ofertar somente um pequeno crustáceo, o que
pode levar a distúrbios nutricionais (MCARTHUR, 2004).
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São animais com expectativa de vida de mais de 80 anos, maturidade sexual por volta
dos 6 anos. O acasalamento pode ocorrer por todo o ano. A nidificação acontece durante
a primavera e o verão, colocando entre 2 e 15 ovos, podendo realizar mais de uma
postura por período de nidificação. Incubam seus ovos por um período muito longo,
variando de 4 a 10 meses, com uma média de 150 dias.
O terrário pode albergar caixas plásticas, amianto ou madeira, com o substrato relatado.
Recintos com água com, no mínimo, 0,5 a 1,2 m, com rampa. Recinto para cria:
recebimento dos filhotes pode durar de seis meses a um ano, dependendo do
desenvolvimento dos animais. Comedouros devem ficar, de preferência, fora da água;
para evitar o desperdício, uso de ração peletizada. Sistema de proteção telada é usado
para evitar a predação.
Fonte: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/125987/1/CPAF-AP-2015-Quelonicultura.pdf.
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Capítulo 2
CLÍNICA E CIRURGIA DOS QUELÔNIOS
2.1. Introdução
Animais estão crescendo entre as criações e podendo ser vendidos de forma legalizada
com registro. Entretanto, muitos ainda são vendidos de forma ilegal.
2.2. Semiologia
Para os aquáticos, observa-se o seu movimento na água, como já mencionado. Em
animais terrestres, observa-se o andar em círculos ou claudicação. Deve-se observar
alimentação, defecação e prostração.
A abertura da cavidade oral não é fácil. Os quelônios relutam em abri-la. Por isso, devem-
se usar espátulas ou pinças. Observe placas diftéricas, necroses e muco.
O casco é um dos principais locais para se observar. O casco desses animais deve
ser rígido, o que é verificado na pressão manual. Casco mole é sinal de problemas
alimentares, água com limo e algas, além de temperatura e umidade ambiental
inadequadas, bem como infecções bacterianas e fúngicas. Mordida por predadores,
entre eles, o cão, também é muito comum, principalmente nos filhotes de jabutis.
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A pesagem deve ser feita para cálculos de medicamentos, além de ser um parâmetro
de doenças como a doença osteometabólica, que costuma atrofiar os animais. Deve-se
levar em consideração que os répteis crescem por toda a vida (WERTHER, 2014).
Havia um desconhecimento de que os répteis não sentiam dor, mas isso foi descartado
pelas reações demonstradas por apatia, inapetência e gemidos que os quelônios (melhor
do que os outros répteis) emitem.
Para eles, também são administrados opioides, principalmente quando a cirurgia envolve
correção de casco, que compromete estruturas ósseas.
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Pelas diferentes vias de administração, a cetamina pode ser usada com doses que
variam de 20 a 50 mg/kg e, de preferência, combinada com algum fármaco sedativo.
Associada com xilazina e meperidina, diminui a dose da cetamina quando isolada e evita
o prolongamento da anestesia, o que já é comum nos répteis, visto seu metabolismo.
Tiletamina e zolazepan, na dose de 6 mg/kg, também têm bons resultados. Alguns
autores relatam depressão cardiorrespiratória, mas são casos isolados.
Embora os répteis sejam relativamente seguros para anestesiar e suas doses sejam um pouco
maiores se comparados aos mamíferos, são frequentes relatos de animais retornando do
efeito anestésico até 72 horas depois. Isso tem relação com a extensão da cirurgia/anestesia,
associada a um quadro de dor, o que os faz entrar em uma suposta prostração.
Propofol é um dos preferidos, pela ação curta e obrigatoriamente pelo acesso vascular,
que pode ser intraósseo. É um fármaco usado como indução (5-10 mg/kg) e por infusão
contínua como manutenção (0,3-0,5 mg/kg/min), sendo a apneia um efeito comum
quando aplicado de forma rápida. Pode ser usado para indução e após os agentes
inalatórios, como manutenção.
Figura 79. Jabuti anestesiado com propofol, entubado com Baraka e monitorado.
