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6. Lactente de 4 meses e 5 Kg com Tetralogia de Fallot está no centro cirúrgico para reali-
zação de cirurgia de Blalock-Taussig modificada (anastomose subclávia pulmonar). Você
opta por realizar a indução anestésica pela via inalatória com sevoflurano e observa que a
mesma leva mais tempo que o esperado. Esta alteração farmacocinética pode ser explicada
por: Qp= fluxo sanguíneo pulmonar Qs= fluxo sanguíneo sistêmico
A) Relação Qp /Qs < 1
B) Aumento do espaço morto alveolar
C) Redução do fluxo sanguíneo cerebral
D) Diminuição do débito do ventrículo esquerdo
24. Mulher de 65 anos, internada na UTI devido a quadro agudizado de doença pulmo-
nar obstrutiva crônica, encontra-se em ventilação mecânica com estabilidade hemodinâ-
mica. Será submetida a laparotomia exploradora por oclusão intestinal. Durante o trans-
porte, evolui com queda da PaO2. O volume corrente e a PEEP são aumentados. Imediata-
mente após esta conduta, apresentou hipotensão e bradicardia. A explicação para esta in-
tercorrência é:
A) Hipovolemia
B) Hipoxemia grave
C) Pneumotórax hipertensivo
D) Tromboembolismo pulmonar
25. Homem de 47 anos e 73 Kg é submetido a colectomia total aberta sob anestesia ge-
ral. Todos os fluidos infundidos durante a cirurgia foram aquecidos a 40°C. Apesar disso,
após 2 horas de cirurgia, a temperatura corporal central é de 35°C. A medida mais eficaz a
ser tomada para a restauração da normotermia é o (a):
A) Aquecimento ativo da superfície cutânea
B) Elevação da temperatura ambiente para 23°C
C) Aquecimento e umidificação dos gases inspirados
D) Aumento da temperatura de aquecimento dos fluidos
30. Paciente de 32 anos é incapaz de opor o polegar e o dedo mínimo da mão esquerda
após laparotomia exploradora de 8 horas de duração sob anestesia geral. Após a indução
da anestesia, foi realizada punção venosa periférica na fossa cubital esquerda. A causa pro-
vável para o déficit observado é a lesão do nervo:
A) Ulnar
B) Radial
C) Mediano
D) Musculocutâneo
31. Em qual das situações clínicas abaixo ocorre down regulation (regulação para baixo)
dos receptores da junção neuromuscular?
A) Queimaduras
B) Desnervação
C) Atrofia muscular
D) Intoxicação por organofosforados
34. Homem de 50 anos apresenta tumor cerebral e será submetido a craniotomia para
ressecção. Anestesia geral com desflurano em dose maior que 1 CAM está contraindicada
porque esse anestésico causa aumento da:
A) Pressão intracraniana
B) Atividade epileptiforme
C) Taxa metabólica cerebral
D) Pressão de perfusão cerebral
35. Homem de 20 anos será submetido a artrodese de coluna com monitorização do po-
tencial evocado somatossensitivo. É realizada anestesia geral com 1 CAM de isoflurano,
remifentanil e cisatracúrio. Durante o procedimento ocorre aumento da latência dos po-
tenciais evocados. A explicação provável para este achado é:
A) Efeito direto do isoflurano
B) Aumento da pressão intracraniana
C) Diminuição do metabolismo cerebral
D) Aumento do fluxo sanguíneo cerebral
38. Homem de 45 anos, portador de estenose aórtica, está programado para cirurgia de
troca valvar aórtica. Deverá ser uma das metas hemodinâmicas durante a cirurgia:
A) Aumento da pré-carga
B) Diminuição da pós-carga
C) Diminuição do inotropismo
D) Manter frequência cardíaca em 70 bpm
43. Criança com diagnóstico de distrofia muscular de Duchenne apresenta parada cardi-
orrespiratória em AESP (atividade elétrica sem pulso) após a indução da anestesia em que
foi administrada succinilcolina. No tratamento da parada, o anestesiologista administra
bicarbonato de sódio com o objetivo de reverter a:
A) Hiperpotassemia
B) Acidose metabólica
C) Hipertermia maligna
D) Ligação da succinilcolina
49. Mulher de 76 anos foi submetida à laparotomia para ressecção de tumor ovariano e
peritoniectomia. No terceiro dia pós-operatório, apresenta-se confusa, torporosa, com
