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PRINCIPAIS CONCEITOS

• Nessa apostila apresentamos as questões comentadas dos últimos anos da


prova do TSA.
• Importante que todos os testes de múltipla escolha sejam respondidos e
que através dessa prática você melhora sua capacidade de compreensão e
de reposta.
• Indicamos que sempre que você olhe o gabarito para saber se teve êxito,
que você leia o comentário referente a questão. Muitas vezes é através
dessa ferramenta que conseguimos fixar alguns conceitos fundamentais.
• Por último, lembre-se que sempre é possível que alguns testes podem cair
novamente nas provas.
• Aproveite e boa prática!!!!
1. Homem de 70 anos, 1,68 m e 70 Kg será submetido à prostatectomia radical. Apresenta
depressão, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 1 e miocardiopatia isquê-
mica com implante de stent farmacológico há 2 anos. Em uso de atenolol, atorvastatina,
ácido acetilsalicílico, selegilina e insulina NPH. Qual orientação você daria para este paci-
ente quanto ao uso das medicações habituais antes do procedimento proposto?
A) Suspender o AAS 7 dias antes
B) Suspender o atenolol no dia anterior
C) Suspender a selegilina no dia anterior
D) Reduzir a insulina NPH a 1/3 da dose no dia da cirurgia

2. Qual é a contraindicação absoluta para a utilização venosa de amiodarona?


A) Hipotireoidismo
B) Fibrose pulmonar
C) Neuropatia óptica
D) Bloqueio atrioventricular

3. Um valor de 60 no índice bispectral (BIS) significa que haverá:


A) Imobilidade à incisão cirúrgica
B) Probabilidade de 60% de estar acordado
C) Probabilidade de responder ao comando verbal de 40%
D) Menos de 1% de probabilidade de ter lembranças de eventos intraoperatórios

4. Mulher de 53 anos, 57 Kg e 1,60 m será submetida a tratamento cirúrgico de fratura de


rádio distal direito sob bloqueio do plexo braquial por via axilar. Logo após a injeção de 30
ml de ropivacaína a 0,5%, a paciente cursa com convulsão generalizada. O anestesiologista
administra 5 mg de midazolam com controle efetivo da convulsão e inicia ventilação sob
máscara facial. Essa última medida trará como benefício teórico no tratamento da intoxi-
cação por anestésico local o (a):
A) Aumento do fluxo sanguíneo cerebral
B) Redução do aprisionamento iônico neuronal
C) Aumento da extração pulmonar do anestésico local
D) Redução da forma catiônica do anestésico local no plasma
5. Mulher de 39 anos, 56 Kg e 1,63 m, hipertensa em uso de atenolol, apresenta-se com
apendicite. Foi submetida à anestesia geral com indução em sequência rápida utilizando
rocurônio, propofol e fentanil e manutenção com isoflurano e N2O. A antibioticoprofilaxia
foi realizada com clindamicina. Ao término da cirurgia, mesmo após 120 minutos da dose
de indução do rocurônio, o TOF apresenta apenas 3 estímulos. Qual interação medicamen-
tosa justifica o prolongamento do bloqueio neuromuscular nesta situação?
A) Estímulo de liberação de acetilcolina pelo atenolol
B) Ação direta do isoflurano nos neurônios motores alfa
C) Liberação de acetilcolina pré-juncional pela clindamicina
D) Inibição dos receptores nicotínicos pré-sinápticos pelo N2O

6. Lactente de 4 meses e 5 Kg com Tetralogia de Fallot está no centro cirúrgico para reali-
zação de cirurgia de Blalock-Taussig modificada (anastomose subclávia pulmonar). Você
opta por realizar a indução anestésica pela via inalatória com sevoflurano e observa que a
mesma leva mais tempo que o esperado. Esta alteração farmacocinética pode ser explicada
por: Qp= fluxo sanguíneo pulmonar Qs= fluxo sanguíneo sistêmico
A) Relação Qp /Qs < 1
B) Aumento do espaço morto alveolar
C) Redução do fluxo sanguíneo cerebral
D) Diminuição do débito do ventrículo esquerdo

7. Mulher de 34 anos, 65 Kg e 1,60 m será submetida à ressecção de tumor fronto parietal


esquerdo acordada. Durante a estimulação elétrica da área eloquente, a paciente apre-
senta convulsão focal em hemiface direita mesmo após a interrupção do estímulo. A con-
duta inicial mais adequada nesta situação é a (o):
A) Suspensão do procedimento
B) Conversão para anestesia geral
C) Irrigação com solução salina gelada
D) Administração de propofol em doses sub-hipnóticas

8. Mulher de 51 anos, 85 Kg e 1,70 m está no centro cirúrgico para realização de colecis-


tectomia videolaparoscópica. Apresenta PA de 140x70 mmHg, FC de 70 bpm e SpO2 de 97%.
A cirurgia ocorre sem intercorrências e a cavidade abdominal é desinsuflada após 60 mi-
nutos da instalação do pneumoperitônio com pressão de 18 mmHg. Neste momento a pa-
ciente apresenta PA de 80x40 mmHg, FC de 90 bpm, SpO2 de 94%. A causa mais provável
desta hipotensão está relacionada com:
A) shunt pulmonar
B) isquemia e reperfusão
C) alcalose pós-hipercapneica
D) diminuição do tônus simpático
9. Mulher de 24 anos, 78 Kg e 1,65 m, G1 P0 A0, com história de insuficiência cardíaca
congestiva, fraqueza muscular proximal e lesão pulmonar restritiva à espirometria. Enca-
minhada para cesariana com 36 semanas de gestação. Realizada indução em sequência
rápida com fentanil, propofol e succinilcolina. Logo após a confirmação da intubação tra-
queal, o paciente evoluiu com dificuldade de ventilação por rigidez muscular e parada car-
diorrespiratória. A causa implícita mais provável deste evento é a:
A) Miastenia Gravis.
B) Distrofia Miotônica.
C) Síndrome de Lambert-Eaton.
D) Distrofia Muscular de Duchenne.

10. Mulher de 69 anos, 70 Kg e 1,63 m, hipertensa, diabética, tabagista e dislipidêmica


foi submetida à revascularização miocárdica com circulação extracorpórea (CEC), sem in-
tercorrências. Após a saída de CEC e reversão da heparina com protamina, a paciente apre-
sentou hipotensão grave, aumento da pressão da artéria pulmonar e falência ventricular
direita. Qual mecanismo responsável por essa complicação?
A) Ativação do sistema complemento
B) Vasoconstrição pulmonar direta mediada pela protamina
C) Reação de hipersensibilidade à protamina, mediada por IgE
D) Deposição de complexos heparina-protamina na circulação pulmonar

11. Mulher de 32 anos, 58 kg e 1,60 m será submetida a ureterolitotripsia endoscópica


devido a litíase ureteral. Foi submetida a várias cirurgias urológicas corretivas devido a de-
feito congênito da bexiga. Faz cateterismo vesical intermitente. Nega alergias e intercor-
rências em cirurgias prévias. O exame físico e a avaliação laboratorial préoperatória são
normais. Durante o cuidado perioperatório desta paciente, deve-se:
A) Manter ambiente livre de látex
B) Realizar profilaxia com corticoides
C) Agendar a cirurgia para o final do dia
D) Realizar profilaxia com anti-histamínicos

12. A posição de Trendelemburg está associada a:


A) Aumento do débito urinário
B) Edema das vias aéreas superiores
C) Aumento da pressão de perfusão cerebral
D) Diminuição da capacidade de fechamento pulmonar
13. No protocolo de ressuscitação hemostática no trauma, a administração das frações
do sangue (concentrado de hemácias, plasma fresco congelado e plaquetas) deve ser rea-
lizada na seguinte proporção:
A) 1:1:1
B) 1:2:1
C) 1:2:10
D) 1:1:10

14. Mulher de 28 anos, 70 kg e 1,65 m, primigesta apresentava-se em trabalho de parto


há 5 horas. Como a evolução do trabalho de parto estava prolongada, iniciou-se infusão de
ocitocina 5 UI.h-1. Após 10 horas de trabalho de parto, como a evolução não foi satisfatória,
foi indicada cesariana. A cirurgia transcorreu sem incidentes, mas a paciente apresentou
atonia uterina e hemorragia pós-parto. A explicação para a complicação apresentada pela
paciente é:
A) ruptura uterina
B) fadiga da musculatura uterina
C) doença trofoblástica gestacional
D) down regulation dos receptores de ocitocina

15. Na administração intravascular inadvertida de anestésico local durante a realização


de anestesia peridural na gestante, qual dos fatores abaixo contribui para maior acúmulo
fetal deste fármaco?
A) Acidose fetal
B) Acidose materna
C) Bradicardia fetal
D) Hipotensão materna

16. Homem de 51 anos, 80 kg e 1,70 m será submetido a osteossíntese do úmero. Apre-


senta fibrilação atrial e frequência ventricular de 130 bpm. Após realização de bloqueio
interescalênico do plexo braquial com 30 mL de lidocaína 2% sem adrenalina evolui com
fibrilação ventricular. A relação entre a taquicardia prévia ao bloqueio e a complicação
cardiovascular observada é explicada por:
A) Tipo da taquiarritmia
B) Bloqueio frequência dependente
C) Menor latência do anestésico local
D) Menor lipossolubilidade do anestésico local
17. Homem de 75 anos, 74 kg e 1,68 m está na sala de emergência com queixa de mal
estar e tontura. A PA é de 140x90 mmHg e a FC é de 28 bpm. O ECG mostra bloqueio atri-
oventricular de segundo grau Mobitz tipo II. Cinco minutos após o início da infusão de iso-
proterenol, o paciente queixa-se de dor precordial, mal estar e náuseas. A PA neste mo-
mento é de 150x60 mmHg, a FC é de 85 bpm e o paciente apresenta palidez e sudorese. O
ECG mostra infra-desnivelamento do segmento ST e extra-sístoles ventriculares. A condi-
ção fisiopatológica que melhor justifica esta sequência de eventos é:
A) Aumento do lusitropismo
B) Diminuição do inotropismo
C) Aumento da resistência vascular pulmonar
D) Diminuição da resistência vascular sistêmica

18. Dois fármacos hipnóticos administrados em infusão contínua são comparados.


Aquele que possui maior meia vida contexto dependente apresentará maior:
A) Tempo de despertar
B) Eliminação terminal
C) Distribuição intercompartimental
D) Tempo de equilíbrio com sítio de ação

19. Mulher de 65 anos é submetida à craniotomia para clipagem de aneurisma roto de


comunicante anterior. Após estabelecer plano anestésico adequado, ventilação pulmonar
com PaCO2 de 30 mmHg e administrar 5 mL.kg-1 de solução de cloreto de sódio 3%, a pres-
são intracraniana (PIC) é de 20 mmHg. A conduta seguinte para o controle da PIC é:
A) Administrar tiopental 3mg.kg-1 em bolus
B) Solicitar ao cirurgião drenagem liquórica
C) Estabelecer bloqueio neuromuscular profundo
D) Aumentar a fração inspirada do anestésico inalatório

20. Mulher de 87 anos, 62 kg e 1,68 m é submetida à laparotomia exploradora por qua-


dro de abdome agudo obstrutivo. É realizada anestesia geral venosa total com infusão con-
tínua de remifentanil e propofol. Ao término da cirurgia, que durou 5 horas, a paciente
apresentou tempo prolongado de despertar. Tal fato deve-se à (ao):
A) Diminuição do clearance plasmático
B) Aumento do compartimento central
C) Diminuição do volume de distribuição no estado de equilíbrio
D) Aumento do tempo de decaimento da concentração do fármaco na biofase
21. Qual neurotransmissor é responsável pela ativação dos receptores pós-ganglionares
das glândulas sudoríparas no sistema nervoso autônomo simpático?
A) Adrenalina
B) Serotonina
C) Acetilcolina
D) Noradrenalina

22. Paciente de 35 anos é submetido a segmentectomia pulmonar direita. Após o isola-


mento pulmonar e abertura do tórax apresenta SpO2 de 86%. Pressão positiva contínua na
via aérea de 5 cmH2O é aplicada no pulmão direito e a SpO2 aumenta para 97%. Este au-
mento da PaO2 ocorre devido a:
A) Redução do shunt pulmonar no pulmão dependente
B) Redução da distensão alveolar no pulmão dependente
C) Melhora da área pulmonar perfundida no pulmão não dependente
D) Melhora da relação ventilação perfusão no pulmão não dependente

23. Homem de 45 anos e 100 Kg será submetido a microlaringoscopia. Após a indução


da anestesia geral, o anestesista não consegue intubar o paciente. Qual é a conduta ime-
diata a ser tomada nesta situação?
A) Chamar por ajuda
B) Acordar o paciente
C) Utilizar dispositivos supraglóticos
D) Retornar à ventilação espontânea

24. Mulher de 65 anos, internada na UTI devido a quadro agudizado de doença pulmo-
nar obstrutiva crônica, encontra-se em ventilação mecânica com estabilidade hemodinâ-
mica. Será submetida a laparotomia exploradora por oclusão intestinal. Durante o trans-
porte, evolui com queda da PaO2. O volume corrente e a PEEP são aumentados. Imediata-
mente após esta conduta, apresentou hipotensão e bradicardia. A explicação para esta in-
tercorrência é:
A) Hipovolemia
B) Hipoxemia grave
C) Pneumotórax hipertensivo
D) Tromboembolismo pulmonar
25. Homem de 47 anos e 73 Kg é submetido a colectomia total aberta sob anestesia ge-
ral. Todos os fluidos infundidos durante a cirurgia foram aquecidos a 40°C. Apesar disso,
após 2 horas de cirurgia, a temperatura corporal central é de 35°C. A medida mais eficaz a
ser tomada para a restauração da normotermia é o (a):
A) Aquecimento ativo da superfície cutânea
B) Elevação da temperatura ambiente para 23°C
C) Aquecimento e umidificação dos gases inspirados
D) Aumento da temperatura de aquecimento dos fluidos

26. É causa de redução da velocidade de indução da anestesia inalatória:


A) Shunt pulmonar
B) Shunt esquerda-direita
C) Redução do débito cardíaco
D) Baixo coeficiente de partição sangue/gás

27. Menino de 04 anos e 20 Kg foi submetido a adenoamigdalectomia. Após a extuba-


ção, apresentou redução da SpO2 para 65% e da FC para 65 bpm. Ao ser oferecido oxigênio
a 100% por meio de sistema de Baraka e máscara facial, movimentos do tórax eram obser-
vados, ausculta pulmonar era silenciosa e não havia movimentos da bolsa reservatório.
Qual é a primeira conduta a ser tomada?
A) Salbutamol inalatório
B) Compressões torácicas
C) Succinilcolina 20 mg venosa
D) Pressão contínua na via aérea

28. Mulher de 38 anos, 89 Kg e 1,56 m, diabética insulino-dependente, apresenta dor


lombar e está agendada para realizar ressonância magnética da coluna lombossacra em
regime ambulatorial. É hipertensa e refere claustrofobia. Vem em uso de metadona oral
para analgesia e está em jejum há 8 horas. Apresenta Mallampati 2, distância esternomen-
toniana de 14 cm e distância interincisivos de 3,5 cm. Como deve ser conduzida a aneste-
sia?
A) Sedação consciente
B) Anestesia geral com máscara laríngea
C) Anestesia geral com intubação traqueal
D) Anestesia geral com intubação traqueal em sequência rápida
29. Homem de 39 anos será submetido a fixação de fratura dos ossos do antebraço es-
querdo. Informa ter realizado pneumectomia à direita há 5 anos. A técnica anestésica es-
colhida é o bloqueio do plexo braquial esquerdo pela via interescalênica. O paciente apre-
senta dispneia e diminuição da saturação periférica de oxigênio trinta minutos após o blo-
queio. A explicação para os sintomas apresentados pelo paciente é:
A) Acinesia diafragmática
B) Absorção maciça de anestésico local
C) Injeção subdural do anestésico local
D) Injeção subaracnoidea do anestésico local

30. Paciente de 32 anos é incapaz de opor o polegar e o dedo mínimo da mão esquerda
após laparotomia exploradora de 8 horas de duração sob anestesia geral. Após a indução
da anestesia, foi realizada punção venosa periférica na fossa cubital esquerda. A causa pro-
vável para o déficit observado é a lesão do nervo:
A) Ulnar
B) Radial
C) Mediano
D) Musculocutâneo