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acesso a alguns vasos pode se tornar exaustivo. A partir dos primeiros efeitos sedativos,
faz-se o acesso da veia jugular (nesse caso, o animal não estará mais retraído, manterá
a cabeça estendida e relaxada), assim como a intubação, pois facilitará a abertura do
bico córneo. Em aplicações musculares, pode-se levar de 15 a 20 minutos para os
primeiros efeitos.
Entubar répteis é mais fácil do que mamíferos, pois a glote se localiza na base da língua.
O traqueotubo não pode ter cuff, pois répteis possuem anéis traqueais completos, o
que pode levar ao rompimento, caso se insufle.
Há alguns estudos sobre anestesia peridural em répteis para cirurgias nos membros
pélvicos, a indicando como uma técnica segura. Para tanto, utiliza-se a dose de lidocaína
sem vasoconstritor 0,2 ml para cada 10 cm de carapaça, injetada entre 15º e 22º
coccígea. O período de latência para a anestesia da cauda é, em média, de 30 segundos.
A anestesia para os membros pélvicos varia em média de três a quatro minutos. O
período hábil anestésico, de relaxamento muscular e anestesia é de cerca de 56 minutos
para o membro pélvico e de 80 minutos para a cauda. Essa técnica é recomendada para
prolapsos de pênis, vagina e reto.
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2.4. Diagnóstico
Como já mencionado, os vasos com melhores acessos são: veias jugular, coccígea,
braquial e subcarapaciais. Entretanto, em alguns desses vasos, pode ocorrer
contaminação linfática, perceptível quando, no momento da coleta, o sangue coletado
se torna “pálido”. Já para as veias jugulares, há menor risco dessa contaminação.
Os exames sanguíneos mais solicitados são: hemograma, ácido úrico, AST, CK, albumina
e proteína total.
A urinálise é menos útil em répteis que em mamíferos. O rim reptiliano não concentra urina,
então a avaliação de densidade é limitada para avaliação da função renal. Além disso, a urina
passa através do uródeo da cloaca antes de entrar na bexiga e, desse modo, a urina vesical
não é estéril. Ocorrem alterações no eletrólito e na água por meio da mucosa vesical ou
cloacocolônica. A urina pode ser útil para avaliações citológicas de inflamação (DIVERS, 2006).
Fonte: https://scontent-gru2-2.xx.fbcdn.net/v/t31.18172-
8/18700399_1943922459197721_3651951105942447033_o.jpg?_nc_cat=106&ccb=1-7&_
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AfDVXmfXiXYHNPatOJIiUy6YaGGlf-exge7RJehXtIJklg&oe=63F7F91F.
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B
A
Fonte: Dutra, 2014.
Icterícia não ocorre, mas sim biliverdinemia, resultante de doença hepática grave.
Membranas pálidas são frequentemente observadas nos casos de anemia. Depósitos
pálidos dentro de mucosas orais podem representar infecção ou urato associado à gota
visceral (DUTRA, 2014).
2.5.1. Fluidoterapia
Como resultado de sua taxa metabólica mais lenta, répteis sintetizam água muito mais
vagarosamente que mamíferos e aves. Fluidos cristaloides e coloides são usados para
fluidoterapia. A administração de um fluido hipotônico deve ser feita com extrema
atenção em animais cronicamente desidratados, porque causa rápido desvio de fluido
dentro da célula e pode produzir edema celular e ruptura.
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UNIDADE IV | Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos
Diferentemente das serpentes e outros répteis de pele mais seca, os quelônios não
têm tendência a apresentar inversão da pele pela sutura, uma vez que não apresentam
escamas na pele e as bordas do corte não estão em aposição, e, por isso, haveria um
retardamento no processo cicatricial. Portanto, não há necessidade de se realizar o
padrão invaginante.
O diferencial entre todos os animais é o acesso à cavidade celomática, que requer o uso
de serras oscilatórias (Dremel®) para se serrar o plastrão e seu osso adjacente, mediante
esterilização por gás do equipamento. Para o procedimento, é fundamental o uso de
irrigação com solução salina para evitar o superaquecimento do osso e consequente
necrose.
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Observa-se, na Figura 82, que o corte deve ser feito em cunha para evitar que o retalho
de osso se desloque para dentro no momento do reposicionamento. O corte em ângulo
mantém o contato osso a osso e promove a consolidação óssea.