temperatura axilar de 38,5oC, frequência cardíaca de 100 bpm, frequência respiratória de
25 irpm, saturação periférica de oxigênio de 89%, pressão arterial de 90x45 mmHg, dosa-
gem de hemoglobina de 8,5 g.dL-1 e leucometria de 12600.mm-3. O quadro clínico é com-
patível com:
A) Sepse
B) Sepse grave
C) Choque séptico
D) Síndrome da resposta inflamatória sistêmica
50. A fórmula para o cálculo da taxa de infusão de um anestésico venoso, após alcançado
o estado de equilíbrio intercompartimental, é:
A) Dose de bolus / volume de distribuição
B) Concentração plasmática alvo x taxa de depuração
C) (Dose de bolus x taxa de depuração) / volume de distribuição
D) (Concentração plasmática alvo x taxa de depuração) / volume de distribuição
51. Paciente de 39 anos e 115 Kg será submetida à ressecção de cistos ovarianos bilate-
rais por via laparoscópica. Tem história de hipotireoidismo e refere rubor facial associado
à ingesta de bebidas alcóolicas. No exame físico, apresenta erupção avermelhada malar
com telangectasias, sopro mesossistólico em borda paraesternal inferior esquerda. Nega
limitações para atividades físicas. Foi submetida à anestesia geral e, após a ressecção do
cisto à direita, apresentou hipotensão arterial (70 x 40 mmHg) e bradicardia refratárias ao
uso de efedrina e à infusão de cristaloides. Não havia sinais de sangramento ativo, nem
evidências de outras massas abdominais. A conduta mais adequada é a administração de:
A) Milrinona
B) Dopamina
C) Octreotídeo
D) Hormônio tireoidiano
52. Considerando-se sua etiologia mais frequente, o tratamento de escolha para náu-
seas durante herniorrafia inguinal sob raquianestesia é:
A) Vasopressor
B) Anticolinérgico
C) Antidopaminérgico
D) Antagonista serotoninérgico
54. Mulher de 45 anos, estado físico ASA 1 e com história prévia de salpingotripsia é
submetida à histeroscopia cirúrgica para ablação endometrial sob anestesia geral com in-
tubação orotraqueal e ventilação controlada (volume corrente de 10 mL.Kg-1 e FiO2 de
80%). Dez minutos após o início da ablação cirúrgica, observa-se ETCO2 de 25 mmHg, SpO2
de 90%, pressão arterial de 90 x 60 mmHg e pressão de pico de vias aéreas de 12 cmH2O.
O diagnóstico mais provável é:
A) Pneumotórax
B) Embolia gasosa
C) Intubação seletiva
D) Edema agudo de pulmão
55. Paciente de 82 anos, com história de hipertensão arterial crônica mal controlada,
insuficiência renal, trombose venosa profunda há 6 meses e quimioterapia prévia para tra-
tamento de carcinoma da próstata, apresenta quadro de obstrução intestinal e será sub-
metido à laparotomia exploradora de emergência. Fez uso de warfarin até dois dias antes
da cirurgia e, no momento, apresenta RNI de 5,0. A terapêutica mais adequada para a cor-
reção da coagulação antes do início da cirurgia é:
A) Vitamina K
B) Concentrado de fator XIII
C) Complexo protrombínico
D) Plasma fresco congelado
56. A estrutura ocular que pode ser lesada pelo laser de CO2 é o (a):
A) Retina
B) Córnea
C) Cristalino
D) Corpo ciliar
57. Paciente homozigoto para colinesterase plasmática típica apresenta número de di-
bucaína de:
A) 20
B) 40
C) 60
D) 80
63. A ausência da onda “a” da curva de pressão venosa central correlaciona-se com:
A) Fibrilação atrial
B) Estenose tricúspide
C) Insuficiência tricúspide
D) Pericardite constrictiva
64. Paciente de 69 anos, saudável e sem história médica pregressa significativa, está
agendado para herniorrafia inguinal. Refere boa tolerância ao exercício, mas o eletrocar-
diograma pré-operatório mostrou bloqueio divisional de ramo direito. A avaliação cardíaca
adicional indicada é:
A) Nenhuma
B) Teste ergométrico
C) Cateterismo cardíaco
D) Ecocardiografia transtorácica
66. O opioide que pode ser administrado com segurança em pacientes que usam inibi-
dores da monoaminoxidase é o(a):
A) Morfina
B) Tramadol
C) Metadona
D) Meperidina
67. Que nervo periférico deve ser bloqueado no nível do tornozelo, para realizar anes-
tesia/analgesia em paciente com fratura de calcâneo?