31. Em qual das situações clínicas abaixo ocorre down regulation (regulação para baixo)
dos receptores da junção neuromuscular?
A) Queimaduras
B) Desnervação
C) Atrofia muscular
D) Intoxicação por organofosforados

32. Paciente de 60 anos, diabético, hepatopata, com história de osteomielite é subme-


tido a desbridamento tibial com perda sanguínea estimada em 300 mL. É encaminhado
intubado em ventilação mecânica (FiO2 0,6) à sala de recuperação pós-anestésica, onde
evolui com hipotensão (pressão arterial sistólica de 50 mmHg) e frequência cardíaca de 120
bpm. Gasometria arterial: PaO2 de 80 mmHg, PaCO2 de 45 mmHg, pH de 7,30, BE de -6 e
SaO2 de 97%. Gasometria venosa mista: PaO2 de 60 mmHg, PaCO2 de 50 mmHg, pH de 7,25.
A explicação para esses achados é:
A) Sepse
B) Hipovolemia
C) Infarto do miocárdio
D) Insuficiência cardíaca direita
33. Mulher de 43 anos, portadora de hipotireoidismo, será submetida a limpeza mecâ-
nico-cirúrgica de fratura exposta da tíbia. Na chegada ao centro cirúrgico, encontra-se so-
nolenta, bradipneica, com frequência cardíaca (FC) de 46 bpm e aparente diminuição da
temperatura corporal. Oxigênio suplementar é administrado por máscara facial e reposi-
ção venosa de levotiroxina é iniciada. Em seguida, a paciente apresenta melhora do nível
de consciência, aumento da FC para 90 bpm, aumento da frequência respiratória e passa a
se queixar de desconforto precordial. O ECG mostra elevação do segmento ST e alarga-
mento do QRS. A causa mais provável para as alterações eletrocardiográficas apresentadas
é:
A) Hipocalemia
B) Hipocalcemia
C) Tromboembolismo pulmonar
D) Administração de levotiroxina

34. Homem de 50 anos apresenta tumor cerebral e será submetido a craniotomia para
ressecção. Anestesia geral com desflurano em dose maior que 1 CAM está contraindicada
porque esse anestésico causa aumento da:
A) Pressão intracraniana
B) Atividade epileptiforme
C) Taxa metabólica cerebral
D) Pressão de perfusão cerebral

35. Homem de 20 anos será submetido a artrodese de coluna com monitorização do po-
tencial evocado somatossensitivo. É realizada anestesia geral com 1 CAM de isoflurano,
remifentanil e cisatracúrio. Durante o procedimento ocorre aumento da latência dos po-
tenciais evocados. A explicação provável para este achado é:
A) Efeito direto do isoflurano
B) Aumento da pressão intracraniana
C) Diminuição do metabolismo cerebral
D) Aumento do fluxo sanguíneo cerebral

36. Após insuflação do pneumoperitôneo em cirurgia para correção de hérnia diafrag-


mática ocorreram diminuição da fração expirada de CO2, diminuição da saturação perifé-
rica de O2 e hipotensão arterial, sem alterações dos parâmetros ventilatórios. A causa pro-
vável para essas alterações é:
A) Capnotórax
B) Embolia pulmonar
C) Intubação seletiva
D) Infarto agudo do miocárdio
37. Homem de 23 anos e 70 Kg, vítima de acidente automobilístico, apresenta frequên-
cia cardíaca de 140 bpm, pressão arterial de 100x60 mmHg e frequência respiratória de 28
irpm. É levado à sala de cirurgia e, após a abertura cirúrgica do abdome, a pressão arterial
diminui para 80x40 mmHg. A perda de sangue estimada é de cerca de 3.000 mL. Após ad-
ministrar 2.500 mL de hidroxietilamido, o paciente apresenta sangramento difuso na ferida
operatória. Qual é o mecanismo provável para esta complicação?
A) Plaquetopenia
B) Deficiência de proteína C
C) Diluição de fatores da coagulação
D) Coagulação intravascular disseminada

38. Homem de 45 anos, portador de estenose aórtica, está programado para cirurgia de
troca valvar aórtica. Deverá ser uma das metas hemodinâmicas durante a cirurgia:
A) Aumento da pré-carga
B) Diminuição da pós-carga
C) Diminuição do inotropismo
D) Manter frequência cardíaca em 70 bpm

39. Durante a fase de reanimação precoce no paciente politraumatizado com sangra-


mento ativo, a administração de líquidos venosos deve ter como objetivo:
A) Restaurar os níveis pressóricos normais
B) Facilitar a hemostasia cirúrgica e evitar a hemodiluição
C) Manter o hipofluxo tecidual até o controle do sangramento
D) Normalizar marcadores da liberação de oxigênio aos tecidos

40. Mulher portadora de insuficiência renal crônica, dialisada há 12 horas, é submetida


a laparotomia por obstrução intestinal. Vecurônio é administrado para o bloqueio neuro-
muscular e revertido no final da cirurgia com neostigmina. O mecanismo que explica a
baixa probabilidade de recurarização nesta paciente é a:
A) Diálise recente
B) Maior depuração do vecurônio
C) Maior fração livre dos fármacos
D) Menor depuração da neostigmina
41. De acordo com as diretrizes da American Heart Association e do American College of
Cardiology para avaliação cardiovascular perioperatória do paciente submetido a cirurgias
não cardíacas, é considerada cirurgia de risco cardíaco elevado:
A) Duodenopancreatectomia
B) Enxerto ilíaco-femoral esquerdo
C) Lobectomia pulmonar superior direita
D) Artroplastia total do quadril esquerdo

42. O vaporizador do desflurano necessita de compensação interna de temperatura. O


mecanismo que explica essa necessidade é o desflurano apresentar elevado (a):
A) Densidade
B) Pressão de vapor
C) Ponto de ebulição
D) Calor latente de vaporização

43. Criança com diagnóstico de distrofia muscular de Duchenne apresenta parada cardi-
orrespiratória em AESP (atividade elétrica sem pulso) após a indução da anestesia em que
foi administrada succinilcolina. No tratamento da parada, o anestesiologista administra
bicarbonato de sódio com o objetivo de reverter a:
A) Hiperpotassemia
B) Acidose metabólica
C) Hipertermia maligna
D) Ligação da succinilcolina

44. O início de ação mais rápido do rocurônio se deve a sua:


A) Menor Ke0
B) Menor potência molar
C) Depuração plasmática mais lenta
D) Ligação mais forte aos receptores

45. A inibição seletiva da isoforma 2 da enzima ciclo-oxigenase (COX-2) está associada


a:
A) Trombogênese
B) Ulceração gástrica
C) Produção de renina
D) Hipersensibilidade à dor
46. A aspirina exerce sua ação por meio de:
A) Agonismo total
B) Agonismo parcial
C) Antagonismo competitivo
D) Antagonismo não competitivo

47. A causa mais frequente da parada cardiorrespiratória peroperatória na criança é:


A) Erro de medicações
B) Complicações respiratórias
C) Complicações cardiovasculares
D) Problemas relacionados a equipamentos

48. O parâmetro mais precoce, sensível e específico de hipertermia maligna, em paci-


ente sob anestesia geral com bloqueio neuromuscular e intubação traqueal, é:
A) Taquicardia
B) Hipertermia
C) Rigidez muscular
D) Aumento da fração expirada de CO2

49. Mulher de 76 anos foi submetida à laparotomia para ressecção de tumor ovariano e
peritoniectomia. No terceiro dia pós-operatório, apresenta-se confusa, torporosa, com
temperatura axilar de 38,5oC, frequência cardíaca de 100 bpm, frequência respiratória de
25 irpm, saturação periférica de oxigênio de 89%, pressão arterial de 90x45 mmHg, dosa-
gem de hemoglobina de 8,5 g.dL-1 e leucometria de 12600.mm-3. O quadro clínico é com-
patível com:
A) Sepse
B) Sepse grave
C) Choque séptico
D) Síndrome da resposta inflamatória sistêmica

50. A fórmula para o cálculo da taxa de infusão de um anestésico venoso, após alcançado
o estado de equilíbrio intercompartimental, é:
A) Dose de bolus / volume de distribuição
B) Concentração plasmática alvo x taxa de depuração
C) (Dose de bolus x taxa de depuração) / volume de distribuição
D) (Concentração plasmática alvo x taxa de depuração) / volume de distribuição
51. Paciente de 39 anos e 115 Kg será submetida à ressecção de cistos ovarianos bilate-
rais por via laparoscópica. Tem história de hipotireoidismo e refere rubor facial associado
à ingesta de bebidas alcóolicas. No exame físico, apresenta erupção avermelhada malar
com telangectasias, sopro mesossistólico em borda paraesternal inferior esquerda. Nega
limitações para atividades físicas. Foi submetida à anestesia geral e, após a ressecção do
cisto à direita, apresentou hipotensão arterial (70 x 40 mmHg) e bradicardia refratárias ao
uso de efedrina e à infusão de cristaloides. Não havia sinais de sangramento ativo, nem
evidências de outras massas abdominais. A conduta mais adequada é a administração de:
A) Milrinona
B) Dopamina
C) Octreotídeo
D) Hormônio tireoidiano

52. Considerando-se sua etiologia mais frequente, o tratamento de escolha para náu-
seas durante herniorrafia inguinal sob raquianestesia é:
A) Vasopressor
B) Anticolinérgico
C) Antidopaminérgico
D) Antagonista serotoninérgico

53. A condição associada à diminuição da incidência de náuseas e vômitos pós-operató-


rios na cirurgia ambulatorial em mulheres é:
A) Anestesia inalatória
B) Cirurgia laparoscópica
C) Primeira semana do ciclo menstrual
D) Tabagismo de 10 a 20 cigarros por dia

54. Mulher de 45 anos, estado físico ASA 1 e com história prévia de salpingotripsia é
submetida à histeroscopia cirúrgica para ablação endometrial sob anestesia geral com in-
tubação orotraqueal e ventilação controlada (volume corrente de 10 mL.Kg-1 e FiO2 de
80%). Dez minutos após o início da ablação cirúrgica, observa-se ETCO2 de 25 mmHg, SpO2
de 90%, pressão arterial de 90 x 60 mmHg e pressão de pico de vias aéreas de 12 cmH2O.
O diagnóstico mais provável é:
A) Pneumotórax
B) Embolia gasosa
C) Intubação seletiva
D) Edema agudo de pulmão
55. Paciente de 82 anos, com história de hipertensão arterial crônica mal controlada,
insuficiência renal, trombose venosa profunda há 6 meses e quimioterapia prévia para tra-
tamento de carcinoma da próstata, apresenta quadro de obstrução intestinal e será sub-
metido à laparotomia exploradora de emergência. Fez uso de warfarin até dois dias antes
da cirurgia e, no momento, apresenta RNI de 5,0. A terapêutica mais adequada para a cor-
reção da coagulação antes do início da cirurgia é:
A) Vitamina K
B) Concentrado de fator XIII
C) Complexo protrombínico
D) Plasma fresco congelado

56. A estrutura ocular que pode ser lesada pelo laser de CO2 é o (a):
A) Retina
B) Córnea
C) Cristalino
D) Corpo ciliar

57. Paciente homozigoto para colinesterase plasmática típica apresenta número de di-
bucaína de:
A) 20
B) 40
C) 60
D) 80

58. Paciente politraumatizado apresenta escore 7 na Escala de Coma de Glasgow e equi-


mose mastóidea. Realizou a última refeição há 4 horas. É contraindicação absoluta:
A) Intubação orotraqueal
B) Inserção do combitube
C) Intubação nasotraqueal
D) Inserção de máscara laríngea

59. No modo de ventilação por volume controlado, a variável de limite é determinada


por:
A) Fluxo
B) Tempo
C) Volume
D) Pressão
60. Durante anestesia para correção de mielomeningocele, neonato a termo apresenta
frequência cardíaca (FC) de 180 bpm e pressão arterial de 60 x 40 mmHg. Essa FC é indica-
tiva de:
A) Normalidade
B) Hipovolemia
C) Reversão para circulação fetal
D) Superficialização do plano anestésico

61. Paciente cirrótico é submetido à derivação porto-cava e apresenta sangramento


profuso. Transfusão de concentrado de hemácias e plasma fresco congelado é realizada
rapidamente junto à expansão volêmica com coloides e cristaloides. Apesar da adequada
reposição do volume intravascular, o paciente está hipotenso. A causa provável desse qua-
dro é:
A) Hipovolemia oculta
B) Reação transfusional
C) Depressão miocárdica
D) Resposta inflamatória sistêmica

62. Paciente de 72 anos, hipertenso, em uso crônico de amlodipina e hidroclorotiazida


dá entrada no Pronto Socorro com quadro de obstrução intestinal e vômitos frequentes.
Ao exame, apresenta-se prostrado, desidratado e com palpitação precordial. O ECG mostra
ritmo sinusal, extrassístoles ventriculares frequentes, depressão do segmento ST, achata-
mento da onda T e presença de onda U. Foi medicado com antiemético e hidratação venosa
com salina 0,9%. Evoluiu com parestesias, câimbras, fraqueza muscular, confusão mental
e um episódio de taquicardia ventricular não sustentada. A melhor conduta, nesse mo-
mento, é:
A) Cloreto de potássio em infusão venosa 10 mEq.h-1 em solução salina em concentração inferior
a 20 mEq.L-1
B) Cloreto de potássio em infusão venosa 10 mEq.h-1 em solução salina seguido de cardioversão
elétrica com 110 J
C) Cloreto de potássio em infusão venosa 40 mEq.h-1 em solução salina e monitorização do po-
tássio e magnésio séricos
D) Cloreto de potássio em infusão venosa 2 mEq.Kg-1.h-1 em solução salina seguido de amioda-
rona venosa 300 mg em bolus

63. A ausência da onda “a” da curva de pressão venosa central correlaciona-se com:
A) Fibrilação atrial
B) Estenose tricúspide
C) Insuficiência tricúspide
D) Pericardite constrictiva
64. Paciente de 69 anos, saudável e sem história médica pregressa significativa, está
agendado para herniorrafia inguinal. Refere boa tolerância ao exercício, mas o eletrocar-
diograma pré-operatório mostrou bloqueio divisional de ramo direito. A avaliação cardíaca
adicional indicada é:
A) Nenhuma
B) Teste ergométrico
C) Cateterismo cardíaco
D) Ecocardiografia transtorácica

65. O fármaco utilizado no tratamento do choque anafilático refratário à adrenalina é


o(a):
A) Difenidramina
B) Azul de metileno
C) Metilprednisolona
D) Bicarbonato de sódio

66. O opioide que pode ser administrado com segurança em pacientes que usam inibi-
dores da monoaminoxidase é o(a):
A) Morfina
B) Tramadol
C) Metadona
D) Meperidina

67. Que nervo periférico deve ser bloqueado no nível do tornozelo, para realizar anes-
tesia/analgesia em paciente com fratura de calcâneo?
A) Fibular profundo.
B) Tibial posterior.
C) Safeno.
D) Sural.
68. Anestesiologista de plantão realiza anestesia para cirurgia ortopédica, sob bloqueio
de membro superior. Ao terminar o bloqueio, é chamado pelo obstetra do hospital que lhe
informa estar com uma gestante em trabalho de parto, com contrações a cada 5 minutos.
Essa paciente deverá ser submetida à quarta cesariana e insiste que a cesariana seja reali-
zada nesse hospital. A conduta correta é solicitar:
A) Que a enfermeira auxilie, monitorando o paciente que será operado, enquanto o anestesiolo-
gista realiza o bloqueio para a cesariana;
B) Ao obstetra que oriente a paciente para ir ao hospital mais próximo, enquanto as contrações
ainda permitem que ela se locomova;
C) Que a parturiente seja transferida com transporte apropriado, acompanhada pelo obstetra ao
hospital mais próximo;
D) Ao obstetra que aguarde alguns minutos até que haja estabilização do bloqueio e da sedação,
para que possa anestesiar a gestante com segurança.

69. Homem, 68 anos, submetido a aneurismectomia de aorta abdominal, sob anestesia


inalatória com O2 (30%) + Ar (70%) + Isoflurano (1-1,5%) e bloqueio peridural, em infusão
contínua, com lidocaína a 1,5% e sufentanil. A gasometria arterial apresenta PaO2 de 75mm
Hg. PA = 115 x 75mm Hg e FC = 68bpm. Qual é a conduta adequada?
A) Aumentar a pressão arterial.
B) Aumentar a concentração de O2.
C) Manter a anestesia sem alteração.
D) Aumentar a concentração de O2 e diminuir a infusão do opioide.