Após a osteotomia, eleva-se a seção do osso com a parte traseira do bisturi. Daí podem-se
visualizar dois grandes seios venosos, um de cada lado da linha mediana que não se
pode danificar.
O trato intestinal das tartarugas é curto e preso por um mesentério curto, o que faz
com que a exteriorização das vísceras, como é feita em mamíferos, com a finalidade de
percorrer todo o intestino, seja dificultada (MCARTHUR, 2004).
Quando a celiotomia acaba, a cavidade deve ser lavada com solução fisiológica morna,
removendo-se qualquer detrito de casco ou outras contaminações. Os líquidos mornos
também servem para fornecer aquecimento interno para o paciente.
A linha medioventral deve ser fechada com padrão simples contínuo ou simples com
fio de material absorvível. O retalho ósseo é cuidadosamente limpo e colocado de volta
no local da osteotomia.
Para se selar o retalho, usa-se resina epóxi de polimerização rápida. Alguns autores
também fixam com fios de cerclagem para firmar o retalho.
Figura 83. (A) e (B) Incisão e sutura da membrana celomática; (C) epóxi para vedação em
jabuti.
A B C
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Figura 84. Vista ventral do plastrão. Isolado com resina epóxi e fibra de vidro.
Cirurgias obstétricas são muito comuns quando as fêmeas não conseguem realizar
a postura. Alguns métodos como fraturar ou aspirar os ovos podem ser usados, mas
com cautela, pois poderão ocasionar contaminação celomática; caso se proceda a esses
métodos, após a sucção, realizar a lavagem com solução salina e Tergenvet® para retirar
todos os restos de casco que sobraram.
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O mais corriqueiro é a amputação do pênis quando este está com tecido desvitalizado.
Em animais cujo prolapso seja recente e o órgão esteja viável, procede-se à reposição,
gelo, lavagem com Furacin e sutura em bolsa de tabaco. Mantém-se a sutura por, no
mínimo, três semanas, somente com dieta por suco de laranja, antibióticos, analgésicos
por dez dias (nota do autor). Há relatos de prolapso em tartarugas machos por
masturbação ao roçar nas pedras.
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2.6.3. Ortopedia
Fraturas de casco são uma das situações ortopédicas mais comuns em quelônios, seja por
ataque de predadores, queda, atropelamento ou mesmo por doença osteometabólica.
Para fraturas patológicas, a consolidação óssea poderá vir em 6 a 18 meses, mas, para
fraturas por osteodistrofias, somente quando se estabilizarem os valores de cálcio e
fósforo na corrente sanguínea é que se dará o processo de osteossíntese.
Após a fratura, retiram-se os debris com uma escova cirúrgica e iodo Povidine. Procede-se
à osteossíntese com fios de aço transfixando o casco em forma de “X”, ou por parafusos
ortopédicos e fios de cerclagem por fora. Ao apertar os parafusos, aproximam-se os
bordos das fraturas. Usamos resina ou cimento epóxi, retalhos de vidro autoclavado.
2.7. Clínica
2.7.1. Doenças infecciosas
Um fato curioso é que os répteis não são vacinados pelo simples fato de não produzirem
imunidade ativa. Mesmo assim, processos infecciosos em répteis não costumam ser
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O abscesso nos répteis é caseoso pela ausência de lisozima. Portanto, deve ser incisado
como se fosse um processo cirúrgico. Quando se percebem abscessos em quelônios,
deve-se desconfiar de hipovitaminose A, além da possibilidade de pneumonias
concomitantes (nota do autor).
2.7.1.1. Pneumonia
O trato respiratório dos quelônios não oferece a mesma resistência a agentes patógenos
se comparado aos mamíferos. Seus pulmões são grandes e saculados, localizados junto
à carapaça, sobre os outros órgãos. Apresenta um epitélio mucociliar deficitário e, com
isso, a drenagem dos exsudatos se torna dificultada. Não tossem e não espirram, nem
apresentam bronquíolos, o que lhes dificulta a liberação de secreções.
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A B
Épocas e regiões de seca propiciam essa patologia. Recintos com substrato em solo
poeirento e serragem ou mesmo maravalha produzem uma poeira que, ao ser inalada,
torna-se difícil de ser expectorada.