A) Fibular profundo.
B) Tibial posterior.
C) Safeno.
D) Sural.
68. Anestesiologista de plantão realiza anestesia para cirurgia ortopédica, sob bloqueio
de membro superior. Ao terminar o bloqueio, é chamado pelo obstetra do hospital que lhe
informa estar com uma gestante em trabalho de parto, com contrações a cada 5 minutos.
Essa paciente deverá ser submetida à quarta cesariana e insiste que a cesariana seja reali-
zada nesse hospital. A conduta correta é solicitar:
A) Que a enfermeira auxilie, monitorando o paciente que será operado, enquanto o anestesiolo-
gista realiza o bloqueio para a cesariana;
B) Ao obstetra que oriente a paciente para ir ao hospital mais próximo, enquanto as contrações
ainda permitem que ela se locomova;
C) Que a parturiente seja transferida com transporte apropriado, acompanhada pelo obstetra ao
hospital mais próximo;
D) Ao obstetra que aguarde alguns minutos até que haja estabilização do bloqueio e da sedação,
para que possa anestesiar a gestante com segurança.
70. Em uma cirurgia de ombro, o anestesiologista optou por realizar um bloqueio inte-
rescalênico. A maior complicação desse bloqueio está associada a uma redução da função
ventilatória de ___%, consequente a _______________________.
A) 10 – paresia da musculatura intercostal;
B) 15 – paresia do diafragma;
C) 20 – paresia da musculatura intercostal;
D) 25 – paresia do diafragma.
73. Paciente submetido à anestesia para transplante renal apresenta parada cardiorres-
piratória imediatamente após a conclusão da anastomose arterial do rim transplantado e
liberação do clampe vascular. Qual é a provável etiologia da parada cardiorrespiratória?
A) Hipercalemia.
B) Hipocalcemia.
C) Hipotensão arterial.
D) Acidose metabólica.
75. Paciente de 19 anos chega à unidade de emergência, com quadro de obstrução in-
testinal de início súbito, hemoptise, perda de memória, febre (38,5°C), frequência cardíaca
110 bpm e pressão arterial 160 x 105 mmHg. É feita hipótese diagnóstica de abuso de droga
e decide-se por realizar laparotomia de emergência. A droga de abuso mais provável é:
A) Fenciclidina;
B) Cocaína;
C) Morfina;
D) Heroína.
76. Paciente de 28 anos, 84 kg, atleta, será submetido a reparo do manguito rotador do
ombro direito, sob bloqueio do plexo braquial pela via interescalênica. Após injeção de
mistura de bupivacaína 0,5% 15 mL e lidocaína 2% 15 mL (volume total 30 mL), apresentou
convulsão tonicoclônica fugaz e fibrilação ventricular. Com relação à toxicidade dos anes-
tésicos locais, no caso apresentado, é verdadeiro afirmar que:
A) Toxicidade de misturas de anestésicos locais é aditiva;
B) Arritmias ventriculares podem ser tratadas com amiodarona;
C) Hiperventilação e alcalose respiratória aumentam o risco de toxicidade;
D) Emulsão lipídica deve ser administrada tão logo o ritmo cardíaco seja restabelecido.