70. Em uma cirurgia de ombro, o anestesiologista optou por realizar um bloqueio inte-
rescalênico. A maior complicação desse bloqueio está associada a uma redução da função
ventilatória de ___%, consequente a _______________________.
A) 10 – paresia da musculatura intercostal;
B) 15 – paresia do diafragma;
C) 20 – paresia da musculatura intercostal;
D) 25 – paresia do diafragma.

71. A causa mais comum de ventilação pulmonar inadequada no trauma é:


A) Intubação esofágica;
B) Trauma direto sobre a face;
C) Aspiração de conteúdo gástrico;
D) Diminuição da consciência secundária à intoxicação.
72. A pré-eclâmpsia grave é caracterizada por:
A) Hemoglobina sérica menor que 8g.dL-1;
B) Albuminúria maior que 3g em 24 horas;
C) Bilirubinemia total maior que 1,2mg.dL-1;
D) Débito urinário menor que 500mL em 24 horas.

73. Paciente submetido à anestesia para transplante renal apresenta parada cardiorres-
piratória imediatamente após a conclusão da anastomose arterial do rim transplantado e
liberação do clampe vascular. Qual é a provável etiologia da parada cardiorrespiratória?
A) Hipercalemia.
B) Hipocalcemia.
C) Hipotensão arterial.
D) Acidose metabólica.

74. Paciente sob anestesia geral em ventilação mecânica, monopulmonar, é submetido


à lobectomia com tórax aberto em decúbito lateral. Nesta situação, ocorre, no pulmão não
dependente, aumento da(o):
A) Ventilação;
B) Efeito Shunt;
C) Complacência;
D) Fluxo sanguíneo.

75. Paciente de 19 anos chega à unidade de emergência, com quadro de obstrução in-
testinal de início súbito, hemoptise, perda de memória, febre (38,5°C), frequência cardíaca
110 bpm e pressão arterial 160 x 105 mmHg. É feita hipótese diagnóstica de abuso de droga
e decide-se por realizar laparotomia de emergência. A droga de abuso mais provável é:
A) Fenciclidina;
B) Cocaína;
C) Morfina;
D) Heroína.
76. Paciente de 28 anos, 84 kg, atleta, será submetido a reparo do manguito rotador do
ombro direito, sob bloqueio do plexo braquial pela via interescalênica. Após injeção de
mistura de bupivacaína 0,5% 15 mL e lidocaína 2% 15 mL (volume total 30 mL), apresentou
convulsão tonicoclônica fugaz e fibrilação ventricular. Com relação à toxicidade dos anes-
tésicos locais, no caso apresentado, é verdadeiro afirmar que:
A) Toxicidade de misturas de anestésicos locais é aditiva;
B) Arritmias ventriculares podem ser tratadas com amiodarona;
C) Hiperventilação e alcalose respiratória aumentam o risco de toxicidade;
D) Emulsão lipídica deve ser administrada tão logo o ritmo cardíaco seja restabelecido.

77. Paciente de 68 anos, 50 Kg, 168 cm de altura, é hipertenso e diabético tipo I. Apre-
senta carcinoma metastático da próstata e é internado na unidade de terapia intensiva
devido à pneumonia bilateral e abscesso perimaleolar. Evolui febril, taquicárdico, com ne-
cessidades crescentes de insulina, cetoacidose diabética e insuficiência respiratória. Foi in-
tubado, mas a adaptação à prótese ventilatória está difícil, apesar de sedação com fentanil.
Foi realizada drenagem do abscesso sob anestesia local com bupivacaína 0,25% 30 mL, de-
vido à gravidade clínica do paciente. Cerca de 30 minutos após o início do procedimento,
apresentou maior dificuldade ventilatória seguida de ectopias ventriculares e alargamento
do QRS, que evoluiu para atividade elétrica sem pulso. A causa mais provável para o des-
fecho desfavorável é:
A) Intoxicação pela bupivacaína;
B) Infarto agudo do miocárdio;
C) Choque séptico;
D) Barotrauma.

78. Paciente de 74 anos, obeso, tabagista, hipertenso, diabético, dislipidêmico e com


angina estável, será submetido à endarterectomia de carótida. Já foi submetido à angio-
plastia coronária, há 4 anos, devido a infarto agudo do miocárdio em parede inferior. Faz
uso de enalapril, hidroclorotiazida, sinvastatina e insulina NPH. Ao exame físico, apresenta
varizes em membros inferiores e auscultas cardíaca e pulmonar normais. PA 170 x 100
mmHg e FC 87 bpm. Dosagem de creatinina 1,8 mg.dL-1. Teste cardíaco de estresse positivo
para isquemia. Com relação à avaliação do risco peroperatório, é verdadeiro afirmar que:
A) Os níveis pressóricos indicam o adiamento da cirurgia;
B) A terapia betabloqueadora peroperatória reduz o risco cardíaco;
C) A ocorrência de evento cardíaco adverso grave é estimada em 5%;
D) O paciente se beneficiará de nova angioplastia coronariana antes da cirurgia.
79. Delírio é um dos fatores mais importantes para a manutenção do paciente idoso
internado por tempo superior ao previsto. Pode-se afirmar que NÃO é fator predisponente
do delírio no pós-operatório de idosos:
A) Gênero feminino;
B) Dor pós-operatória;
C) Idade acima de 69 anos;
D) Diminuição da acuidade visual.

80. Dentre as situações a seguir, qual NÃO contraindica a realização de um procedi-


mento em regime ambulatorial sob anestesia geral com intubação traqueal?
A) Uso crônico de cocaína.
B) Obesidade mórbida e sibilos bilaterais.
C) Diabetes sob controle e angina instável.
D) Ex-prematuridade com 79 semanas de idade pós-conceptual.

81. Qual das opções a seguir é INAPROPRIADA para a avaliação da variação de pressão
de pulso?
A) Ritmo sinusal.
B) Sedação sem esforço respiratório.
C) Ventilação mecânica com pressão controlada
D) Ventilação mecânica com PEEP de 6 a 10 cmH2O.

82. Paciente no sexto dia pós-operatório de colecistectomia por colecistite infecciosa


encontra-se em quadro de choque séptico com uso de fármaco vasoativo. Está sob venti-
lação mecânica com FiO2 de 100% e PEEP de 12 cmH2O. Exames complementares revelam
PaO2 de 55 mmHg, relação PaO2/FiO2 < 200, pressão de capilar pulmonar < 15mmHg e in-
filtrado bilateral difuso na radiografia de tórax. Qual estratégia de ventilação mecânica
NÃO é considerada grau A de recomendação?
A) Posição prona.
B) Hipercapnia permissiva.
C) Manobras de recrutamento alveolar.
D) Volume corrente menor que 6mL.kg-1 e pressão de platô ” 30cm H2O.
83. Homem, 67 anos, será submetido a revisão da artroplastia total do quadril, devido a
infecção. Apresenta artrite reumatoide, hipertensão arterial e angina estável. Exames la-
boratoriais préoperatórios mostraram dislipidemia, hemoglobina (Hb) 9,2 g.dL-1 e hemató-
crito 32,5%. Ecocardiografia transtorácica demonstrou estenose aórtica leve. Sobre as es-
tratégias disponíveis para diminuir a exposição desse paciente a sangue homólogo, é cor-
reto afirmar que:
A) Hipotermia está associada a menor sangramento.
B) Hemodiluição normovolêmica aguda deve ser usada para evitar a transfusão de sangue esto-
cado.
C) Doação autóloga pré-operatória é a estratégia mais indicada e deve ser realizada 72 horas an-
tes da cirurgia.
D) Recuperação intraoperatória de hemácias está indicada, nesse caso, por ser técnica custo-efe-
tiva na artroplastia de revisão.
E) Mantidos débito cardíaco e ventilação, a transfusão estará indicada, quando a saturação ve-
nosa central de oxigênio for menor que 70%.

84. Mulher, 63 anos, 1,66 m de altura e 82 kg, foi submetida a osteossíntese de tíbia, sob
raquianestesia. A cirurgia teve duração de 90 minutos, com tempo de garroteamento de
40 minutos. Durante a cirurgia, foi hidratada com 2.000 mL de solução de ringer com lac-
tato. No final do dia seguinte, a paciente encontra-se ofegante, discretamente cianótica e
queixando-se de que a perna operada está inchada. Qual a hipótese diagnóstica em relação
a esta complicação?
A) Tromboembolismo.
B) Embolia gordurosa.
C) Insuficiência cardíaca.
D) Edema agudo de pulmão.
E) Síndrome compartimental.

85. Paciente de 58 anos, hipertenso leve controlado com atenolol 50 mg.dia-1, é alto mí-
ope, com pressão intraocular de 26 mmHg. Faz uso regular de betaxolol. Sofreu trauma
ocular com descolamento de retina, sendo operado, com injeção de gás para fixá-la. Ne-
cessitou ser reoperado 4 dias após a primeira cirurgia, devido a pequeno descolamento na
região operada. Qual das substâncias abaixo deve ser evitada em uma anestesia geral para
a reoperação?
A) Iodopovidona.
B) Óxido nitroso.
C) Sevoflurano.
D) Atracúrio.
E) Propofol.
86. Homem, 24 anos, estado físico 1 da ASA, vítima de traumatismo crânioencefálico
(TCE) grave. Após atendimento inicial, não foram observadas lesões extracranianas e o pa-
ciente é encaminhado para craniectomia descompressiva. Com o objetivo de reduzir a mor-
bimortalidade, é verdadeiro afirmar que a:
A) Hipocapnia deve ser evitada nas primeiras 24 horas.
B) Monitorização da pressão intracraniana (PIC) não está indicada.
C) Pressão de perfusão cerebral (PPC) deve ser mantida acima de 90 mm Hg.
D) Autorregulação cerebral é mantida com valores de PPC entre 70 e 90 mm Hg.
E) Glicemia acima de 200 mg.dL-1 na admissão se associa a melhor prognóstico funcional.

87. Homem, 32 anos, é submetido à cirurgia na coluna, em decúbito ventral, para fixação
de vértebra torácica deslocada em acidente automobilístico há 72 horas. Indique uma com-
plicação deste procedimento relacionado ao posicionamento, observada no pós-operató-
rio imediato:
A) Vômitos.
B) Cegueira.
C) Hipertermia.
D) Hiperglicemia.
E) Cefaleia pulsátil.

88. A técnica de intubação mais segura, ante uma via aérea difícil (VAD) prevista, é:
A) A convencional.
B) Sequência rápida.
C) Com o paciente acordado.
D) Com o uso de propofol em bolus.
E) Com o paciente sedado nível 4 da escala de Ramsay.

89. A conduta adequada, no paciente com saturação venosa central de oxigênio de 68%,
índice cardíaco < 2L.min-1.m-2, hemoglobina 12 mg.dL-1 e com saturação arterial de oxigê-
nio de 93%, é:
A) Administrar inotrópicos.
B) Tratar alteração respiratória.
C) Realizar analgesia e sedação.
D) Realizar transfusão sanguínea.
E) Infundir 250 mL de solução coloidal.
90. Mulher, 30 anos, 62 kg, portadora de lúpus eritematoso sistêmico, é submetida a
colecistectomia videolaparoscópica. O único exame pré-operatório alterado foi a dosagem
de creatinina (1,9 mg.dL1). A anestesia foi induzida com propofol 100 mg, fentanil 300 µg e
rocurônio 70 mg. Foi mantida com isoflurano 1,5 CAM em mistura de oxigênio 40% e óxido
nitroso. A cirurgia transcorreu sem incidentes e teve duração de 60 minutos. Ao término,
foi feita reversão do bloqueio neuromuscular com atropina 1 mg e neostigmina 2 mg. O
despertar da anestesia foi sem intercorrências. Cerca de 20 minutos após a chegada na sala
de recuperação, apresentou dificuldade respiratória, taquipneia, taquicardia, sudorese e
dessaturação arterial. O diagnóstico provável da complicação é:
A) Fibrilação atrial com alta resposta ventricular.
B) Bloqueio neuromuscular residual.
C) Infarto agudo do miocárdio.
D) Embolia pulmonar.
E) Laringoespasmo.

91. Homem, 27 anos, tabagista, estado físico 1 da ASA, foi submetido a septoplastia na-
sal sob anestesia geral venosa com infusões contínuas de propofol, remifentanil e atracú-
rio. A hidratação venosa foi feita com solução de ringer com lactato 1500 mL. Na extuba-
ção, apresentou laringoespasmo que não foi revertido com a aplicação de pressão positiva
sobre a via aérea, com a necessidade da administração de succinilcolina. Logo após a ad-
missão na sala de recuperação, apresentou agitação, taquidispneia e dessaturação arterial.
ECG normal. Gasometria arterial: pH 7,38; pO2 79 mm Hg; pCO2 51 mm Hg; BE 2; HCO3 25
mEq.L-1. Sobre a complicação, pode-se afirmar que:
A) Corticosteroides são indicados no tratamento.
B) O paciente apresentou edema pulmonar de origem cardiogênica.
C) A etiopatogenia do quadro pulmonar se relaciona com a sobrecarga volêmica.
D) Provavelmente, ocorreu elevação dos marcadores de lesão/necrose celular miocárdica.
E) É secundária a elevação da pressão negativa intrapleural e pressão transmural capilar pulmo-
nar.

92. Homem, 45 anos, com diagnóstico de espondilite anquilosante, será submetido a


colecistectomia videolaparoscópica eletiva. Relata histórico de hipertensão arterial, disli-
pidemia e infarto agudo do miocárdio há 9 meses, quando foi implantado stent farmaco-
lógico na artéria coronária descendente anterior. Faz uso regular de aspirina, clopidogrel,
atorvastatina, atenolol e infliximab (anti-TNFα). É correto afirmar que:
A) A aspirina e o clopidogrel devem ser suspensos 7 a 10 dias antes da cirurgia.
B) A atorvastatina e o infliximab devem ser suspensos no período perioperatório.
C) A cirurgia deve ser adiada até que se complete um ano de terapia antiplaquetária combinada.
D) O atenolol deve ser interrompido no período perioperatório, por aumentar o risco de bradicar-
dia e hipotensão.
E) Complicações cardiovasculares isquêmicas são manifestações extra-articulares frequentes da
espondilite anquilosante.

93. Paciente do gênero feminino, 47 anos, 60 kg, ASA I, foi admitida para realização de
dermolipectomia abdominal. Foi indicada anestesia peridural. Durante a introdução da
agulha, houve acidente de punção da dura-máter. A agulha foi retirada, realizando-se nova
punção peridural sem intercorrências. Na quadragésima hora de pós-operatório, a paci-
ente queixou-se de cefaleia de forte intensidade, optando-se pela realização do tampão
sanguíneo peridural. Durante a injeção do sangue, a paciente referiu piora da cefaleia,
sendo interrompido o procedimento após injeção de 10 mL de sangue. Após cinco dias da
realização do tampão sanguíneo peridural, a paciente retornou ao hospital com queixa de
diplopia, náuseas, vômitos, borramento visual e cefaleia intensa, que não melhorava com
o decúbito. A hipótese diagnóstica mais provável é:
A) Abscesso peridural.
B) Trauma pela agulha.
C) Hematoma peridural.
D) Hematoma cerebral subdural.
E) Sintoma neurológico transitório.

94. Gestante, 38 anos, hígida, será submetida à terceira cesariana. Não está em traba-
lho de parto e, após a realização de raquianestesia, apresenta hipotensão arterial, com
valores de 80 x 35 mm Hg; F.C com 60 bpm e queixa-se de náuseas. A paciente já está com
máscara de oxigênio com fluxo de 4 L.min-1. Qual é a próxima conduta indicada?
A) Injetar 5-10 mg de efedrina por via venosa.
B) Injetar 1-1,5 mg de atropina por via venosa.
C) Aumentar rapidamente a hidratação venosa.
D) Aumentar a oxigenação para 6 L. min-1 e injetar antiemético.
E) Solicitar ao obstetra que retire o feto o mais rapidamente possível.