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2.7.2.1. Queimaduras
São comuns em jabutis de vida livre em biomas que costumam ter uma época de seca
bem marcada (Nordeste e Centro-Oeste). Nessa situação, a lâmina de queratina se
descola do osso, expondo-o. A aparência é de um animal “albino” em uma observação
leiga. O tratamento é voltado à dor e à hidratação para evitar lesões renais. Não se
podem esquecer curativos diários com ou sem bandagem e, após o retorno da vitalidade
do casco, o fechamento das partes ósseas com eugenol.
Portanto, usam-se: morfina BID nos primeiros dias, curativo com clorexidine não
alcoólico diário, antibióticos não nefrotóxicos, anti-inflamatório SID (meloxican); quando
terminarem os curativos, isolamento do casco com pasta de eugenol (não produz reação
exotérmica) e acompanhamento por hemograma, ácido úrico, ureia e AST.
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Antivirais
Antifúngicos
1 mg / kg 24 – 72 h 14 – 28 dias
Anfotericina B 0,1 mg/ kg intratraqueal ou intrapulmonar a Aspergilose, pneumonia fúngica
cada 24 h 4 semanas
Fluconazol 21 mg/ kg
Griseofulvina 20 a 40 mg/ kg Vo 72 h
Antiparasitárias
Anestésicos
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2.7.2.2. Desidratação
Caso a ingestão de água seja ineficiente, deve ser feita a administração parenteral
por via intracelomática (na abertura da virilha), intraóssea (um pouco mais difícil, pela
cortical densa) ou intravenosa, que, no caso, pode ser pelas veias jugulares. Os quelônios
desidratados apresentam olhos fundos, pele seca, depressão e anorexia (FRYE,1986).
Vários fatores podem desencadear distúrbios renais. Proteína de baixa qualidade leva
à excessiva excreção de nitrogênio, e excreção de nitrogênio não proteico derivado de
quitina (exoesqueleto de invertebrados) ocorre por via renal. A excessiva excreção de
potássio também causa precipitação de uratos. Tais fatores, somados a limitado consumo
de água e componentes secundários, como temperaturas frias e estresse crônico, podem
levar à insuficiência renal.
A chave para prevenir a insuficiência renal é dieta (alto conteúdo de água, proteína
de alto valor biológico, consumo cuidadoso de sódio, potássio e fibra, e controle de
ingredientes acidogênicos), fornecimento adequado de água e manejo alimentar (para
regular o pH urinário), de temperatura e de umidade. O manejo dietético de répteis
deve compreender ingestão de proteínas de alto valor biológico e restringir o consumo
de fósforo (FRYE, 1986).
Decorre da deposição de urato nos órgãos e articulações, tendo como causa dietas com
níveis de proteína de baixa qualidade associadas à desidratação. O consumo hídrico
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UNIDADE IV | Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos
está intimamente associado a essa patologia, em que muitas vezes não se tem a oferta
de água.
2.7.3. Jejum
O jejum pode ter várias causas, entre elas: doenças, temperatura inapropriada ou mesmo
populações em que alguns indivíduos se sobrepõem a outros e os impedem de se
alimentar. Isso pode levar a fígado esteatótico. Um dos tratamentos, além de corrigir
o fator etiológico, é aumentar a temperatura ambiental, e, caso o animal não queira se
alimentar de uma oferta variada de legumes e frutas frescas, realizar a esofagostomia,
em que se insere uma sonda nasogástrica 12 atrás da mandíbula e por ela se colocam
alimentos batidos com frutas e vitamínicos.
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Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos | UNIDADE IV
Figura 93. (A) O jabuti da esquerda tem piramidismo, o da direita está normal; (B) detalhes
do piramidismo. Nota-se encurvamento do casco.
Como já relatado, as deficiências de cálcio ou vitamina D3, assim como baixa exposição
a raios solares, levam à doença osteometabólica.
2.7.6. Hipovitaminose A
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UNIDADE IV | Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos
2.7.7. Hipovitaminoses B1 e E
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Capítulo 3
CRIAÇÃO E MEDICINA DE CROCODILIANOS
3.1. Introdução
O surgimento dos crocodilianos ocorreu há mais de 200 milhões de anos, e eles formam,
atualmente, a ordem Crocodylia, pertencente à subclasse Archeosauria, a mesma dos
dinossauros e das aves (WALKER, 1972), o que torna muito próximas as características
entre aves e crocodilianos.