77. Paciente de 68 anos, 50 Kg, 168 cm de altura, é hipertenso e diabético tipo I. Apre-
senta carcinoma metastático da próstata e é internado na unidade de terapia intensiva
devido à pneumonia bilateral e abscesso perimaleolar. Evolui febril, taquicárdico, com ne-
cessidades crescentes de insulina, cetoacidose diabética e insuficiência respiratória. Foi in-
tubado, mas a adaptação à prótese ventilatória está difícil, apesar de sedação com fentanil.
Foi realizada drenagem do abscesso sob anestesia local com bupivacaína 0,25% 30 mL, de-
vido à gravidade clínica do paciente. Cerca de 30 minutos após o início do procedimento,
apresentou maior dificuldade ventilatória seguida de ectopias ventriculares e alargamento
do QRS, que evoluiu para atividade elétrica sem pulso. A causa mais provável para o des-
fecho desfavorável é:
A) Intoxicação pela bupivacaína;
B) Infarto agudo do miocárdio;
C) Choque séptico;
D) Barotrauma.
81. Qual das opções a seguir é INAPROPRIADA para a avaliação da variação de pressão
de pulso?
A) Ritmo sinusal.
B) Sedação sem esforço respiratório.
C) Ventilação mecânica com pressão controlada
D) Ventilação mecânica com PEEP de 6 a 10 cmH2O.
84. Mulher, 63 anos, 1,66 m de altura e 82 kg, foi submetida a osteossíntese de tíbia, sob
raquianestesia. A cirurgia teve duração de 90 minutos, com tempo de garroteamento de
40 minutos. Durante a cirurgia, foi hidratada com 2.000 mL de solução de ringer com lac-
tato. No final do dia seguinte, a paciente encontra-se ofegante, discretamente cianótica e
queixando-se de que a perna operada está inchada. Qual a hipótese diagnóstica em relação
a esta complicação?
A) Tromboembolismo.
B) Embolia gordurosa.
C) Insuficiência cardíaca.
D) Edema agudo de pulmão.
E) Síndrome compartimental.
85. Paciente de 58 anos, hipertenso leve controlado com atenolol 50 mg.dia-1, é alto mí-
ope, com pressão intraocular de 26 mmHg. Faz uso regular de betaxolol. Sofreu trauma
ocular com descolamento de retina, sendo operado, com injeção de gás para fixá-la. Ne-
cessitou ser reoperado 4 dias após a primeira cirurgia, devido a pequeno descolamento na
região operada. Qual das substâncias abaixo deve ser evitada em uma anestesia geral para
a reoperação?
A) Iodopovidona.
B) Óxido nitroso.
C) Sevoflurano.
D) Atracúrio.
E) Propofol.
86. Homem, 24 anos, estado físico 1 da ASA, vítima de traumatismo crânioencefálico
(TCE) grave. Após atendimento inicial, não foram observadas lesões extracranianas e o pa-
ciente é encaminhado para craniectomia descompressiva. Com o objetivo de reduzir a mor-
bimortalidade, é verdadeiro afirmar que a:
A) Hipocapnia deve ser evitada nas primeiras 24 horas.
B) Monitorização da pressão intracraniana (PIC) não está indicada.
C) Pressão de perfusão cerebral (PPC) deve ser mantida acima de 90 mm Hg.
D) Autorregulação cerebral é mantida com valores de PPC entre 70 e 90 mm Hg.
E) Glicemia acima de 200 mg.dL-1 na admissão se associa a melhor prognóstico funcional.
87. Homem, 32 anos, é submetido à cirurgia na coluna, em decúbito ventral, para fixação
de vértebra torácica deslocada em acidente automobilístico há 72 horas. Indique uma com-
plicação deste procedimento relacionado ao posicionamento, observada no pós-operató-
rio imediato:
A) Vômitos.
B) Cegueira.
C) Hipertermia.
D) Hiperglicemia.
E) Cefaleia pulsátil.