95. É indicação absoluta para ventilação monopulmonar:


A) Rotura traqueobrônquica traumática.
B) Toracoscopia sob anestesia geral.
C) Aneurisma de aorta torácica.
D) Ressecção esofágica.
E) Lobectomia superior.
96. O objetivo da utilização da mistura composta por Hélio 70% e Oxigênio 30%, sob
máscara, a um paciente dispneico e com estridor inspiratório, em respiração espontânea,
em ar ambiente para cirurgia de emergência, é:
A) Aumentar a FIO2.
B) Diminuir o gasto com oxigênio.
C) Reduzir a inflamabilidade da mistura gasosa.
D) Oferecer uma mistura gasosa de menor densidade.
E) Oferecer uma mistura gasosa de menor viscosidade.

97. Paciente adulto, submetido à colecistectomia por via laparoscópica, apresenta, após
15 minutos de insuflação peritoneal com CO2, quadro de redução da PETCO2 e SpO2, pres-
são das vias aéreas inalterada e arritmia cardíaca. Este quadro é sugestivo de:
A) Atelectasia.
B) Capnotórax.
C) Embolia por CO2.
D) Intubação seletiva.
E) Enfisema subcutâneo.

98. Paciente obeso, classe III, é submetido a cirurgia bariátrica sob anestesia geral. É re-
alizada préoxigenação durante 3 minutos e indução venosa. Após 30 segundos de laringos-
copia e tentativa de intubação, a saturação periférica de oxigênio sofre redução. A causa
mais provável da redução rápida da saturação de oxigênio é:
A) Espaço morto aumentado.
B) Débito cardíaco aumentado.
C) Aspiração durante a intubação.
D) Capacidade residual diminuída.
E) Consumo de oxigênio diminuído.

99. Mulher, 38 anos, é submetida a cesariana. Durante fechamento da parede abdomi-


nal, com a paciente sedada, ocorreu súbita e intensa diminuição da pressão arterial, fre-
quência cardíaca e saturação de oxigênio, que anteriormente eram normais. O cirurgião
informa aumento importante de sangramento. Qual é a hipótese diagnóstica mais prová-
vel?
A) Alergia ao látex.
B) Atonia uterina precoce.
C) Embolia por líquido amniótico.
D) Restos placentários intrauterinos.
E) Reação anafilactoide ao anestésico local.
100. Paciente do gênero feminino, 25 anos, vítima de acidente automobilístico, é hospi-
talizada e encaminhada para o centro cirúrgico, para correção de fratura exposta de
úmero. Ao exame clínico: abertura ocular espontânea, resposta motora localizada ao estí-
mulo doloroso e resposta verbal confusa. A pontuação da escala de coma de Glasgow é:
A) 14.
B) 13.
C) 12.
D) 11.
E) 10.
Questão 1: resposta D
Atualmente a maioria dos medicamentos acaba sendo mantida até o dia da cirurgia. O AAS não deve
ser suspenso, uma vez que os riscos isquêmicos são maiores que os riscos de sangramento nesse
paciente com história anterior de coronariopatia. Betabloqueadores não podem ser suspensos ab-
ruptamente pelo risco de episódios de hipertensão e taquicardia graves, eventos que podem ser
fatais particularmente nesse paciente. A selegilina é um inibidor da monoamina oxidase (IMAO),
utilizada no tratamento da depressão, que era habitualmente suspensa de 2 a 3 semanas antes da
anestesia para evitar a interação com as drogas anestésicas e vasopressores. A suspensão desses
medicamentos proporcionou maiores episódios de surtos depressivos e suicídios que alterações du-
rante a anestesia, quando mantidos. Dessa forma, atualmente, não há indicação para a suspensão.
A manutenção de uma dose reduzida de insulina NPH previne o estado catabólico do paciente já no
pré-operatório, diminui níveis glicêmicos no perioperatório, contribuindo com melhores resultados
de recuperação, cicatrização e diminuição de infecção nos diabéticos.
Wijeysundera DN, Sweitzer B-J. Preoperative Evaluation, em: Miller RD, Cohen NH, Eriksson LI, et al.
Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015; 1085-1155.
Roizen MF, Fleisher LA - Anesthetic Implications of Concurrent Diseases, em: Miller, RD - Miller’s
Anesthesia. 8th Ed., Philadelphia, Elsevier, 2005; 1017-1150

Questão 2: resposta D

A amiodarona reduz a descarga nos nódulos SA e AV pelo prolongamento da despolarização diastó-


lica, assim como prolonga a condução AV. Seus efeitos colaterais, principalmente durante uso crô-
nico, incluem depósitos corneanos, alterações de pele, alterações oculares, bradicardia, bloqueio
cardíaco, fibrose pulmonar, alterações da tireoide (hipo e hipertireoidismo) e aumento das transa-
minases. Amiodarona é contraindicada em doença do nódulo SA, bradicardia e bloqueio AV de 2o
e 3o graus, disfunção de tireoide, insuficiência hepática e pneumonia intersticial. A utilização venosa
para tratamento agudo de arritmias é contraindicada em BAVs de 2o e 3o graus, pois pode piorar o
bloqueio.
Referência: J.K. Aronson, Amiodarone, em Meyler’s Side Effects of Drugs,2016, 255-289

Questão 3: resposta D
O monitor BIS mede a profundidade da hipnose e o valor pode ser utilizado para predizer a proba-
bilidade de que um paciente estará acordado e resposnsivo ou de que terá lembranças intraopera-
torias. O valor de BIS não é uma probabilidade do movimento ou da magnitude dos estímulos noci-
vos que necessitam de maior dose de opioide. Durante a cirurgia o típico valor de bis é entre 40 e
60. Um valor de 60 a probabilidade de resposta ao comando verbal é de, aproximadamente 20%
enquanto que a probabilidade de lembrança é inferior a 1%.
Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2nd Ed, New York, McGraw-Hill Med-
ical, 2012;
Questão 4: resposta B
Acidose respiratória ou metabólica aumentam os riscos de intoxicação do sistema nervoso central
pelos anestésicos locais. O aumento do PaCO2 aumenta o fluxo sanguíneo cerebral e, portanto, o
anestésico local chega mais rapidamento ao cérebro. As convulsões causam hipoventilação e uma
acidose metabólica e respiratória combinadas que agravam ainda mais a toxicidade dos anestésicos
locais. Além disso, a difusão de CO2 para o interior das células neuronais diminui o pH intracelular
o que facilita a conversão da forma não ionizada em ionizada. A forma ionizada não se difunde bem
através das membranas nervosas de modo que ocorrerá um aprisionamento de Íons e aumento da
toxicidade no sistema nervoso central. A ventilação do paciente promoverá o aumento do pH intra-
celular aumentando as formas não ionizadas que tem maior difusão através das membranas neuro-
nais diminuindo o aprisionamento iônico neuronal e a intoxicação.
Miller’s Anesthesia, 8th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2015.

Questão 5: resposta B
Diversos medicamentos podem alterar a duração dos bloqueadores neuromusculares. Os betablo-
queadores não provocam alterações na duração dos bloqueadores neuromusculares. Alguns anti-
bióticos, como a clindamicina, os aminoglicosídeos e a polimixina, provocam o prolongamento da
duração pois provocam inibição da liberação pré-sináptica de acetilcolina e causar diminuição da
sensibilidade pós juncional a acetilcolina. O protoxido apresenta mínimos efeitos na duração do
bloqueio neuromuscular, sem significado clínico. Os agentes inalatórios promovem o prolonga-
mento da duração devido a diversos efeitos, como ação nos motoneurônios alfa do SNC, inibição da
liberação de acetilcolina pós-sináptica e aumento da afinidade do bloqueador neuromuscular aos
receptores juncionais.
Referência:
Miller’s Anesthesia, 8th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2015.

Questão 6: resposta A
O paciente da questão apresenta um shunt direita-esquerda intracardíaco (comunicação inter-ven-
tricular, um dos componentes da tetralogia de Fallot). Um shunt direita-esquerda reduz a taxa de
aumento da pressão alveolar de um anestésico pouco solúvel (no caso, o sevoflurano) mais do que
para um anestésico solúvel (como o isoflurano ou o halotano). Isso ocorre porque a alta captação
de um anestésico solúvel compensa os efeitos dilucionais do sangue shuntado na pressão alveolar.
A captação de um anestésico pouco solúvel é mínima e os efeitos dilucionais na pressão alveolar
não encontram qualquer oposição. Esse impacto da solubilidade na presença de um shunt direita-
esquerda é o oposto do efeito observado com as alterações do débito cardíaco e da ventilação al-
veolar. Assim, a presença do shunt é a responsável pelo aumento do tempo de indução, represen-
tado pela relação Qp/Qs < 1 (redução do fluxo sanguíneo pulmonar devido ao shunt intracardíaco).
Referência:
Pamela, F; Shafer, S. Inhaled Anesthetics. Em Stoelting’s Pharmacology & Physiology in Anesthetic
Practice. 5th Ed. USA. Wolters Kluwer, 2015; 243-380.
Questão 7: resposta C
As convulsões são complicações esperadas nas cirurgias com estimulação cerebral com o paciente
acordado, e, se controláveis, não devem ser motivo para suspender a cirurgia. A irrigação das áreas
estimuladas com soro fisiológico gelado pode interromper as convulsões focais porque a hipotermia
regional dificulta a despolarização e reduz o metabolismo na área que está gerando a atividade
convulsiva. A conversão para anestesia geral ou o uso de hipnóticos não é desejável pela perda da
função cognitiva do paciente que é o objetivo principal da neurocirurgia com o paciente acordado.
O uso de propofol 0,5-1mg/kg está indicado se convulsões generalizadas ou se não focais que não
resolvem espontaneamente ou com a irrigação com soro gelado.
Referência: John C. Drummond, Piyush M. Patel, Brian P. Lemkuil - Anesthesia for Neurologic Sur-
gery, em: Miller RD, Cohen NH, Eriksson LI, et al. Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier
Saunders, 2015; 2158-2459.

Questão 8: resposta B
Altas pressões de pneumoperitoneo (18mmhg) durante períodos superiores a uma hora promovem
diminuição da perfusão do peritoneo e da parede da cavidade abdominal causando hipoperfusão
dessas regiões que se tornam hipóxicas e acidóticas, além de acumularem radicais livres. Após a
desinsuflação do pneumoperitoneo ocorrem reperfusão dessas áreas com circulação de substâncias
ácidas e radicais livres que promovem vasodilatação e hipotensão.
Miller RD, Cohen NH, Eriksson LI, et al. Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders,
2015;

Questão 9: resposta B
Considerações para a anestesia em pacientes com distrofia miotônica incluem a presença de doença
cardiorrespiratória e respostas anormais aos fármacos utilizados durante a anestesia. A succinilco-
lina produz uma contratura exagerada que pode provocar dificuldade respiratória e algumas vezes
induzir à hipóxia e parada cardíaca, e a sua utilização deve assim ser evitada. As outras doenças
neuromusculares não exibem esse padrão de resposta a succinilcolina.
Referência:
Donati F. Neuromuscular Blocking Agents, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et al. Clinical An-
esthesia. 7th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013

Questão 10: resposta D


A ativação do complemento e as reações de hipersensibilidade cursam com vasodilatação e hipovo-
lemia relativa, com hipotensão não associada a hipertensão pulmonar. A protamina não causa va-
soconstrição pulmonar de maneira direta. Uma das reações mais graves relacionadas a protamina
é a hipertensão pulmonar intensa com dilatação e falência ventricular direita e hipotensão sistêmica
grave. Essa reação está associada a ligação dos complexos protamina-heparina as plaquetas e de-
posição destes complexos na microcirculação pulmonar, com grande liberação de tromboxano (po-
tente vasoconstritor pulmonar).
Referência:
Bruce D. Spiess, Sarah Armour, Jay Horrow, Joel A. Kaplan, em Transfusion medicine and coagulation
disorders, Kaplan's Cardiac Anesthesia: In Cardiac and Noncardiac Surgery, 2017, 1248-1290
J.K. Aronson, Protamine, em Meyler's Side Effects of Drugs, 2016, 1032-1034

Questão 11: resposta A


Certas populações de pacientes estão sob maior risco para alergia ao látex. Entre elas, destacam-se
pacientes com exposição frequente ou prolongada a produtos que contenham látex, como catete-
res vesicais. De fato, pacientes com mielomeningocele ou anomalias congênitas urológicas são par-
ticularmente susceptíveis, com incidência de alergia ao látex estimada em 50%. Deve-se evitar a
exposição ao látex desde o nascimento destes pacientes para evitar subsequente sensibilização.
Como protocolos farmacológicos profiláticos (corticosteroides e anti-histamínicos) não se provaram
efetivos em reduzir a ocorrência ou a gravidade da reação ao látex, deve-se proporcionar ambiente
livre de látex.
Referência:
Holzman RS. Anaphylactic Reactions and Anesthesia, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF,
et al. Anesthesiology. 2nd Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;1478-1490.

Questão 12: resposta B


O cefalodeclive prolongado pode levar a edema da face, conjuntiva, laringe e língua, com risco de
obstrução das vias aéreas no pós-operatório. O movimento cefálico do conteúdo abdominal contra
o diafragma diminui a capacidade residual funcional e a complacência pulmonar. O retorno venoso
do conteúdo intracraniano está diminuído, o que contribui para o aumento da pressão intracrani-
ana.
Referência:
Cassorla L, Lee JW. Patient Positioning and Associated Risks, em: Miller RD, Cohen NH, Eriksson LI,
et al. Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015; 1240-1265

Questão 13: resposta A


No trauma, as grandes perdas volêmicas que cursam com hipotensão devem ser repostas com a
administração de concentrado de hemácias, plasma fresco congelado e plaquetas, respectivamente
na proporção de 1:1:1. Esta estratégia de ressuscitação hemostática tem a finalidade de reduzir o
risco de coagulopatia.
Referência:
Maccum M, Grisson TE, Dutton RP. Anesthesia for Trauma, em: Miller RD, Cohen NH, Eriksson LI, et
al. Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015; 2424-2459.

Questão 14: resposta D


Atonia uterina é responsável por 75% a 90% dos casos de hemorragia pós-parto. Além de situações
que aumentam o tamanho do útero, como no polidrâmnio e gestação múltipla, o tônus uterino
pode ser comprometido após exposição prolongada à ocitocina usada para indução e progressão
do parto devido ao mecanismo de down regulation dos receptores de ocitocina. Doença trofoblás-
tica gestacional é causa de hemorragia pré-parto, anterior à 20a semana de gestação.
Referência:
Tsen LC. Anesthesia for Obstetric Care and Gynecologic Surgery, em: Longnecker DE, Brown DL,
Newman MF, et al. Anesthesiology. 2nd Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;1148-1168.

Questão 15: resposta A


Anestésicos locais são bases fracas com aumento relativo da forma ionizada na presença de acidose.
Como a forma ionizada é menos lipofílica que a não-ionizada, sua passagem transplacentária (tanto
materno-fetal quanto feto- maternal) é limitada. Em situações de acidose fetal, maior proporção de
ionização do anestésico local é esperada podendo levar ao seu acúmulo no feto (aprisionamento
iônico).
Referência:
Braveman FR, Scavone BM, Blessing ME, et al. Obstetrical Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF,
Stoelting RK, et al. Clinical Anesthesia. 7th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;1144-
1177.

Questão 16: resposta B


Ações fásicas dos anestésicos locais são manifestações da afinidade seletiva dos mesmos por deter-
minados estados conformacionais dos canais de sódio responsáveis pela despolarização de tecidos
excitáveis. Os anestésicos locais se ligam com maior afinidade nos estados “aberto” e “ inativo” do
que nos estados “repouso” do canal. Despolarizações repetidas das fibras miocárdicas aumentam a
fração de canais bloqueados pelos anestésicos locais com efeito cumulativo nas situações de redu-
ção do intervalo de tempo entre despolarizações, independente da sua origem. Esse efeito é conhe-
cido como “bloqueio uso dependente” ou “bloqueio frequência dependente” e justifica a maior
cardiotoxicidade dos anestésicos locais que apresentam maior tempo de dissociação após ativação
do canal de sódio, como observado nas moléculas com maior lipossolubilidade e maior afinidade
pelo canal.
Referência:
Berde CB, Strichartz GR. Local Anesthetics, em: Miller RD, Cohen NH, Eriksson LI, et al. Miller’s Anes-
thesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015;1028-1053.