A reprodução desses animais costuma ocorrer no verão. As fêmeas dos crocodilianos são
as que possuem o melhor cuidado com seus filhotes, chocando os ovos e permanecendo
por mais tempo com a prole, ensinando, protegendo e alimentando. O ninho pode ser
construído com material vegetal ou mesmo um simples buraco na areia próximo ao rio.
São comuns posturas de 20 a 70 ovos (BASSETTI; VERDADE, 2014).
Esses predadores estão distribuídos por quase todo o clima tropical, podendo ser vistos
também em regiões subtropicais e em climas temperados. Na Ásia, Índia e Oceania,
encontramos uma espécie de aligátor (Alligator senensis), seis espécies de crocodilos
(Crocodylus johnstoni, Crocodylus minorensis, Crocodylus novaeguineae, Crocodylus
palustris, Crocodylus porosus e Crocodylus siamensis), uma espécie de gavial (Gavialis
ganeeticus) e uma de falso gavial (Tomistoma schlegelii). A África contém três espécies
de crocodilos (Crocodylus cataphractus, C. niloticus e Osteolaemus tetraspis). Já nas
Américas, há onze espécies de crocodilianos, sendo uma espécie de aligátor (Alligator
mississippiensis), seis espécies de jacarés (Caiman crocodilus, C. latirostris, C. yacare,
Paleosuchus palpebrosus, P. trigonatus e Melanosuchus niger) e quatro espécies de
crocodilos – Crocodylus acutus, C. intermedius, C. moreletii e C. rhombifer (BASSETTI;
VERDADE, 2014).
São animais que, na natureza, vivem em grandes ou pequenos grupos, próximos a rios,
lagos, várzeas e pântanos, e, por isso, sofrem grande pressão antrópica por questões
de agricultura, poluição das águas e drenagens de várzeas que promovem a perda de
habitat e diminuição das populações. Não podemos deixar de destacar a forte procura
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UNIDADE IV | Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos
pela caça predatória e retirada de peles para curtimento, embora existam criadouros
legalizados de jacarés para abate no Brasil (MAGNUSSON; CAMPOS, 2010).
Entre os grupos, alguns dos jacarés estão em menor risco, segundo a IUCN, como os
do papo-amarelo, o jacaré-anão, coroa e o jacaré-açu. Embora estejam em baixo risco,
dependem de conservação, considerando a estimativa de sua população – de 25 mil a
50 mil habitantes distribuídos na América do Sul.
Crocodilos Jacarés
N° de espécies 14 8*
Com poros
Escamas do ventre Ausentes
glandulares**
* Oito espécies – entre elas, estão as dos gêneros Caiman e Paleosuchus, aos quais pertencem os jacarés
brasileiros (não há crocodilos no Brasil).
**Os cientistas ainda não conhecem exatamente a função desses poros, mas especulam que possam servir para a
simples troca de calor e água com o ambiente.
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Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos | UNIDADE IV
Fonte: https://i0.wp.com/pontobiologia.com.br/wp-content/uploads/2018/02/jacare-e-crocodilo.
jpg?fit=640%2C384&ssl=1.
Figura 96. (A) Prega palatina fechada; (B) prega palatina aberta.
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UNIDADE IV | Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos
Apresentam dois lobos olfatórios alojados no encéfalo, ligados aos grandes hemisférios
cerebrais; atrás destes, ficam dois lobos óticos ovais. Na parte do cérebro anterior,
encontram-se as epífises, o hipotálamo, responsável pela regulação da temperatura e
atividade sexual, e o olho pineal, de função desconhecida. Em forma de pera, vem o
cerebelo mediano.
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Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos | UNIDADE IV
Possuem boa audição em terra ou quando submersos, possuem ouvidos perto dos
olhos, em formato de fenda, protegidos por membrana muscular que fecha a cavidade
auditiva quando submersos (FOWLER, 2003).