88. A técnica de intubação mais segura, ante uma via aérea difícil (VAD) prevista, é:
A) A convencional.
B) Sequência rápida.
C) Com o paciente acordado.
D) Com o uso de propofol em bolus.
E) Com o paciente sedado nível 4 da escala de Ramsay.
89. A conduta adequada, no paciente com saturação venosa central de oxigênio de 68%,
índice cardíaco < 2L.min-1.m-2, hemoglobina 12 mg.dL-1 e com saturação arterial de oxigê-
nio de 93%, é:
A) Administrar inotrópicos.
B) Tratar alteração respiratória.
C) Realizar analgesia e sedação.
D) Realizar transfusão sanguínea.
E) Infundir 250 mL de solução coloidal.
90. Mulher, 30 anos, 62 kg, portadora de lúpus eritematoso sistêmico, é submetida a
colecistectomia videolaparoscópica. O único exame pré-operatório alterado foi a dosagem
de creatinina (1,9 mg.dL1). A anestesia foi induzida com propofol 100 mg, fentanil 300 µg e
rocurônio 70 mg. Foi mantida com isoflurano 1,5 CAM em mistura de oxigênio 40% e óxido
nitroso. A cirurgia transcorreu sem incidentes e teve duração de 60 minutos. Ao término,
foi feita reversão do bloqueio neuromuscular com atropina 1 mg e neostigmina 2 mg. O
despertar da anestesia foi sem intercorrências. Cerca de 20 minutos após a chegada na sala
de recuperação, apresentou dificuldade respiratória, taquipneia, taquicardia, sudorese e
dessaturação arterial. O diagnóstico provável da complicação é:
A) Fibrilação atrial com alta resposta ventricular.
B) Bloqueio neuromuscular residual.
C) Infarto agudo do miocárdio.
D) Embolia pulmonar.
E) Laringoespasmo.
91. Homem, 27 anos, tabagista, estado físico 1 da ASA, foi submetido a septoplastia na-
sal sob anestesia geral venosa com infusões contínuas de propofol, remifentanil e atracú-
rio. A hidratação venosa foi feita com solução de ringer com lactato 1500 mL. Na extuba-
ção, apresentou laringoespasmo que não foi revertido com a aplicação de pressão positiva
sobre a via aérea, com a necessidade da administração de succinilcolina. Logo após a ad-
missão na sala de recuperação, apresentou agitação, taquidispneia e dessaturação arterial.
ECG normal. Gasometria arterial: pH 7,38; pO2 79 mm Hg; pCO2 51 mm Hg; BE 2; HCO3 25
mEq.L-1. Sobre a complicação, pode-se afirmar que:
A) Corticosteroides são indicados no tratamento.
B) O paciente apresentou edema pulmonar de origem cardiogênica.
C) A etiopatogenia do quadro pulmonar se relaciona com a sobrecarga volêmica.
D) Provavelmente, ocorreu elevação dos marcadores de lesão/necrose celular miocárdica.
E) É secundária a elevação da pressão negativa intrapleural e pressão transmural capilar pulmo-
nar.
93. Paciente do gênero feminino, 47 anos, 60 kg, ASA I, foi admitida para realização de
dermolipectomia abdominal. Foi indicada anestesia peridural. Durante a introdução da
agulha, houve acidente de punção da dura-máter. A agulha foi retirada, realizando-se nova
punção peridural sem intercorrências. Na quadragésima hora de pós-operatório, a paci-
ente queixou-se de cefaleia de forte intensidade, optando-se pela realização do tampão
sanguíneo peridural. Durante a injeção do sangue, a paciente referiu piora da cefaleia,
sendo interrompido o procedimento após injeção de 10 mL de sangue. Após cinco dias da
realização do tampão sanguíneo peridural, a paciente retornou ao hospital com queixa de
diplopia, náuseas, vômitos, borramento visual e cefaleia intensa, que não melhorava com
o decúbito. A hipótese diagnóstica mais provável é:
A) Abscesso peridural.
B) Trauma pela agulha.
C) Hematoma peridural.
D) Hematoma cerebral subdural.