Questão 17: resposta D


Os efeitos cardiovasculares do isoproterenol refletem a ativação de receptores adrenérgicos beta 1
cardíacos e beta 2 na musculatura esquelética, o que resulta em aumento da frequência cardíaca,
da contratilidade miocárdica e do automatismo cardíaco. Ocorrem ainda vasodilatação na muscula-
tura esquelética e diminuição da resistência vascular sistêmica. A pressão arterial média diminui
devido à diminuição da pressão arterial diastólica. A diminuição da pressão diastólica pode diminuir
o fluxo coronariano ao mesmo tempo em que a demanda miocárdica de oxigênio aumenta com o
aumento da frequência cardíaca.
Referência:
Stoelting RK, Hillier SC. Sympathomimetics, em: Pharmacology & Physiology in Anesthetic Practice.
4th Ed, Philadelphia, Lippincot Williams & Wilkins, 2006; 292-310.

Questão 18: resposta A


A meia vida contexto dependente é o tempo necessário para a concentração plasmática do fármaco
reduzir à metade após a interrupção de infusão contínua. O contexto se refere à duração da infusão
contínua. Tempos maiores significam prolongamento do tempo de efeito. Meia vida contexto de-
pendente representa parâmetro farmacocinético clinicamente mais relevante que a meia vida ter-
minal e o volume de distribuição na estimativa de como o fármaco se comporta. O tempo de equi-
líbrio entre o pico de concentração plasmática e o pico de efeito é estimado pela constante Ke0.
Referência:
Johnson KB, Egan TD. Principles of Pharmacokinetics and Pharmacodynamics: Applied Clinical Phar-
macology for the Practitioner, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology.
2nd Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;663-687.

Questão 19: resposta B


O controle da pressão intracraniana ocorre através do manejo de 4 compartimentos: (a) comparti-
mento celular, (b) compartimento liquórico, (c) compartimento fluido e (d) compartimento sanguí-
neo. Os dois primeiros compartimentos são territórios cirúrgicos e o manejo anestésico pouco ou
nada interfere neles. Os dois últimos compartimentos são áreas de atuação do anestesiologista.
Podem ter seus conteúdos modificados com a interferência de fármacos anestésicos, controle da
ventilação pulmonar, posicionamento do paciente, administração de soluções osmóticas e modifi-
cações no plano anestésico. Quando estas medidas terapêuticas se esgotam, deve-se lançar mão
daquelas que o cirurgião pode intervir: craniotomia, drenagem liquórica, resseção tumoral.
Referência:
Drummond JC, Patel PM, Lemkuil BP. Anesthesia for Neurologic Surgery, em: Miller RD, Cohen NH,
Eriksson LI, et al. Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015; 2158-2199.

Questão 20: resposta D


O efeito farmacocinético mais proeminente e consistente que ocorre com o envelhecimento é a
redução do metabolismo, que acontece devido à redução do clearance e ao aumento do volume de
distribuição em estado de equilíbrio (Vdss). O Vdss aumenta com o envelhecimento por causa do
aumento da gordura corpórea. O clearance reduz para qualquer droga metabolizada pelo fígado ou
rim. Para infusões contínuas, como regra geral, o tempo para diminuição da concentração da droga
na biofase está dramaticamente aumentado pelo envelhecimento, em especial quando um grande
percentual do nível plasmático da droga deve cair abaixo do nível terapêutico.
Referência:
Rooke GA. Anesthesia for the Older Patient, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et al. Clinical
Anesthesia. 7th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013; 891-904.
Questão 21: resposta C
A inervação pós-ganglionar das glândulas sudoríparas no sistema nervoso autônomo simpático é
colinérgica e o neurotransmissor relacionado é a acetilcolina.
Referência:
Glick DB. The Autonomic Nervous System, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anes-
thesia. 7th Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;261-304.

Questão 22: resposta D


A aplicação de pressão positiva contínua na via aérea de 5-10 cmH2O mantém a patência dos alvé-
olos no pulmão não dependente, permitindo alguma captação de oxigênio nos alvéolos distendidos,
diminuindo o shunt e melhorando a relação ventilação perfusão.
Referência:
Eisenkraft JB, Cohen E, Neustein SM. Anesthesia for Thoracic Surgery, em: Barash PG, Cullen BF,
Stoelting RK, et al. Clinical Anesthesia. 7th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins,
2013;1030-75.

Questão 23: resposta A


Na via aérea difícil não reconhecida, o anestesista deve pedir ajuda imediatamente e considerar
retornar à ventilação espontânea e despertar o paciente. Quando a intubação traqueal e a ventila-
ção sob máscara facial são impossíveis, a preferência inicial recai nos dispositivos supraglóticos.
Referência:
Rosenblatt WH, Sukhupragarn W. Airway Management, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et
al. Clinical Anesthesia. 7th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;762-802.

Questão 24: resposta C


Níveis elevados de PEEP podem determinar o aparecimento de barotrauma, reduzir a oferta de oxi-
gênio aos tecidos, aumentar o espaço morto e o trabalho respiratório. Pacientes que apresentam
hipoxemia refratária ao aumento da FiO2, portadores de DPOC, são excelentes candidatos à utiliza-
ção de PEEP. Sempre que a PEEP é aumentada, o volume corrente deve ser diminuído para prevenir
a ocorrência de barotrauma.
Referência:
Kacmarek RM, Hess DR. Mechanical Ventilation for the Surgical Patient, em: Longnecker DE, Brown
DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2nd Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;1406-22.

Questão 25: resposta A


A radiação é responsável por cerca de 60% da perda de calor inicial no paciente anestesiado. O
aquecimento e a umidificação dos gases inspirados influenciam muito pouco no paciente adulto,
assim como a manutenção da temperatura da sala acima de 24°C e o aquecimento dos fluidos. O
aquecimento da superfície cutânea é o método mais eficaz para evitar a perda de calor.
Referência:
Braz JRC, Vanni SMD, Braz LG. Perdas de Calor: Monitorização e Controle, em: Cangiani LM, Slullitel
A, Potério GMB, et al. Tratado de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2011;1277-86.

Questão 26: resposta A


O shunt pulmonar diminui a ventilação alveolar, reduzindo a entrada do anestésico inalatório nos
alvéolos e a pressão alveolar do mesmo nas áreas mal ventiladas. Nas áreas bem ventiladas, a en-
trada do anestésico ocorre de maneira normal. Quando se soma a captação de todas as áreas do
pulmão, ocorre diluição do anestésico inalatório, reduzindo a velocidade de indução. Todas as ou-
tras condições diminuem a captação do anestésico inalatório para o sangue, aumentando a pressão
alveolar e a velocidade de indução.
Referência:
Ebert TJ, Lindenbaum L. Inhaled Anesthetics, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et al. Clinical
Anesthesia. 7th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;447-77.

Questão 27: resposta D


O quadro clínico é típico de laringoespasmo completo, que deve ser tratado imediatamente com
oxigênio a 100% através de máscara facial com pressão contínua na via aérea (CPAP) de 15-20
cmH2O. Pressões acima de 20 cmH2O podem causar distensão gástrica. Juntamente com a CPAP,
pode ser utilizada a manobra de compressão do ângulo da mandíbula, como tentativa para conver-
ter para laringoespasmo parcial. Se estas manobras não forem efetivas, está indicada a administra-
ção venosa de atropina 0,02 mg.Kg-1 seguida de succinilcolina 1-2 mg.Kg-1.
Referência:
Lerman J. Pediatric Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et al. Clinical Anesthesia. 7th
Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;1216-56.

Questão 28: resposta D


A técnica anestésica mais adequada para paciente obesa (IMC 36,6) é a anestesia geral, uma vez
que essa paciente apresenta maior risco de complicações respiratórias em ambiente com dificul-
dade de acesso ao paciente. A obesidade, associada ao uso de opióide oral e ao diabetes insulino-
dependente, lentifica o esvaziamento gástrico e aumenta o risco de regurgitação e aspiração pul-
monar. Dessa forma, sedação e anestesia geral com máscara laríngea estão contraindicadas. Deverá
ser realizada anestesia geral com intubação traqueal que poderá ser realizada com a paciente acor-
dada ou em sequência rápida (já que não há estigmas de via aérea difícil).
Referência:
Sinha AC, Eckmann DM. Anesthesia for Bariatric Surgery, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et
al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;2089-104.
Henderson J. Airway Management in the Adult, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s
Anesthesia. 7th Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;1573-610.
Questão 29: resposta A
O nervo frênico ipsilateral é bloqueado em pacientes que recebem bloqueio do plexo braquial por
via interescalênica. Como a hemiparesia diafragmática pode resultar em diminuição de 25% da fun-
ção pulmonar, pacientes com doença respiratória grave contralateral podem não tolerar o bloqueio
sem a combinação de ventilação mecânica. Bloqueio do plexo braquial por via interescalênica está
contraindicado em pacientes após pneumectomia contralateral.
Referência:
Urban MK. Anesthesia for Orthopedic Surgery, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s
Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;2241-59.

Questão 30: resposta C


O nervo mais comumente lesado por injúria na fossa cubital é o nervo mediano, seja pelo extrava-
samento de soluções (tiopental) ou por lesão direta pela agulha usada para canulação de veia cubi-
tal. O nervo mediano é responsável pela função motora dos músculos abdutor curto do polegar,
flexor curto do polegar e opositor do polegar.
Referência:
Cassorla L, Lee J. Patient Positioning and Anesthesia, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al.
Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;1151-70.

Questão 31: resposta D


Regulação para baixo (down regulation) dos receptores ocorre quando da exposição prolongada aos
agonistas. Esse processo ocorre em pacientes sob tratamento prolongado com drogas que inibem
a acetilcolinesterase ou nos envenenamentos por organofosforados. Todas as outras condições le-
vam à regulação para cima (up regulation).
Referência:
Potério GMB, Braga AFA. Fisiologia da Transmissão Neuromuscular, em: Cangiani LM, Slullitel A,
Potério GMB, et al. Tratado de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed. São Paulo. Atheneu, 2011;679-94.

Questão 32: resposta A


As principais causas de hipotensão são diminuição do débito cardíaco e da resistência vascular sis-
têmica. A pressão de oxigênio normal no sangue venoso misto é de 40 mmHg. Aumento dos valores
pode ser devido a várias causas como sepse, shunts cardíacos esquerdo/direito, captação periférica
de oxigênio diminuída, redução do consumo de oxigênio. As outras condições associam-se com
queda do débito cardíaco, mas com maior extração tecidual de oxigênio e diminuição da pressão de
oxigênio no sangue venoso misto.
Referência:
Eskaros SM, Papadakos PJ, Lachmann B. Respiratory Monitoring, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher
LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;1411-41.
Questão 33: resposta D
O coma mixedematoso representa uma forma grave de hipotireoidismo caracterizada por estupor
ou coma, hipoventilação, hiponatremia, hipotensão e hipotermia. Apenas cirurgias de emergência
devem ser realizadas em face ao coma mixedematoso. Reposição intravenosa de hormônio tireoi-
diano deve ser iniciada assim que o diagnóstico é feito. No entanto, a terapia repositora com qual-
quer forma de hormônio tireoidiano pode precipitar isquemia miocárdica.
Referência:
Schwartz JJ, Akhtar S, Rosenbaum SH. Endocrine Function, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK,
et al. Clinical Anesthesia. 6th Ed. Philadelphia. Lippincott Williams & Wilkins, 2009;1279-1304.

Questão 34: resposta A


O desflurano produz redução dose-dependente da resistência vascular cerebral e do consumo ce-
rebral de oxigênio, com aumento do fluxo sanguíneo cerebral e da pressão intracraniana. Produz
diminuição da resistência vascular sistêmica e não causa aumento da atividade epileptiforme.
Referência:
Eger II EI. Inhaled Anesthetics: Uptake and Distribution, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al.
Miller´s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;539-59.

Questão 35: resposta A


A administração de anestésicos voláteis até a concentração alveolar de 1 CAM permite medir e in-
terpretar os potenciais evocados somatossensitivos durante cirurgias espinhais. A amplitude do po-
tencial pouco se altera, mas aumenta a latência dos potenciais evocados auditivos.
Referência:
Helfenstein E. Farmacodinâmica dos Anestésicos Inalatórios, em: Cangiani LM, Slullitel A, Potério
GMB, et al. Tratado de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed. São Paulo. Atheneu, 2011;1037-50.

Questão 36: resposta B


Durante a laparoscopia, a insuflação rápida de gás sob pressão pode causar aprisionamento de gás
na veia cava e no átrio direito, obstrução do retorno venoso com diminuição do débito cardíaco,
podendo chegar até ao colapso circulatório.
Referência:
Joris JN. Anesthesia for Laparoscopic Surgery, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s
Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010; 2185-2202.

Questão 37: resposta C


A infusão de grandes volumes (> 20 mL.Kg-1) de hidroxietilamido leva à diluição dos fatores da coa-
gulação e do fibrinogênio, além de redução da adesividade plaquetária com manifestações clínicas
de sangramento aumentado.
Referência:
Potério GMB, Braga AFA, Vane LA, et al. Reposição Volêmica, em: Cangiani LM, Slullitel A, Potério
GMB, et al. Tratado de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed. São Paulo. Atheneu, 2011;1243-65.

Questão 38: resposta A


São metas hemodinâmicas do paciente com estenose aórtica: aumento da pré-carga, aumento da
póscarga, não causar depressão da contratilidade miocárdica e diminuição da frequência cardíaca.
Referência:
Chaney MA, Cheung AT, Troianos CA, et al. Cardiac Anesthesia, em: Longnecker DE, Brown DL, New-
man MF, et al. Anesthesiology. 2nd Ed. New York. McGraw Hill Medical, 2012;898-927.

Questão 39: resposta B


A reposição volêmica agressiva no paciente com sangramento ativo pode se associar a diferentes
complicações devidas ao aumento do volume de sangramento ou hemodiluição excessiva. A hemo-
diluição diminui a liberação de oxigênio aos tecidos e contribui para hipotermia e coagulopatia. A
elevação da pressão arterial causa aumento do sangramento pela ruptura de coágulos e reversão
da vasoconstricção compensatória. O resultado da reposição agressiva geralmente é um aumento
transitório da pressão arterial seguido de aumento do sangramento, outro episódio de hipotensão
e necessidade de maior administração de volume. A reanimação desses pacientes deve ser consi-
derada em duas fases: precoce (enquanto sangramento ativo) e tardia (após controle do sangra-
mento). A fase tardia é guiada por objetivos e a administração de líquidos visa maximizar a liberação
de oxigênio aos tecidos. A fase precoce é de manejo mais complexo dado o risco de aumentar o
sangramento e evitar o risco de hipoperfusão e isquemia, evitando a elevação ou o agravo do lac-
tato, acidose, etc. Deve ser titulada para desfechos fisiológicos entre o sangramento e a hipoperfu-
são e isquemia, favorecendo a hemostasia com níveis de pressão arterial abaixo do normal (PA sis-
tólica 80-90 mmHg).
Referência:
Dutton RP, McCunn M, Grissom TE. Anesthesia for Trauma, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA,
et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;2277-2311.

Questão 40: resposta D


A eliminação de todos os inibidores da colinesterase está lentificada em pacientes com disfunção
renal na mesma extensão, ou até maior, que ocorre com a eliminação dos bloqueadores neuromus-
culares que dependem da função renal (vecurônio, rocurônio).
Referência:
Malhotra V, Sudheendra V, O’Hara J, et al. Anesthesia and the Renal and Genitourinary Systems,
em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Li-
vingstone, 2010;2105-34.

Questão 41: resposta B


De acordo com os guidelines da American Heart Association e do American College of Cardiology
para avaliação cardiovascular perioperatória em cirurgias não cardíacas, são consideradas cirurgias
de risco cardíaco elevado (mortalidade maior que 5%) as cirurgias de aorta e as cirurgias vasculares
maiores e periféricas. As cirurgias de risco intermediário (mortalidade entre 1-5%) são as intraperi-
toneais, intratorácicas, endarterectomia de carótida, cabeça e pescoço, ortopédicas e de próstata.
As cirurgias de baixo risco (mortalidade menor que 1%) são os procedimentos endoscópicos, de
superfície, catarata, mama e cirurgias ambulatoriais.
Referência:
Olson RP, Rawlings R. Evaluation of the Patient with Cardiovascular Disease, em: Longnecker DE,
Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2nd Ed. New York. McGraw Hill Medical, 2012;95-118.