É o único entre os répteis que apresenta um coração com quatro cavidades cardíacas,
dois átrios e dois ventrículos, sendo que há uma pequena comunicação no músculo
interventricular, o forame de Panizza, o que propicia uma pequena mistura entre os
sangues oxigenado não oxigenado.
É composto por dois rins lobulados e achatados, que estão em contato com a parede
dorsal na região pélvica. Os glomérulos filtram o sangue, deixando passar somente água
e sais minerais, retendo células e outras moléculas grandes, que passam para os túbulos
renais, onde parte da água é reabsorvida. Os répteis não podem concentrar a urina muito
acima da osmolaridade plasmática. A urina e os uratos precipitados são transportados
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UNIDADE IV | Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos
Lembre-se! Os répteis usam o falo para ejaculação, e não para a micção, pois os
catabólitos urinários, no caso de crocodilianos e ofídios, saem dos rins e, pelos ureteres,
caem diretamente na cloaca. Os quelônios e lacertílios apresentam vesícula urinária.
Nas fêmeas, na parte anterior de cada ovário, situa-se o funil do oviduto, que vai até a
cloaca. Os óvulos são formados no ovário, passam para dentro do funil, são fecundados
nos ovidutos e são, então, envolvidos por albumina, membrana da casca e casca antes
da ovipostura (TROIANO, 1991).
Figura 99. (A) Falo e glândula cloacal em A; (B) glândula cloacal abaixo e à direita.
A B
Esses animais são basicamente influenciados pela temperatura ambiente, o que afeta
até a incubação dos ovos e, assim, a determinação do sexo, que não se dá pela genética,
pois os crocodilianos não apresentam cromossomos sexuais heteromórficos. Essa
diferenciação sexual pode acontecer entre o 7º e o 21º dia de incubação dos ovos.
Verifica-se que o nascimento de fêmeas ocorre a temperaturas mais baixas (28 a 31
ºC – valores aproximados) e mais altas (33 a 34 ºC – valores aproximados), e que, a
temperaturas intermediárias (31 a 33 ºC – valores aproximados), ocorre nascimento de
machos. Sendo assim, controla-se, por regulação de temperatura das incubadoras, o
nascimento de mais fêmeas do que machos quando se tem uma criação comercial de
abate (BULL,1980).
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Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos | UNIDADE IV
Levando-se em consideração que esses animais precisam de pouca energia para sua
manutenção e produção de calor, a demanda fisiológica de energia está voltada para
crescimento e reprodução.
» Harvesting ou cropping:
» Ranching:
» Farming:
Animais mais leves (2,1-4,1 kg), têm aproveitamento de 62,45% da carcaça, enquanto
animais mais pesados (16,5-20,9 kg) têm rendimento de 59,37%. O aproveitamento
da pele é maior nos animais mais novos, porque ainda não formaram os osteodermos
ventrais (FREITAS, 2011).
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UNIDADE IV | Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos
Tanques em forma de círculo evitam abrasões por atrito nas maxilas dos animais e
na perda de dedos, problema tão comum em pisos abrasivos, o que pode propiciar
osteomielite nos animais. A água deve ser monitorada e reposta continuamente para
evitar disseminação de parasitas e doenças infecciosas.
Figura 101. Piscinas circulares construídas para evitar a abrasão por atrito na maxila.
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Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos | UNIDADE IV
Figura 103. (A) Recinto de crescimento do Criatório Caiman (estufa plástica e alvenaria); (B)
visão interna do recinto.
A B
3.3.3.1. Alimentação
A alimentação compreende 50 a 60% do custo total de uma criação, o que pode ser
minimizado com o uso de descarte de produção animal, como refugos avícolas.
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UNIDADE IV | Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos
Consomem todo tipo de presa. Quanto aos filhotes, na natureza, consomem crustáceos,
gastrópodes, répteis menores, pequenos peixes e, principalmente, insetos. A quantidade
de alimento fornecida aos animas deve permanecer na faixa de 6,5 a 7,5% do peso vivo
por semana para animais adultos.
Pode-se jogar uma toalha sobre os olhos do animal, alçar um cabo de aço e arrastá-lo até
uma caixa com aberturas na parte de cima e pressionar os olhos para produzir o efeito vagal.
Figura 104. Contenção física de jacaré americano (Alligator mississippiensis) utilizando tiras
de borracha no fechamento da boca.