E) Sintoma neurológico transitório.
94. Gestante, 38 anos, hígida, será submetida à terceira cesariana. Não está em traba-
lho de parto e, após a realização de raquianestesia, apresenta hipotensão arterial, com
valores de 80 x 35 mm Hg; F.C com 60 bpm e queixa-se de náuseas. A paciente já está com
máscara de oxigênio com fluxo de 4 L.min-1. Qual é a próxima conduta indicada?
A) Injetar 5-10 mg de efedrina por via venosa.
B) Injetar 1-1,5 mg de atropina por via venosa.
C) Aumentar rapidamente a hidratação venosa.
D) Aumentar a oxigenação para 6 L. min-1 e injetar antiemético.
E) Solicitar ao obstetra que retire o feto o mais rapidamente possível.
97. Paciente adulto, submetido à colecistectomia por via laparoscópica, apresenta, após
15 minutos de insuflação peritoneal com CO2, quadro de redução da PETCO2 e SpO2, pres-
são das vias aéreas inalterada e arritmia cardíaca. Este quadro é sugestivo de:
A) Atelectasia.
B) Capnotórax.
C) Embolia por CO2.
D) Intubação seletiva.
E) Enfisema subcutâneo.
98. Paciente obeso, classe III, é submetido a cirurgia bariátrica sob anestesia geral. É re-
alizada préoxigenação durante 3 minutos e indução venosa. Após 30 segundos de laringos-
copia e tentativa de intubação, a saturação periférica de oxigênio sofre redução. A causa
mais provável da redução rápida da saturação de oxigênio é:
A) Espaço morto aumentado.
B) Débito cardíaco aumentado.
C) Aspiração durante a intubação.
D) Capacidade residual diminuída.
E) Consumo de oxigênio diminuído.
Questão 2: resposta D
Questão 3: resposta D
O monitor BIS mede a profundidade da hipnose e o valor pode ser utilizado para predizer a proba-
bilidade de que um paciente estará acordado e resposnsivo ou de que terá lembranças intraopera-
torias. O valor de BIS não é uma probabilidade do movimento ou da magnitude dos estímulos noci-
vos que necessitam de maior dose de opioide. Durante a cirurgia o típico valor de bis é entre 40 e
60. Um valor de 60 a probabilidade de resposta ao comando verbal é de, aproximadamente 20%
enquanto que a probabilidade de lembrança é inferior a 1%.
Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2nd Ed, New York, McGraw-Hill Med-
ical, 2012;
Questão 4: resposta B
Acidose respiratória ou metabólica aumentam os riscos de intoxicação do sistema nervoso central
pelos anestésicos locais. O aumento do PaCO2 aumenta o fluxo sanguíneo cerebral e, portanto, o
anestésico local chega mais rapidamento ao cérebro. As convulsões causam hipoventilação e uma
acidose metabólica e respiratória combinadas que agravam ainda mais a toxicidade dos anestésicos
locais. Além disso, a difusão de CO2 para o interior das células neuronais diminui o pH intracelular
o que facilita a conversão da forma não ionizada em ionizada. A forma ionizada não se difunde bem
através das membranas nervosas de modo que ocorrerá um aprisionamento de Íons e aumento da
toxicidade no sistema nervoso central. A ventilação do paciente promoverá o aumento do pH intra-
celular aumentando as formas não ionizadas que tem maior difusão através das membranas neuro-
nais diminuindo o aprisionamento iônico neuronal e a intoxicação.
Miller’s Anesthesia, 8th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2015.
Questão 5: resposta B
Diversos medicamentos podem alterar a duração dos bloqueadores neuromusculares. Os betablo-
queadores não provocam alterações na duração dos bloqueadores neuromusculares. Alguns anti-
bióticos, como a clindamicina, os aminoglicosídeos e a polimixina, provocam o prolongamento da
duração pois provocam inibição da liberação pré-sináptica de acetilcolina e causar diminuição da
sensibilidade pós juncional a acetilcolina. O protoxido apresenta mínimos efeitos na duração do
bloqueio neuromuscular, sem significado clínico. Os agentes inalatórios promovem o prolonga-
mento da duração devido a diversos efeitos, como ação nos motoneurônios alfa do SNC, inibição da
liberação de acetilcolina pós-sináptica e aumento da afinidade do bloqueador neuromuscular aos
receptores juncionais.