Questão 42: resposta B


A 20°C, a pressão de vapor do desflurano é próxima de 1 atm. As pressões de vapor do enflurano,
isoflurano, halotano e desflurano, a 20°C são de 172, 240, 244 e de 669 mmHg, respectivamente.
Um mesmo fluxo através de um vaporizador tradicional vaporizaria um volume de desflurano maior
do que qualquer outro desses agentes. Por exemplo, a 1 atm e 20°C, com 100 mL.min -1 passando
através da câmara de vaporização iria vaporizar 735 mL.min -1 de desflurano, versus 29, 46 e 47
mL.min-1 de enflurano, isoflurano, e halotano, respectivamente. Devido à elevada vaporização, a
temperatura do anestésico se reduz bastante e a vaporização seria excessivamente diminuída. Por
isso, o desflurano precisa ser aquecido no vaporizador.
Referência:
Brockwell RC, Andrews JJ. Inhaled Anesthetic Delivery Systems, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher
LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;667-718.

Questão 43: resposta A


Em casos em que não há resposta às medidas iniciais de reanimação cardiopulmonar (intubação,
ventilação com oxigênio 100%, desfibrilação, adrenalina e drogas antiarrítmicas), a administração
de bicarbonato de sódio deve ser considerada apenas em condições específicas. Essas situações
incluem acidose metabólica pré-existente, acidose metabólica grave documentada durante as ma-
nobras de reanimação, sobredose de antidepressivos tricíclicos e hipercalemia. Se hipercalemia é
conhecida ou suspeita, bicarbonato de sódio deve ser administrado imediatamente. Amiodarona e
lidocaína são opções no tratamento tardio da fibrilação ventricular que não responde à adrenalina
e desfibrilação. Dantrolene não tem indicação no caso.
Bibliografia:
McGlinch BP, White RD. Cardiopulmonary Resuscitation: Basic and Advance Life Support, em: Miller
RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone,
2010;29713001.

Questão 44: resposta B


Com exceção do atracúrio, a potência molar (ED50 ou ED95) é preditiva da velocidade de início do
efeito do bloqueador neuromuscular (BNM). A potência molar resulta de diferentes fatores contri-
buintes, como: potência intrínseca do BNM (Ce50 – concentração na biofase que resulta em 50% de
depressão no estímulo simples); a velocidade de equilíbrio entre a biofase e o plasma (Ke0); a taxa
inicial de depuração plasmática (a depuração mais rápida se associa a início de ação mais rápido);
etc. O rocurônio tem uma potência molar que é cerca de 13% daquela do vecurônio e apenas 9% da
do cisatracúrio. BNM adespolarizantes de baixa potência têm mais moléculas para se difundir do
compartimento central para a biofase. Uma vez no compartimento de efeito, todas as moléculas
agem prontamente. Além disso, a ligação mais fraca dos BNM de baixa potência aos receptores
previne a difusão tampão que causa repetitivo acoplamento e desacoplamento aos receptores. Este
processo mantém BNM mais potentes na vizinhança dos sítios efetores prolongando a duração do
efeito.
Referência:
Naguib M, Lien CA. Pharmacology of Muscle Relaxants and Their Antagonists, em: Miller RD, Eriks-
son LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;859-
911.

Questão 45: resposta A


A ativação da COX-2 está envolvida no complexo mecanismo de sensibilização central no corno dor-
sal da medula espinhal causando alterações persistentes no sistema nervoso central que resultam
em hipersensibilidade à dor. No rim, encontram-se fisiologicamente tanto a COX-1 como a COX-2,
com predomínio de expressão da COX-1 na medula renal. A expressão de COX-2 aumenta na pre-
sença de desidratação com hipertonicidade e o aumento da produção de prostaglandinas é rele-
vante para a manutenção do fluxo sanguíneo medular renal. Em indivíduos normais, somente a COX-
1 está presente. A COX-2 é induzida na presença de ulceração e infecção por H. pilori com o objetivo
de facilitar a cicatrização pelo aumento de PGE2. A síntese de TXA2 é dependente principalmente
da COX-1, enquanto a síntese de PGI2 é regulada pela COX-2. COX-1 e COX-2 têm importante papel
na interação entre plaquetas, endotélio e trombogênese. O endotélio e o músculo liso vascular, por
ação da COX-2, produzem PGI2 que promove inibição plaquetária e vasodilatação.
Referência:
Gozzani JL. Anti-inflamatórios Não Hormonais, em: Cangiani LM, Slullitel A, Potério GMB, et al. Tra-
tado de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed. São Paulo. Atheneu, 2011;665-76.

Questão 46: resposta D


Os antagonistas não competitivos ligam-se ao sítio ativo de um receptor de modo covalente ou com
afinidade muito alta de forma que a ligação é efetivamente irreversível. A aspirina é exemplo de
antagonista não competitivo que acetila irreversivelmente a ciclo-oxigenase, a enzima responsável
pela produção de tromboxano A2 nas plaquetas.
Referência:
Shafer SL, Flood P, Schwinn DA. Basic Principles of Pharmacology, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher
LA, et al. Miller´s Anesthesia. 7th. Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;479-513.
Questão 47: resposta C
Uma atualização do Registro POCA (Pediatric Perioperative Cardiac Arrest) foi publicada em 2007.
De 1998 a 2004, 193 paradas (49% do total) foram relacionadas à anestesia. Paradas cardiorrespi-
ratórias relacionadas a erros de medicações representaram 18% de todas as paradas. Causas cardi-
ovasculares foram as mais comuns (41%), sendo a hipovolemia pela perda de sangue e a hipercale-
mia após transfusão de sangue armazenado as causas cardiovasculares mais comumente identifica-
das. Dentre as causas respiratórias (27%), a obstrução das vias aéreas por laringoespasmo foi a mais
comum. A lesão vascular ocorrida durante a colocação de cateteres venosos centrais foi a causa
mais frequente relacionada a equipamentos.
Referência:
Fleisher LA. Risk of Anesthesia, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th
Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;969-99.
Bhananker SM, Ramamoorthy C, Geiduschek JM, et al. Anesthesia-related cardiac arrest in children:
Update from the Pediatric Perioperative Cardiac Arrest Registry. Anesth Analg 2007;105:344-50.

Questão 48: resposta D


A elevação do CO2 expirado é o sinal mais precoce, mais sensível e específico de hipertermia maligna
e que pode ser documentada por meio da capnometria. Outros sinais da síndrome incluem taqui-
cardia, acidose, rigidez muscular e, algumas vezes, rabdomiólise.
Referência:
Rosenberg H, Brandom BW, Sambuughin N. Malignant Hyperthermia and Other Inherited Disorders,
em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK et al. Clinical Anesthesia. 6th Ed. Philadelphia. Lippincott
Williams & Wilkins, 2009;598-621.

Questão 49: resposta B


Cirurgias abdominais de grande porte estão associadas ao desenvolvimento de síndrome da res-
posta inflamatória sistêmica no pós-operatório. O diagnóstico da síndrome demanda dois ou mais
dos seguintes critérios: temperatura > 38°C ou < 36°C; frequência cardíaca > 90 bpm; frequência
respiratória > 20 irpm ou PaCO2 < 32 mmHg e leucometria < 4000 ou > 10000.mm-3 ou mais de 10%
de formas jovens. Sepse surge com a associação comprovada ou suspeita de infecção. Sepse grave
ocorre quando há disfunção orgânica, hipotensão ou hipoperfusão. Choque séptico é a hipotensão
associada à sepse apesar da reanimação hídrica acompanhada de hipoperfusão.
Referência:
Weissman C. Nutrition and Metabolic Control, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s
Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone. 2010;2923-56.

Questão 50: resposta B


A concentração plasmática em (unidade de massa/unidade de volume) multiplicada pela taxa de
depuração (unidade de volume/unidade de peso/unidade de tempo) resulta em (unidade de
massa/unidade de peso/unidade de tempo). Esta é a formatação da taxa de infusão, levando-se em
consideração que esta deve repor a fração da concentração alvo retirada pelos órgãos de depura-
ção.
Referência:
Reves JG, Glass PSA, Lubarsky DA et al. Intravenous Anesthetics, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher
LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010; 719-68.

Questão 51: resposta C


Os tumores carcinoides secretam uma série de aminas e hormônios, tais como serotonina, hista-
mina, taquicininas, bradicininas, calicreína, corticotropina, substância P, motilina e prostaglandinas.
Exposição sistêmica persistente a grandes quantidades dessas substâncias pode resultar na sín-
drome carcinoide, cuja tríade clássica é composta por rubor das extremidades superiores e face,
sibilos e diarreia. O acometimento cardíaco ocorre em mais de 50 % dos casos. Carcinoides ovaria-
nos primários podem causar tais sintomas porque sua drenagem venosa desvia-se do sistema porta.
A crise carcinoide ocorre pelo aumento súbito e intenso de mediadores que podem causar choque
e colapso cardiovascular e, em geral, resulta da manipulação do próprio tumor. O tratamento reco-
mendado é a interrupção de manipulação do tumor, expansão volêmica e administração de vaso-
pressores não catecolaminérgicos. Caso o tratamento convencional não funcione, o octreotídeo,
análogo da somatostatina, pode ser usado para antagonizar o efeito dos mediadores e a vasodila-
tação.
Referência:
Slodzinski M, Merritt WT. Anesthesia for Gastrintestinal Surgery, em: Longnecker DE, Brown DL,
Newman MF et al. Anesthesiology. 1st Ed. New York. McGraW Hill, 2008:1314-37.
Roizen MF, Fleisher LA. Anesthetic Implications of Concurrent Diseases, em: Miller RD, Eriksson LI,
Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;1067-1149.

Questão 52: resposta B


A causa principal de náusea durante procedimentos sob bloqueio do neuroeixo é a hiperatividade
parassimpática relativa que provoca hiperperistaltismo. A droga de escolha é a atropina.
Referência:
Brown DL. Epidural and Caudal Anesthesia, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s
Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010; 1611-38.

Questão 53: resposta D


Mulheres apresentam elevada incidência de náuseas e vômitos pós-operatórios. Outros fatores de
risco incluem história de cinetose, vômitos pós-operatórios, técnica anestésica inalatória, cirurgia
na primeira semana do ciclo menstrual, procedimentos laparoscópicos, de litotripsia e otorrinola-
ringológicos. Tabagismo e técnica anestésica venosa são fatores protetores contra náuseas e vômi-
tos pós-operatórios.
Referência:
Lichtor JL, Kalgahatgi SV. Outpatient Anesthesia, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al.
Anesthesiology. 1st Ed. New York. McGraW Hill, 2008;1608-24.

Questão 54: resposta B


A baixa pressão em vias aéreas afasta a intubação seletiva, o pneumotórax e o edema agudo. A
ablação, mesmo com meio líquido, em paciente com salpingotripsia prévia, leva à formação de ga-
ses, por evaporação do endométrio que não têm para onde escoar, em função da obstrução tubária
e da presença do aparelho no colo do útero. Os seios venosos abertos, com a ação do cautério,
servem de via para microembolização gasosa contínua e progressiva.
Referência:
Joris JL. Anesthesia for laparoscopic surgery, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s
Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010; 2185–202.

Questão 55: resposta C


Tradicionalmente, o plasma fresco congelado (PFC) tem sido a escolha para a reversão eletiva da
anticoagulação exercida pelo warfarin. Em casos de emergência, não há guidelines específicos e
outras opções podem ser consideradas caso a caso. Opções para reversão do warfarin incluem PFC,
concentrado de complexo protrombínico e fator VII recombinante. Com RNI de 5,0, preocupações
para a escolha do regime de reversão devem ser a efetividade dos fatores de coagulação e o volume
líquido administrado. Na emergência, a interrupção do warfarin e a reposição de fatores da coagu-
lação devem ser combinadas à suplementação com vitamina K que iniciará a restauração dos fatores
da coagulação e manutenção de RNI normal no pósoperatório após consumo dos fatores repostos.
A vitamina K, isoladamente, levará até 12 horas para normalização do RNI após administração en-
dovenosa. O concentrado de fator XIII tem efeito de estabilização do coágulo, mas não antagoniza
o efeito do warfarin. O complexo protrombínico permite a reversão da anticoagulação em tempo
mais curto (tempos de preparo e administração menores) e com administração em menor volume
que o PFC. O paciente idoso apresenta, comumente, disfunção ventricular diastólica, e grandes vo-
lumes infundidos rapidamente poderão acarretar sobrecarga volêmica. Estudos mostraram que o
complexo protrombínico promove reversão mais efetiva do RNI que o PFC, mesmo em volumes de
até 800 mL. Além disso, o passado de neoplasia faz pensar em evitar o efeito imunomodulador se-
cundário ao uso de hemoderivados.
Referência:
Koutrouvelis A, Abouleish A, Indrikovs A, et al. Case Scenario: Emergency Reversal of Oral Anticoag-
ulation. Anesthesiology 2010;113:1192-7.

Questão 56: resposta B


A energia do laser de CO2 pode causar, rapidamente, grave lesão da córnea, enquanto laser de ar-
gônio, rubi e KTP:Nd:YAG podem lesar a retina. Assim, a equipe assistente deve usar óculos de se-
gurança ou lentes específicas para o tipo de laser usado. Para laser de CO2, qualquer lente de plás-
tico ou vidro transparente, como as de óculos comuns, é eficaz. Outros tipos de laser requerem
filtros coloridos regulados para o comprimento de onda específico e densidade óptica.
Referência:
Rampil IJ. Anesthesia for Laser Surgery, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anes-
thesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010; 2405-18.

Questão 57: resposta D


Número de dibucaína é teste clínico que avalia as diferenças genéticas da colinesterase plasmática.
A dibucaína é anestésico local que inibe a colinesterase normal, mas não inibe a colinesterase atí-
pica. Sob condição padrão, a dibucaína inibe a enzima normal em cerca de 80%. Número de dibuca-
ína maior que 70-80 indica grande inibição da enzima pseudocolinesterase normal (homozigoto tí-
pico). Número menor que 20-30 indica homozigoto atípico, enquanto números entre 30 e 70 indi-
cam heterozigoto com atividade moderadamente reduzida.
Referência:
Naguib M, Lien CA. Pharmacology of muscle relaxants and their antagonists, em: Miller RD, Eriksson
LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;859-911.

Questão 58: resposta C


A equimose em região mastóidea leva à suspeição de ocorrência de fratura basilar de crânio. A in-
tubação nasotraqueal está contraindicada, já que existe a possibilidade da introdução da cânula
dentro do cérebro ou da órbita.
Referência:
Capan LM, Miller SM. Anesthesia for Trauma and Burn Patients, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting
RK. Clinical Anesthesia. 6th Ed. Philadelphia. Lippincott Willians & Wilkins, 2009; 890–926.

Questão 59: resposta A


No modo de ventilação por volume controlado, as variáveis do ciclo respiratório são: desencadeada
por tempo; limitada por fluxo e ciclada a volume.
Referência:
Mendonça MRF. Ventilação Artificial, em Cangiani LM, Slullitel A, Potério GMB et al. Tratado de
Anestesiologia SAESP. 7a Ed. São Paulo. Atheneu, 2011; 1007-23.

Questão 60: resposta B


Apesar de a taquicardia poder representar resposta à estimulação cirúrgica, a taquicardia em neo-
natos, acompanhada de pressão arterial abaixo do limite inferior da normalidade para a faixa etária,
geralmente, indica depleção do volume intravascular.
Referência:
Coté CJ. Pediatric Anesthesia, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th
Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;2559-97.
Swass MS, Gregory GA. Pediatric and Neonatal Intensive Care, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher
LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;2653-2703.
Questão 61: resposta C
A causa provável é depressão miocárdica e vasodilatação periférica secundárias à hipocalcemia
aguda causada por toxicidade do citrato. Os níveis de citrato são altos após transfusão rápida (> 1,5
a 2 mL.Kg-1.min-1) e seu metabolismo estará diminuído, devido à hipotermia e disfunção hepática.
Níveis de cálcio ionizado menores que 0,56 mEq.L-1 se associam à hipotensão arterial.
Referência:
Miller RD. Transfusion Therapy, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th
Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone. 2010; 1739-66.

Questão 62: resposta C


O quadro descrito sugere hipocalemia grave com dosagem sérica de potássio abaixo de 2,5 mEq.L -
1
. Nesta situação, deve-se repor potássio pela via venosa, de forma mais agressiva, em velocidades
de infusão que podem chegar a 40 mEq.h-1, sempre com a monitorização seriada dos valores séricos
de potássio e magnésio.
Referência:
Prough DS, Funston JS, Svensén CH. Fluids, electrolytes, and acid-base physiology, em: Barash PG,
Cullen BF, Stoelting RK et al. Clinical Anesthesia. 6th Ed. Philadelphia. Lippincott Williams & Wilkins,
2009;290-325.