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Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos | UNIDADE IV
3.4.1.1. Ovos
A porosidade dos ovos permite a troca gasosa e de água entre o meio ambiente e
o embrião. Quando há alguma diferença nos níveis dessa porosidade, há a morte
embrionária e, consequentemente, a proliferação de bactérias e fungos no restante dos
ovos do ninho e na incubadora. A má formação da casca com pouca mineralização está
relacionada com a pouca oferta de cálcio na alimentação das matrizes.
3.4.1.2. Infertilidade
Na natureza, durante o período reprodutivo, as fêmeas podem ter várias cópulas com
diferentes machos, o que teoricamente faria com que todos os ovos fossem fertilizados.
Nas criações em cativeiro, principalmente em espécies mais agressivas, isso não ocorre.
Por outro lado, caso haja incidência de ovos férteis em um ninho e inférteis em outro, é
provável que possa estar ocorrendo problema nas fêmeas, sendo a infecção nos ovidutos
a principal causa de infertilidade, podendo ser ascendente da cloaca ou descendente
pelo infundíbulo. Entretanto, outros fatores também podem estar envolvidos nesse
processo, como distúrbios nutricionais, alta taxa de estresse, alta taxa de lotação, baixas
temperaturas etc. (VERDADE, 2014).
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UNIDADE IV | Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos
3.4.1.4. Onfalite
É uma das principais doenças em filhotes, e seu diagnóstico se faz pelo aumento de
volume abdominal e pelo não fechamento do umbigo. Basicamente, o processo consiste
no fechamento do canal vitelínico por uma infecção bacteriana vinda do saco da gema.
Assim, a gema contamina-se e não pode ser absorvida, afetando a nutrição do
recém-nascido. O conteúdo do saco da gema deixa de ser líquido e passa a ter consistência
endurecida, em grande parte das vezes por infecção ascendente, sendo necessária sua
remoção cirúrgica.
O animal vai a óbito por septicemia e choque endotóxico na maioria dos casos.
A desinfecção da incubadora com amônia quaternária antes da colocação dos ovos,
juntamente com a antissepsia da região umbilical com iodopovidona tópica e a utilização
de violeta de genciana na água da incubadora, ajuda a prevenir onfalites (VERDADE, 2014).
Figura 105. (A) Abertura umbilical; (B) desinfecção de umbigo com iodopovidona.
A B
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Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos | UNIDADE IV
meses, às vezes levando o indivíduo à morte. Ocorre mais comumente nas pálpebras,
membranas nictitantes, interdigitais e timpânicas, na maxila, mandíbula e língua.
Em muitos casos, há a cura espontânea.
Quadros de diarreia, seguidos de anorexia e apatia, são os sinais clínicos mais observados;
em alguns casos, ocorre septicemia, com focos necróticos no fígado. A presença de
Salmonella nas fezes não pode ser considerada conclusiva, uma vez que o agente faz
parte da microbiota intestinal. Por isso, deve ser relacionado com os exames clínicos
(WALLACH, 1983).
Alguns fatores podem estar relacionados, como o uso de gentamicina e uma exposição
acentuada nas estufas, para os jovens na fase de crescimento.
Há distúrbios nervosos por intoxicação, pouca atividade física, anorexia, hiperplasia das
articulações e emagrecimento. É caracterizada pela deposição de cristais de sais de urato
em articulações, tecidos periarticulares, parênquima hepático, saco pericárdico e rins.
O tratamento básico para a reversão do processo é a hidratação, que pode ser realizada
pela administração de fluidos por via intravenosa, intraperitoneal, intraóssea ou por via
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UNIDADE IV | Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos
oral, com o auxílio de sonda para animais de pequeno porte, embora o quadro seja
irreversível na maioria das vezes, principalmente pela demora no diagnóstico (SARKIS,
2005).
Figura 106. Colocação de tubo de PVC para passagem de sonda alimentar, endoscópio.
Quanto aos lipídios, observou-se que tartarugas marinhas em jejum apresentam elevados
valores séricos de lipídios associados à mobilização de reservas energéticas (GOLDBERG,
2011).
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Medicina de quelônios (testudíneos) e crocodilianos | UNIDADE IV
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