Referência:
Miller’s Anesthesia, 8th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2015.
Questão 6: resposta A
O paciente da questão apresenta um shunt direita-esquerda intracardíaco (comunicação inter-ven-
tricular, um dos componentes da tetralogia de Fallot). Um shunt direita-esquerda reduz a taxa de
aumento da pressão alveolar de um anestésico pouco solúvel (no caso, o sevoflurano) mais do que
para um anestésico solúvel (como o isoflurano ou o halotano). Isso ocorre porque a alta captação
de um anestésico solúvel compensa os efeitos dilucionais do sangue shuntado na pressão alveolar.
A captação de um anestésico pouco solúvel é mínima e os efeitos dilucionais na pressão alveolar
não encontram qualquer oposição. Esse impacto da solubilidade na presença de um shunt direita-
esquerda é o oposto do efeito observado com as alterações do débito cardíaco e da ventilação al-
veolar. Assim, a presença do shunt é a responsável pelo aumento do tempo de indução, represen-
tado pela relação Qp/Qs < 1 (redução do fluxo sanguíneo pulmonar devido ao shunt intracardíaco).
Referência:
Pamela, F; Shafer, S. Inhaled Anesthetics. Em Stoelting’s Pharmacology & Physiology in Anesthetic
Practice. 5th Ed. USA. Wolters Kluwer, 2015; 243-380.
Questão 7: resposta C
As convulsões são complicações esperadas nas cirurgias com estimulação cerebral com o paciente
acordado, e, se controláveis, não devem ser motivo para suspender a cirurgia. A irrigação das áreas
estimuladas com soro fisiológico gelado pode interromper as convulsões focais porque a hipotermia
regional dificulta a despolarização e reduz o metabolismo na área que está gerando a atividade
convulsiva. A conversão para anestesia geral ou o uso de hipnóticos não é desejável pela perda da
função cognitiva do paciente que é o objetivo principal da neurocirurgia com o paciente acordado.
O uso de propofol 0,5-1mg/kg está indicado se convulsões generalizadas ou se não focais que não
resolvem espontaneamente ou com a irrigação com soro gelado.
Referência: John C. Drummond, Piyush M. Patel, Brian P. Lemkuil - Anesthesia for Neurologic Sur-
gery, em: Miller RD, Cohen NH, Eriksson LI, et al. Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier
Saunders, 2015; 2158-2459.
Questão 8: resposta B
Altas pressões de pneumoperitoneo (18mmhg) durante períodos superiores a uma hora promovem
diminuição da perfusão do peritoneo e da parede da cavidade abdominal causando hipoperfusão
dessas regiões que se tornam hipóxicas e acidóticas, além de acumularem radicais livres. Após a
desinsuflação do pneumoperitoneo ocorrem reperfusão dessas áreas com circulação de substâncias
ácidas e radicais livres que promovem vasodilatação e hipotensão.
Miller RD, Cohen NH, Eriksson LI, et al. Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders,
2015;
Questão 9: resposta B
Considerações para a anestesia em pacientes com distrofia miotônica incluem a presença de doença
cardiorrespiratória e respostas anormais aos fármacos utilizados durante a anestesia. A succinilco-
lina produz uma contratura exagerada que pode provocar dificuldade respiratória e algumas vezes
induzir à hipóxia e parada cardíaca, e a sua utilização deve assim ser evitada. As outras doenças
neuromusculares não exibem esse padrão de resposta a succinilcolina.
Referência:
Donati F. Neuromuscular Blocking Agents, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et al. Clinical An-
esthesia. 7th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013
Referência:
Sieber FE, Pauldine R – Geriatric Anesthesia: em Miller: RD Eriksson LI, Fleisher LA, Wiener-Kronish
JP, Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2010;2261-2276