Questão 63: resposta A


A ausência de onda “a” na curva de PVC caracteriza a ausência de contração atrial e correlaciona-se
com fibrilação atrial e ausência de ondas P no ECG.
Referência:
Schoeder RA, Barbieto A, Shahar B et al. Cardiovascular Monitoring, em: Miller RD, Eriksson LI,
Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone. 2010; 1267-1328.

Questão 64: resposta A


O achado de bloqueio de ramo direito no paciente idoso assintomático não parece estar associado
à incidência aumentada de cardiopatia. Avaliação cardíaca adicional está indicada no caso de
achado de ondas Q ou evidência de infarto antigo do miocárdio, hemibloqueio anterior esquerdo,
distúrbio de condução atrioventricular e flutter ou fibrilação atrial.
Referência:
Hillel Z, Landesberg G. Electrocardiography, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s
Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;1357-86.
Fischer SP, Bader AM, Sweitzer BJ. Preoperative Evaluation, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA,
et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;1001-66.

Questão 65: resposta B


No choque anafilático refratário ou resistente à adrenalina, vários fármacos têm sido propostos, tais
como noradrenalina, metaraminol, glucagon, vasopressina, análogos da vasopressina e azul de me-
tileno. Baseando-se no princípio de que o azul de metileno bloqueia, com sucesso, o relaxamento
da musculatura lisa mediado pelo óxido nítrico, alguns autores o utilizaram no tratamento do cho-
que anafilático refratário ao tratamento convencional, principalmente em casos de resistência à
adrenalina e à vasopressina.
Referência:
Mathias LAST, Silva MP. Reanimação em situações especiais I: Anafilaxia peroperatória, em: Martins
MP, Duarte NMC, Pires OC. Suporte Avançado de Vida em Anestesia - SAVA. Rio de Janeiro. Socie-
dade Brasileira de Anestesiologia/SBA, 2011;341-8.

Questão 66: resposta A


Inibidores da monoaminoxidase (iMAO) podem apresentar interação com opioides administrados
no período peroperatório. Os iMAO formam complexo com a enzima monoaminoxidase responsá-
vel pela deaminação de monoaminas, como serotonina, dopamina, noradrenalina e adrenalina, de
forma que a concentração dessas monoaminas aumenta no sistema nervoso central. A administra-
ção de opioides fenilpiperidínicos, como meperidina, tramadol e metadona, pode levar a respostas
excitatórias secundárias à inibição da recaptação de serotonina. Morfina, codeína, oxicodona e
buprenorfina não inibem a recaptação de serotonina e não precipitam toxicidade em pacientes tra-
tados com iMAO.
Referência:
Fukuda K, Points K. Opioids, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed.
Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;769-824.

Questão 67: resposta B


O nervo tibial é responsável pela inervação do calcanhar, face plantar do pé e artelhos e ramos
motores na mesma área.
Referência:
Wedel DJ, Horlocker TT - Nerve Blocks em: Miller RD Eriksson LI, Fleisher LA, Wiener-Kronish JP,
Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2010; 2241-2260

Questão 68: resposta C


A despeito de todas as considerações feitas, alguns pacientes, médicos e administradores requisi-
tam ações que não são possíveis, seguras e até mesmo razoáveis. Nenhum médico pode ser com-
pelido a praticar um ato negligente e não há obrigação ética do anestesiologista, nessa situação, de
realizar a anestesia na gestante.
Referência:
Van Norman GA, Rosenbaum SH – Ethical Aspects of Anesthesia Care em: Miller RD Eriksson LI,
Fleisher LA,
Wiener-Kronish JP, Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2010;209-220
Questão 69: resposta C

Referência:
Sieber FE, Pauldine R – Geriatric Anesthesia: em Miller: RD Eriksson LI, Fleisher LA, Wiener-Kronish
JP, Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2010;2261-2276

Questão 70: resposta D


O bloqueio do nervo frênico ipsilateral com paresia do diafragma ocorre em 100% dos pacientes
submetidos a bloqueio interescalênico, até mesmo com soluções diluídas de anestésicos locais, e
está associado à redução de 25% na função ventilatória.
Referência:
Wedel DJ, Horlocker TT – Nerve Blocks em: Miller RD Eriksson LI, Fleisher LA, Wiener-Kronish JP,
Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2010;1639-1674

Questão 71: resposta B


As causas de obstrução de vias aéreas ou ventilação inadequada no trauma, em ordem de ocorrên-
cia, são:
Lesão direta da face, mandíbula ou pescoço;
Hemorragia na nasofaringe, seios da face, boca ou vias aéreas superiores;
Diminuição do nível de consciência secundário à TCE, intoxicação ou medicações analgésicas;
Aspiração de conteúdo gástrico ou corpo estranho (por exemplo: dentadura);
Má colocação de dispositivos de vias aéreas ou do tubo traqueal (intubação esofágica).
Referência:
Dutton RP, McCunn M, Grissom TE – Anesthesia for Trauma em: Miller RD Eriksson LI, Fleisher LA,
Wiener-Kronish JP, Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2010;2277-2311
Questão 72: resposta D
A pré-eclâmpsia é classificada como grave quando associada a:
− pressão sistólica > 160 mmHg;
− pressão diastólica > 110mmHg;
− proteinúria > 5g em 24 horas;
− débito urinário < 500mL em 24 horas;
− perturbações visuais ou cerebrais;
− dor epigástrica;
− edema pulmonar ou cianose;
− retardo do crescimento uterino.
Referência:
Braveman FR, Scavone BM, Wong CA, Santos AC - Obstetricial Anesthesia em: Barash PG, Cullen BF,
Stoelting RK et al. Clinical Anesthesia, 6th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2009; 1138-
1170

Questão 73: resposta A


Na literatura, já foi descrita parada cardíaca após a conclusão da anastomose arterial do rim trans-
plantado e liberação do clampe vascular. Sua ocorrência súbita se deve, mais provavelmente, à hi-
percalemia secundária à eliminação da solução preservadora (que contém potássio) proveniente do
rim recém-perfundido.
Referência:
MalhotraV, Sudheendra V,O Hara J,Diwan S – Anesthesia and the Renal and Genitourinary Systems,
em: Miller RD Eriksson LI, Fleisher LA, Wiener-Kronish JP, Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed,
Philadelphia, Elsevier, 2010;2105-2134

Questão 74: resposta B


Na situação descrita, ocorre aumento do efeito shunt e redução do fluxo sanguíneo, da ventilação
e da complacência.
Referência:
Weiss SJ, Ochroch EA – Thoracic Anesthesia em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al –
Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw Hill, 2008; 1213-1283.

Questão 75: resposta B


O abuso de cocaína produz estimulação simpática com repercussões no sistema nervoso central,
cardiovascular e respiratório, levando à hipertensão arterial, taquidisritmia, hipertermia, alteração
do humor e da memória, agitação, euforia, hipóxia, dor torácica e hemoptise. Pode também levar a
repercussões no sistema gastrintestinal, com isquemia, infarto ou perfuração intestinal e conse-
quente peritonite. Obstrução intestinal pode ocorrer devido à ingestão de pacotes de cocaína.
Referência:
Pagel PS, May JA, Warltier DC – Evaluation of the Patient with Alcohol or Drug Addiction, em:
Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al. – Anesthesiology. 1st Ed, New York, McGraw Hill, 2008;
396-423.

Questão 76: resposta A


O uso de misturas de anestésicos locais (AL) demanda cuidado para que não seja administrada a
dose máxima dos AL. Suas toxicidades não são independentes. Ao contrário, presume-se que sejam
aditivas. O uso de antiarrítmicos não está estabelecido e o tratamento de arritmias ventriculares
induzidas pela bupivacaína associada à lidocaína, com a utilização da amiodarona, não é recomen-
dado. Acidose, respiratória ou metabólica, aumenta o risco de toxicidade ao promover o aumento
da fração livre do AL; aumentar o fluxo sanguíneo cerebral, com maior chegada do AL ao cérebro; e
potencializar os efeitos cronotrópico e inotrópico negativos dos AL. Recomenda-se que a emulsão
lipídica seja administrada juntamente com o início das manobras de suporte básico de vida.
Referência:
Heavner JE – Pharmacology of Local Anesthetics em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al –
Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw Hill, 2008;954-73

Questão 77: resposta A


O paciente apresenta diferentes fatores de risco aditivos para toxicidade pelos anestésicos locais
(AL). Desnutrição e hipoproteinemia aumentam a fração livre do AL. Aditivamente, o fentanil apre-
senta elevada ligação proteica (84%), o que pode ter colaborado para aumentar a fração livre do AL.
Acidose metabólica (cetoacidose diabética) e hipercarbia (má adaptação à ventilação mecânica) au-
mentam o risco de toxicidade neurológica e cardiovascular. O estado hiperdinâmico também favo-
rece a intoxicação cardíaca. A infiltração de região inflamada e infectada permite absorção vascular
mais rápida do AL. Apesar da dose administrada de bupivacaína não ultrapassar os limites recomen-
dados (2 mg.kg-1), devem-se pesar os riscos de efeitos adversos secundários à toxicidade sistêmica,
para que a dose anestésica usada seja limitada e a mais segura.
Referência:
Heavner JE – Pharmacology of Local Anesthetics em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al –
Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw Hill, 2008;954-73

Questão 78: resposta B


Adiamento da cirurgia eletiva é recomendado no caso de hipertensão grave (PA sistólica > 200 mg
ou diastólica > 115 mmHg) até que a pressão seja controlada abaixo de 180x110 mmHg. A orienta-
ção atual da ACC/AHA (American College of Cardiology/American Heart Association) advoga que a
terapia betabloqueadora peroperatória é indicação Classe I em pacientes que usavam previamente
betabloqueadores e naqueles com teste cardíaco de estresse positivo submetidos à cirurgia vascu-
lar. Todavia, deve haver cuidado com a terapia aguda sem titulação da dose, por poder se associar
a risco. Segundo o Índice de Risco Cardíaco (critérios de Lee), usado no algoritmo da ACC/AHA, em
pacientes que apresentam nenhum, 1, 2 ou 3 fatores de risco clínicos, o risco de eventos cardíacos
graves é de 0,4%, 0,9%, 7% e 11%, respectivamente. O benefício e a redução do risco cardíaco, com
a revascularização coronária (bypass coronário ou angioplastia) antes de cirurgia não cardíaca, não
estão bem estabelecidos (Classe IIb) em pacientes de alto risco para isquemia e não é recomendada
(Classe III) como medida profilática em pacientes com coronariopatia estável.
Referência:
Fischer SP, Bader AM, Sweitzer BJ – Preoperative Evaluation em: Miller RD Eriksson LI, Fleisher LA,
WienerKronish JP, Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2010;1001-1066

Questão 79: resposta A


São fatores que predispõem ou precipitam o delírio pós-operatório no idoso: idade maior que 65
anos e sexo masculino; depressão ou diminuição cognitiva; diminuição funcional; diminuição dos
sentidos, principalmente visão e audição; diminuição da alimentação por via oral; necessidade de
utilização de muitos fármacos – polifarmácia, alcoolismo, uso de drogas psicoativas, sedativos, nar-
cóticos ou anticolinérgico; comorbidades: doenças graves e doenças neurológicas; algumas cirur-
gias: cirurgias de alto risco e ortopédicas; internação em unidades fechadas: terapia intensiva, uni-
dade coronariana; dor; diminuição do tempo de sono; imobilidade, sedentarismo, condições físicas
ruins.
Referência:
Sieber FE, Pauldine R – Geriatric Anesthesia em: Miller RD Eriksson LI, Fleisher LA, Wiener-Kronish
JP, Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2010; 2261-2276

Questão 80: resposta D


Pacientes com as seguintes condições podem ter maior risco para ocorrência de complicações pós-
operatórias e devem ter a hospitalização estendida:
− doenças crônicas com risco de morte em potencial (diabetes de difícil controle, angina instá-
vel, asma sintomática, etc.).
− obesidade mórbida complicada por problemas cardiorrespiratórios sintomáticos (angina,
asma, etc.);
− terapias múltiplas, crônicas com fármacos de ação central (inibidores da monoaminooxidase,
pargilina, tranilcipromina, etc.) e/ou abuso regular de cocaína.
− crianças ex-prematuras com menos de 60 semanas de idade pós-conceptual, requerendo
anestesia geral com intubação traqueal.
− adulto responsável não disponível em casa para cuidar do paciente na noite após a cirurgia.
Referência:
White PF, Eng MR – Ambulatory (Outpatient) Anesthesia em: Miller RD Eriksson LI, Fleisher LA, Wie-
ner-Kronish JP, Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2010; 2419-2459
Questão 81: resposta C
Para uma medida adequada da variação da pressão de pulso, é necessário que o paciente esteja
adequadamente sedado (sem esforço respiratório), em modo volume controlado com volume cor-
rente de 8 a 12mL.kg-1 e PEEP entre 6 a 10cmH2O, além de ritmo cardíaco regular.
Referência:
Schroeder RA, Barbieto A, Yosef SB, Mark JB – Cardiovascular Monitoring, em: Miller RD Eriksson LI,
Fleisher LA, Wiener-Kronish JP, Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed, Philadelphia, Elsevier,
2010;1267-1328

Questão 82: resposta C


O paciente citado apresenta quadro de choque séptico e síndrome do desconforto respiratório do
adulto. O consenso de ventilação mecânica sugere: utilização de baixos volumes correntes (VC)
(<6mL.kg-1), pressão de platô ” 30 cm H2O, utilização de PEEP suficiente para limitar a utilização de
concentrações tóxicas de O2, hipercapnia permissiva (desde que não haja contraindicações), com
finalidade de reduzir o VC e a pressão de platô. Posição prona pode ser utilizada em pacientes que
necessitam de altas PEEP (> 10mmHg) e FiO2 para manter oxigenação adequada (PaO2 > 60mm Hg
e SaO2 > 90%). Não há evidências disponíveis de que as manobras de recrutamento alveolar resultem
em benefício e melhora do desfecho clínico, sendo grau B de recomendação.
Referência:
Grasso S, Mascia L and Ranieri M – Respiratory Care em: Miller RD Eriksson LI, Fleisher LA, Wiener-
Kronish JP, Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2010; 2879-2897

Questão 83: resposta E


Na hemodiluição normovolêmica aguda, a redução da concentração de Hb desencadeia mecanis-
mos fisiológicos compensatórios para manter o aporte de oxigênio (O 2) aos tecidos. Por isso, o pa-
ciente deve ser sadio o suficiente para tolerar a anemia aguda, e a técnica está contraindicada em
pacientes coronariopatas ou com doença renal, hepática ou pulmonar. Apesar da doação autóloga
pré-operatória ter se tornado o cuidado padrão em cirurgias ortopédicas de grande porte, só deve
ser indicada em pacientes com Hb maior que 11 g.dL-1 antes da cirurgia, já que a concentração de
Hb diminui 1 g.dL-1 para cada unidade de sangue autólogo coletada. Além disso, a última unidade
deve ser coletada, pelo menos, 5 a 7 dias antes da cirurgia, para que haja restauração do volume
plasmático. Hipotermia está associada a menor eficácia do mecanismo de coagulação e maior san-
gramento perioperatório. A recuperação de hemácias intraoperatória, apesar de ser eficiente e
custo-efetiva nas artroplastias de revisão, está contraindicada na presença de infecção e neoplasias.
Se volemia, débito cardíaco e ventilação são mantidos dentro da normalidade, a redução da satura-
ção venosa de O2 abaixo de 70% indica que a oferta de oxigênio aos tecidos se tornou insuficiente,
devido à diminuição da dosagem de Hb, e a transfusão está indicada.
Referências:
Goodnough LT - Detection, evaluation, and management of anemia in the elective surgical patient.
Anesth Analg 2005; 101(6): 1858-1861
Drummond JC, Petrovich CT- Hemotherapy and Hemostasis, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK
- Clinical Anesthesia. 5th Ed., Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 208-246

Questão 84: resposta A


Trombose venosa profunda e tromboembolismo são as maiores causas de morbimortalidade após
cirurgias ortopédicas na pelve e em extremidades inferiores. Riscos adicionais incluem a obesidade,
idade maior que 60 anos, cirurgias com duração superior a 30 minutos e uso de garroteamento.
Referências:
Morgan Jr GE, Mikhail MS, Murray MJ – Anesthetic Equipment Monitors, em Morgan Jr, Mikhail
MS, Murray MJ - Clinical Anesthesiology, 4a Ed, New York, Lange, 2006;848-860
Martin G, Breslin D, Stevens T – Anesthesia for Orthopedic Surgery, em: Longnecker D E, Brown DL,
Newman MF, Zapol WM – Anesthesiology, 1st Ed, Mc Grow Hill, New York; 2008;1541-1557

Questão 85: resposta B


No paciente que necessita ser operado após cirurgia de descolamento de retina, quando foi injetado
gás, deve-se evitar a utilização do óxido nitroso, nos primeiros 5 dias subsequentes à injeção de ar
e 10 dias após a injeção de SF6.
Referências:
McGoldrick KE, Gayer SL – Anesthesia and the Eye, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK - Clinical
Anesthesia, 5th Ed, Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, 2006;974-996
Donlon JV, Doyle DJ, Feldman MA – Anesthesia for Eye, Ear, Nose, and Throat Surgery, em: Miller
RD, Miller’s Anesthesia, 6th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2006; 2527-2555

Questão 86: resposta A


A isquemia cerebral é o fator secundário mais importante no prognóstico após TCE. Assim, os valo-
res de PIC e PPC são preditores de prognóstico neurológico. A monitorização da PIC está indicada
em pacientes vítimas de TCE grave (Glasgow < 8), se a tomografia computadorizada é anormal ou
se outros fatores de risco estão agregados (idade > 40, pressão arterial sistólica < 90 mm Hg). A PPC
deve ser mantida entre 50 e 70 mm Hg. Tentativas agressivas de elevar a PPC devem ser evitadas,
devido à perda da autorregulação cerebral e dissociação entre o fluxo sanguíneo (FSC) e as necessi-
dades metabólicas cerebrais. A elevação da PPC causa aumento passivo do volume sanguíneo cere-
bral e PIC com edema vasogênico e maior aumento da PIC. Hipocapnia profilática (PaCO2 < 30 mm
Hg) não é recomendada no manejo do TCE e deve ser evitada nas primeiras 24 horas após a lesão,
quando o FSC estará criticamente reduzido. Após o TCE, a hiperglicemia é um achado comum e está
associada à gravidade da lesão. A glicemia acima de 180 mg.dL -1, após a admissão, se correlaciona
com maior mortalidade e pior prognóstico funcional.
Referências:
Brandão ACA, Lacerda MA, Silva WV – Anestesia no trauma cranioencefálico, em: Carraretto AR,
Volquind D, Vianna PTG et al – Curso de Educação a Distância em Anestesiologia, 8ª Ed, Rio de Ja-
neiro: Elsevier, 2008; 123-143
Moppett IK - Traumatic brain injury: assessment, resuscitation and early management. Br J Anaesth
2007; 99: 18–31

Questão 87: resposta B


Apesar de rara, a cegueira em pacientes submetidos a cirurgias em decúbito ventral tem sido rela-
tada cada vez com mais frequência. Vários fatores são estudados e associados a esta complicação:
cirurgias prolongadas com o paciente nessa posição, hipotensão, perdas sanguíneas superiores a 1
litro e alterações na pressão de perfusão ocular, resultando em diminuição da perfusão no nervo
ótico, causando neuropatia ótica isquêmica.
Referências:
Martin G, Breslin D, Stevens T – Anesthesia for Orthopedic Surgery, em: Longnecker D E, Brown DL,
Newman MF, Zapol WM – Anesthesiology, 1st Ed, Mc Grow Hill, New York; 2008;1541-1557
Hornlocker TT, Wedel DJ – Anesthesia for Orthopedic Surgery, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting
RK - Clinical Anesthesia, 5th Ed, Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, 2006;1112-1128

Questão 88: resposta C


A intubação realizada com o paciente acordado é a técnica mais segura ante uma VAD prevista.
Idealmente, o paciente deve estar cooperativo e orientado ou apenas responsivo ao comando ver-
bal (respectivamente, níveis 2 e 3 da escala de Ramsay). O propofol oferece sedação de excelente
qualidade. Deve ser empregado com cautela, em razão de suas propriedades depressoras sobre o
sistema respiratório e cardiovascular. Desta forma, só deve ser usado em infusão alvo controlada e
não em bolus.
Referências:
Lutke C, Dias CP, Pinho M – Via Aérea difícil- Revisão e Atualização, em: Carrareto AR et al, editores
– Curso de Educação à Distância em Anestesiologia, Volume VIII, Rio de Janeiro, Elsevier, 2008; 101-
122
Melhado VB, Fortuna AO – Via Aérea Difícil - Curso de Educação à Distância em Anestesiologia
CET/SBA, v.2, Rio de Janeiro, Office Editora e Publicidade Ltda, 2004; 15-107

Questão 89: resposta A


Nos pacientes com saturação venosa central de oxigênio < 70 %, se associado à saturação arterial
de oxigênio < 90%, devem-se tratar alterações respiratórias. No caso de se associar à anemia, o
tratamento é a realização de transfusão, e em caso de índice cardíaco < 2L.min-1.m-2, deve-se tratar
o débito cardíaco baixo com inotrópicos.
Referências:
Abrão J – Estado de Choque. Fisiopatologia e Tratamento, em Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB
et al – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;667-682
Vincent J-L – Hemodynamic Suport of the Critically Ill Patient, em: Longnecker DE, Brown DL, New-
man MF et al – Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw-Hill, 2008;1841-1851
Questão 90: resposta B
Bloqueio neuromuscular residual pode ser observado em 33% a 64% dos casos, após uso de bloque-
ador neuromuscular (BNM) de ação intermediária. O rocurônio, apesar de ser metabolizado no fí-
gado, tem parte de sua eliminação realizada através dos rins. Diversos fatores, neste caso, favore-
ceram a ocorrência de curarização residual: ausência de monitorização da função neuromuscular;
administração de dose elevada de rocurônio em paciente que apresenta insuficiência renal não di-
alítica; cirurgia em que o pneumoperitônio causa prejuízo adicional à função renal e à eliminação
do BNM, pela diminuição do fluxo sanguíneo renal; e dose insuficiente de neostigmina, no momento
em que o bloqueio neuromuscular ainda era significativo.
Referências:
Murphy GS - Residual neuromuscular blockade and critical respiratory events in the postanesthesia
care unit. Anesth Analg 2008; 107: 130-7
Pino RM, Ali HH – Monitoring and managing neuromuscular blockade, em Longnecker DE, Brown
DL, Newman MF et al – Anesthesiology, 1st Ed, New York, Mc Graw Hill, 2008; 619-63

Questão 91: resposta E


O edema pulmonar por pressão negativa é uma forma de edema pulmonar não cardiogênico. De-
corre da obstrução parcial ou total da via aérea que, juntamente com o esforço inspiratório vigo-
roso, gera grande elevação da pressão negativa intratorácica e nos alvéolos. Com isso, o volume
vascular pulmonar, a pressão hidrostática microvascular e a pressão transmural capilar pulmonar
aumentam, com transudação de líquido para o interstício pulmonar e alvéolos. Clinicamente, mani-
festa-se por meio de taquipneia, dispneia, dessaturação arterial, agitação, sibilos e tosse com elimi-
nação de líquido róseo espumoso. Os marcadores de lesão/necrose celular miocárdica permanecem
normais. O diagnóstico diferencial é feito com aspiração do conteúdo gástrico, anafilaxia, sobre-
carga hídrica e doença cardíaca. O tratamento é de suporte. Diuréticos são controversos e corticoi-
des são contraindicados.
Referências:
Bisinotto FMB - Edema agudo pulmonar associado a obstrução das vias aéreas. Relato de caso. Rev
Bras Anestesiol 2008; 58:165-171
Albergaria VF, Soares CM, Araújo RM, et al - Edema pulmonar por pressão negativa após hipofisec-
tomia transesfenoidal. Relato de caso. Rev Bras Anestesiol 2008; 58:391-396

Questão 92: resposta C


Na terapia antiplaquetária, em pacientes com stents coronários, o clopidogrel é comumente asso-
ciado à aspirina e deve ser mantido até que o stent esteja totalmente endotelizado, o que ocorre
em 3 meses, em stents metálicos, e em até um ano, em stents farmacológicos. O American College
of Cardiology e a American Heart Association (ACC/AHA) recomendam um período de 12 meses de
terapia antiplaquetária combinada após o implante de stents farmacológicos e adiamento de toda
cirurgia eletiva durante esse período. Pacientes que já usam estatinas devem manter sua adminis-
tração no período perioperatório e retomar seu uso o mais brevemente possível após a cirurgia. Nas
recomendações de ACC/AHA, a administração de betabloqueadores deve ser mantida no intraope-
ratório, e pós-operatório, em pacientes que serão submetidos a cirurgias e já estão recebendo essa
medicação para o tratamento de angina, arritmias sintomáticas ou hipertensão. Entre as manifes-
tações extra-articulares da espondilite anquilosante, as complicações cardiovasculares são infre-
quentes e se relacionam à proliferação fibrosa da íntima da aorta com insuficiência aórtica, envol-
vimento das fibras de Purkinje com defeitos no sistema de condução e há risco aumentado de in-
farto do miocárdio. Agentes anti-TNF , como o infliximab, usados no tratamento da espondilite
anquilosante, devem ser suspensos, por se associarem a maior ocorrência de complicações infecci-
osas.
Referências:
Fleisher LA, Beckman JA, Brown KA et al - ACC/AHA 2007 guidelines on perioperative cardiovascular
evaluation and care for noncardiac surgery: a report of the American College of Cardiology/Ameri-
can Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation, 2007; 116: e418-e499
Woodward LJ, Kam PCA - Ankylosing spondylitis: recent developments and anaesthetic implications.
Anaesthesia 2009; 64: 540–548

Questão 93: resposta D


A real incidência de hematoma cerebral subdural, após punção inadvertida de dura-máter, é desco-
nhecida. Portanto, mudanças nas características da cefaleia, intratabilidade, ausência de melhora
com o decúbito, outros sintomas associados ou piora durante tampão sanguíneo são fatos que de-
vem ser levados em consideração para o diagnóstico de hematoma cerebral subdural. O diagnóstico
é clínico e por imagens. As manifestações clínicas desta paciente, praticamente, afastam os outros
diagnósticos diferenciais.
Referências:
Bernads CM – Epidural and Spinal Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK et al – Clinical
Anesthesia, 6th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2009;927- 954
Duarte WL, Araújo FS, Almeida MF, Geber DG, Castro CHV - Hematoma Subdural Após Punção Inad-
vertida da Dura-Máter. Relato de Caso. Rev Bras Anestesiol 2008;58:4:387-390

Questão 94: resposta A


A raquianestesia, geralmente, associa-se à hipotensão na gestante, principalmente, quando esta
não está em trabalho de parto. A hidratação materna iniciada antes da realização do bloqueio vem
sendo utilizada há décadas, apesar da controvérsia nos últimos anos sobre sua real eficácia. A colo-
cação de coxim sob a paciente, apesar de ser utilizada, tem limitações e é uma medida que também
apresenta controvérsias sobre sua eficiência. A oxigenação de pacientes submetidas a bloqueios é
mandatória, mas, por si só, não elimina as complicações nem evita a hipotensão arterial. A utilização
de efedrina, na dose de 5-10 mg, ou fenilefrina, na dose de 20-50 µg, é a conduta acertada nesse
momento.
Referências:
Birnbach DJ, Browne IM – Anesthesia for Obstetrics, em: Miller RD, Miller’s Anesthesia, 6 th Ed, Phil-
adelphia, Elsevier, 2006;2307-2344
Santos CA, Braveman FR, Finster M – Obstetric Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK -
Clinical Anesthesia, 5th Ed Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, 2006;1152-1180

Questão 95: resposta A


1. Algumas indicações absolutas para ventilação monopulmonar:
− Fístula broncopleural;
− Fístula cutânea broncopleural;
− Abertura cirúrgica de grande via aérea;
− Cisto ou bolha gigante unilateral;
− Rotura traqueobrônquica;
− Hipoxemia grave de doença de um dos pulmões;
2. Algumas indicações relativas para ventilação monopulmonar:
− Aneurisma de aorta torácica;
− Pneumectomia;
− Lobectomia superior;
− Exposição de mediastino;
− Toracoscopia;
− Lobectomias médias e inferiores;
− Ressecção esofágica;
− Procedimentos cirúrgicos na coluna torácica.
Referências:
Wilson WC, Benumof JL – Anesthesia for Thoracic Surgery, em: Miller RD, Miller’s Anesthesia, 6th Ed,
Philadelphia, Elsevier, 2006; 1847-1939
Cohen E, Neustein SM, Eisenkraft JB – Anesthesia for Thoracic Surgery, em: Barash PG, Cullen BF,
Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 5th Ed, Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, 2006;813-855

Questão 96: resposta D


A mistura acima citada é conhecida como Heliox e é capaz de permitir um aumento significativo de
fluxo aéreo, independentemente do gradiente de pressão. Ao contrário do fluxo laminar, quando a
resistência depende da viscosidade da mistura de gás inalada, em circunstâncias de fluxo turbu-
lento, a densidade da mistura é o principal determinante da resistência.
Referências:
Feldman MA, Donlon Jr JV – Anesthesia and Eye, Ear, Nose, and Throat Surgery, em: Miller RD–
Miller`s Anesthesia, 6th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2005; 2527-2555
Ferrari LR, Gotta AW – Anesthesia for Otolaryngologic Surgery em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting
RK – Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 2066-2098
Questão 97: resposta C
O quadro clínico de redução da PETCO2 e da SpO2, pressão das vias aéreas inalterada e arritmia
cardíaca, em paciente submetido à cirurgia laparoscópica com insuflação de CO 2, é sugestivo de
embolia por CO2.
Referências:
Joris JL – Anesthesia for Laparoscopic Surgery, em: Miller RD – Miller’s Anesthesia, 6th Ed, Philadel-
phia, Elsevier, 2005;2285-2307
Slodzinski M, Merritt WT – Anesthesia for Gastrointestinal Surgery, em: Longnecker DE, Brown DL,
Newman MF et al – Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw Hill, 2008;1314-1337

Questão 98: resposta D


Pacientes portadores de obesidade classe III apresentam redução da capacidade residual, o que leva
à dessaturação de oxigênio mais rapidamente, mesmo após pré-oxigenação.
Referências:
Roizen MF, Fleisher LA – Anesthetic Implications of Concurrent Diseases, em: Miller RD – Miller’s
Anesthesia, 6th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2005;1151-1168
Ogunnaike BO, Whitten CW – Evaluation of the Obese Patient, em: Longnecker DE, Brown DL, New-
man MF et al – Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw Hill, 2008;375-395

Questão 99: resposta C


Dentre as opções, a única que apresenta a tríade clássica: hipóxia aguda, colapso hemodinâmico e
coagulopatia sem fator desencadeante evidente é a embolia por líquido amniótico.
Referências:
Bastos CO, Garrido LS, Carlos RV – Embolia por Líquido Amniótico, em: Bagatini A, Vianna PTG, Car-
rareto AR - Curso de Educação à Distância em Anestesiologia – SBA, 7ª Ed, 2007;147-159
Harboe T, Benson MD, Oi H et al – Cardiopulmonary distress during obstetric anaesthesia: attempts
to diagnose amniotic fluid embolism in a case series of suspected allergic anaphylaxis. Acta Anaes-
thesiol Scand, 2006;50:324-330

Questão 100: resposta B


Na escala de Glasgow, a soma das pontuações obtidas, quanto à abertura dos olhos, resposta verbal
e atividade motora, correlaciona-se com o estado de consciência, a gravidade da lesão cranioence-
fálica e o prognóstico. Abertura dos olhos espontânea, resposta motora obedecendo aos estímulos
dolorosos e resposta verbal confusa recebe escore, respectivamente, de 4, 5 e 4.
Referências:
Duarte NMC, Lacerda MA, Cruvinel MGC – Atendimento Pré-Hospitalar ao Politraumatizado - Curso
de Educação à Distância em Anestesiologia CET/SBA,v.7,Rio de Janeiro, Office Editora e Publicidade
Ltda, 2005; 115 - 141
Caplan LM, Miller SM – Anesthesia for Trauma and Burn Patients, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting
RK– Clinical Anesthesia, 6th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2009; 889-926

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